Another Case escrita por LittleFish


Capítulo 1
O Início.


Notas iniciais do capítulo

Este é o primeiro capítulo...
Espero, sinceramente, que gostem.
Enfim, é apenas o começo, a história irá se aprofundar nos demais capítulos.



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L está sentado sozinho em sua central de operações, com exceção de pilhas e pilhas de doces ao seu redor. Ao terminar de comer uma empadinha, deu um suspiro entediado.
O caso Watergate, aquele que o levara pela primeira vez para o Japão, estava concluído. Então por que ele ainda estava ali? Podia ser só intuição, mas o detetive tinha uma sensação  de que algo mais estaria por vir.

 

- Watari – Chamou.

 

- Sim? – Logo o senhor atendeu.

 

- Assim que eu terminar de comer estes doces, vamos voltar para os Estados Unidos.

 

O velho se surpreendeu.

 

- Mas já? Será se você não ouviu sobre um possível assassinato na TV? – Perguntou.

 

- Assassinato ? – Parecia que sua intuição estava correta.

 

- Sim. Embora a polícia japonesa tenha dado o caso por encerrado, dizendo que houve um suicídio. Mas desconfio que não seja bem isso. Um senador foi encontrado morto em  sua própria casa – O homem informou.

 

- Mas isso parece ser um caso muito simples de se resolver, Watari – L disse perdendo o ânimo.

 

- A questão não é essa. O que intriga mesmo, é que a segurança da casa era praticamente impenetrável. E ele foi encontrado morto dentro de um cofre, com dois tiros. Havia uma a arma dentro. Nada foi roubado.

 

- Quem morava na casa?

 

- Só um velho mordomo e o cachorro – Watari respondeu.

 

L então se pôs a pensar um pouco. O caso era curioso, mas não chegava a ser nada surpreendente. Ainda assim, havia algo que o intrigava.

 

- Que horas são ? – Perguntou.

 

- Exatamente 9:30.

 

- Mande buscar um carro – O detetive falou levantando-se.

 

- Vai investigar pessoalmente? – Watari exclamou surpreso.

 

- Quase isso... – Então desapareceu na direção do banheiro.

O velho, ainda espantado, telefonou para sua garagem particular no Japão e pediu um carro. Mal completou a ligação quando viu um elegante, porém displicente, jovem sair do banheiro. Levou o maior susto de sua vida ao perceber que era L.

 

- M-Mas...

 

- Faz um bom tempo que não uso esse tipo de investigação. Não me agrada muito e por isso pretendo que seja a última.

 

Uma blusa branca, acompanhada com uma jaqueta e calça preta, cabelo penteado. Estava tudo perfeito, com exceção dos tênis que eram velhos, surrados e não estavam amarrados.

 

- Agora em diante, serei Moriyama Daisuke – Disse.

 

- De onde veio esse nome ? – Watari perguntou, pensando na incrível criatividade que L possuía.

 

- É um mangaká quase desconhecido – Falou dando uma dentada em um cup cake.

 

O celular do homem tocou. Atendeu, disse poucas palavras e desligou.

 

- O carro chegou.

 

- Ótimo. Você poderia dirigir? Não confio em mais ninguém para fazê-lo.

 

O homem sorriu.

 

- Como queira.

 

- Só tente não ser multado. Paguei 1,000 dólares pela sua última barbeiragem – L o advertiu.

 

- Tomarei cuidado – Prometeu.

 

Ambos, em poucos minutos, estavam indo em direção a casa da vítima. O detetive se surpreendeu que, ao chegar, o local não estivesse tomado por repórteres ou curiosos.

 

“Devem realmente acreditar que foi um suicídio. Afinal, foi Watari que cogitou um possível assassinato” – Pensou.

 

Ele desceu do carro, pedindo que o velho senhor o esperasse, e foi em direção da casa. Mas não era algo que se possa chamar de “uma simples casa”. Estava mais para uma mansão, projetada com design japonês. Assim que o jovem detetive tocou a campainha, um mordomo, que mais parecia o Imothep do filme “O retorno da múmia” veio atender.

 

- O que deseja?

 

- Sou um ex-agente da polícia japonesa, Moriyama Daisuke. Suspeito que seu patrão tenha sido assassinado.

 

O velho arregalou os olhos.

 

- Finalmente... Entre, não vamos falar disso aqui fora – Disse abrindo os portões da mansão.

 

O homem guiou L até o interior da grande construção, que era tão surpreendente e magnífico quanto seu exterior. A decoração era um luxo, as peças de arte tornavam o ambiente abafado e rico.

 

“Certamente que um salário de Senador não paga tudo isso” – Ele concluiu ao passar os olhos pelo hall de entrada.

 

O mordomo parou e encarou o detetive.

 

- Como suspeitou que fosse um assassinato?

