Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 25
Tudo o que é bom...


Notas iniciais do capítulo

Essa vai ser a nota mais sucinta que já escrevi. Como irei viajar amanhã, eu postei essa capítulo NÃO betado para que vocês não esperassem mais do que já esperaram. Então desculpem os erros e tudo o mais, assim que a Tha betar e eu voltar de viagem eu postarei. Espero que gostem do capítulo. Não vou poder responder as reviews, mas agradeço a cada uma delas de coração. ♥ Beijooooos!!!!

PS: Eu havia postado o capítulo ontem, mas devido a um pequeno erro, eu deletei e postei novamente!



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Capítulo 25- Tudo o que é bom...

[BPOV]

Na hora do jantar todos estava à mesa,  até mesmo Rose e Alice, que pareciam não estar mais chateadas assim como estavam de manhã. Minha mãe, para a minha infelicidade, estava se dando muito bem com  Esme. Elas pareciam amigas de longa data, sempre cochichando e conversando, o que me deixava louca. Eu sabia que estava exagerando e até sendo dramática, mas quando uma festa estava envolvida na equação era impossível pensar de outra maneira.

Após o jantar fomos para a sala de estar. Emmett tentou me persuadir em ir até a cozinha com ele e procurar pelas sobras da torta de chocolate que havia sido servida no jantar, e por mais tentadora que fosse eu tive que recusar a oferta.

Todos sentaram-se e começaram a conversar paralelamente. Alice, Jasper, Rose e Emmett estavam mais para o canto da sala, sentados nas cadeiras. Eu e Edward estávamos sentados em um sofá que ficava no centro da sala, enquanto minha mãe, Esme e Carlisle estavam sentados em algumas poltronas um pouco afastadas de nós.

Quando senti Edward apertando a minha mão, olhei para ele e via a expressão de determinação que ele mantinha , eu tive certeza do que ele iria fazer. O que me surpreendia era que ele faria na frente de todos.

“Mãe, pai!” Ele chamou a atenção deles, nunca soltando a minha mão. “Eu queria falar uma coisa.”

“Meu Deus! Eles vão se casar.” Emmett comentou chocado. Meu olhar cruzou com o da minha mãe , que estava do outro lado da sala e ela me olhava estupefata. Graças a Deus que Charlie não pode estar ali, ou o problema seria muito maior. Tratei de balançar minha cabeça negando e voltei minha atenção para o causador disso tudo, fuzilando-o com os olhos. E claro, fiz o mesmo com o Jasper. Afinal, era ele que tinha começado essa história de casamento hoje pela manhã.

“Eu só tenho dezoito anos.” Me defendi, quanto notei os olhares recaírem sobre mim.

“Pode falar, querido.” Esme incentivou.

“É uma coisa que eu já vinha pensando faz um e eu e a Bella conversamos e...” Ele hesitou por um momento.

“E?” Carlisle encorajou.

“Eu quero fazer a cirurgia.” Edward falou e um silêncio quase que mórbido tomou conta do local. Olhei novamente para minha mãe. Ela me encarava confusa, sem saber o que acontecia. Encolhi meus ombros como que falando que não poderia explicar nada no momento.

“Você quer fazer a cirurgia? ” Carlisle perguntou para se certificar.

“Quero.” Edward respondeu com um sorriso. No mesmo instante, soluços foram ouvidos na sala e antes que eu percebesse, Esme já estava abraçando o filho. Carlisle não demorou muito a se juntar a eles e eu decidi me afastar para lhes dar mais privacidade.

Antes que eu pudesse chegar até o outro lado da sala, onde Rose e os demais estavam, Jasper me parou no meio do caminho. Olhei para ele. As lágrimas em seus olhos azuis, fazia-os parecer ainda mais com o mar.

“Obrigado.” Ele sussurrou antes de me abraçar. Assim que ele me envolveu em seu abraço, deixei minha lágrimas caírem. Embora, eu nem soubesse que as estava segurando.  

“Você me fez chorar.” Briguei com ele, quando nos separamos. Limpei as lágrimas enquanto o usava como escudo para me proteger da visão alheia. “Eu nunca choro na frente de ninguém.” Ele sorriu para mim, também enxugando suas lágrimas. “Além do mais, você não tem que me agradecer. ”

“Você sabe que eu tenho.” Ele sorriu, olhando dentro dos meus olhos. “Ele voltou a ser quem era. Se não for a você, a quem devo atribuir esse feito?”

