O Humano escrita por AelitaLear


Capítulo 40
Capítulo 40- Condenada


Notas iniciais do capítulo

Oiie Gente^^
Primeiro queria agradecer por todos os leitores, os reviews e as recomendações^^
Agora eu queria pedir uma coisa... >.
Minha amiga escreve uma fic que eu amei, ela já acabou, tem continuação e eu sou viciada...
Queria que vcs lessem tbm... Se chama coração imortal
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/82139/Coracao_Imortal
Kissus



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Arrumamos as ultimas coisas, estávamos preparados para mais uma incursão. O assunto Kyle não saia de nossas mentes, muito menos de nossas palavras.

- Eu devia tê-lo matado anos atrás. – Reclamei enquanto Peg me olhava com reprovação. - Não, nossa mãe devia tê-lo afogado ao nascer.

- Ele é seu irmão. – Peg falou.

- Eu não sei por que você continua dizendo isso. Você está tentando me fazer sentir pior?

Jared rangia os dentes escutando nossa conversa. Era até engraçado, mas dava para ver que ele estava irado. Todos aqui sabiam que a volta do Kyle faria da caverna um inferno.

E o aperto no coração continuava.

Estávamos indo a Phoenix, lá tinha um aero porto de espaço naves, e era nesse lugar que iríamos deixar a Buscadora. Lá também tinha muitos hospitais, iríamos pegar Curandeiros para tirar as almas de dentro deles, pelo menos eles poderiam nos ajudar depois.

Peg dirigia a van enquanto eu ficava cuidando do criotanque. Quando chegamos no campo de espaço naves, Peg estacionou num canto escuro para que pudesse retira-lo sem levantar suspeitas.

As naves eram enormes, bem diferentes dos filmes de abduções. Elas eram brancas e brilhantes, não decolavam muito, apenas as pequenas. Peg nós explicava o que fazer, mas eu não entendi o por que, ela iria fazer isso de novo não ia?

- Todo está etiquetado. – Peg falou. - Ow, isso é importante. Evite naves para os Morcegos e especialmente para as Algas. As Algas estão somente a um sistema de distância, só leva uma década para ir e voltar. Muito pouco. As Flores é o mais distante, e os Golfinhos, Ursos e Aranhas, todos levam pelo menos um século só para ir. Mandem as naves para esses locais. – Ela citava os nomes e eu quase me confundia. - Isso vai ser fácil. Eles têm todo tipo de veículos de entrega por aqui e nós não chamamos atenção. Hey, eu estou vendo um caminhão de tanques... igual aquele do hospital, Jared. Tem um homem ali... ele está colocando-os em um carrinho. Ele está descarregando-os... – Parou um pouco dando uma olhada melhor. - Isso! Bem naquela nave. Bem ali naquele espaço aberto. Eu vou circular e agir quando ele estiver na nave.

Continuamos observando. Peg estava pensando numa melhor estratégia, eu não pensava em nada, apenas numa forma de tirá-la de lá se algo de mau acontecesse.

- É agora. – Murmurou quando percebeu que o único homem que guardava a nave tinha ido embora.

Ela desligou o motor e desceu, tentando parecer tranqüila. Deu a volta e pegou o criotanque que estava perto de meus braços, ela o ergueu com cuidado e fechou a porta.

Por um momento eu perdi ela de vista, quase me desesperei, estava pronto para saltar do carro e salvá-la, seja lá do que. Jared percebeu que eu estava inquieto e me olhou com reprovação.

Voltei a enxergá-la, levando delicadamente o criotanque para perto de seu destino. Eu acompanhava cada passo seu, e cada movimento que as outras almas faziam. Se eu pensasse que algo poderia machucá-la, não deixaria ela ficar mais ali.

Quando ela chegou lá, o colocou numa coluna, onde tinham vários. Realmente não teria como saber que mais um foi acrescentado.

Ela voltou para a van bem lentamente. Não sabia se isso era bom ou mal, se ela corresse, podia levantar desconfiança, mas sua demora me preocupava.

Estava silencioso na van quando dei a ré e saí de baixo da grande nave. Olhei para onde ela estava, meu coração batendo muito forte. Ela entrou no carro e estava preparava para ir embora. Voltei para o banco do passageiro, Jared continuou onde estava.

- Não pareceu tão difícil. – Falei.

- O timing foi perfeito. Vocês podem ter que esperar mais da próxima vez.

Peguei sua mão delicada, fazendo meu coração se alvoroçar.

- Você é um bom amuleto de sorte.

Ela não respondeu.

- Você se sente melhor agora que ela está segura?

- Sim.

Ela estava mentindo, pelo seu tom de voz, pude perceber isso claramente. Eu me virei para ver sua expressão, mas ela não encontrou meu olhar. Estava preocupada com alguma coisa.

