Inoue Orihime

Estava no meu quarto. Não o quarto da minha casa e sim o quarto que me foi concedido no Hueco Mundo. Vestia o vestido branco, o mesmo que o Ulquiorra elogiou dizendo que ficava bem em mim. A lua refletia mais forte do que em outros tempos. Toquei na grade da janela e consegui sentir o frio do metal, parecia ser tão real, quase como se eu tivesse voltado no tempo. Ouvi batidas na porta e meu coração já dando sinais de nostalgia parou:

– Mulher, estou entrando. Ouvi a voz de Ulquiorra no lado de fora. Uma voz grave, rouca e completamente sem emoção, mas que mesmo assim consegue me trazer grande alegria.

Então vi sua imagem se formando aos poucos, ele estava como sempre, do mesmo jeito que eu lembrava. Porém em seus olhos havia um pouco de angústia, ou seria incerteza? Não sei dizer bem, nunca consegui decifrar as emoções do quarto espada. Mas acalmava meu coração saber que pelo menos em meus sonhos ele estava bem.

– Por que está me olhando com essa cara de idiota? – Nem sequer me abalei, sei muito bem do temperamento do Ulquiorra, e lancei o melhor dos meus sorrisos em sua direção. – Nunca vou entender você, eu te chamo de idiota e você ri. Deve ser uma característica normal para os humanos acho.

– Só estou feliz em te ver bem! – Estava sendo sincera.

– Preste atenção mulher! Tenho algo importante para te falar. – Ulquiorra foi dizendo e chegando perto de mim, levou sua mão direita ao bolso e tirou uma pulseira prateada. Pegou em minha mão e senti seu toque gélido. Minhas bochechas ficaram vermelhas na hora. Quando ele estava prestes a colocar a pulseira em meu pulso, senti como se algo estivesse me puxando e havia um barulho ensurdecedor.

Acordei assustada e toda suada. Desliguei o maldito despertador, agora sei de onde veio o barulho irritante. Mas estou surpresa, ainda consigo sentir o toque do Ulquiorra em minhas mãos. Me sinto frustrada, mas tenho que esquecer isso, afinal uma manhã de aula me espera.