“A você, Alice, Emmett, Rose e seus pais. Vocês nunca desistiram dele.” Apontei. Eu tinha certeza que todo o apoio que eles haviam dado ao Edward, embora recusado por ele, foi essencial para o que acontecia naquele momento. 

“Eu desisti.” Ele disse.

“Claro que não. Você deu espaço a ele. Se você tivesse desistido, você não teria discutido comigo na frente da escola inteira quando você achou que eu tivesse tratado ele mal. Se isso é desistir então me explica o que é persistir.” Jasper não disse nada, apenas continuou me olhando. Provavelmente ele tentava processar o que eu havia dito.

“Se daqui a cinco anos ele não te pedir em casamento, eu mesmo faço.” Ele disse subitamente.

“Como?” Perguntei, confusa.

“Por ele. Alice nunca deixaria de outra maneira. Se bem que daqui a cinco anos eu que devo estar casado.” Ele comentou com o cenho franzido, talvez ele mesmo estranhava as palavras que havia pronunciado.

“Já fazendo planos?” Provoquei.

“Algo me diz que eu estarei me casando no dia seguinte à minha graduação.” Ele comentou com um sorriso. Sinceramente, eu não duvidava que Alice realmente fosse fazer isso. Ela não deixaria Jasper livre por muito tempo.

“Acho melhor você ir lá.” Meneei a cabeça na direção em que Edward e seus pais estavam.

 “E você?”

“Depois.” Respondi simplesmente. Se eu ficasse ali junto deles eu me sentiria uma verdadeira intrusa. Aquele era um momento deles como família, e eu preferia não atrapalhar.  Jasper seguiu em direção a família, e eu fui em direção aos meus amigos.   “Acho melhor as lágrimas pararem. E se vocês me agradecerem, eu vou bater em vocês.” Avisei a Alice e Rose que tentavam, inutilmente, disfarçar as lágrimas.

“Isso aí.” Emmett concordou comigo.

“Calem a boca.” Rose reclamou.

Assim que o silêncio reinou e que Rosalie e Alice se recomporam, ambas se olharam e me abraçaram ao mesmo tempo.

“Eu disse que você ia conseguir.” Rose me parabenizou.

“Não, fui eu quem disse.” Alice a corrigiu.

“Claro que não. Fui eu!” Rose insistiu.

“Nada disso! Eu falei primeiro.” O pior de tudo é que além de insistirem numa discussão sem fundamento, as duas ainda me seguravam, cada uma de um lado.

“Vocês duas falaram. Agora parem com isso.” Disse antes que Rose tentasse responder novamente.

Finalmente os Cullens pararam de se abraçarem, o que permitiu ao restante de nós ir falar com eles. Emmett foi o primeiro a ir falar com Edward. Quando ele passou por mim eu tive a ligeira impressão de ter visto lágrimas em seus olhos. Deixei que Rose e Alice falassem com eles , enquanto fui falar com Renée, que permanecia em seu lugar.  

“Essa operação que ele vai fazer é o transplante?” Ela perguntou, quando me aproximei.

“É sim” Respondi com um sorriso

“Algo me diz que você tem tudo a ver com essa decisão.” Ela apontou, observadora como sempre.

“Prefiro pensar que tem mais a ver com ele.” Respondi. Era responsabilidade demais para mim achar que Edward mudaria por mim. Eu não conseguiria  suportar tamanho peso.

“Não tem nada demais receber o crédito por uma coisa que realmente fizemos.”

“Eu sei. Mas eu acredito que não seja só por mim. Eu realmente não quero ser a única razão, por que para mim não faz nenhuma diferença. Ele poderia ficar do jeito que está e nada iria mudar.”

“Você é uma ótima garota, você sabia disso?” Renée beijou rapidamente o topo da minha cabeça.  “Será que seria ma educação da minha parte me retirar agora? Essa menininha aqui é muito mais exigente que você. Preciso descansar um pouco.”

“Vai lá. Eu aviso que você não estava bem.”  Minha mãe se levantou com um pouco de dificuldade.  “Boa noite.”

