Se Ele Acreditasse escrita por Anazinha_Cullen


Capítulo 9
Cap. 09 - Recomeço


Notas iniciais do capítulo

não me mateeem



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POV Riley

    Na semana que se seguiu eu fiz o possível para tirar aquela garota da cabeça, e o primeiro passo foi justamente esse, não falar mais o seu nome, como fiz com Victória. Voltei a ser o mesmo vampiro de antes, porém de vez em quando cometo meus deslizes e lembro dela, o que me leva ou a um período de depressão ou a uma raiva que é despertada por qualquer coisa.

dois meses depois

    Eu não acredito que está sol hoje! Por que mesmo eu fui dar a ideia de virmos mais para o sul? Ah, é. Não fui eu. Estava ficando muito frio e Vivian quis tirar Sally do clima difícil. Droga. Nesse exato instante, às 10 da manhã, está um sol extremamente forte, ou seja, estamos todos de agasalho e capuz procurando uma sombra, já que estamos no centro da cidade. As pessoas do Colorado estão achando que somos completamente malucos. Mas isso é óbvio, pensei, olhando o termometro que marcava 25°

    Finalmente, após atravessarmos metade da cidade, chegamos até onde estávamos acampados, um lugar longe de tudo, como sempre.

    - Essa foi por pouco. – Vivian comentou

    - E como foi. – concordei. Não passamos pelo que pode se chamar de despercebidos.

    Sally olhou para nós com uma expressão que dizia: ‘queria ficar no sol!’ Eu e Vi olhamos para ela nos encarando, nos entreolhamos e olhamos para a garotinha novamente. Não conseguimos aguentar e caímos na gargalhada, rindo simplesmente felizes de termos conseguido escapar sem os humanos terem desconfiado.

    - Não fique triste, Sally! Ainda tem sol, é só olhar bem ali! – disse Vivian, apontando um lugar à uns 100 metros de distância, onde o sol estava clareando o ambiente. Ela correu para lá na hora e sentou-se, fechando os olhos e aproveitando o sol. Olhei para minha própria pele, que brilhava levemente com a luminosidade do local. Peguei-me lembrando de como falava para os recém-criados daquela lenda de queimar no sol, e como tantos morreram por isso. Suspirei. Nada poderia recuperar aquelas vidas. De todo o grupo só Bree, e talvez Fred, se safaram.

    - O que foi, Riley? – Vivian me peguntou, colocando sua mão em meu ombro.

    - Quando você fez coisas horríveis, há como compensar? – perguntei. Vi ela franzir o cenho e me olhar

    - Você não fez nada tão horrível...

    - Eu condenei várias pessoas a morte!!! – cortei

    - Então a única coisa que você pode fazer é continuar fazendo o melhor que puder! E você deve parar com essa ideia que você é responsável pelo mundo inteiro e tem que arrumar tudo sozinho! Porque você não tem! É por isso que você tem pessoas que ficam ao seu lado, para te ajudar, Riley. Você não está sozinho no universo. Não está sozinho na sua vida, como pensa. Eu estou aqui para o que der e vier. Saiba disso, O.k.?

    Ela falou isso de frente para mim, olhando nos meus oklhos, comprovando a veracidade de suas palavras, que nela eu tinha uma pessoa para confiar, ter apoio e ajuda. Ela falou tudo com uma franqueza que eu ninca ouvira em toda a minha existência, pois ninguém nunca falara daquela forma. Ninguém foi suficientemente honesto e bom como ela foi comigo desde o início.

    - Você entendeu agora? – perguntou bem perto de mim.

    - Sim – sussurrei. E eu podia sentir sua respiração no eu rosto, com seu cheiro invadindo meu nariz. Então, sem mais nem menos, nós acabamos com esses centímetros restantes, encontrando nossos lábios sedentos, um esperando pelo outro.

    Seus braços se apertaram em torno do meu pescoço, enquanto uma de minhas mãos a puxava pela cintura e a outra se enroscava em seus cabelos. Entreabri os meus lábios, atigindo os seus com minha língua, pedindo passagem, que foi rapidamente consedida. Explorei os espaços de sua boca, enquanto nossas línguas travavam uma batalha, se tocando violentamente, como numa dança fatal.

    Ela pôs as mãos em meu peito e se separou levemente de mim, lembrando a nós dois de respirar. Arfante, retirei sua boca da minha, passando a traçar uma linha de beijos pela linha de seu maxilar, acariciando suas costas, até parar e ela recostar sua cabeça da minha, me dar um último beijo, mais leve, e então nos sentarmos abraçados. Vivian apoiava sua cabeça em meu peito, e eu sentia que podia ficar a eternidade daquela forma.

