—Mike? –eu perguntei reconhecendo a pessoa que tinha entrado aqui.

—Oi Bill! –ele sorriu.

—O que você está fazendo aqui? –dei alguns passos para trás e as minhas costas encontraram a parede da sala.

—Não posso me despedir do meu novo “amigo”? –ele fez aspas com os dedos e se aproximou de mim.

—Nós não somos amigos, esqueceu? –minhas mãos tocavam a parede procurando talvez por uma maçaneta que pudesse revelar uma porta que me tirasse daqui.

—Tudo bem! Eu só vim aqui para pedir desculpas, mas vejo que você não as quer! Depois não venha me dizer que sente muito, porque daí eu não vou te desculpar! –ele me deus as costas e começou a sair.

Realmente ele não parecia estar mentindo. Sei lá! Algo em como ele falou fez com que eu me sentisse um ridículo por não tentar acertar as coisas entre nós!

—Espera! –me afastei da parede e fui em direção a ele. –Me desculpe! –eu disse.

—Está tudo bem! Eu é que te devo desculpas por ter te chamado de garota... Eu realmente sinto muito! –ele abaixou a cabeça.

—Ah, tudo bem! Eu já nem mais lembrava disso! –sorri para ele assim que ele levantou a cabeça.

—Amigos? –ele perguntou com brilho nos olhos.

—Amigos! –eu respondi estendendo a mão.

Para a minha surpresa, ele não pegou a minha mão, ele me beijou. Eu não tive qualquer reação. Foi algo tão repentino que os meus olhos nem se fecharam. Minhas pernas não conseguiram mais me sustentar quando a imagem do Tom me passou pela mente. Eu senti como se quem estivesse me beijando fosse o meu irmão e não o Mike. Eu sabia que se o...

—Bill eu estou... – o Tom entrou na sala nesse instante. –O que é isso? –Mike separou nossos lábios.

—Adeus Bill e obrigado pelo beijo forçado, eu realmente não queria, mas você insistiu tanto que eu cedi! –ele riu e saiu da sala, me mandando um beijo.

—Tom não é nada disso! Eu posso...

—Eu não quero ouvir mais nada de você! Bill você beijou aquele garoto! Você me traiu!   –ele estava chorando! Meu estômago estava revirando só de pensar que o Tom achava que eu que tinha beijado o Mike a força. –Quer saber de uma coisa? –ele enxugou as lágrimas que agora escorriam por suas bochechas.

— O que? –a resposta dele não ia doer mais do que ver as lágrimas dele caírem por minha causa.

—SAI DA MINHA VIDA! –ele gritou e saiu correndo.