Loneliness escrita por Jibrille_chan


Capítulo 1
Loneliness


Notas iniciais do capítulo

Encomenda da Teh. Mas dedicado a ela e principalmente a Hana, minha filha linda fofa que eu amo muito.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/8601/chapter/1

Uruha: "Eu também lembro de ter muito medo quando eu ficava sozinho. A solidão sempre é uma das maiores dificuldades na vida, e vem com o medo associado a ela."

 

X X X

 

Assim que entrei no apartamento e bati a porta, liguei o som alto e me joguei no sofá, exausto. Tinha sido uma semana muito agitada, cheia de shows, fotos e por último, uma entrevista. As obrigações de integrante de banda que conseguiu atingir o sucesso.

 

Mas mesmo assim, faltava algo. Na verdade, faltava alguém. E eu sabia muito bem quem. Me virei no sofá, já me praguejando por ter deixado minha linha de raciocínio ter chegado tão depressa no que eu mais queria fugir.

 

Não que, fugir de alguém que eu via mais vezes do que os meus familiares fosse simples. Então eu só... fingia. Escondia qualquer coisa que pudesse sentir por trás de sarcasmos e brincadeiras. E isso acabava com as minhas energias. Me policiar o tempo todo em que ele estava presente, medindo as palavras, os gestos.

 

Suspirei. Deveria parar de pensar em Aoi. Por mais difícil que isso fosse. Droga, Takashima! Pára de ficar pensando naquele sorriso lindo, no carisma dele... Inferno. Me virei novamente no sofá, irritado comigo. E sabia que, mais alguns minutos e eu começaria a chorar de verdade.

 

Praguejei o infeliz que tocou a minha campainha, levando algum tempo pra me levantar, abaixar o som e ir até a porta. Devia ser algum vizinho mais chato mandando eu abaixar o volume. Mas será que uma pessoa não podia nem expressar sua frustração?

 

- Credo, Uruha! Parece que vai matar um!

 

Parei, momentaneamente sem reação ver Aoi ali, parado do lado de fora do meu apartamento, um sorriso maroto nos lábios bonitos. Levei alguns segundos até recobrar a consciência.

 

- Aconteceu alguma coisa?

 

- Hein?

 

- Não, é que... Eu acabei de te ver a quinze minutos.

 

- Ah, não... eu só queria conversar com você. Posso?

 

- Claro! Ah... entra.

 

Dei espaço para o outro entrar, o cenho franzido. Aoi foi até o sofá, se jogando no mesmo. Estava com a mesma roupa da entrevista, o que era estranho. Será que ele nem tinha ido pra casa? Fechei a porta, indo até o aparelho de som e abaixando mais um pouco. Eu já estava ficando nervoso.

 

- Ne, Kouyou... Porque deu aquela resposta na entrevista?

 

Me virei, olhando-o curioso. Esperava qualquer coisa, menos aquilo. Fui até o sofá, me sentando ao lado dele, vendo sua expressão de pura calma.

 

- Que resposta?

 

Ele sorriu, tão doce quanto poderia ser.

 

- Me diz, Kouyou... Você tem mesmo medo da solidão?

 

- Ah, isso. Você não especificou, não tinha como eu saber...

 

- Responde.

 

Seu tom de voz não era autoritário ou áspero. Era simplesmente um pedido. E eu praguejava aquela doçura que fazia com que eu me apaixonasse cada vez mais, que eu me perdesse cada vez mais. E sofresse também. Suspirei, derrotado.

 

- Eu tenho, Yuu.

 

- Sério? Não parece.

 

- Por que não parece?

 

- Sei lá... eu sempre olhei pra você e vi uma pessoa forte. Alguém que conseguiria passar por cima de tudo o que você não gostasse.

 

- Yuu, você ta me assustando! Aconteceu alguma coisa?

 

- Sabe aqueles dias em que você acorda e, nem sabe porquê, mas começa a rever a sua vida?

 

- Essa é novidade. Shiroyama Yuu revendo a vida?

 

- Só um surto.

 

Ele riu, negando com a cabeça e eu o acompanhei. Não entendia muito bem o motivo daquilo, e muito menos do porquê ele ter me procurado. Digo... tudo foi sempre tão levado na brincadeira. Eu reafirmava isso pra mim todos os dias para não criar falsas esperanças.

 

- Então... por que vir aqui?

 

- Ah, eu fiquei pensando.... e pensando...

 

Antes que eu sequer pudesse raciocinar, senti suas mãos na minha cintura, me puxando, me colocando em cima do colo dele. Arregalei os olhos, assustado. Mas incapaz de sair dali.

 

- O-oe? Yuu?

 

- Ne, Kou... Eu não quero que você se sinta sozinho.

 

Ficamos nos encarando por um tempo, eu tendo plena noção de que meu rosto estava um tanto vermelho. Seus olhos tinham um brilho tão sincero, que sem perceber eu estava sorrindo pra ele.

 

- Eu agradeço, Yuu, mas não vejo necessidade de eu ficar...

 

- Você não me entendeu, Kou.

 

Voltei a olhá-lo, interrogando-o com o olhar o que ele queria com aquilo.

 

- Quando eu digo que não quero que você se sinta sozinho, eu quero dizer que eu quero ficar do seu lado. Todo o momento. Que eu quero te consolar quando você se sentir triste. Fazer alguma piada idiota pra você sorrir mesmo num momento difícil. Te abraçar quando você sentir frio. Te corrigir quando você errar. Cuidar quando você ficar doente. Dar sermão quando você fizer besteira... entende?

 

Acenei afirmativamente com a cabeça, baixando os olhos, sentindo lágrimas se formarem. As mãos de Aoi saíram da minha cintura, me puxando contra si e me abraçando forte. Fechei os olhos, sentindo lágrimas caírem. Após alguns segundos, eu me separei levemente dele, enxugando as lágrimas que caíam.

 

- O-obrigado, Yuu...

 

- Não precisa me agradecer. Olha pra mim... Você deixa eu ficar com você?

 

- O tempo que você quiser, Yuu.

 

Ele sorriu, voltando a me abraçar. E eu apenas me deixei levar pelo calor de seus braços, sentindo uma sonolência me invadir, enquanto Aoi me embalava, as mãos nos meus cabelos. Eu não sabia ao certo o que estava acontecendo. Mas tudo ia terminar bem.

 

 

 

 

~Fim~

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hana... te amo.