 

- Se ele queria se suicidar, o último lugar que o faria seria em um cofre. Afinal, suicidas gostam de fazer tudo de maneira aberta e sensacionalista. Não é a toa que demoraram para achar seu corpo. Estou certo ?

 

- S-Sim... Mas, o que um ex-agente quer com o caso do meu senhor Namikawa Shinto?

 

- Se eu o resolver, posso ter uma chance de voltar para a polícia – Mentiu da maneira mais convincente.

 

- Claro, faz sentido. Por aqui, vou lhe mostrar o cofre – O homem fez sinal para que L o seguisse.

 

O lugar era tão grande, que era preciso uma verdadeira viajem para chegar aos outros cômodos. Enfim, o mordomo parou e apontou para uma parede. Colocou a mão sobre ela, e esta se desmanchou com uma grande facilidade, mostrando um cofre reluzente.

 

- E eu pensei que conhecia a tecnologia... – Ele observou.

 

O homem digitou algo num teclado que apareceu, e enfim a porta se abriu. Pilhas e pilhas de dinheiro e jóias estavam estocadas ali. Uma macha de sangue indicava onde o corpo estivera.

 

- Seria muito clichê se a culpa fosse do mordomo – L falou, enquanto examinava o local.

 

- M-Mas senhor, eu nunca mataria meu patrão! Sou totalmente fiel a ele – Então tosse.

 

- Sei que não é você. Do que adianta matar este homem, se você próprio está prestes a morrer?

 

O velho se surpreendeu.

 

- Descobriu só pela minha tosse?

- É algo característico de uma doença genética e rara, essa tosse seca e demorada – Ele respondeu.

“Acho que seria muito indelicado dizer que ele era tão velho ao ponto de cair morto a qualquer minuto.”

 

Depois de olhar atentamente para cada parte do cofre, inclinou a cabeça de lado. Em seguida, retirou um pirulito de sua jaqueta e o pôs na boca.

 

- Esta é a arma do crime ? – Apontou para uma pistola comum que estava no chão.

 

- Sim. Mas não é permitida a posse de armas por civis no Japão. Não é do meu patrão – O empregado afirmou.

 

- Provavelmente está limpa. Sem impressões. Afinal, se a arma está aqui, quer dizer que não posso obter informações a partir dela. Ele tinha parentes? – L perguntou.

 

- Só tinha uma filha, meu jovem senhor. A esposa morreu de ataque cardíaco há um ano – Ele contou.

 

- E essa filha é maior de idade?

 

- É sim. Têm 22 anos, se chama Namikawa Mori. É uma boa pessoa, mas infelizmente ficou cega aos 15 anos – Baixou a cabeça então.

 

- Cega? Realmente é algo triste. E Shinto-san tinha algum contato?

 

- Não senhor. Só freqüentava um clube de leitura chamado Hoshigari, mas como era um homem reservado e excêntrico, creio que não falasse com ninguém.

 

- Sim... Onde fica ?

 

- Umas três quadras depois desta casa. Não tem erro. Mas é uma grande burocracia para entrar lá.

 

“Veremos...” – E encaminhou-se para sair.

 

- Espere! Não vai me contar nada sobre o que descobriu? – O mordomo pediu suplicante.

 

L revirou os olhos.

 

- Não. Espere três ou quatro dias, e olhe o noticiário. Poderá ver o culpado. Obrigado por abrir as portas da mansão.

 

Então se retirou, andando daquele jeito tão singular. Bateu no vidro do carro e Watari abriu a porta.

 

- Dirija-se para o Clube Hoshigari. Três quarteirões de distância.

 

- É para já. E então, o que descobriu? – Watari perguntou curioso.

 

- Primeiro. Não foi um suicídio. Namikawa Shinto, um homem cheio de posses, que com certeza é um político corrupto, pois é impossível obter tanta riqueza com um salário de Senador, não tiraria a própria vida. Ele certamente estava guardando todo aquele dinheiro para fugir com um nome falso para o exterior. Isso é óbvio. Mas o posicionamento das manchas de sangue não indica um suicídio. Se você fosse se matar, provavelmente daria só um simples tiro na cabeça. Mas as manchas indicam um no peito e o outro no estômago.

 

- Incrível! – O velho exclamou.

 

- E provavelmente os disparos foram de perto, pois o cofre mal tem espaço para duas pessoas – Então joga o palito do pirulito fora e pega um cup cake dentro do carro – E eu poderia concluir que seria um crime pela fortuna, mas não desapareceu um centavo do cofre. Realmente foi bom ter pego esse caso.

 

- Chegamos – Watari indica a frente do Clube.

 

- Pois bem... Vamos adicionar uns suspeitos na minha lista.

 

L disse isso e saiu do carro, indo em direção a entrada do Hoshigari, para enfim, dar continuidade a sua investigação.

 

----- CONTINUA -----


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Mereço reviews?
Digam o que acharam. Se não gostarem eu excluo.
Kissus'