Saga Sillentya: as Sete Tristezas escrita por Sunshine girl


Capítulo 16
XV - À flor da pele


Notas iniciais do capítulo

ahhhh to postando de novo as seis da manhã...

como se não fosse suficiente para mim, meu técnico aumentou mais horários!!(nãooooooooooooooooooooooooooooooo!!)

afff isso significa menos tempo para escrever!!

eu pretendia colocar tudo nesse capítulo, mas por causa do técnico tive de dividi-lo em duas partes!!!

ahhhh e por favor não me matem de novo!!

Boa leitura!!



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Capítulo XV – À flor da pele

 

“Posso te sentir ao meu redor

Engrossando o ar que respiro

Segurando o que eu estou sentindo

Apreciando esse coração que está se curando”.

 

(Flyleaf – All around me)

 

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De almas sinceras a união sincera, nada há que impeça: amor não é amor, se quando encontra obstáculos se altera, ou se vacila ao mínimo temor. Amor é um marco eterno, dominante, que encara a tempestade com bravura; É astro que norteia a vela errante, cujo valor se ignora, lá na altura. Amor não teme o tempo, muito embora seu alfanje não poupe a mocidade; Amor não se transforma de hora em hora, antes se afirma para a eternidade. Se isso é falso, e que é falso alguém provou, eu não sou poeta, e ninguém nunca amou”.

 

Meus olhos perderam-se na folha de papel, nas palavras bonitas e cativantes. Meus dedos ainda hesitavam na última linha. E um sorriso projetou-se em meus lábios; Desde quando eu lia Shakespeare?

 

Principalmente poemas que retratavam o amor para os poetas. Fechei o livro de poesias, tombei meu corpo para o lado, e mais uma vez eu me perdi da realidade.

 

Uma semana já havia se passado desde que Max aparecera aqui em casa, uma semana desde que eu o havia abraçado.

 

Era um sábado a tarde, minha mãe retornou na terça-feira, e eu a recebi com um caloroso abraço. A escola seguia o seu ritmo normal, os professores ainda nos abarrotavam de trabalhos e dever de casa, as aulas continuavam tediosas, a não ser pelo baile que estava próximo de acontecer.

 

Era uma tradição na escola e eu me lembro perfeitamente de sempre evitá-lo. A não ser quando Max me chamava para que fôssemos aprontar algo. Só assim que um baile passava a ter algum significado para mim.

 

Claro que de forma e maneira nenhuma eu ia, mas Tamara vinha falando nele com empolgação demais, até mesmo me contara quem seria a sua “vítima”.

 

E eu temia que ela quisesse arrastar-me com ela.

 

Mas eu tenho que confessar que ultimamente nada conseguia tirar-me daquela nuvem de felicidade, eu estava completamente entorpecida por aquelas novas sensações que despertavam em meu ser como explosões de fogos de artifício.

 

E elas agitavam todo o meu interior, como um verdadeiro terremoto, causavam uma enorme avalanche e reduziam pó a pó tudo o que eu era. Moldando todo o meu ser novamente, erguendo alicerce por alicerce, construindo dentro de mim, uma nova Agatha, uma nova pessoa que embora fosse desconhecida ainda, assumia todo o controle sobre mim.

 

E agora quando eu me olhava no espelho, quando eu via o meu reflexo, eu sorria, eu o fazia com prazer. E olhar para os meus olhos agora era como ver uma noite estrelada, iluminada pelos milhões e milhões de pontinhos brilhantes.

 

E o luar brilhava neles. Meus olhos não mais apresentavam aquela opacidade, minha pele já não era tão descorada, e eu nunca em minha vida me senti mais completa.

 

Eu sentia como se finalmente tivesse encontrado o meu lugar. Eu não era mais a deslocada, a estranha, eu era apenas a Agatha. Eu era apenas uma adolescente de dezessete anos. E eu era feliz.

 

Todos ao meu redor notavam essa diferença, minha mãe logo que chegara em casa dissera, "você me parece muito mais animada agora, o que eu perdi?".

