Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 14
Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, desculpem pelo atraso! Eu ia postar semana passada, mas estava tão enrolada com os estudos que não tive como. Mas o importante é que o capítulo chegou, certo?

A música do capítulo é Collide do Howie Day. Quem quiser baixar é só ir no link que tem no meu profile.



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Capítulo 14-  Aproximação.

[BPOV]

A cada dia que passava, parecia que um tijolo era derrubado, daquela muralha  impenetrável, que Edward insistia em sustentar.

Eu nunca pensei que algum dia eu seria capaz de conseguir me aproximar dele, mas a cada dia ele me provava o quanto eu estava errada.

“Você não gosta de Beatles?” Ele perguntou horrorizado. Ambos estávamos sentados na sala de música.

“Não é que eu não goste. Só não quero cantar ‘Let it be’ na nossa próxima apresentação.” Expliquei.

Já haviam se passado três semanas desde a nossa primeira apresentação, e o Sr. Banner pediu para que toda a turma apresentasse de novo, antes da apresentação final que seria dali há um mês.

“E o que você sugere?” Ele virou a cabeça na minha direção, e por um momento, eu só pensava em ver os olhos que ele escondia atrás daqueles óculos escuros.

“Ainda não sei.” Dei de ombros.

“Então vai ser Let it be.” Ele disse convicto.

“Que tal Endless Love?” Sugeri.

“Você sabe que não precisamos escolher um dueto para fazer um dueto, certo?”  Tive que revirar meus olhos. Era incrível como em certas horas a personalidade arrogante dele aparecia.

“Eu sei, mas é que eu gosto dessa música.” Expliquei. Para mim era um dos duetos mais perfeitos que já haviam sido gravados.

“Desde quando você gosta do Lionel Ritchie? ” Ele perguntou, e eu pude ver que ele arqueava a sobrancelha que os óculos também escondiam.

“Eu não disse que gostava dele, apenas da música.” Respondi. Eram pouquíssimas as músicas dele que eu gostava.

“Que seja.” Ele deu de ombros. “ Mas eu veto essa música.”

“E eu veto Let it be.” Impliquei. Mesmo agora, ele conseguia despertar o meu pior lado. A diferença é que agora ele fazia intencionalmente.

“Então isso é um impasse?” Ele perguntou, com um meio sorriso.

“Exatamente. Vamos ter que encontrar outra música.” Eu odiava a minha solução, mas eu não seria a primeira a ceder.

“Finalmente encontrei vocês.” Esme disse quando nos achou na sala. “O jantar está na mesa.”

Nós prontamente nos levantamos e  fomos para a sala de jantar.

“Depois do jantar continuamos a nossa conversa.” Avisei-o, enquanto andávamos até a sala.

“Eu já devia imaginar.” Ele exalou pesadamente.

Quando chegamos na sala de jantar, toda a família já estava ali reunida. Jasper me olhou diferente, e eu sabia muito bem o que aquele olhar significava. Desde o dia que ele me encontrou no sofá, junto do Edward, ele não parava de me olhar dessa forma.

“Bellinha!” Emmett gritou e me pegou no colo ao mesmo tempo.

“Emm, me coloca no chão.” Eu protestei. Eu tentava lutar contra ele, mas era em vão.

“Emmett, coloque a Bella no chão para que possamos jantar.” Esme ordenou, e ele prontamente me colocou no chão.

“Vocês acabam com a minha diversão.” Ele reclamou, indo sentar ao lado do Jasper.

“Bella, como vai a fisioterapia?” Carlisle perguntou durante o jantar.

“Bem, embora eu ache um saco.” Carlisle sorriu com a minha resposta. Fazer o que, se ficar sentada enquanto um médico qualquer puxava meu braço, não era nem um pouco interessante?

“Acho que mais umas semanas e seu braço estará cem por cento.” Ele disse. Isso era tudo o que eu queria.

“É o que eu espero.”

“Eu preferia a Bella de gesso.” Emmett comentou.

“Por que?” Esme perguntou, curiosa.