    - Riley, eu... eu não pretendia... – ela começou

    - Você não pode ficar um segundo sem falar?! – brinquei, mas expondo meus pensamentos. – Eu não me arrependo do que acabei de fazer, e você? – perguntei desafiador

    - Absolutamente não. – falou, e sorriu. Um sorriso que poderia iluminar um cidade de tão lindo.

    Continuamos daquela forma por mais alguns minutos, ou podiam ser horas, até que Sally veio chamar sua mãe, para fazer sabe-se lá o quê. Elas ficaram um tempo olhando alguma coisa na terra, e eu aproveitei esse tempo para recolocar minha cabeça no lugar, pois finalmente as coisas estavam se ajeitando. Quem diria que a minha melhor amiga um dia poderia virar algo a mais. E quem diria que eu poderia até gostar disso. Ou então eu sou cego e não percebi nada. Só o que sei é que minha vida estava tendo uma chance de finalmente entrar nos eixos, e eu não queria desperdiçá-la. Agora que sei que posso, serei feliz.

    Senti Vi sentar-se ao meu lado e virei-me para olhar sua face, no momento preocupada.

    - O que foi? – perguntei

    - Sally – respondeu simplesmente. Eu arqueei minhas sobrancelhas, esperando uma explicação melhor. – É o aniversário dela hoje e eu não posso fazer nada de especial para ela. – ela suspirou

    - E o que você acha que ela gostaria de fazer?

    Vivian olhou para mim, sorrindo apenas com os olhos, e disse:

    - Ela sempre teve vontade de fazer um piquenique.

    Ao saber disso, levantei-me e fui até Sally, ver o que ela achava da ideia. Aproximei-me de onde ela estava sentada, apreciando o sol do qual constantemente fugíamos.

    - Ei, garota. Tudo bem? – eu realmente não sei começar uma conversa. – Então... Hoje é seu aniversário, certo? Parabéns, Sally!! – falei sinceramente.

    - Brigada, Riley. – disse com sua vozinha fina. Eu sorri.

    - Está feliz? – perguntei. Ela estava com um sorriso um pouco triste, como se faltasse alguma coisa.

    - Sim... um pouco – admitiu

    - O que você queria?

    - Hmmm... Um piquenique! Daqueles bem bonitos, que a gente coloca uma toalha no chão com uma cesta, e leva um taaaanto de sanduíche! – ela falou isso esticando os braços como para mostrar a quantidade, e eu não pude deixar de rir com esse gesto. Acho que hoje era o meu dia de felicidade, um sentimento que eu nem me lembrava mais.

   - Olha, Sally. Hoje está com muito sol, mas se amanhã estiver nublado o que você acha de fazermos esse piquenique?

    - Você promete? – ela perguntou

    - Prometo.

   

    - Eu ainda não acredito que hoje está nublado! – exclamou Vivian quando fomos ao supermercado da cidade no dia seguinte. Nós estávamos comprando as coisas para o “grande evento” da Sally, que estava praticamente andando aos pulos pelo lugar com um sorriso maior que a cara.

    - Nem eu – comentei

    - Vamos logo... – Sally quase implorava para nós acabarmos de comprar as coisas, ela estava literalmente doida com aquilo.

    Depois que pagamos tudo, fomos até o pequeno parque da cidade e estendemos a toalha no chão, do lado de algumas outras pessoas que curtiam o dia, arrumando a comida da garotinha em cima e nos sentando.

    Acho que o sanduíche agradou, pois Sally o devorou bem rápido. Após isso, começamos a ficar em um silêncio extremamente constrangedor.

    - Então... – tentei começar, mas parei, estava realmente sem assunto

    - O gato comeu sua língua, Riley? – perguntou Sally brincando

    Fechei a boca e fiz que sim com a cabeça.

    - Não comeu não, ela está escondida! – acenei negativamente, fazendo cara de inocente. Ela encostou a mãozinha na minha cara, tentando abrir minha boca. Enquanto ela estava super compenetrada eu fingi que iria mordê-la (óbvio que numa velocidade lenta para não morder a mão dela realmente). Ela recolheu a mão para perto dela, rindo como só criança sabe fazer.

    - Achou a língua dele querida? – perguntou Vi com um sorriso estampado no rosto.

    - Achei! – e gargalhou, fazendo Vivian rir junto. Aquele era um daqueles momentos que te fazia perceber como a vida, ou algo desse tipo no meu caso, valia à pena.