“Boa noite. Durma bem.” Ela se despediu.

“Vocês também.” Sorri. Quando voltei a atenção para os demais, todos estavam sentados conversando alegremente. No entanto, Esme mantinha seu olhar fixo em mim. Sentei-me perto deles e logo fui incluída na conversa. Pouco tempo depois alguns começaram a ir para seus quartos, um a um. Exceto Esme que permaneceu ali comigo e com Edward.

“Obrigada” Ela disse, segurando as minhas mãos.

“Não me agradeça, por favor.” Implorei.

“Agradeço sim. E eu não me refiro só ao que aconteceu agora. Tudo o que uma mãe mais deseja no mundo é a felicidade dos filhos. E desde que você apareceu, eu vejo o meu filho sempre sorrindo como ele não fazia há muito tempo. Eu fico muito feliz que você faça parte da nossa família.”

“Eu também.” Edward concordou, abraçando a minha cintura.  “E a minha opinião é a mais importante nessa assunto.”

“Bobo.”

“Agora eu vou indo. Boa noite crianças.” Esme se despediu.

“Boa noite.” Respondemos juntos.

“Você vai dormir no seu quarto?” Ele sussurrou no meu ouvido, quando já estávamos sozinhos.

“Com certeza!”  Afirmei rapidamente.

“Por quê?”

“Porque minha mãe está aqui, e eu não quero ter que enfrentar certas perguntas.” Só de imaginar o que minha mãe diria era de arrepiar. Uma coisa era aguentar certas provocações vindas da Alice e da Rose, outra completamente diferente era ouvir isso da boca da minha mãe. Era pior que o Emmett!

“Tudo bem.” Ele concordou.

Subimos em direção aos nossos quartos. Vendo-os assim tão próximos me tentava ainda mais em ir dormir no quarto vizinho, mas eu sabia que não podia. Se minha mãe fosse me procurar pela manhã e não me encontrasse no quarto? Como eu explicaria para ela? Eu sabia que ela não iria fazer grande caso por eu estar dormindo com o Edward, mas como eu já disse, as provocações dela eram um preço alto de mais a se pagar.

“Acho que é aqui que nos despedimos.” Edward falou, fazendo um biquinho. Ele não estava colaborando. Se ele tivesse idéia do que ele fazia comigo.

“Você está jogando sujo.” Apontei.

“Eu estou jogando limpo.” Ele me contrariou. “Isso é jogar sujo.” Ele disse, colando seu rosto no meu. Não tive que esperar muito até que seus lábios estivessem buscando os meus avidamente.

Edward pressionou meu corpo contra o seu, me prendendo entre ele e a parede. Claro que eu não estava pensando em me soltar dali.  Sua língua entrou em contato com a minha, e minhas mãos automaticamente foram para os seu cabelos puxando-o ainda mais em minha direção; como se ele pudesse ficar ainda mais perto do que ele já estava.

Eu ia acabar cedendo, eu tinha plena certeza disso.

“Edward...” Sussurrei, quando separamos nossas bocas em busca de ar. Ele me beijou novamente, mas logo parou.

“Acho que devemos ir dormir.” Ele disse ofegante.

“É.”

“Boa noite, Bella.” Ele desejou, voltando a me beijar. Se ele continuasse com aquilo eu tinha certeza de que não dormiria. Mas para o meu  alívio, ou desespero, ele interrompeu o beijo.  

“Boa noite.” Despedi-me com um fio de voz.

***

Como Renée ficaria nos Cullens durante toda sua estadia, não tive outra opção a não ser fazer o mesmo. De fato, eu não achava isso nenhum tipo de sacrifício, afinal eu sentia falta de estar com a minha mãe. Porém, eu sabia que Charlie já estava acostumado em me ter em casa todos os dias, o que não aconteceria pela próxima semana. E por causa disso, eu não podia evitar o sentimento de culpa que eu estava sentindo. Esme, sendo quase que a personificação da bondade, convidou Charlie para que jantasse lá todas as noites. De início eu fiquei receosa. Tirando os momentos que me envolviam, eu não conseguia lembrar de nenhuma interação deles após o divórcio. Sempre me perguntei se as mágoas causadas haviam sido profundas demais para que nem mesmo a amizade pudesse sobreviver ao fim do casamento.