“Era mais engraçado. E eu podia chamá-la de múmia.” Ele respondeu. A única coisa que eu sentia falta do gesso, era poder bater no Emmett e realmente machucá-lo quando ele fazia essas piadas.

 “Me lembre de levar tomates quando eu for assistir a sua peça.” Ameacei.

“Agressiva.” Ele sibilou.

“Bella, eu queria te pedir uma coisa.” Carlisle, voltou a falar.

“Pode pedir.” Acho que se o Carlisle me pedisse para pular da ponte eu, provavelmente, pularia. Não havia palavras para expressar como ele e Esme me acolheram ali, quando eles nem me conheciam.  Eu faria qualquer coisa para agradecê-los.

“Não sei se você sabe, mas anualmente o hospital no qual trabalho faz um evento beneficente. E eu gostaria que você fosse.” Ele convidou. Imediatamente desejei que ele tivesse me pedido para pular da ponte.

“E-Eu?”

“É, você já é parte da nossa família, e seria um prazer ter você lá.” Sorri. Como dizer não quando ele usava essas palavras?

“E nem pense em fugir, mocinha.” Esme adicionou, e ambos ficaram me encarando, aguardando minha resposta.

“Tudo bem, eu vou.” Ambos comemoraram com a minha resposta. Se bem que eu já iria de qualquer forma, já que Alice havia me intimado. Por falar em Alice... “Por falar em família, cadê Rosalie e Alice?”

“Na casa dos pais.” Esme respondeu.

“Hoje você pode aproveitar e me agarrar o quanto quiser.” Emmett se insinuou, com um sorriso sacana no rosto. Tentei controlar o riso, mas falhei.

“Se eu fosse agarrar alguém aqui seria o Jasper.” Respondi, fazendo uma careta para Emmett.

“Bem, você já sabe onde fica o meu quarto.” O loiro disse, antes de piscar para mim.

“Minha moral anda em baixa nessa casa...” Emmett murmurou, e todos na mesa riram.

Edward subiu assim que o jantar terminou, enquanto eu fiquei um pouco mais assistindo televisão e conversando  com o Jasper e o Emmett.

“Que bom que você vai para a festa Bella.” Emmett comemorou.

“É verdade. Vai ser a primeira aparição pública do nosso grupo completo.” Olhei Jasper confusa, sem entender do que ele estava falando exatamente. “Eu, você, Alice, Emmett, Rosalie e Edward.” Ele acrescentou.

“O Edward vai?” Perguntei surpresa. Ele não era bem o tipo que iria em eventos como aquele.

“É um dos poucos eventos que conseguimos arrastá-lo.” Jasper explicou.

“E quais seriam os outros?” Eu estava curiosa em saber cada vez mais sobre a vida dele.

“Natal e ano novo.” Emmett respondeu. Pelo visto, essa tal festa beneficente era o único evento fora de casa que ele participava.

“E não se esqueça, você me deve uma dança.” Jasper me intimou.

“Eu não te devo uma dança.” Neguei, prontamente.

“Agora tá devendo.”

“E a mim também.” Emmett se juntou a ele.

“Eu não sei dançar.” Admiti, embaraçada.

“Duvido.” Jasper realmente não estava acreditando na minha declaração.

“Vocês já viram como eu ando? Imagine eu dançando.” Ambos apenas assentiram em resposta.

“Isso pode ser engraçado.” Emmett disse com um olhar perdido, como se estivesse imaginando algo. Pela expressão dele, esse algo deveria ser eu dançando.

“Depois dessa eu vou embora.” Os meninos ficaram me olhando, enquanto eu levantava do sofá e alongava os meus braços.

“Por que?” Jasper foi o primeiro a perguntar.

“Preciso decidir algumas coisas sobre a apresentação.” Um sorriso misterioso apareceu no rosto dele, e eu suspirei aliviada ao ver que Emmett olhava para mim nessa hora, não para ele.

“Ah, ok.” O meu ursinho de pelúcia respondeu. Se Emmett desconfiasse que eu o chamava assim nos meus pensamentos, eu podia esperar coisa muito pior do que ser chamada de múmia.

