Em Minha Vida escrita por San Costa


Capítulo 7
homenagem aos Ancestrais e armações




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Os dias passaram rápidos, Quil e eu não tivemos mais momentos às sós, era uma correria, porem em dois dias tudo estava pronto. Essa festa era muito conhecida, juntava muitos turistas que vinham conhecer as lendas, sem saber que era tudo verdade, os familiares do povo da reserva vinha visitar a família e participar da festa, e os Quileutes que não moravam mais aqui vinham rever Lá Push, a família e os amigos. Tia Emi e a Nessie aprovaram minha escolha de roupa pra ocasião, eu coloquei uma saia rodada pouco abaixo do joelho, uma regatinha branca e uma rasteirinha, o cabelo eu deixei solto.

Quil veio me buscar em casa e fomos de mãos dadas até o local da festa, havia varias tochas de fogo e arranjos de flores em toda a extensão da praia. Quil estava com uma bermuda xadrez e uma regata branca apertada, que deixava a mostra todos os seus músculos de lobo, o único problema era que não tinha uma garota que não olhava. A praia estava lotada de pessoas, vários deles eu recordava de já ter visto antes, ao norte da entrada havia um lugar tipo um deck, só que de pedra branca, onde eles colocaram a fogueira principal, em volta dela havia mais três fogueiras, e seria ali que os anciões contariam algumas de nossas lendas.

_Claire olha quem veio pra festa. Tio Sam chamou e me mostrou um casal ao seu lado.

_Pai, mãe. Fui até eles e os abracei. _Por que vocês não me disseram que viriam?

_Nós queríamos te fazer uma surpresa querida. Gostou?

_Lógico. Estava com saudades. Quil estava calado, com certeza com vergonha. Minha também percebeu e lógico não deixou o momento passar.

_Quil como você está lindo. Minha mãe disse o abraçando e mesmo a pele dele sendo morena deu pra ver que ele ficou vermelho. A festa estava tranqüila, e mesmo Ruan estando nos olhando a todo o momento Quil e eu aproveitamos a festa e nos divertimos com nossos amigos e familiares. Por volta de dez horas as homenagens começaram, todos os lobos, imprinting e familiares se reuniram perto das fogueiras, os anciões sentaram-se no centro, alguns garotos da tribo com faixa de onze e doze anos dançaram danças típicas Quileutes, foram cantadas varias musicas indígenas e contadas varias lendas. Os turistas olhavam maravilhados, por volta de uma hora todos os turistas já tinham ido embora, os anciões revezavam contando as lendas principais da aldeia, suas vozes se misturavam com o vento, do fogo saiam labaredas azuis, laranjada e branca. As lendas e cantigas continuaram até bem tarde. Quando já estava cochilando Quil me levou pra casa.

Os dias passaram tranqüilos, meus pais ficaram durante todo restante da semana, Quil e eu os levamos em Seatles pra pegar o avião e na volta Quil me trouxe em casa.

_Nos vemos hoje à noite? Quil perguntou com um olhar maroto.

_Uhum. Beijamos-nos e ele foi pra oficina, onde praticamente todos os lobos trabalhavam. Mais ou menos duas horas depois ouvi meu celular tocar e corri pra atender achando ser ele, porem não reconheci o numero.

“alo?”                                                           

“Claire?” eu reconheceria aquela voz de taquara rachada em qualquer lugar que eu a ouvisse.

“Leandra. O que você quer?”

“sabe onde o Quil está?”

“claro, na oficina” ela deu uma risada debochada.

“tem certeza?” eu estava começando a perder a paciência.

“diz logo o que você quer”

“eu só quero te avisar que o Quil está comigo em Port. Angeles.” Toda paciência que eu tinha acabou.

“olha aqui sua vaca...” ela me interrompeu.

“você duvida, liga agora pro motel luxer e pedi pra falar com o garoto da oficina de Lá Push pra você ver” ela pausou e depois continuou distribuindo seu veneno.

“ele veio buscar em mim o que você não pode dar” aquilo foi o suficiente pra que eu jogasse o celular na parede do outro lado da sala. Eu gritei de raiva, andei de um lado pro outro na sala, até que eu não agüentei, fui até a agenda telefônica e peguei o numero do tal motel luxer e liguei, no segundo toque uma voz feminina atendeu.

“motel luxer boa tarde”

“boa tarde, eu quero falar com o rapaz da oficina de Lá Push que está ai”

“só um minuto que eu vou chamá-lo” tudo a minha volta girou e meu ar acabou eu desliguei o telefone já sentindo as lagrimas me sufocarem. Corri pro meu quarto e me tranquei la dentro, eu não acreditava que o Quil tinha feito isso comigo, ele disse tanto que me amava, disse que não via mais ninguém sem ser eu. À noite a tia Emi me chamou porem eu disse que estava no computador com uns amigos e ela não insistiu, pior foi quando o cara de pau do Quil apareceu, eu quase desci até a sala e joguei tudo na cara dele, porem eu não queria que todos me vissem sofrendo.

Dormi cedo e no outro dia escrevi uma pequena carta pro Quil.

“Acabou...

Eu não acredito que você mentiu tanto pra mim, eu sei o que aconteceu e não quero te ver nunca mais na minha vida.

Fica longe de mim até o dia de eu ir embora

Claire”

As lagrimas caiam no meu caderno enquanto eu escrevia, pedi ao Karon pra entregar para o Seth. Depois que eu chorei tudo o que eu tinha pra chorar eu resolvi não deixar isso acabar comigo, eu o amava mais que tudo, porem ele não me quis, ele não me deu valor.

***

_Vai sair? Tia Emi perguntou quando eu desci, ela com certeza percebeu meu jeito estranho e que eu não via o Quil a mais de uma semana.

_É, o Ruan me chamou pra ir a uma danceteria aqui perto.

_O Ruan? Eu simplesmente dei de ombro, sem me importar em responder, eu estava sufocada, e o Ruan estava sendo um bom amigo então não tive duvidas em aceitar seu convite de sair. Ele me buscou na minha casa e fomos pra danceteria, a cidade era próxima e não demorou pra chegarmos. O lugar estava lotado, luzes piscavam, varias pessoas bebiam e outras tantas dançavam. Ruan me levou pra pista logo depois de pegar uma bebida pra cada um de nós, eu literalmente me acabei de tanto dançar, finalmente eu consegui passar algumas horas sem pensar no Quil, sem pensar no que ele me fez.

_Se divertindo? Ruan perguntou no meu ouvido, já que a zoeira era alta demais pra se ouvir de longe.

_Sim, obrigada.

_Não por isso. E antes que eu pudesse esquivar ele me beijou, eu o empurrei porem ele não me soltou, eu me senti mal por ele estar me beijando, porem eu não tinha por que me sentir assim. Senti um par de mãos puxarem meu ombro e vi o Quil ir pra cima do Ruan, ele deu um soco em seu rosto e o Ruan cambaleou.

_Não encosta nela. Quil falou em um rosnado, eu me soltei de suas mãos e fui ver como o Ruan estava. Sua boca estava sangrando, porem logo cicatrizaria, Ruan passou o braço pela minha cintura, eu não o tirei, ele olhou pro Quil com um olhar superior.

_Basta saber se ela não quer que eu encoste nela. Ruan falou beijando o meu rosto, eu me senti horrível por deixar isso, porem eu queria ferir o Quil, ele tinha que ver que tinha quem queria o que ele não queria.

 


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