Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 86
Vida 6 capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/81878/chapter/86

– Ficou doido, cara? Quer ser processado por agressão?

McG se coloca entre um transtornado Jan Ackles e um assustado Rick Speight Jr.

– Ele .. ele .. Deixa, você não ia entender mesmo.

– Não ia entender o quê? O que há para entender quando vejo o Rick estender a mão para cumprimentá-lo e você reagir dando um murro na cara dele. Vocês passaram a semana passada inteira gravando num clima ótimo. O que aconteceu neste fim de semana que eu não fiquei sabendo?

– Nada, o Jan enlouqueceu. Eu saí daqui na sexta ao meio-dia, volto neste minuto e sou recebido a socos. Quem não está entendendo nada sou eu. - Você merecia mesmo que eu te processasse, ..

– .. DEAN querido.

– Eu sabia que era você. Sabia que não ia resistir a dar as caras como o ator que interpreta o Trickster. Que, por sinal, não se parece em nada com a forma humana que você costuma usar para infernizar a minha vida. Mas, já que está aqui, que tal aproveitar que estão todos congelados no tempo e abrir de uma vez o jogo. Pode falar abertamente já que estamos cercados de gente e, mesmo assim, não vai haver testemunhas. Me diga: o que vai ser desta vez. Vai ferrar só com a minha vida ou vai sobrar pro Ackles também?

– Deixa eu pensar. É, tirar o Ackles do armário seria bem divertido. Já estou vendo as manchetes: Astro de Supernatural mata a facadas ator que interpreta seu irmão na série. Mais detalhes sobre o crime passional nas páginas centrais.

– Não, você não faria isso. Vai destruir as vidas do Jan e do Jay por algo que eu disse e você não gostou? Eles não têm nada a ver com essa história. O Jan Ackles não é o Dean Winchester. Deixa o cara fora desta.

– Sinto informá-lo que Jan Ackles está dentro desta SIM e quanto mais rápido você enfiar uma adaga de bronze no coração de Jay Padalecki, melhor para todos nós. Porque você só vai deixar essa realidade quando Jay Padalecki estiver morto. E é você quem vai matá-lo.

– Trickster, você não ..

– ... - Você merecia mesmo que eu te processasse, Jansen. É cada maluco que a gente encontra neste meio.

– Vem, Rick. Vamos cuidar deste ferimento nos lábios. Ackles, você tem muito o que explicar. Me espere aqui, que já volto para conversarmos.

– Jan, o que deu em você para acertar um soco no Speight? Ele é um cara superlegal, sempre de bom humor. Vocês sempre se deram bem.

– Não foi no Speight que eu dei um murro. Foi no Trickster. Era ele. Nós dois conversamos depois que eu dei o murro, quando todos estavam congelados no tempo. Era ele, acredite em mim.

– Congelados no tempo? Espero que você tenha outra história para contar pro McG. Ele está voltando e o Robert Singer está vindo com ele. Prepare-se, porque você vai escutar. E eu não quero estar perto. Tenho ouvido sensíveis.

– Aquele ali não é o Bobby.

– Esqueci que estava falando com Dean Winchester. Acredite aquele É o Bobby Singer. Se não quer que o Jansen acabe afastado da série e internado numa clínica de repouso, aja como se o conhecesse. Melhor ainda, fique calado. Não faça a besteira de falar o que quer que seja. Só abaixe a cabeça e escute. Quando ele se acalmar, você pede desculpas e inventa alguma coisa.

Por mais paradoxal que parecesse, os gritos de Robert Singer estavam acalmando Dean, dando a ele o tempo que ele precisava para se recuperar do choque das ameaças do Trickster.

Matar Jay era algo completamente fora de cogitação. A ameaça de prendê-lo naquela realidade não era nem de longe tão assustadora quanto a de ter que escolher entre as vidas de John Winchester e Sam Harvelle. Ou pelo menos não parecia naquele momento. Porque o Trickster podia, num estalar de dedos, transformar o Paraíso numa sucursal do Inferno.

Perto disso, a ameaça de Robert Singer de multá-lo em 25% do salário de Jan, que ele nem sabia de quanto era, era o de menos.

.

– Grande amigo você. Me deixou sozinho na frigideira.

– Jan, você entrou sozinho na frigideira e acendeu o fogo. E, depois, nada poderia salvá-lo. Mas, e aí? Como ficaram as coisas com o Speight?

– Ele acabou aceitando as minhas desculpas. E você tinha razão, ele é mesmo um cara muito legal. Não vai me processar, quero dizer, não vai processar o Jansen.

– Agora que está tudo bem, vamos lá. O pessoal está chamando. Falta uma cena externa. Decorou o texto?

– Claro. Esta história de ser ator é a coisa mais fácil do mundo.

– Sei. Tão fácil que Dean Winchester logo vai ser o maior ator do mundo.

.

.

Dean sentiu uma emoção inesperada ao ver o Impala. Era, em tudo, igual ao carro verdadeiro. Até mesmo o estofamento interno. Parecia igual até nas manchas. Abriu o porta-malas. Não conhecia aquela marca de sal grosso. Nenhuma garrafa de uísque. Nenhuma revista de mulher pelada. Quanto ao resto, especialmente a caixa de armas, se não era igual, lembrava bastante. A principal diferença era a idade e o estado das armas. As verdadeiras tinham sido compradas pelo pai ou por ele, Dean, ao longo dos últimos vinte anos. Aquelas pareciam novas, não conheciam sangue de verdade. O rifle Winchester 1892 apenas parecia autêntico. Mas era uma reprodução muito bem feita.

Uma faca de caça fez Dean recordar algo que, na hora, passara despercebido, tamanho o choque que tivera ao escutar a ameaça do Trickster. Puxou pela memória. Era importante lembrar exatamente as palavras que o Trickster usara. Tinha certeza que ele dissera textualmente ‘quanto mais rápido você enfiar uma ADAGA DE BRONZE no coração de Jay Padalecki, melhor para todos nós’.

Uma adaga de bronze. Não uma faca qualquer. UMA ADAGA DE BRONZE. Aquilo era algum tipo de mensagem. Mas o que significava? Que falta fazia alguém como Bobby Singer, alguém que lhe desse as respostas que precisava. Acabara de descobrir, da pior maneira possível, que, nesta realidade, Robert Singer era um dos diretores executivos da série Supernatural e que um dos personagens da série tinha sido batizado de Bobby Singer como uma espécie de brincadeira. Agora estava curioso para conhecer o ator que interpretava Bobby.

Não deixava de ser assustador essa história de ser um personagem de ficção. Como se todo o seu mundo tivesse sido criado a partir da imaginação de uma única pessoa. Erick Kripke. Se assim fosse, conhecer Erick Kripke seria como conhecer Deus em pessoa.

E não ia demorar. A última coisa que Robert Singer dissera, ou melhor, berrara no seu ouvido, era para não esquecer que a temporada estava no final e que em duas semanas Erick Kripke apresentaria oficialmente o roteiro do último episódio da terceira temporada de Supernatural.

Estava curioso, mas também com medo de descobrir o próprio futuro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

04.04.2011
O futuro que espera Dean Winchester no final da terceira temporada é ser levado para o Inferno.