Capítulo 22: Contra-ataque

Um raio de sol infiltrou-se pelas cortinas da cama refletindo em meus olhos. Fiz uma pequena careta e deixei meus olhos se abrirem calmamente. Senti algo preso em minha mão e fitei. Abri um sorriso enorme ao ver que era a carta do anônimo. Durante a noite fiquei imaginando quem seria o autor dela. Pensei por um instante que havia imaginado aquela linda letra. Abri o papel e reli a música. Quando meus olhos passaram pelas linhas as batidas do meu coração se aceleravam. Balancei minha cabeça vendo quão tola eu parecia. Provavelmente devia ser alguma piadinha sem graça.

-Bem que podia ser ele. – Sussurrei baixinho.

No fundo do meu coração eu ansiava que tivesse sido certo sonserino. E sei que a possibilidade disto ser verdade seria nula. A não ser que esteja implicando comigo. Ah, droga!Lá vou eu de novo. Resmunguei baixinho. Eu precisava dar um jeito de afastá-lo de meus pensamentos. Seja para pensamentos bons ou ruins. Simplesmente preciso provar a mim mesma que não preciso dele. Sentir-me livre para seguir com tudo que havia planejado. Ou meu plano seria uma catástrofe total. A ideia era fazê-lo se apaixonar por mim e não eu me apaixonar ainda mais.

Se é que isto seja possível. Fitei o papel e dobrei-o com cuidado. Sentei na cama e girei meu corpo para olhar o despertador. Havia acordado antes da hora. E sabia não adiantar permanecer na cama não dormiria de novo. Levantei devagar caminhando até o banheiro. No caminho guardei dentro do meu diário a carta. Peguei minha veste e fui tomar um banho. Aproveitei estar cedo e demorei mais que o normal. Quando terminei coloquei minha roupa e deixei uns botões da blusa aberta.

Saí do banheiro e passei um brilho labial e ajeitei meus cabelos. Juntei meu material e desci para o salão comunal para esperar por meus amigos. Assim que desci notei um novo papel no mural. Curiosa eu corri até lá e soltei um gritinho de felicidade. Daqui a duas semanas iríamos a Hogsmead. Isso sim é uma boa noticia. De bom amor sentei numa das poltronas e fiquei ali pensando na carta e no Malfoy. Será que ele irá fazer algo?

Não sei dizer quanto tempo passei ali sentada. Minha cabeça estava longe. Bolava vários planos para chamar a atenção do Malfoy sem ficar muito claro, obvio. Apesar de que tenho certeza que logo notará. Até agora só não me decidi se será bom ou não. Fui tirada de meus pensamentos por uma voz muito conhecida por mim. Uma voz que me dava confiança. E que irritantemente sabia desvendqr quando estava bem ou não.

-Mi? – Chamou Harry.

-Oi Harry, bom dia. – Disse sorrindo.

-Bom dia, tudo bem?

-Sim, e você?

-Tudo bem.

Um barulho nas escadas nos fez olhar na direção do ruído. E vimos uma cabeleira ruiva surgir rindo. Olhamos sem entender nada e fomos até lá. Eu estava com o cenho franzido e Harry estava sério até chegar à parte superior da escada e começar a rir. Preocupada me juntei a eles e meus olhos se arregalaram ao ver a cena. Meninos! Foi a única coisa que pensei ao ver Neville bufando e apontando a varinha para o Ron. Neville estava completamente encharcado com as bochechas vermelhas. Um claro indicio de estar irritado.

-Meninos, parem! – Gritei quando vi o Ron sacar sua varinha.

Os dois se estudavam e Harry puxou o Rony para trás. Algo não estava certo. Por um minuto pensei no que poderia ter os deixado assim. Ronald parecia realmente irritado, mas estava feliz por ter feito “sei lá o quê” com o nosso amigo. Por Merlin, algo estava errado, muito errado!

-O que deu em vocês?

-Esse... Esse idiota chamou a Gina para sair.

Ouvi-o bradar irritado e Harry ficou parecendo uma estatua. Droga tem como piorar? Ao pensar isto me arrependi, pois vi uma cabeleira ruiva surgir no corredor. Sua expressão era irritada e segurava a varinha em punho. Apontou-a em direção ao peito de Neville e falou baixinho somente para ele ouvir.

-Eu não respondi, respondi?

 Perguntou-o e ele balançou a cabeça negativamente. Um sorriso surgiu no rosto dele e viu a cara do Harry. Parecia ter conseguido o que queria. Deixar o Harry com ciúmes, mas infelizmente quem decidira dar um “show” foi Ronald.

-Ótimo, e minha é resposta é não. – Falou baixo de novo.

Virou-se para o Rony com os olhos estreitos apontando a varinha para o peito dele como havia feito com o Neville.

-Eu saio com quem eu quiser e quando eu quiser.

Após isto piscou para mim e saiu de lá calmamente. Como se nada tivesse acontecido. Seus cabelos lisos balançaram com o movimento e vi o rosto dele sem reação. Aproximei-me dele e falei baixinho. Não era para outra pessoa ouvir. Este assunto era pessoal. E como sua melhor amiga eu me vi na obrigação de alertá-lo.

-Harry, vá! Convide-a para ir a Hogsmead.

-Mas Mi nem sei quando terá uma visita. – Falou tristonho.

-Daqui a duas semanas.

Vi-o abrir um largo sorriso e beijar minha bochecha com pressa. E sem mais nem menos o vi desaparecer. Seria este o inicio de um contra-ataque? Vamos ver se Gi já conseguiu o que tanto queria. Bom, o ciúme sem dúvida é um jeito de chamar atenção dos homens. Sorri lembrando-me da cena na biblioteca. Apesar de achar que aquilo se devia mais a orgulho ferido do que qualquer outra coisa.