    Passamos mais um tempo rindo e conversando, até que Sally resolveu que queria tomar um sorvete. E lá fomos nós comprar o maldito sorvete. Maldito por que estávamos no meio de um parque, e não era possível não comer nada.

    Enquanto a menina comia o sorvete Vi pegou o seu, olhando para ele com nojo. Não vou negar, o negócio parecia nojento mesmo. Ela respirou fundo e colocou um pouco da coisa na boca, engolindo em seguida.

    - Eca. – falei

    - É horrível – concordou. Fiquei curioso demais e acabei provando da gororoba. Parecia lama, mas com um sabor pior, impossível de engolir. Sally simplesmente ria das nossas caras, a traírazinha.

    - Super legal você, hein? – isso apenas a fez gargalhar mais, até que Vivian a agarrou e começou a fazer cócegas nela, e ela gritava para parar com aquilo.

    Após nos recompormos, continuamos andando sem rumo, mas passado um tempo Vivian ficou com sede. Caçamos e voltamos para o acampamento.

    - Esse foi o melhor aniversário da minha vida!! – disse Sally, e ficou visível que Vivian estava animada por ouvir aquelas palavras. – Seria legal se fosse sempre assim!

    - Seria pequena.

    - Sabe o que mais seria legal? – ela perguntou

    - O quê?

    - Se você fosse meu pai de verdade. – me surpreendi pelo que Sally disse, de uma maneira boa.

    - Sally! Meu Deus, isso não é coisa que se saia falando e... – interrompi Vivian

    - Se você quiser, eu posso ser seu pai – falei agachado da altura de Sally, mas olhando para Vi, que parecia surpresa por eu ter dito isso.

    - Seria ótimo!! – exclamou

    - Você faria isso? – perguntou Vi

    - Se eu não fizesse, eu não perguntaria – disse, recebendo em troca um abraço super apertado, que logo se transformou em um beijo, quando captei seus lábios.

    Ela se separou de mim quando a garotinha tossiu. Aposto que, se pudéssemos, tanto eu quanto Vivian estaríamos ruborizados ao extremo.

    Naquela noite, após colocar a filha para dormir, Vivian veio até mim e me abraçou.

    - Você não sabe como ela gosta de você – comentou – Já fazia muito tempo que ela não ria como hoje. Além disso, ela adorou a ideia de você ser pai dela.

    - E você? – perguntei

    - Definitivamente não tenho do que reclamar – e me beijou. Seus lábios eram macios, e o beijo leve, de alguma forma eu acho que estava me apaixonando pela minha melhor amiga.

    - Namora comigo? – pedi, olhando bem em seus olhos dourados.

    - Sim – disse sorrindo. Assim passamos mais um momento perfeito da eternidade.

    Passamos a noite sem trocarmos nem uma palavra, enquanto eu cogitava uma ideia, mas sem a menor pista se esta seria aceita. O resultado é que quando amanheceu, antes de Sally acordar, virei-me para Vivian e expus meus pensamentos.

    - Sally precisa estudar – comecei

    - Sim, eu andei pensando nisso. Tem alguma ideia?

    - Na verdade tenho. Nós podíamos arranjar algum lugar para morarmos mais ao norte, e então ela poderia se concentrar nos estudos.

    - Algo permanente?

    - Sim. Eu já vi uma família de vampiros que vivem assim. Eles se mudam com o intervalo de alguns anos, e os humanos não desconfiam de nada.

    - Mas com que dinheiro, Riley? Não podemos mais ficar roubando das lojas, é injusto.

    - Não tem que ser nada grande – a verdade é que eu não tinha pensado nisso, porém dava para dar um jeito – Com o tempo, se eu trabalhar, nós podemos conseguir algo melhor, mas pode ser uma casa simples, só tem que ser um ambiente apropriado para Sally crescer. – conclui

    - É uma boa ideia. – concordou. – Vamos falar para ela?

    - Quando ela acordar.

    Isso não demorou muito para acontecer. Alguns minutos depois ela chegou.

    - Bom dia... – falou sonolenta

    - Bom dia, querida. – disse Vi – Ei, o que você acha de voltarmos a morar em uma casa? – os olhos da criança se arregalaram

    - Sério?

    - Sim. Foi ideia do Riley

    - Adorei a ideia, papai! – exclamou, me abraçando

    - Fico feliz... filha. – e quando eu falei essa frase, as palavras não pareceram fora de lugar, pelo contrário, pareceram perfeitas.


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Notas finais do capítulo

não me abandonem plss...
sem mais delongas, to atrasada para a aula...
bjs e reviews!^^