Na escola, as coisas estavam estranhamente normais. James não havia aparecido em nenhuma das aulas, nem mesmo as minhas, ao que eu era imensamente grata.Não conseguiria encará-lo depois do que ele falou. Nunca entendi como uma pessoa podia ser julgada, menosprezada, e às vezes, condenada devido a questões tão banais como uma deficiência, sexualidade, religião ou cor da pele. As pessoas eram cruéis, eu sabia disso, mas vê-las em ação- tão próximas a mim- era revoltante. Eu não conseguia nem imaginar o que seria ter que estar no mesmo lugar que o James depois das coisas horríveis que ele tinha falado.

Infelizmente, o fatídico dia não tardou a chegar Eu ainda estava esperando que algum milagre acontecesse, mas minhas preces não foram ouvidas. Alice, sutil como sempre, obrigou a mim e Edward que sumíssemos de casa e voltássemos apenas às seis. Como não queríamos ir para muito longe decidimos ir - para o agora nosso- esconderijo secreto.

O caminho dessa vez pareceu mais curto e bem mais fácil do que da última vez. Até a Clareira parecia diferente, começando a apresentar os sinais do Outono que se aproximava.

"O que você acha que eles vão aprontar?" Perguntei, assim que nos sentamos. Edward sentou-se no meio da clareira e eu me acomodei entre suas pernas.

"Alice me fez prometer que eu não contaria nada, caso contrário, meu piano sofrerá sérios danos." Algo me dizia que ela não hesitaria em cumprir sua ameaça.

"Ah, conta. Prometo que faço cara de surpresa." Insisti.

"Amor, você é uma péssima mentirosa.Até o seu tom de voz te denuncia." Ele comentou com aquele sorriso prepotente, que era a marca dos homens daquela família.

"Hunf!" Bufei. Eu odiava surpresas, e quando Alice estava envolvida certamente era algo para se temer. "Você sabe se ela chamou mais alguém?" A última coisa que eu precisava era de uma surpresa desagradável na festa.

"Seremos só nós, Angela e Ben. Eu, sua mãe e a minha convencemos Alice de que isso era o melhor a ser feito. Até porque, eu não ia querer aquele idiota do Mike dando em cima de você."

"Que nada! Ele já superou isso. Desde que as aulas começaram  ele parece meio distante." Comentei, realmente não tinha percebido tanto a falta do Mike até aquele momento.

"Só por que ele está distante, não quer dizer que ele não se interesse. Se você ouvisse as coisas que eles fala..." Edward balançou a cabeça, como se estivesse tentando esquecer o que tinha ouvido.

"O que ele fala?" Perguntei.

"Não vale a pena repetir." Ele sorriu como se quisesse me assegurar que estava tudo bem, mas tive a impressão de que ele me escondia algo. "Já que estamos falando de idiotas, o que você acha que aconteceu com o James?"

"Não sei e nem quero saber." Respondi exasperada.

"Aconteceu alguma coisa?" Ele perguntou com o cenho franzido.

"Não." Respondi, esperando que minha voz não entregasse a minha mentira. "Eu só não quero falar sobre ele hoje."

"Tudo bem." ele concordou, beijando o topo da minha cabeça. "Sobre o que quer falar então? A crise no Oriente Médio?"

"Ótimo tópico!" Comentei sarcástica.

Olhei o cenário ao meu redor. As folhas nas árvores começavam a ficar amareladas, bem como as flores no chão perdiam as suas pétalas. Mesmo com a leve mudança na paisagem, tudo ao meu redor lembrava aquela tarde meses atrás, onde tudo começou. Parecia ainda tão recente: a primeira vez que Edward me viu, o primeiro beijo, minha pequena fuga, ele indo atrás de mim, Jake latindo em protesto...

"No que você está pensando?" Ele sussurrou no meu ouvido.

"Na primeira vez que você me trouxe aqui." Respondi com um sorriso, repassando as imagens novamente na minha mente.  

"Você caiu naquele dia." Ele comentou bem humorado.

"Com tanta coisa para você lembrar." Lamentei, sacudindo a cabeça.