“Boa noite, meninos.” Me despedi deles, dando um beijo no rosto de cada um.

“Boa noite.”

Subi as escadas, e ao invés de ir para o meu quarto, eu fui para o quarto ao lado.

“Pode entrar.” Ele respondeu, após ouvir minha batida.

“Já pensou em alguma coisa?” Perguntei, ao vê-lo sentado na cama, com o violão ao seu lado.

“Nada ainda. E você?”

“Também não.” Respondi, me sentando na beira da cama.

“Então vamos de Beatles.” Ele decidiu. Lá vamos nós outra vez.

“Eu não vou começar essa discussão de novo.” Avisei-o.

“Não precisamos discutir, é só você concordar.” Ele me lembrava o Jasper quando assumia esse ar prepotente de ‘Eu sou o dono da razão, não discuta comigo.’

“Por que você tem que ser tão arrogante, hein?” Se ele soubesse o quanto aquilo me irritava, ele não faria aquilo.

“Pela mesma razão que você é irritante.” Ele devolveu, triunfante.

“Está vendo? É por isso que costumávamos brigar.” Apontei, relembrando dos meses em que trocar duas palavras com ele seria quase uma sentença de morte.

“Não, costumávamos brigar por que você sempre esbarrava em mim.” Ele me corrigiu, fazendo questão de me lembrar o quanto eu era desastrada.

“Eu e o chão temos uma antiga história de amor, a culpa não é minha se você insistia em ficar entre nós.” Ele deixou uma pequena risada escapar. Nessas horas que eu achava bom ser a idiota que eu era, afinal eu conseguia arrancar um sorriso dele.

O silêncio se instalou no quarto, mas eu não o quebrei. Edward parecia tão pensativo, que eu não queria incomodá-lo.

“Já sei!” Ele exclamou, de repente, me assustando. “Você podia cantar aquela música que você cantou quando a Angela estava aqui.”

“Como você sabe a música que eu cantei?” Perguntei surpresa. Edward não estava na sala naquele dia.

“Eu estava indo para a cozinha, e acabei ouvindo.” Ele admitiu, parecendo um pouco envergonhado.

“Você já viu esse filme?”

“Qual?”

“Um amor para recordar.” Respondi. Sei que o final era triste, mas tanto o filme quanto o livro ocupavam lugares privilegiados na minha coleção.

“Não. Isso é filme de menina.” Ele respondeu com desdém.

“Não é nada.” Por que os homens sempre achavam que romance era só para garotas? “De qualquer forma, essa música é desse filme. Mas na trilha também tem um dueto.”

“Você tá obcecada com duetos.” Ele observou.

“Não discuta comigo.” Ordenei. “Você escolheu a música da primeira, e eu escolho a da segunda.”

“Eu ao menos posso saber qual é a música?” Ele pediu.

“Eu acho que a tenho no meu Ipod. Amanhã eu te amostro.” Respondi incerta. Eu mudava tanto as músicas do meu Ipod que às vezes até esquecia o que continha nele.

“Por que não agora?” Ele perguntou subitamente.

“Por que  temos aula amanhã e eu preciso dormir.” Ainda era cedo, mas eu realmente estava cansada.

“Você vai dormir, ou vai agarrar o meu irmão?” Ele perguntou. Não pude deixar de perceber a leve acidez que continha sua voz. O que me deixava completamente confusa.

“O quê?” Perguntei, com os olhos arregalados.

“Foram vocês que falaram no jantar.” Ele respondeu. Eu tentava interpretar a expressão dele, mas era ilegível.

“Loiros não fazem o meu tipo.” Logo me chutei mentalmente por deixar essa informação desnecessária sair da minha boca.  “Eu tenho  que ir. Boa noite.”

“Boa noite.” Ele respondeu, e eu sai do quarto.

***

“Bom dia!” Alice nos cumprimentou quando entrou no carro, ocupando o banco do carona. Eu e Edward estávamos no banco de trás.

Naquela manhã eu havia decidido ir com o Jasper, já que o Jipe do Emmett estava com o radiador quebrado, e ele ainda teria que esperar Rosalie consertá-lo.

