POV Jacob.

   Essa noite não seria diferente, eu vou fechar meus olhos depois de lutar contra a sonolência que invade pouco a pouco meu corpo e minha mente e, mais uma vez as imagens das quais eu tento afastar dos meus sonhos, reaparecem. Todos eles, flutuando pela floresta com suas capas escuras e rostos sombrios surgem diante de nós com um objetivo claro: tirar de mim a vida, meu universo, o meu imprinting. E ainda por cima como se isso não bastasse, querem destruir a minha família que agora era composta não só pelos lobos quileutes mas também pelos vampiros do clã Cullen e seus agregados, afinal eu faria tudo por Renesmee, desde que ela fosse feliz. Sinto como se meu coração fosse explodir, meus pêlos eriçados em minha nuca denunciavam o quão tenso eu estava, mas nada disso me importava o meu único foco era proteger aquela que era a razão da minha vida e eu não suportaria perdê-la.

- Droga!

    Acordo mais uma vez suado e ofegante com as imagens ainda perambulando em minha mente, balanço a cabeça bruscamente tentando afastá-las, geralmente isso costuma funcionar. Pronto. Eu estava sob controle. Sorte a minha o sanguessuga leitor de mentes estar longe o suficiente assim eu não teria que aturar mais uma vez aquele discurso que ele fazia toda vez que via o que estava na minha cabeça, detesto qualquer tipo de ‘oh vai ficar tudo bem, não precisa ficar assim, tudo está bem agora, acalme-se!’. Argh. Até parece que eu sou uma criançinha que precisa de consolo quando acorda de um pesadelo!

   Um dia esse pesadelo teria que acabar, talvez eu só sonhasse com isso porque o episódio dos Volturi na clareira ainda era recente. Tanto faz. Agora eu iria atrás de notícias sobre Renesmee. Onde será que anda minha pequena sanguessuga?

- Bella?!

- Oi Jake! Dormiu bem? ‘ Eu ainda estranho como a minha relação com Bella continuasse a mesma por mais que agora ela fosse uma vampira ’

- Ah, dormi. E Renesmee onde está?

-Está com Edward. Os dois aproveitaram para dar uma volta enquanto você ainda roncava no quarto. – Ela riu –

- HAHA, muito engraçado, eu nem ronco tá?! – Mostrei-lhe a língua –

- Ah Jake corta essa! Eu consigo me lembrar de ouvir você roncando ainda quando eu era humana. – Ela continuava a rir, era estranho seu riso de sinos, mas ainda assim era minha amiga Bella –

- Tá, tá. Chega, não vamos discutir sobre o meu ronco! Aonde que Edward levou Renesmee? – Lhe perguntei tentando me manter mais sério, acho que funcionou, ela ficou séria também –

- Você não consegue ficar longe dela né, Jake? – Ela disse olhando em meus olhos –

- Sinceramente? Não. Eu não posso ficar longe dela, Bella. Preciso vê-la, preciso saber se ela está bem, preciso está perto. – Respondi a sua pergunta de maneira mais intensa do que queria –

- Ai, Jake. Mas ela é só uma criança, um bebê, o meu bebê! – Falou-me com os olhos arregalados e uma expressão absurda em seu rosto de mármore –

- Ou, ou, ou, Bella! Espere aí. Não é desse jeito que você está pensando, eu preciso dessas coisas sim, mas não no ponto de vista que você acha, eu sei que ela ainda é uma criança, um bebê, eu não sou cego e muito menos burro, Bella! – Falei mais alto –

‘ Droga. Agora sou um lobisomem morto! Gritei com uma sanguessuga. Idiota. Idiota. ’

- Então, me faça entender o seu ponto de vista cachorro. – Ameaçou ficando parada, como uma estátua, pronta para atacar caso eu falasse algo errado. –

Pensei. ‘ As palavras certas, as palavras certas! ’

- Bom... Eu vejo Renesmee como você vê Alice. – Falei cauteloso –

‘ Funcionou, pelo menos é o que parece, ela relaxou mais os ombros e pude ouvir seus dentes destrincando. ’

- Prossiga.

- Assim, você não suportaria se algo de mal acontecesse a Alice não é? Você a vê como sua irmã pequena e frágil, apesar de isso não ser verdade porque aquela ali só não tem tamanho. – ri, mas logo me recompus – Então, é assim que eu vejo Renesmee, como uma irmã, minha irmã mais nova que eu não suportaria se algo acontecesse com ela, por isso preciso está perto, vê-la. Eu a vejo como um irmão mais velho. Somente um irmão, Bella. – Disse com toda a sinceridade que pude –

- Ok. Acredito em você, desculpe por minha reação e por tê-lo te chamado de cachorro. – Ela sorriu sem graça –

Ah Bella, sempre tão... Bella.

- Não, tudo bem! Isso são seus instintos maternais. – sorri e lhe dei um cascudo leve na cabeça – E quanto ao cachorro, não se preocupe, afinal você é uma sanguessuga! – Cheguei mais perto e dei uma fungada franzindo o nariz pelo o cheiro –

- Idiota! – Ela riu e me deu um soco no braço, de leve –

   Pronto. O mal entendido tinha acabado. Bella agora sabia e entendia meu lado, para mim, Renesmee era só uma irmã, por enquanto. E eu, somente um irmão.