He Could Be The One. escrita por Alien


Capítulo 5
A descoberta.




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 A tarde com os amigos de Nick em sua casa foi bastante relaxante. Após vermos uma pilha de filmes, os meninos ficaram assistindo televisão.

Quase consegui visualizar a adrenalina flutuando no ar onde eles estavam. Tenso. Eu e mais duas colegas de Jonas ficamos na cozinha, onde naquele momento, era nosso lugar.

Charlotte era uma garota de cabelos curtinhos e cacheados. Parecia uma garotinha de 10 anos. Suzanne era uma moça de corpo invejável, confesso.

- Onde você estuda, Miley? – Perguntou Charlotte tirando do armário um pacote de biscoito recheado. Credo, aquilo tinha mais caloria do que um pastel de frango. Ergh.

- Eu estudo na High School Tennessee. – Resmunguei enojada ao observar ela comendo aquela bomba de calorias. Aparentemente, Suzanne percebeu minha expressão olhando aquela coisa e comentou assim, como quem não quer nada:

- Cuidado com essas comidas, Charlotte. Você vai acabar infartando de tanta gordura no coração. Precisei fingir uma tosse para segurar minha provável gargalhada.

Os meninos na sala começaram a gritar, e eu fiquei reparando naquela cena totalmente deprimente. O time pelo o qual eles estavam torcendo marcou um gol. Suficiente para a sala se tornar um circo e eles ficarem pulando como macacos. Que tosco.

Não, eu nunca gostei de futebol, acho que deve ser algum tipo de recalque, por não saber praticar esporte nenhum.

Me despedi de todos às 17:00h. Quando retornei a casa, meus pais já haviam chegado e eu abri um largo sorriso ao ver embrulhos de presentes no sofá.

Me joguei – praticamente – no colo do meu pai, que estranhou levantando uma das sombrancelhas. Eu não fazia algo do tipo desde os 10 anos.

- Pai! – Exclamei ainda em seu colo. Pode parecer meio idiota (e é) mas me senti aquecida e protegida como nos velhos tempos.

- Oi filha! – Disse ele arfando com o meu peso. Tal gesto me fez fazer uma careta nada agradável. Eu não era gorda, caramba.

Fui até o andar de cima falar com minha mãe, e a encontrei desfazendo as malas.

- Oi mãe – Não, eu não me jogaria nos braços de minha mãe por motivos óbvios. Ela tinha menos força do que meu pai. Ponto.

- Smiley – me senti desconfortável por ela usar o apelido que meu pai havia dado à mim, mas não me deixei aparentar intimidada:

- Como foi a viagem?

- Foi ótima, meu bem. Estávamos em uma conferência sobre o Meio Ambiente organizada pela a instituição de caridade que nós ajudamos.   Sorri. Eu gostava de ajudar as pessoas, e nesse ponto, era totalmente a favor dos meus pais agirem de tal forma.

Depois de tanto enrolar, resolvi perguntar de uma vez, tentando disfarçar ao máximo minha curiosidade:

 - De quem são aqueles embrulhos no sofá? Jurei ter visto minha mãe virando os olhos, sarcasticamente. Será que ela notou meu entusiasmo ao pensar que poderiam ser meus?

- São para os vizinhos, querida. Fiz careta. Eu raramente ganhava presentes. Tá, eu digo isso porque presente só é presente quando uma pessoa dá para você alguma coisa em especial. E normalmente, eu mesma me presenteava. Não era ruim, mas sentia falta de ganhar alguma coisa inesperada dos meus pais.

 - Ok, qualquer coisa, estou vendo televisão no meu quarto – falei desanimada.

Chequei minhas ligações como sempre faço, mas não havia nada. O que era surpreendente. Leslie sempre me ligava quando eu não aparecia na aula, ou quando era noite. Fiquei pensando na possibilidade de ela estar chateada comigo, mas logo desviei meus pensamentos disso. Claro que ela não estava! Eu acho. Não fiz nada demais, além do quê, Nick é uma pessoa livre e eu não estou competindo com ela quem vai ficar com ele primeiro. Apesar de algo em mim querer muito ser a grande escolha.

 Tomei banho e fiquei assistindo The Andy Milionakis Show.

É, eu assisto ele sim, e daí? Cansada de não fazer nada, desci as escadas e fui para a cozinha, onde meu pai estava preparando um delicioso jantar.

Era Lasanha. Meus pais só sabiam cozinhar isso? Que coisa! Além do quê, essa comida não me trazia boas recordações do episódio “Nick Doente Não Pode Comer Lasanha”

Sentei-me na mesa, e esperei brincando com os talheres igual uma retardada.

- Existe alguma coisa que você queira me contar, filha? – Meu pai me surpreendeu com seu tom de voz totalmente direto. Até larguei os talheres em cima da mesa, e ergui meus ombros.

- Nada fora do comum, pai. Porque?

- Estou lhe sentindo um pouco tensa. Dá para perceber que você não está bem.

Ah, que maravilha. Meu pai vindo com esse papo de “intuição paterna” pra cima de mim, justo hoje, que eu estava preocupada com o fato de minha melhor amiga bancar a estranha durante essas últimas horas.

- Impressão sua. – Tentei ser o mais breve possível, mas não o convenci.

- Não é não. Você está diferente. – Com um movimento só, meu pai puxou uma cadeira e se sentou, de frente para mim. Seus olhos expressavam a seguinte frase: Eu não sairei daqui até você me contar que céus está acontecendo.

Empinei meu queixo e respirei fundo. Nunca fui de correr para os meus pais contar problemas pessoais, quando eles existiam. Mas senti que essa era a hora, antes que ele ficasse me interrogando noite adentro.

- Leslie está diferente comigo. Ela não me ligou, o que é bem estranho. – Não acrescentei o fato de tê-la visto na casa de Nick, pois mesmo morrendo de amores por ele, sua vida não era da minha conta. Ele sorriu. Sim, por incrível que pareça, meu pai achou graça no que eu falei. Revirei meus olhos para ele e fiz uma careta totalmente sem graça.

- Acho que você ama muito essa garota, não é?

- Ela é minha amiga, naturalmente, que sim. Ele me fitou por alguns instantes, e como sou muito impaciente, não aguentei ficar esperando que abrisse a boca pra falar algo, e perguntei sem rodeios:

- O que você está pensando?

- Nada. Só tente pensar em mentir melhor da próxima vez – meu pai se levantou da cadeira normalmente, e me deixou ali. Com cara de pateta, impressionada e pensando se talvez ele não tivesse um pé na paranormalidade.


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