- Vamos pegar uns Curandeiros. – Murmurou mudando de assunto.

O que tinha Peg? Ela andava muito estranha esses dias, ela estava escondendo algo de mim... era sobre essa história de transferir almas? Será que ela estava se sentindo traidora? Ela não merecia isso, ela não era isso.

Agora que íamos pegar os Curandeiros, Peg tinha formado um plano, antigo, mas para as almas era mais do que perfeito. Eles não desconfiavam dela.

Ela iria atrair um Curandeiro ou dois para fora, alegando que um amigo estava ferido na van. Quando eles viessem, eu e Jared os pegaríamos com clorofórmios.

Tivemos sorte com isso, ela nem precisou entrar no hospital, tinha alguns Curandeiros do lado de fora, entrando em seu carro. Olhamos em volta e percebemos que era o momento perfeito, eu assenti para que Peg parasse.

Ela estacionou bem atrás deles, eles no olharam meio surpresos com a abordagem. Ela abriu a porta e saiu, parecendo estar preocupada com seu amigo machucado. Peg não era uma boa mentirosa, mas conseguiu que eles achassem que realmente tínhamos um ferido.

- Meu amigo está ali trás, eu não sei o que está errado com ele.

Enquanto eles vinham para a parte de trás, eu e Jared nos preparávamos para agir. Olhei em seus olhos e assenti com a cabeça, estava na hora de agir.

Jared jogou um pano úmido de clorofórmio para mim. Saímos do carro e fomos circulando, Jared de um lado e eu do outro.

Encontrei a mulher no mesmo instante que Jared surpreendia o homem. Coloquei o pano no seu rosto por alguns segundos, logo ela estava desmaiada nos meus braços.

Toda a nossa ação levou alguns segundos, ninguém nos viu, claro, mas nem tinha como ver em tão pouco tempo.

Peg não quis assistir, enquanto Jared colocava os corpos na traseira, eu fechava a porta. Ela ficou distante, fitando o vazio. Imaginei o quão ruim deveria ser para ela.

Olhei para Peg e vi que seus olhos estavam inchados de choro, aquilo me comoveu profundamente, fui para perto dela e segurei sua mão.

- Desculpe Peg. Eu sei que isso deve ser difícil para você.

- É. – Ela concordou chateada.

- Mas foi tudo bem pelo menos. Você é um excelente amuleto. – Pressionei mais forte suas mãos.

Ela continuou chorando, e eu assumi o controle da van. Não podia deixá-la dirigir nesse estado. Ela já sofria demais por tudo...

Depois de um tempo vimos um fast food, ela pareceu se interessar.

- Ian, você poderia me fazer um favor?

- Qualquer coisa que você quiser. – Sorri.

- Eu queria um lanche.

- Sem problema. – Eu ri.

Nós trocamos de lugar no estacionamento para que ela pedisse no drive thrur ao invés de mim. Era surpreendente ver ela pedindo algo.

- O que você quer? – Ela me perguntou.

- Nada. Eu vou só me divertir vendo você fazer algo para você mesma. Essa deve ser a primeira vez. – Eu ri.

Ela não riu, mas era verdade. Era a primeira vez que ela se importava com ela mesma ao invés dos outros.

- Jared, e você? – Perguntou.

- O que você pedir.

Ela pediu três chessburguers, três batatas e três Milk shakes. Pela quantidade certamente um desses kits eram meus. Depois que ela pegou a comida, trocamos de lugar para que ela ficasse mais a vontade para comer.

Não sei exatamente o por que, mas ela começou a fazer uma atitude nojenta. Pegou as pequenas batatas fritas e molhou no Milk shake de morango, formando uma verdadeira lambança.

- Eca. – Reclamei.

- Você devia tentar. É bom. – Ela me ofereceu uma batata bem melada.

Eu dei de ombros e peguei, tudo o que a Peg gostava eu também tinha que gostar... Bem, exceto Jared. Eu mastiguei, não tinha gosto bom, mas também não tinha gosto ruim. Na verdade sentíamos bem mais o gosto do sorvete do que a da batata.

- Interessante. – Afirmei.

- Melanie acha que é nojento também. – Ela riu.

Ela comeu bem pouquinho e depois largou, eu peguei a sua metade do lanche e acabei com tudo. Pelo menos sentia um pouquinho do gostinho de sua saliva, como o nosso beijo.

Nós chegamos em casa sem problemas, não tinha nenhum Buscador nos procurando, ainda bem. Dirigimos para a caverna, tinha uma grande recepção nos esperando, todos os nossos amigos.

Fomos direto para túnel Sul, íamos levar os corpos primeiro. Eu carregava o mais pesado, por que eu sou o mais forte! Jared era bem fraquinho e estava levando o mais leve. O suor escorria do meu rosto.