Sim, a Rose entendia mais de carros do que o próprio namorado.

“Bom dia!” Respondi, não tão animada quanto ela.

“Amor, advinha quem vai para a festa do meu pai?” Jasper perguntava a Alice.

“Quem?” Ela perguntou, curiosa.

“A Bella.” Ele respondeu, enquanto saía com o carro de frente a casa da Alice.

“Mas eu já tinha falado para ela que ela iria.” Ela respondeu dando de ombros.

“Mas ontem meu pai a convidou oficialmente.” Ele explicou.

“Você já escolheu sua roupa?” Ela perguntou, virando-se para mim.

“Alice, o Carlisle falou comigo ontem.” Expliquei. Nem todas as pessoas eram como ela que fazia tudo com mais de um mês de antecedência.

“Então precisamos ir ao shopping hoje.” Eu já devia esperar por essa reação.

“Não posso. Tenho trabalho a fazer.”

“Bella, a festa é daqui a duas semanas.” Ela protestou.

“Eu sei. Vai dar tempo de comprar alguma coisa.” Eu sabia que não teria como escapar de uma sessão de compras com a Alice, mas isso não queria dizer que eu não podia procrastinar.

“Não acredito como você pode ser tão acomodada com uma coisa dessas.” Alice revirou os olhos, e se virou para frente.

 

[EPOV]

Eu e Bella caminhávamos juntos em direção a nossa primeira aula, algo que já havia virado rotina nas últimas semanas.

Ainda era difícil para mim deixar alguém se aproximar. Eu havia aberto uma pequena brecha para me aproximar dela, e era assustador ver o quanto ela se agarrava àquela brecha.

Mas acho que era assustador de um modo positivo.

“Você sabe que você não vai fugir da Alice, não é?” Comentei, qualquer pessoa que conhecia Mary Alice Brandom sabia o quanto ela era irredutível em suas decisões.

“Eu sei. Parece que todos gostam de me torturar.” Bella deu um longo suspiro.

“Como assim?” Perguntei, confuso.

“Alice querendo me levar ao shopping, o seu irmão e o Emmett querendo que eu dance com eles.” É claro que o Jasper iria querer dançar com ela. Por que aquilo não me surpreendia?

“Eu não posso afirmar, mas acho que eles sabem dançar.” Tentei tranqüilizá-la. Se ela quisesse dançar com qualquer um deles, ela não precisaria temer um pé machucado.

“Eu é que não sei.” Ela admitiu quase que num sussurro.

“Você não sabe dançar?” Perguntei, surpreso.

“Não.” Ela respondeu tão baixinho, que quase não pude ouvir.

“Se você quiser eu posso te ensinar.” Ofereci. Eu não sabia o por que estava fazendo aquilo, mas também não me dei ao trabalho de procurar uma razão lógica para as minhas ações.

“O quê!” Ela exclamou, surpresa.

“Acredite, tudo depende de quem conduz.” Insisti.

“Eu não acho que isso seja uma boa idéia.” Ela insistia em recusar.

“O que você tem a perder?” Perguntei desafiante.

“Eu? Nada. Você? Seus dedos dos pés.” Ela respondeu. Não pude evitar minha risada que seguiu sua declaração.

“Você não pode ser tão ruim assim.” Insisti. Pelo que eu pude perceber, Bella tinha o péssimo hábito de exagerar seus defeitos.

“Acredite em mim. Eu já fui expulsa de uma escola de balé.”

“Quantos anos você tinha?” Perguntei.

“Sete.” A imagem de uma pequena Bella completamente desastrada, invadiu a minha mente, mesmo eu não sabendo como ela era fisicamente.

“Acho que agora você deve ser melhor.” Houve um breve silêncio, até que ela resolveu responder.

“Ok, eu deixo você me ensinar a dançar, mas com uma condição.” Eu devia ter previsto isso.

“Qual?” Perguntei, com medo. O que será que aquela garota tinha em mente?

“Que você almoce com a gente.” Ela respondeu. Almoçar com eles?