 

Tamara mostrava-se muito mais empolgada com meu novo comportamento, ela fazia planos para que saíssemos, paquerássemos os garotos mais velhos e é claro, que eu assentia, embora em meus pensamentos eu só quisesse estar ao lado de uma pessoa.

 

E nós nos vimos durante toda a semana.

 

Aidan e eu, apenas eu e ele, mais uma vez.

 

Depois d’eu tê-lo abraçado daquela maneira, todo a nossa interação mudara. Às vezes seus olhos perdiam-se nos meus, e nós ficávamos assim por longos segundos, até que a realidade resolvia chamar-nos de volta.

 

Mas mais do que isso, até mesmo quando nos tocávamos era algo completamente diferente. Ainda havia aquela corrente elétrica percorrendo todo o meu corpo, ainda havia aquelas coisas estranhas rodopiando por meu estômago, e minhas pernas fraquejavam ao seu lado.

 

Mas também havia algo diferente, um calor suave dominava todo o meu corpo, como o sol em uma manhã de verão. Meu coração acelerava de forma violenta em meu peito, e eu mal lembrava de respirar ao seu lado.

 

A não ser é claro quando eu queria sentir seu cheiro tão bom novamente. Lembro-me perfeitamente de recostar minha cabeça em seu ombro largo e ele receber-me de braços abertos, sorrindo.

 

Mas não parara por aí, eu me atrevia um pouco mais, eu sabia o que queria e lutaria com unhas e dentes para sentir aquelas sensações novamente.

 

Minha mão, ousada, atravessou seus limites e agarrou na mão forte e quente dele. E mais uma vez eu não fui repelida, pelo contrário, Aidan segurou minha mão de forma gentil, e embora eu não fosse corajosa o bastante para encará-lo e mantivesse meus olhos fixos no horizonte, eu sabia que ele sorria.

 

É óbvio também que eu só atrevia a fazer aquilo quando estávamos sozinhos. Caso contrário isso poderia custar a minha vida. As meninas da escola não andavam nada satisfeitas com a nossa proximidade e eu achava que elas podiam estar até mesmo tramando algo contra mim.

 

Tamara era a única a empolgar-se com aquela situação, a não ser quando ela tocava no assunto de partir-me ao meio com Aidan, só para que ela não perdesse a sua melhor amiga.

 

O mau humor de Peter crescia a cada dia mais e mais, e ele mal falava comigo. Preferi deixar as coisas entre nós como estão, eu não gostaria de iludi-lo, muito menos de ferir seus sentimentos, ele era uma pessoa legal.

 

Mas eu jamais conseguiria pensar em outro garoto como eu penso em Aidan. Porque eu estava apaixonada por ele; sim, eu o sabia. Eu estava perdida, completa e irremediavelmente apaixonada por ele.

 

Meu primeiro amor, eu sorri ao constatar isso. Como isso fora acontecer? E logo comigo.

 

Meu coração que sempre fora tão fechado, trancado a sete chaves e tão imerso na tristeza e na solidão, acabara curando-se com esse novo sentimento poderoso e belo.

 

Ainda que fosse Aidan a encontrar a chave para ele, ainda que fosse ele a conseguir destrancá-lo, o único que conseguira tal proeza eu devo admitir, mas mesmo assim, não há como negar a natureza de toda essa avalanche de sentimentos que eu sinto por ele.

 

Suspirei, eu estava realmente apaixonada.

 

Meus olhos pararam de vagar pelo teto, e me sentei na cama. Uma decisão formava-se em minha mente; eu queria vê-lo mais uma vez e não conseguiria esperar por mais nenhum segundo.

 

Levantei-me com um pulo, descendo as escadas como um míssil. Minha mãe surpreendeu-me assim que eu cheguei à sala.

 

- Vai sair, querida? – perguntou-me ela, uma leve preocupação vincando em sua testa.

 

- Sim, - respondi-lhe – pretendo ver um amigo.

 

- Um amigo é? – disse ela entre pequenos risos.

 

Ignorei o fato de que ela estivesse divertindo-se novamente às minhas custas e avancei para o ponto para que me interessava.

 

- Mãe, ele mora no chalé dos Robert, posso usar o carro? – perguntei, meio temerosa de que ela negasse meu pedido e eu acabasse a pé. Mas ela sorriu de forma convincente e então eu soube que tinha sua permissão.