Doc nos esperava pronto no hospital, ele estava com a lâmpada mais forte preparada. Demos o remédio para os dois, e os deitamos na posição exata para tirar a alma.

Jared me mostrou como fazer para abrir os criotanques, era fácil, apenas apertar um botão e gira-lo. Eu o abri para que eles ficassem prontos, um vento frio saiu de dentro deles, tremi. Doc estava preparado com os instrumentos.

- Peg? – Doc chamou.

- Você jura Doc? todos os meus termos? Você me promete com sua vida? – Peg perguntou.

Quais eram esse termos que ela falava? Senti que não era apenas uma proteção em relação as almas, tinha algo a mais que isso, algo que não sabia.

- Prometo. Eu vou cumprir os seus termos Peg. Eu Juro.

- Jared?

- Sim. Absolutamente som mortes, jamais. – Ele respondeu.

- Ian?

Surpreendi com meu nome sendo chamado, já que eu não sabia de termo algum. Sabia do que se tratava, ela temia pelas almas, e é claro que eu não ia fazer mal a elas.

- Eu os protegerei com minha vida, Peg. – Era a mais pura verdade, pra mim cada um deles era uma Peg.

- Jeb?

- É minha casa. Qualquer um que desafiar esse acordo terá que sair.

Ela assentiu, lágrimas caiam dos seus olhos. Se eu soubesse que essa atitude era tão difícil para ela, teria arrumado um jeito de poupá-la. Senti vontade de confortá-la, mas ela quis adiantar as coisas.

- Okay então. Vamos logo com isso. – Decidiu.

Doc enfiou a faca no pescoço dela.

- E agora?

Ela colocou as mãos para ajudá-lo. Não tinha como ver o que eles estavam fazendo, mas podia jurar que era uma forma de tirá-la de lá.

- Passe o dedo por essa parte de trás. Consegue sentir? O formato dos segmentos: Eles ficam menores nas seções das antenas. Okay, no final você vai sentir três... caroços pequenos. Você sente o que eu estou falando?

- Sim.

- Bom. Essas são as antenas posteriores. Começa aqui. Agora, muito gentilmente, role seu dedo para baixo do corpo. Ache a linha de ligamentos. São mais firmes, como fios.

Eles continuaram o processo.

- Agora esfrega levemente em direção ao corpo. Acaricie levemente. – Continuou.

- Está se movendo. – Doc gritou de medo e desespero.

- Isso é bom,  significa que você está fazendo certo. Dê tempo para ele se retrair. Espera ele se enrolar e então o pegue.

- Okay. – Sua voz falhou.

Ela estendeu a mão para mim, no princípio não entendi o que ela queria comigo. Mas percebi que certamente colocaria a alma ali.

- Me de sua mão.

Ela pegou minha mão, puxando para perto de onde estavam. Fiquei com ela num lugar preparado, fazendo uma concha para abrigar melhor.

Peg colocou as mãos dentro do corpo novamente. Notei que realizou movimentos para pegá-la, tendo um cuidado, demonstrando amor.

- Dê a alma para Ian, com gentileza, por favor.

Ela deu a alma para Doc, que mostrou ter um cuidado excessivo. Antes de dar para mim, olhei bem para o que estava ali. Outrora eu teria nojo, mas agora parecia ser normal.

Eu a peguei com o maior cuidado que poderia ter, ela era tão linda... era tão pequenininha, delicadinha... não me cansava de ver aquela maravilha acetinada nas minhas mãos... seu brilho prateado era surreal.

- É bonito. – Murmurei.

- Eu também acho. Deixe-o deslizar para o tanque. – Peg suspirou.

Eu segurei por mais um tempo aquela alma, não queria esquecer daquela sensação maravilhosa, talvez jamais fosse ver de novo, queria cuidar bem dela. Peguei e a deixei cair pelo tanque, Jared me mostrou como se fazer para fechar.

- Cuidado! -  Jeb gritou de repente.

Todos nós olhamos para ver o que estava acontecendo. A outra alma tinha acordado e presenciado tudo! Jared se desesperou e jogou o criotanque no chão, eu agarrei o meu com mais força para que ele não estragasse.

- Clorofórmio. – Jared gritou.

Ele correu para forçá-lo na maca, seus olhos estavam em choque encarando Peg. Via que não era apenas choque que ele demonstrava, ali tinha a decepção.

- Por quê? – Ele perguntou.

Aquelas foram as suas ultimas palavras, seu corpo relaxou e ele caiu na maca. De seu nariz escorreu dois filetes de sangue, era tarde demais. Agora só nos restava a compaixão por aquele corpo.

- Não! – Ela gritou, correndo em sua direção. - Não!


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Notas finais do capítulo

Oiie de novo^^
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Kissus