[Tom P.O.V]:

Quando eu acordei, o relógio que estava no criado mudo estava marcando 14h30min. Levantei meio tonto e caminhei até o quarto do Bill para saber se ele já tinha se levantado.

Aproximei-me da porta e ouvi minha mãe e ele conversarem sobre algo que eu não estava sabendo.

“-Você tem que ir Bill! Não há escolhas! Ele vem te buscar amanhã! - minha mãe estava quase sussurrando para ele.

-Eu não quero ir mãe! Eu quero ficar aqui com você e com o Tom! Não é justo! –meu irmão tinha uma voz de choro.

Afastei um pouco a porta semi-aberta pra poder ver melhor a cena eu estava acontecendo ali dentro.

-Meu amor, hoje a noite faremos suas malas e amanhã pela manhã no máximo, ele deve estar aqui!

Me irmão olhou minha mãe com lágrimas nos olhos. O que estava acontecendo ali era sério.

-Me perdoe meu amor! –ela o beijou na testa. –Eu vou fazer de tudo para trazer você de volta, prometo! –ela o abraçou com força.

Senti que algo ruim estava para acontecer aqui. Talvez o Bill estivesse de partida e eu não sabia! Ou talvez eu poderia ir com ele! Daí a mamãe ia se arrepender de ter brigado comigo!

-Quanto tempo vai durar? –Bill perguntou.

-Não sei meu bem! Mas prometo que não será muito! E além do mais, acho que podemos te visitar! Eu e o Tom!“

Como assim “eu e o Tom?” quer dizer que eu não vou? Quer dizer que o Bill vai embora e eu ainda vou ter que ficar? Isso não é justo! Eu queria ir também!

Minha mãe se levantou e veio em direção a porta. Sai correndo para o meu quarto antes que ela me pegasse no flagra.

-Se o Tom acordar, diz a ele que eu fui ao cartório!

Assim que ela saiu, eu fui para o quarto do meu irmão.

-Bill? –eu perguntei abrindo a porta. Meu irmão estava olhando o céu através da janela. Ele não me olhou, então entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim. –Bill eu...

Ele se virou para mim e por mais que tentasse, não conseguia conter as lágrimas que caiam de seus olhos.

Vê-lo assim, me matava por dentro. Eu dessa vez não havia feito nada, minha consciência estava tranqüila, eu acho.

-Aconteceu alguma coisa? –me aproximei e limpei as lágrimas dos olhos dele.

-Não é nada não! –ele tentou sorrir.

-Você não está cumprindo a promessa que me fez! –sorri de volta. –Seu sorriso não é verdadeiro! Você quer é chorar! Mas porque Bill? O que está te fazendo chorar?

Como resposta, ele selou nossos lábios no beijo mais desesperador que eu já tinha recebido na minha vida. Aprofundei o beijo e quando nos separamos estávamos arfando.

-Eu... –ele começou a falar e parou. –Eu amo você Tom! –enfim ele disse.

-Também te amo Bill! –respondi segurando a mão dele.

-Podemos jogar nosso jogo, só mais uma vez pelo menos! –ele suplicou.

-Claro que podemos, mas você não está me dizendo à verdade! Eu preciso saber por que você estava chorando! Bill, eu estou aqui, mas para mim te ajudar eu preciso saber qual é o problema!

-Não há problemas Tom! –ele disse irritado.

-Se você não vai me contar, eu vou ligar para a mamãe! –ameacei –o.

-NÃO! –ele gritou. –Por favor não!

-Por que não? –perguntei.

-Pare com as perguntas Tom! Você acha que eu quero ir? –ele começou a chorar de novo.

-Ir aonde? –eu já estava perdendo a paciência

-Ir para a..... –ele não terminou de dizer.