 

- Só volte antes que escureça, e... – ela pausou, lançando-me um olhar engraçado – eu gostaria de conhecer esse seu “amigo” um dia desses, se você não se importar.

 

Eu gelei da cabeça aos pés por um momento, mas depois decidi simplesmente me concentrar naquilo que faria: visitar Aidan.

 

E pela segunda vez eu fiz aquele trajeto – na outra vez, eu ia até lá para bisbilhotar em suas coisas e descobrir quem realmente ele era, estranho que eu acabasse descobrindo tudo naquele mesmo dia, mas em circunstâncias diferentes – e então, logo eu me deparei com a floresta, silenciosa, porém ainda iluminada e viva. Diferentemente de como ela ficava à noite, vazia, fria, medonha.

 

Estacionei em frente do modesto chalé de madeira. Caminhei através da clareira, e estaquei diante da porta.

 

Bati três vezes, mas não houve resposta.

 

Achei aquilo estranho. Se Aidan não estava em casa, então onde poderia estar?

 

Tentei a porta mais uma vez, mas sem sucesso. Insisti, decidida a não deixar aquele local sem vê-lo, sem tocá-lo mais uma vez.

 

Abri a porta – como sempre ela estava destrancada – e parei na soleira da porta, observando todo o interior do chalé, procurando por sua figura, mas estava vazio, não havia ninguém.

 

- Aidan? – eu o chamei, mas fora inútil, ele não estava lá.

 

Dei meia-volta, cruzando a clareira em passos rápidos e dirigi-me para o interior da floresta. Ele só podia estar lá.

 

Caminhei por entre as árvores imponentes, cruzando meus braços enquanto meus olhos varriam cada centímetro daquele local a procura dele. Devo ter caminhado por um tempo interminável, circulado os pinheiros, os salgueiros, os carvalhos e os cedros, embrenhando-me cada vez mais fundo naquela mata silenciosa.

 

Era surpreendente que os pássaros não cantarolassem a aquela hora, o único som ali era o gemer do vento, balançando as copas das árvores.

 

Apressei meus passos, e o alívio tomou conta de todo o meu ser no mesmo instante em que eu o vi, de costas para mim, os olhos pareciam estar fixos no nada.

 

Ele estava em uma pequena clareira, observando minuciosamente algo que eu não sabia o que era.

 

Aproximei-me dele, meus passos estavam um pouco cautelosos e eu estranhei que ele não tivesse se virado para mim e sim tivesse continuado fitando o nada.

 

- Aidan? – eu o chamei, meus braços ainda estavam cruzados na frente de meu corpo.

 

Muito que deliberadamente ele se virou para mim, e eu o estranhei novamente. Seus olhos estavam semicerrados, o cenho estava franzido e seus lábios estavam comprimidos em uma linha reta.

 

Todos os seus músculos pareciam estar enrijecidos, como se sentissem algo perigoso por perto. E os seus sentidos aguçados pareciam estar farejando algo mortífero.

 

- O que houve? – eu perguntei, meu coração acelerando pelo medo.

 

- Você não devia ter vindo até aqui. – ele murmurou de uma forma um pouco fria, mas eu sabia que ele estava sendo cauteloso novamente, certificando-se de minha segurança.

 

- Por quê?

 

- Não está sentindo? – ele devolveu minha pergunta com outra.

 

- Sentindo o quê?

 

Ele moveu-se, circulando-me, para então se postar a minha frente, protetoramente.

 

- Estão aqui. – murmurou ele, a raiva tinindo em sua voz e ele cerrou seus punhos, pressentindo que o perigo estava ali, por perto, a nossa espreita, rondando-nos.

 

Eu estremeci de imediato e ele percebeu isso, virou-se para mim no mesmo instante, suas mãos segurando em meus ombros e seus olhos abrasadores recaindo sobre mim.

 

- Eu te protegerei, Agatha, eu juro que não permitirei que nada a machuque.

 

Assenti um pouco confusa, meus olhos não se demoviam dos seus e eu sabia que o perigo estava chegando, algo medonho estava vindo na nossa direção e em pouco tempo chocar-se-ia contra nós dois.

