-Senta aí, Anne! –minha chefe disse já se sentando no sofá da sala.

Eu a obedeci e me sentei ao lado dela. O Tom se acomodou na cadeira que eu estava sentada antes da nossa briga.

-Meus queridos... –o homem com a prancheta na mão começou e o Tom o interrompeu.

-Corta essa,David! –ele disse abanando a mão.

-Quieto Kaulitz! –o tal homem ameaçou jogar o que segurava no Tom. –Continuando, depois daquela entrevista bem sucedida, eu e a Mandy -ele apontou para a minha chefe que sorriu como uma criança que acabara de ganhar um doce. –Decidimos que vocês dois juntos tem futuro! –ele me olhou sorrindo.

-Não mesmo! –disse me levantando. –Não vou fingir nada com ele! –apontei para o Tom que estava rindo da situação. Eu não conseguia ver o que era tão engraçado assim.

-Meu bem, - a Mandy se levantou e me encarou. –Ou você finge ou você vai sofrer graves conseqüências! O que você prefere? –o sorriso nos lábios dela era de deboche.

-Mas e o Edu? Eu tenho um namorado sabiam?

-Não terá mais! Seu namorado é ele! –David apontou para o garoto de tranças.

-Não vai rolar! Eu não posso fingir nada disso! –me sentei de novo. –As pessoas não vão acreditar e...

-Nossa revista vai ajudar e muito nesse romance! –minha chefe interrompeu. –Tem milhares de paparazzis ali fora, então quando vocês saírem, - ela se virou para o Tom. –Dê um beijo na Anne!

Eu tive vontade de vomitar ao ouvir essas palavras. Com certeza o Tom não ia se negar a me beijar na frente de todos.

-E só para constar, Anne você não trabalha mais aqui! Você vai ser mais útil sendo a capa das revistas do que as fazendo! –aquela mulher desprezível me olhou e saiu da sala acompanhada do David.

Tom se levantou e se aproximou de mim.

-É melhor treinarmos o beijo, porque se não, você pode errar! –ele me olhou.

-Vai embora Tom! Você não presta mesmo! –o empurrei e sai de perto dele.

Aproximei-me da janela e vi uma aglomeração na frente do prédio. Algumas meninas gritavam o nome do Tom.

Quando me virei para olhá-lo, nossos lábios quase se cruzaram. Ele estava a poucos centímetros de mim.

-O que você vai ganhar as fazendo terem inveja de mim? Elas vão me matar se pensarem que eu e você temos algo!

-Mas nós teremos! E elas vão comprar as revistas para saber como está nosso relacionamento! São bobas demais para acreditar que estamos só fingindo!

-Não vejo graça nisso! Elas amam você! Elas te idolatram e você fica aí, pensando em meio de ganhar dinheiro com isso!

-Esse é o jeito Tom Kaulitz de ser, querida! –ele segurou o meu queixo e selou nossos lábios de novo.

Uma coisa eu não podia negar, os lábios do Tom eram muito macios! Pareciam veludo.

Eu o afastei de mim antes que ele tentasse algo que depois eu me arrependeria.

-Vamos logo Tom! Ainda temos que ir para o hotel antes do show de hoje à noite! –David entrou na sala disse,nos apressando.

Peguei minha bolsa e sai daquela sala pela ultima vez. Trabalhar aqui no começo era um sonho, mas agora está mais para um pesadelo.

Quando saímos do prédio, uma multidão de fãs loucas começou a gritar e a tentar puxar a camiseta do Tom. Se não fossem os seguranças envolta de nós, teríamos perdido um pedaço ali mesmo!

Assim que a multidão foi meio que controlada, Tom colocou os braços na minha cintura e me deu um beijo.

Ouvi os gritos ficarem mais altos. Abri os olhos e me afastei dele. Algumas meninas estavam chorando e outras me olhavam com ódio. Eu não deveria estar aqui!

Tom sorriu e fez sinal para eu entrar no carro. Eu não queria ficar ali nem mais um segundo. Se olhar arrancasse pedaço, eu não existiria mais.

Sentei do outro lado, bem longe do Tom. Pela janela, eu ainda conseguia ver os inúmeros sonhos que essa porcaria de fingimento tinha acabado de destruir.

-Não fique assim, ela vão se acostumar! –ele parecia ter lido meus pensamentos. –Você vai ver que não é tão ruim assim como você pensa! –ele sorriu para mim. –É pior!