"O que mais teria para lembrar?" Ele perguntou, tentando esconder um sorriso.

"Será que eu preciso te mostrar?"  Perguntei, virando meu corpo e ficando de joelhos.

"Eu não me oporia a isso" Ele respondeu com um sorriso torto.

Avancei o ínfimo espaço que existia entre nós e colei meus lábios nos dele. Edward rapidamente envolveu minha cintura, me obrigando a sentar em seu colo. Invadi sua boca com a minha língua ao mesmo tempo que sua mão invadia a minha blusa.

Eu entraria em combustão a qualquer momento!

Edward acariciava meu seio lentamente, como que memorizando cada aspecto dele. Aquilo estava me deixando maluca! Meus quadris se mexeram involuntariamente e eu senti a ereção dele pressionando o local que eu mais queria que ele tocasse. Mexi meus quadris novamente, desta vez, arrancando um gemido de Edward. Se não parássemos naquele momento eu não seria capaz de me controlar.

“Edward.” Chamei num fio de voz, quando ele separou nossas bocas para beijar o meu pescoço.

“Eu sei.” Ele murmurou e refez o caminho de volta para a minha boca. O seu beijo era uma coisa indescritível! Era como se a cada vez que nos beijássemos fosse a primeira vez – sempre provocando novas sensações- mas ao mesmo tempo era completamente familiar e conhecido.  Aos poucos, ele diminuiu a intensidade do beijo, até Pará-lo por completo.  

"Eu tenho um presente para você." Ele disse repentinamente

"Edward! O que havíamos combinado?" Reclamei, ainda tentando normalizar minha respiração.

"Você falou que eu não deveria te comprar um presente, e eu não comprei."  Ele me assegurou. "Quando minha avó ainda era viva ela deu algumas coisas para mim e para o Jasper, para que tivéssemos alguma coisa para presentear as meninas no futuro."

"As meninas?" Perguntei levantando meu tom de voz.

"Você me entendeu." Ele respondeu corando levemente. Edward colocou a mão em um dos bolsos e tirou de lá um pequeno saquinho de veludo.  Ele esticou o objeto para mim e eu o peguei. Quando abri o saquinho tirei dali um bracelete prateado que tinha um pingente em forma de coração. Era lindo! E tão brilhante! Até parecia um... não! Não seria, seria?

"Edward, isso..é...é um diamante?" Perguntei, ainda encarando o presente nas minhas mãos.

"Acho que sim." Ele respondeu despreocupado.

"Eu não posso aceitar. É demais para mim." Tentei recusar.

"Claro que você pode aceitar. Não me custou nada." Edward insistiu, fechando minha mão com o bracelete dentro.

"Edward..."

"É seu e eu não aceito devoluções. Assim como meu outro coração." Como eu podia recusar quando ele usava essas palavras?

"É lindo. Obrigada." Sorri genuinamente.

"De nada."

Quando eram seis horas, voltamos para a casa. Eu podia sentir meu estômago se contorcendo por antecipação. Assim que chegamos na porta que dava para a cozinha, encontramos Emmett ali parado.

"Finalmente! Eu já não aguentava mais ficar aqui parado." Ele reclamou ao nos ver.

"Nem estamos tão atrasados assim."

"Que seja! Apenas coloque esta venda aqui." Ele falou me entregando o pedaço de pano preto.

"Para quê?" Arqueei uma sobrancelha.

"Para você jogar piñata. O que você acha? Alice não quer que você veja a decoração." Ele respondeu revirando os olhos.

"Qual o seu problema, hein?"

"Se você tivesse passado a tarde aqui estaria do mesmo jeito." Pelo visto passar a tarde sob a direção da Alice não era muito agradável.

"Me dá logo essa venda." Peguei o pano da mão dele e amarrei nos meus olhos.

"Está vendo alguma coisa?" Ele perguntou.

"Estou, a venda."

"Não vou nem comentar essa sua tentativa de fazer piada."  Ele disse, ainda irritado.   "Alice irá levá-la até o quarto. Edward, você vem comigo."

"Está bem." Edward concordou me deixando ali sozinha.

"Antes de tudo você tem que me prometer que não vai reclamar de nada" Alice pediu quando chegou até mim na cozinha.