 

Instintivamente eu o abracei, meu corpo lançando-se na direção do seu e sendo acolhido e amparado por seus braços fortes.

 

Fechei meus olhos e por um momento esqueci-me completamente de que algo tenebroso nos rondava. Eu estava em seus braços mais uma vez e se tivéssemos de morrer, se eu tivesse de perecer, então que fosse ao seu lado, junto dele.

 

Então eu saberia que não estaria perdendo a única coisa que um dia fez algum sentido em minha vida medíocre e hipócrita.

 

Seus braços apertaram-me contra o seu corpo uma última vez e depois ele me soltou.

 

Aidan escondeu-me atrás de seu corpo novamente, embora seus braços permanecessem como duas colunas rígidas ao meu redor e então meus olhos vasculharam a clareira a procura de algo que pudesse representar alguma ameaça.

 

Mas eu não encontrava nada, não sei se simplesmente não podia vê-lo, ou realmente era muito cedo.

 

O vento ainda irrompia pela clareira, agitando as árvores e os arbustos, movimentando as plantas rasteiras. Vi a forma como elas se contorciam diante do sopro gélido, e não parecia ser algo natural.

 

Os braços de Aidan estreitaram-se ainda mais ao meu redor, e mais uma vez meu coração acelerou em meu peito.

 

Tentei respirar de forma compassada, acalmar todo o meu ser, mas era algo totalmente inútil, eu era tomada pelo pânico.

 

Meus olhos não conseguiam desgrudar da vegetação que ainda se contorcia perante o vento, embora não houvesse mais vento algum e só então foi que realmente percebi.

 

Fitei os longos galhos das árvores acima de mim e o choque atravessou meu rosto.

 

Até mesmo os mais longos e grossos galhos pareciam dobrar-se e curvar-se de uma forma estranha, anormal. Parecia que havia uma mão enorme torcendo-os, sacudindo-os.

 

Assustada, olhei em derredor novamente e se eu achava que meu medo não podia aumentar mais, eu estava enganada, porque assim que eu vi aquela coisa novamente, foi que eu realmente me desesperei.

 

Porque se enrolando como uma serpente nos troncos grossos daquelas árvores, estava aquele cipó novamente, o mesmo que eu vira naquela noite trágica. E mais uma vez ele parecia mover-se por vontade própria, como se tivesse uma vida própria dentro de si.

 

- Aidan... – eu o chamei, ofegante.

 

- Eu devia saber disso, não estamos lidando com qualquer tipo de desertor. Ele possui dons especiais.

 

- Que tipo de dons? – eu perguntei, ainda assustada.

 

- O dom de manipular a energia que flui através dessas vegetações.

 

- Em outras palavras... – eu tentei processar o que ele havia acabado de me dizer, um Mediador que pode manipular esse tipo de energia, a que corre através de plantas.

 

- Em outras palavras, estamos no território dele. – disse-me ele, a fúria flutuando por suas palavras.

 

A vegetação curvou-se ainda mais, remexendo-se de forma violenta, enquanto os galhos nos altos das árvores chicoteavam uns aos outros, produzindo ruídos assustadores.

 

Para onde quer que eu olhasse tudo se agitava, recostei-me mais ao corpo de Aidan, buscando proteção, porém o pior ainda estava por vir e eu mal podia imaginar isso.

 

Três rosnados ecoaram pela clareira, e eu permaneci estarrecida até que as três figuras juntassem-se a nós, saltando do alto dos galhos e pousando no chão de terra coberto pelas folhas secas. Os olhos inteiramente negros e o modo como seus lábios curvavam-se sobre seus dentes não deixava dúvidas.

 

Reconheci-as imediatamente, então Max não fora o único. Porque enfileirados, lado a lado, estavam Roy Lindson, Jimmy Thompson e Bryan Killey.

 

Então o desertor havia feito mais vítimas, e além de transformar Max em um escravo das sombras, ele havia feito o mesmo a aqueles três.

 

Aidan enrijeceu a minha frente e eu permaneci chocada, petrificada pelo medo, enquanto o vento rasgava a clareira mais uma vez, a vegetação balançava ao nosso redor, contorcendo-se daquela forma doentia.