“Bella, eu não sei...” Eu tentei arranjar uma desculpa para recusar a condição dela, mas ela foi mais rápida, me impedindo de continuar.

“Apenas encare isso como um jantar na sua casa.” Ela insistiu. Por um lado ela tinha razão, mas por outro ainda era muito difícil.

“Mas é diferente.” Insisti. Uma coisa era ter refeições junto com eles na minha casa, outra bem diferente era fazer isso na escola.

“Diferente como? Serão as mesmas pessoas.” Definitivamente ela tinha o dom de ser persistente.

“Mas tem muitas pessoas em volta.” Expliquei. Eu podia não ver, mas eu sabia que mesmo assim, teriam centenas de olhares questionadores olhando na minha direção.  “Além do mais, faz tempo que eu ao sento numa mesa com eles.”  Talvez esse último motivo fosse o principal. Eu nem me lembrava da última vez que eu almoçara com os meus amigos na escola. Eu não saberia como eles iriam reagir se de repente eu voltasse a fazer isso.

“Então sentamos em uma mesa só nossa.”

“Por que você está fazendo isso?” Perguntei , curioso. Nunca ninguém insistira tanto comigo.

“Por que nós somos amigos. E eu gosto de ficar perto dos meus amigos.” Bella respondeu. Ela gostava de ficar perto de mim.

“Tudo bem, nós podemos fazer um teste. Se der certo, depois sentamos a mesa deles.” Isso era o mínimo que eu podia oferecer, depois de tanta insistência.

“Certo.” Ela pareceu satisfeita pelo o que eu falei.

Eu não conseguia prestar atenção nas aulas Meus pensamentos estavam unicamente focados na hora do almoço.

Talvez tivesse sido melhor ficarmos na mesa junto com o meu irmão. Ao menos isso traria menos atenção do que eu e Bella sentados numa mesa sozinhos.

Assim que a aula acabou, Bella não me deixou escapar, e eu fui com ela para o refeitório. Entramos na fila, e depois dela ter pego a comida, ela me guiou até uma das mesas vazias.

“Sorte sua que hoje era macarronada.” Ela comentou, enquanto sentávamos a mesa.

“Eu prefiro sua lasanha.” Confessei.

“Valeu.” Ela agradeceu.

“Quando vamos começar os ensaios?” Perguntei, tentando mudar de assunto o mais rápido possível.

“Da música?” Ela perguntou.

“Da dança.” Eu respondi, e ela grunhiu.

“Acho que a música é mais importante.”

“Mas você ainda nem me deixou ouvi-la.” Lembrei-a. Embora eu não duvidasse que gostaria da música.

“Ok.” Ela suspirou, e no instante seguinte senti fones na minha mão. “Coloque no ouvido.” Ela pediu, e assim eu fiz.

Em seguida a música começou a tocar.

Permanecemos em silêncio até que a música havia acabado.

“Até que a música é legal.” Disse, parecendo desinteressado. Eu não admitiria que realmente havia gostado da música.

“Viu? Eu disse que você iria gostar.” Ela disse, triunfante.

“Mas você ainda não respondeu a minha pergunta.” Ouvi-a grunhir mais uma vez. Definitivamente, Bella Swan era única.

“Hoje a tarde. Pode ser? Eu vou ter que voltar para sua casa de qualquer jeito.”

“Combinado então.”

 

[BPOV]

Assim que cheguei a casa dos Cullens, tratei de avisar ao meu pai que eu ficaria ali mais um pouco, por via das dúvidas ele disse que só iria me buscar depois do jantar.

Jasper logo sumiu junto com a Alice, em algum cômodo da casa. Eu nem queria saber o que eles estavam fazendo nesse momento.

Eu estava sentada na cama do Edward, esperando que ele começasse a tal aula.

“Você tem certeza que quer fazer isso?” Alguma parte minha ainda esperava que ele desistisse daquela loucura.

“Você me fez almoçar com você hoje.” Ele apontou.