"Sempre que você fala isso eu acabo reclamando." Observei. Alice murmurou alguma coisa que não dei muita atenção. Eu estava muito mais concentrada em não errar os meus passos enquanto ela me guiava em direção ao meu quarto. Claro  que não era a primeira vez que eu deixava alguém me guiar, mas nem se comparava a vez em que Edward me guiou. Sei que isso pode parecer piegas, mas eu me senti mais segurança quando estava com ele. Talvez por ter sido eu que tivesse insistido naquilo, ou talvez porque ele simplesmente me transmitia aquele tipo de confiança. Agora era diferente. Eu abria os meus olhos e tudo o que eu enxergava era um breu. Eu mal conseguia distinguir o vulto da Alice que estava na minha frente. Aquela venda realmente me tirava a visão.

"Pronto!" Ela anunciou quando alcançamos o quarto.  Retirei a venda e pisquei os olhos várias vezes até me acostumar com a claridade do local. Quando eu consegui visualizar o meu quarto, pude ver um lindo vestido azul em cima da cama.

"Uau! É lindo, mas por um acaso você não..."

"Comprei? Não. Foi sua mãe. Aliás, é bem mais agradável fazer compras com ela do que com você." Ela implicou com um sorriso.

"Se está tentando meu ofender não está funcionando."

"Trate de tomar logo o seu banho, que eu estarei esperando aqui para te arrumar." Ela ordenou.

"Alice, nem vamos sair de casa para a festa." Tentei negociar, embora eu tivesse certeza que não teria qualquer efeito.

"A aniversariante precisa brilhar."  Ela disse no seu melhor tom não-aceiito-não-como-resposta.

"Certo."  Concordei, saindo do quarto.

Eu tentei demorar o mínimo possível no banheiro, afinal eu teria um grande processo de transformação no Alice´s Couiffer. Ainda de calcinha e sutiã, Alice me fez sentar em uma das cadeiras enquanto ela fazia a sua mágica. E sinceramente eu não conseguia encontrar palavra melhor que essa para  descrever o que ela tinha feito comigo.

Eu me encarava no espelho sem saber por onde começar. Os meus olhos estavam diferentes. O lápis preto e a sombra azul-escura deram um tom mais claro a eles, deixando-os quase que num tom avelã. Minha pele branquinha que era cheia de sardas devido ao sol de Phoenix, estava perfeita. Sem nenhuma falha. Os meus lábios estavam mais cheios e mais vermelhos do que eu costumava usar. A única coisa que estava mais próxima do natural eram os meus cabelos, que Alice havia colocado fixador para que os cachos nas pontas não se desmanchassem. O vestido sem dúvida alguma, fechava toda a produção com chave-de-ouro.  

"O que achou?" Ela perguntou, enquanto eu ainda me analisava.

"Você conseguiu transformar o patinho feio num verdadeiro cisne." Disse admirada.

"Patinho feio!" Ela bufou, indignada. Alice chegou a abrir a boca, provavelmente para me dar uma bronca, mas foi impedida por alguém que batia à porta.

"Pode entrar." Avisei.  Imediatamente, minha mãe entrou no quarto  deixando a porta entreaberta.

"Filha, você está linda!” Ela ficou parada me fitando. “Quer dizer, você sempre foi, mas hoje está mais ainda."

"Viu? Sua mãe concorda comigo." Alice se manifestou.

"Ela não conta. E estou começando a achar que você também não."

"Eu esqueci. Só quando o Edward fala que ela acredita."  Alice falou, revirando os olhos.

"Não é nada disso!"  Neguei.

"Vocês estão tendo um momento só de garotas aqui e não me chamaram?" Rose perguntou, invadindo o quarto. 

"Chega mais rose!"

"Bella, você está linda!” Ela elogiou ao me ver. “Acho que corro sérios riscos de ficar solteira assim que o Emmett te ver."

"Até parece." Revirei os olhos. Como se tendo uma loira escultural ao seu lado, Emmett ia perder seu tempo olhando para uma garota como eu. Não que eu quisesse esse tipo de atenção dele, longe disso!

"Acho melhor eu ficar de olho no Jasper também." Alice entrou na brincadeira.