 

Tudo ocorreu de forma muito rápida, e eu mal pude processar. Em um instante Aidan segurava-me junto seu corpo, protegendo-me, no outro ele me empurrava com certa sutileza para o chão, desviando-me da trajetória do ataque daquelas três figuras.

 

Caí em meio às folhas secas, enquanto Aidan recebia todo o impacto daquele choque. O jorro de adrenalina em minhas veias fazia-me ver tudo com lentidão, um zunido irritante toldava meus ouvidos, e tudo o que eu escutava naquele momento era o som de meu coração palpitando em meu peito e minha respiração descompassada.

 

Rastejei-me no chão, buscando desesperadamente por sua figura até encontrá-lo novamente no alto das árvores.

 

Aidan bloqueava os golpes das criaturas, enquanto buscava uma brecha para contra-atacar. Vi quando ele a encontrou, e seu golpe foi certeiro, com um forte soco desferido no rosto de Roy, Aidan conseguiu derrubá-lo no chão.

 

Seu corpo caiu em queda-livre por pelo menos dez metros, produzindo um baque surdo, abafado pela terra fofa.

 

E ele não se moveu mais.

 

Tornei meus olhos para a luta que se desenrolava nos galhos mais altos. Eu não sabia como, mas Aidan tinha equilíbrio e força suficientes para não cair de lá, enquanto movia-se com extrema habilidade, esquivando-se dos golpes.

 

E mais uma vez, Aidan usou de sua experiência como caçador para golpear um deles, derrubando-o do galho mais alto.

 

Porém, ao contrário de Roy, Jimmy não desabou no chão, segurou-se no tronco da árvore e com agilidade escalou-a novamente, um rosnado eclodindo de sua garganta.

 

Aidan ainda conseguia bloquear os golpes dos outros dois, mas sua atenção fora demovida da luta quando Roy, que estava paralisado no chão, demonstrou ainda ter forças suficientes para investir mais uma vez.

 

Mas seu alvo não era Aidan, era eu. Completamente indefesa no chão.

 

Os olhos negros de Roy tornaram para mim, encarando-me com fúria. E ele não hesitou ao lançar-se na minha direção, como um míssil.

 

Tentei levantar-me do chão, sair dali, mas não conseguia mover-me, e mesmo que eu conseguisse de nada adiantaria. O ataque de uma criatura daquelas certamente era certeiro, eu mal conseguira escapar de Max quando ele atacou-me.

 

Mas antes que Roy pudesse sequer chegar perto de minha figura petrificada pelo medo, Aidan aparecera, com uma chave ele o imobilizou pelo pescoço, derrubando-o com violência no chão.

 

E ele não hesitou também ao girar o pescoço de Roy para o lado, onde um estalo ouviu-se e então eu soube que Roy já não levantaria mais, não tinha mais condições para isso.

 

Aidan preparou-se para se virar, seus olhos buscando os outros dois imponentes, enquanto eu ainda assistia a toda aquela cena, completamente petrificada.

 

Mas não houve tempo para nada, pois mesmo antes que Aidan pudesse dar-se conta do que havia acontecido e eu também, Jimmy e Bryan, agindo em equipe, surgiram como fantasmas, agarraram os braços de Aidan e flexionando os joelhos, saltaram para as árvores novamente, levando Aidan consigo como seu refém.

 

Engatinhei em meio às folhas secas, tentando acompanhar o trajeto que eles faziam e me desesperei assim que vi eles arremessarem o corpo de Aidan violentamente contra o tronco da árvore.

 

Ele urrou de dor e lágrimas brotaram em meus olhos quando eu percebi o que havia atingido o seu corpo. Um grosso galho, ou o que restara dele, havia perfurado seu abdome, deixando-o atordoado pela dor.

 

- Não! – eu gritei, desesperada pela possibilidade de perdê-lo.

 

Só então consegui forças suficientes para me levantar do chão. Fitei as três figuras nos galhos, Jimmy e Bryan ainda rosnavam, enquanto Aidan tentava encontrar forças para superar a dor e continuar a luta.