“Mas isso foi indolor. Já eu dançando é desastroso.” Insisti.  “Além do mais, acho que seu pai deveria ser consultado. Eu ainda estou fazendo fisioterapia no meu braço, e isso pode ser prejudicial.” Apelar para as minhas condições médicas, parecia ser minha última opção.

“Não querendo usar as palavras do Mike, mas você dança com os pés, não com as mãos.” Não me escapou o sarcasmo que saiu da sua voz quando ele pronunciou o nome do Mike.

“Tudo bem, mas não diga que eu não avisei.”

Edward ligou o som, e uma música conhecida começou a tocar.

 

The dawn is breaking

A light shining through

You're barely waking

And I'm tangled up in you

Yeah

“Vem.” Ele me chamou, estendendo a mão para mim.

“Você ainda pode desistir.”

“Bella.” Edward disse num to de reprovação, e eu me dei por vencida, aceitando a mão que ele mantinha estendida.

Não pude ignorar a corrente elétrica que senti passar por nossos corpos quando ele pegou na minha mão.

 

I’m open, you’re closed

Where I follow, you’ll go

I worry I won’t see your face

Light up again

 

Edward me puxou lentamente, para perto dele.

 Ele colocou minha mão esquerda em seu ombro, enquanto sua mão direita parou no meio das minhas costas. Eu senti um arrepio percorrendo meu corpo, e eu tinha certeza que não era por causa do frio.

“Apenas sinta a música.” Ele sussurrou, seu hálito batendo de leve na minha bochecha.

“Anham.” Eu não confiava em mim para dizer uma palavra com coerência. Meu coração estava acelerado. Eu nunca tinha ficado tão próxima dele.

 

 

 

Even the best fall down sometimes

Even the wrong words seem to rhyme

Out of the doubt that fills my mind

I somehow find

You and I collide

 

Edward me conduzia lentamente ao som da música.

Um espaço ínfimo era o que separava os nossos corpos naquele momento.

Eu podia sentir minhas bochechas queimando, e fiquei agradecida em saber que ele não poderia ver o meu estado.

 

I’m quiet you know

You make a frist impression

I’ve found I’m scared to know I’m always on your mind

 

“Viu só? Você não é tão ruim.” Ele dizia, enquanto continuava a me conduzir.

“Acho que tudo depende de quem guia.” Repeti as suas palavras

“Eu sempre disse que estava certo.”  O sorriso arrogante apareceu em seu rosto, e eu senti meu coração falhando uma batida.

 “Prepotente.” Acusei-o.

“Irritante.” Ele devolveu.

 

 

 

Even the best fall down sometimes

Even the stars refuse to shine

Out of the back you fall in time

I somehow find

You and I collide

 

 

“Ai.” Ele reclamou, quando pisei em seu pé.

“Eu avisei que isso iria acontecer.” Lembrei-o, enquanto me soltava dele. Não sei por que as pessoas achavam que eu exagerava nos meus defeitos.

“É o seu primeiro dia.” Ele tentou me consolar.

“E no que depender de mim, será o último.”

“Você fez um acordo.” Ele me lembrou.

“Eu posso voltar atrás.” Disse, dando de ombros.

“Claro que não.” Ele disse firmemente. “Agora cale a boca e continue dançando.” Ele ordenou, e por incrível que possa parecer, eu obedeci.

Don't stop here
I've lost my place
I'm close behind

Even the best fall down sometimes

Even the wrong words seem to ryhme

Out of the doubt that fills your mind

You finally find

You and I collide

 

Edward me envolveu em seus braços novamente.

E enquanto voltávamos a ser embalados pela música, meu coração voltou a acelerar, e minhas bochechas a ficarem vermelhas, e o ar faltou aos meus pulmões.

Há alguns dias eu suspeitava o que toda a minha confusão significava.

E naquele momento, eu já não podia mais me enganar.

Eu estava, irrevogável e incondicionalmente, apaixonada por Edward Cullen.

 

You finally find

You and I collide

You finally find

You and I collide


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Notas finais do capítulo

Alguém aqui também quer dançar agarradinha com o Edward? o/

Beijos! Até a próxima!