"Vocês querem parar?" Pedi, já sentindo meu rosto ficar vermelho devido tanta atenção. Eu só esperava que minha maquiagem fosse capaz de esconder esse feito.

"Acho que até a Esme corre perigo de perder o marido."

"Mãe!" Implorei! O Carlisle era um coroa bonitão, mas pelo amor de Deus! Ele era o pai do Edward! Fui até a cama onde eu tinha colocado o pequeno saquinho de veludo que continha o presente que Edward havia me dado.

"Uau! O que é isso?" Rosalie perguntou, assim que me viu pegando o bracelete.

"O presente que o Edward me deu." Respondi tentando parecer despreocupada.

"Isso é um diamante?!" Minha mãe perguntou surpresa. 

"Acho que sim." Encolhi os ombros.

"Meu deus!" Alice exclamou. "Ele comprou isso?"

"Não. Era da avó dele." Expliquei, esperando que isso minimizasse a situação. No entanto, as três me olhavam de boca aberta "O que foi?"

"Jóias da família! Você sabe o que isso significa, certo?"  Minha mãe perguntou, aguardando a minha resposta.

"Não." Respondi, confusa. Era para significar alguma coisa?

"Bella, você é a garota!" Alice exclamou.

"Que garota?" Eu estava ficando ainda mais confusa.

"Aquela que um dia ele quer se casar e ter filhos." Rosalie expllicou.

"Vocês estão ficando loucas!" Revirei os olhos.

“Claro.” Alice imitou minha ação de maneira sarcástica.

"Acho melhor descermos antes que mandem alguém atrás de nós." Avisei.

"Nós vamos na frente. Não podemos atrapalhar sua entrada triunfal." Rose pisscou para mim antes de sumir pela porta. Minha mãe e Alice foram logo em seguida. Aguardei menos de cinco minutos e resolvi descer. Da escada eu já conseguia ouvir as vozes que vinham da sala. Assim que cheguei à porta, tive um breve momento para observar a decoração. Alice havia feito tudo em tons de azul; dos enfeites na mesa as fitas que ficavam penduradas no teto. Tudo estava maravilhoso.

"Olha ela aí" Carlisle anunciou ao me ver. "Parabéns!" ele me abraçou rapidamente.

"Pai eu tinha que ser o primeiro!" Jasper reclamou, mas logo chegou até mim. "Feliz aniversário, cunhada!" Ele me abraçou. "E cá entre nós, você está muito gostosa nesse vestido."

"Jasper!" Bati de leve em seu ombro. Assim que ele saiu da minha frente, Emmett já estava a postos para tomar seu lugar.

"Bellinha, eu confesso que assim que te vi eu pensei em largar a Rose." Ele confessou com um sorriso.

"Ela mandou você dizer isso, não foi?" Arqueei uma sobrancelha, desafiando-o.

"Não. Por quê? Ela disse isso para você?" Ele me parecia verdadeiramente confuso.

"Disse."

"Minha ursinha conhece bem o homem que tem." Ele constatou com um sorriso bem mais amplo. Sinceramente, Rosalie e Emmett quase me faziam acreditar em almas gêmeas. Nunca tinha conhecido pessoas tão diferentes e tão iguais em toda minha vida. Eles realmente se completavam. Não havia dúvidas.

"Percebe-se."

"Parabéns." Ele desejou antes de quase me esmagar em seu abraço.

"Obrigada."

"Feliz aniversário, querida!" Esme veio até mim, me envolvendo num abraço.

"Obrigada, Esme."

"Parabéns!" Meus pais disseram em um coro, antes de me abraçarem ao mesmo tempo. Aquela cena era no mínimo estranha para mim.

“Solta logo ela!” Alice ordenou e meus pais logo a obedeceram. “Parabéns amiga! Estou tão feliz!” Por incrível que pareça, Alice tinha uma força tão esmagadora quanto a de Emmett quando se tratava de abraços.

“Parabéns!” Rose desejou, antes de também me abraçar. É, eu ganhei muitos abraços. Mas ainda não tinha ganho de quem eu queria.

“Feliz aniversário, meu amor.” Edward disse assim que percebeu minha presença. Ele aproximou-se de mim e me abraçou, antes de beijar suavemente os meus lábios.