 

E então ele reagiu.

 

Mesmo ofegando, seus lábios proferiram duas palavras que eu pude ouvir muito bem e algo extraordinário aconteceu.

 

- Porviatres Malevorus!

 

Uma imensa onda de energia surgiu na clareira, partindo de onde Aidan encontrava-se e expandindo-se por toda a região. Era tão poderosa que arremessou Jimmy e Bryan para longe. Onde seus corpos chocaram-se violentamente contra as outras árvores.

 

E eu fui ao chão novamente, empurrada por essa estranha energia que se manifestara.

 

Olhei para ambos os corpos, mas eles haviam sumido. Não havia mais nada ali;

 

Mas não me detive nisso, tudo o que importava para mim agora era Aidan. Ele estava gravemente ferido e precisava da minha ajuda.

 

Fitei sua figura vacilante no alto das árvores, ele apalpava o ferimento, e só então meus olhos perceberam a enorme mancha vermelha na lateral de sua camisa; ele sangrava e muito.

 

Mesmo assim, ele encontrou forças para saltar sutilmente dos galhos e pousar trêmulo no chão.

 

Levantei-me do chão mais uma vez, lançando-me em sua direção. Eu ainda tentava refrear as lágrimas que eu queria derramar. Eu devia ser forte agora, não apenas por mim, mas por ele também.

 

Corri até sua figura cambaleante e imediatamente tratei de apoiá-lo, oferecendo ajuda para que ele se locomovesse.

 

- Aidan! – chamei seu nome, temerosa de que ele não conseguisse responder-me.

 

Ele tombou para a frente, mas minhas mãos conseguiram ao menos evitar que seu corpo desabasse completamente no chão.

 

Ele ajoelhou-se perante mim, uma de suas mãos ainda tentava estancar o sangramento em seu abdome.

 

Ele ofegava, estava claramente muito enfraquecido. Mas mesmo assim ele conseguiu falar comigo, embora até sua voz parecesse fraca.

 

- Agatha, depressa... destrua o corpo dele. Pegue... o isqueiro no meu bolso e use-o.

 

Assenti, minha mão flutuou até o bolso de seu jeans, onde eu apanhei o pequeno objeto. Levantei-me do chão, dirigindo-me até a figura inerte naquela clareira.

 

Acendi-o e em seguida lancei sobre o corpo de Roy, que imediatamente começou a ser lambido com gosto pelas chamas escaldantes.

 

Dei meia-volta, retornando até Aidan, ele ainda continuava ajoelhado no chão, tentando a todo custo não desabar de uma vez.

 

Apoiei-o com minhas mãos novamente, seus olhos estavam semicerrados, e eu sabia que ele não conseguiria permanecer consciente por muito tempo.

 

Sem mais hesitação, peguei em seu braço, passando-o por meu pescoço, agarrei em sua cintura com a outra e com muito esforço consegui levantá-lo.

 

- Eu vou te tirar daqui. – murmurei para ele, não parecia haver qualquer sinal de que os outros dois voltariam por hora, então decidi levá-lo de volta ao chalé, onde eu poderia tomar as providências necessárias para tratá-lo.

 

O caminho seria estreito, mas eu estava disposta a ir até o fim do mundo se fosse necessário para salvá-lo, e eu ia até o inferno se fosse preciso para ficar ao seu lado.

 

Nada conseguiria me afastar dele, nem mesmo a morte poderia, disso eu estava convicta e apenas disso eu tinha absoluta certeza.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

ahhhhhh Aidan se feriu!!!! OMG, NO!!

quem quer ser voluntária para fazer um curativo??
0/ EUUUUUUU!!! kkkkkkkkkkkk'

mas é sério, doeu no meu coraçãozinho ferir ele...
perdoe-me Aidan???

ahhhhh mas o melhor ficou pro próximo capítulo!!!
Nhaaaaaaaaaaaa e a Agatha já sabe q tá caindo de amores por ele... ooooo inveja!!

mas enfim, se Deus quiser e o meu técnico me permitir, eu posto no fim de semana o capítulo que...*opaaa!! cortando spoiler*

Até a próxima!!!

Beijoss