Assim que Angela e Ben chegaram, Alice declarou oficialmente o início da festa.

"Antes de abrirmos os presentes, nós temos algumas surpresinhas para a Bella." Ela principiou a falar. "Nós tentamos encontrar músicas que tivessem seu nome, mas foi quase impossível de encontrar."

"Então, não nos mate!" Jasper avisou.

Rose e Emmett ficaram de pé, enquanto Alice foi mexer no som, que eu deduzi, serviria de acompanhamento para eles. A música começou  e se eu não os conhecesse com certeza ficaria ofendida pela música. O tom deprimente era tudo o que eu não precisava num dia como aquele.

Bella's Birthday Cake was burning

Like Lightning, Like Fire

Bella's Birthday Cake was burning

Ever yearning Forest Fire

Mas vê-los cantando e ao mesmo tempo fazendo graça, dava um ar completamente diferente a música; tanto que ao final da apresentação, todos já estavam cansados de tanto rir.

"Odiei a música, mas amei a apresentação." Comentei ao final.

"Eu sei. Brodway não sabe o que está perdendo." Emmett disse presunçosamente.

"Onde vocês acharam essa música?" Perguntei, curiosa.

"Usamos uma tecnologia pouco conhecida chamada Google" Jasper-Sem-Graça-Cullen respondeu.

"Depois eu que sou a sarcástica."

"Agora a segunda parte da surpresa.” Rosalie prosseguiu dizendo. “Edward."

"Até você?" Virei-me para encará-lo.

"Prometo que vai gostar." Ele se levantou e estendeu sua mão para que fôssemos até o piano. Eu sentia meu rosto esquentando levemente. Eu já havia me habituado ao Edward tocando só para mim, mas isso nunca tinha acontecido com uma platéia ao fundo. Motivo esse que já era o suficiente para me deixar envergonhada.

As notas no piano começaram e logo identifiquei a música. Era Bella Luna do Jason Marz. A música era uma das mais lindas que eu já havia escutado, mas ouvi-la na voz do Edward era fenomenal.

The cosmic fish they love to kiss

They're giving birth to constellations

No riffs and oh no reservation

If they should fall you get a wish or dedication

May I suggest you get the best

For nothing less than you and I

Let's take a chance as this romance is rising over before we lose the lighting

Oh bella bella please

Bella you beautiful luna

Oh bella do what you do

Do do do do do

“Hora dos presentes!” Alice anunciou assim que Edward tocou sua última nota.

Logicamente que apesar dos meus protestos e recomendações todos compareceram com um presente. Meus pais decidiram combinar os presentes e me deram uma câmera e um álbum de fotos. Eu não era uma pessoa muito fotogênica, motivo pelo qual odiava fotos, mas até que seria divertido tirar algumas fotos durante os meses que viriam. O restante optou por coisas mais simples como roupas e acessórios, com a exceção de Jasper  que me deu uma coleção dos livros das irmãs Brontë.

A festa transcorreu de maneira tranquila  e eu me diverti de verdade como poucas vezes havia acontecido. E eu comecei a descobrir que não é um evento em sim que é bom ou ruim, mas sim as pessoas que te cercam. Se você está cercada por pessoas que realmente são seus amigos, é impossível não se divertir.

***

A segunda-feira chegou mais rápido do que eu gostaria. Apenas mais dois dias e minha mãe estaria de volta para Phoenix.

“A que horas vocês saem?” Jasper perguntou quando parou o carro no estacionamento da escola.

“As três.” Edward respondeu.

“Se eu conseguir escapar da monitoria saio no mesmo horário.” Respondi, saindo do carro.

“De qualquer forma, acho que vou ter que te esperar senão você não vai ter como voltar para casa.” Ele comentou, enquanto trancava o carro.

“Posso pegar um ônibus.” Sugeri.

“Nada disso!” Edward reclamou ao meu lado e eu revirei os olhos.

“Transporte público não é esse bicho de sete cabeças que vocês acham não.”

“Nós vamos esperar e acabou.” Edward deu a palavra final.

Continuamos nosso caminho para a entrada da escola, mas fomos interrompidos no meio do caminho.

“Olá!” James sorriu sinistramente, seus olhos passeando por nós três, antes de se fixarem em Jasper.


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