Um amor improvável escrita por Tianinha


Capítulo 19
Conhecendo Irene Fiori




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No dia seguinte, Fabinho foi à agência. Entrou na sala de Natan junto com a Mel. Quando entraram, o chefe estava ao telefone, furioso:

— Não tô acreditando que essa idiota fez isso com o meu filho e com a carreira dela! E a campanha da Cosy Bed? Eu tô indo praí agora! — disse Natan, desligando o celular e levantando-se de sua mesa.

— Natan, perdão, talvez não seja o melhor momento, mas a gente tem que fechar o planejamento... — disse Fabinho.

— Acertou, Fabinho! — disse Natan, pendurando a bolsa no braço. — Péssimo momento! Péssimo! — abriu a porta. — Droga!

Natan saiu da sala. Mel disse:

— Uau! Todo dia tem bafão nessa agência, hein! O que que foi dessa vez?

— Não sei. Ele falou alguma coisa da campanha da Cosy Bed. — disse Fabinho. — Você ouviu?

— Ouvi. — disse Mel.

Fabinho notou que Natan estava falando de Amora e Maurício.

— Será que a Amora? Não. Não teria coragem disso.

Fabinho achava que Amora jamais terminaria o noivado com Maurício, tão perto do casamento, para ficar com Bento. Isso seria um escândalo, e Amora detestava escândalos. Não admitia nenhuma mancha em sua imagem. Sabia que Amora tinha um carinho especial pelo Bento. Mas não a ponto de jogar tudo para o alto, inclusive o dinheiro da campanha da Cosy Bed. O que mais importava para Amora era a imagem, a reputação. Amora jamais largaria a vida de luxo e glamour para viver com Bento na Casa Verde. Mel ficou curiosa.

— Do quê? Fala, Fabinho! Desembucha! Adoro uma fofoca! Conta aí.

Mel insistiu, mas Fabinho acabou não falando nada. Natan não voltou mais à agência. Horas depois, ligou para passar recado e dar algumas ordens.

— Tá bom, Natan. Ok. Abraço. — disse Fabinho, e desligou o celular. — Pessoal, seguinte, Natan pediu pra avisar que não volta mais hoje, tá? Mas não é brincadeira, não é pra ficar brincando. Vocês têm que agilizar o slogan da campanha das fraldas Fuffy!

Todos ficaram com a cara amarrada ao ver Fabinho se comportando como se fosse chefe. Edu disse:

— Pra você ver. Anos de estudo, dedicação, diploma da USP pra quê, né?

— Pra vender fralda geriátrica. — disse Júlia rindo. — E ainda com esse nome ridículo, né? Fraldas Fuffy!

— Gente, pelo amor de Deus! Papo paralelo de novo? — disse Fabinho. — Olha só, outra coisa, quem vai entrevistar os candidatos da vaga da Sílvia sou eu na sala de reunião. — Dirigiu-se a Carol. — Você pede pra ir todo mundo lá? Obrigado, Carol! Vem, Mel. Vem comigo. — bateu palmas. — Trabalha, Edu! Olha o joguinho. Tira esse joguinho daí, cara!

Fabinho foi para a sala de reunião, e Mel foi atrás dele. Fabinho colocou a mão no ombro de Mel. Edu disse:

— Tô delirando ou esse babaca aí folgou de vez? É isso?

— Ele está até imitando o jeitinho do Natan, né? — disse Cléo.

— Gente, deixa estar. — disse Júlia. — Deixa estar que, quanto mais corda ele tiver, mais ele vai se enforcar e, com sorte, essa tchutchuquinha aí metida vai junto.

Irene chegou neste momento. Carol foi atender.

— Boa tarde! Pois não?

— Boa tarde! — disse Irene. — Eu queria falar com o Fábio. O Fábio Queiroz. Ele está?

— É sobre a entrevista, né? — disse Carol, apontando para a sala de reuniões. — Você pode entrar naquela sala ali.

Irene olhou para a sala onde Carol estava apontando.

— Ah! Obrigada!

— De nada. — disse Carol.

Irene foi para a sala de reuniões.

— A candidata já entrou procurando pelo Fabinho? — estranhou Cléo. — É isso mesmo? Alguém quer me explicar?

— Não tô dizendo? Esse cara está dominando, gente. — disse Edu. — O negócio é como a gente vai derrubar esse babaca.

— Deixa. Deixa que ele vai cair de maduro, igual fruta podre. Deixa só. — disse Júlia.

Quando Irene chegou, Fabinho estava aos beijos e amassos com a Mel. Deveria estar ajudando no processo de seleção, mas resolveu dar uns amassos em Mel enquanto ninguém estava olhando. Ambos nem perceberam a presença de Irene, que observava tudo, calada.

— Vem cá... — disse Fabinho, interrompendo o beijo. — Você não quer pegar um jatinho não, pra conhecer a minha família?

— Nossa! Mas já? — disse Mel, surpresa, colocando as mãos no rosto dele. — Rapidinho você, hein?

— Eu não sou só bonito, não. Eu sei o que quero também. — disse Fabinho, dando-lhe mais dois beijos nos lábios.

— Vem cá, me fala, a sua família é grande? Como é que é? — perguntou Mel.

— É pai, mãe, três irmãos e um chato adotado. — disse Fabinho, passando a mão no rosto de Mel. — A mamãe foi fazer caridade em adotar esse moleque, mas ele dá problema o tempo inteiro. — beijou-a. — Mas o meu pai, você vai gostar. Ele é simples. Não parece que é dono de metade da cidade.

Mel lhe deu mais um beijo.

— Sabe o que não entendo?

— Hã.

— O que um cara tão rico que nem você está fazendo aqui aguentando desaforo dessa gentinha? — disse Mel.

Fabinho achava que ainda era cedo para ele espalhar por aí que era filho do Plínio Campana. Na hora certa, ele contaria tudo.

 — Ué? Eu tenho que conhecer esse povinho que eu vou mandar quando eu herdar o dinheiro, né?

— Hum. — disse Mel.

— Você também é rica. Você está aqui por quê? Pra me conhecer, eu acho. Só isso. — disse Fabinho, beijando-a.

 — É, pode ser. — disse Mel.

Irene não entendia por que Fabinho mentia para Mel. Dizia que tinha um irmão adotado, quando o adotado era ele. Dizia que era muito rico, que os pais eram donos de metade da cidade. Irene sabia que Fabinho havia sido adotado por uma família rica, mas achava que o rapaz havia exagerado um pouco ao contar vantagens para a garota. Duvidava que a família adotiva do filho fosse tão rica assim. E Fabinho não falava para a garota a verdadeira razão pela qual tinha ido a São Paulo. Irene sabia que Fabinho tinha ido a São Paulo atrás dos pais biológicos. Falara com dona Madá e ela lhe garantira que Fabinho sabia quem eram seus pais. Seria o filho um mentiroso compulsivo? Irene já tinha falado com dona Odila sobre ele. Fora dona Odila quem a ajudara. Dona Odila a encaminhara para a ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas, e levara Fabinho para o lar de adoção. Dona Odila vira Fabinho crescer, sempre estivera perto dele. E dona Odila falara coisas horríveis sobre o garoto, lhe dissera que Fabinho era mal caráter, que sempre mentia e armava intriga. Dona Odila contara também que Fabinho esnobava os pobres da Casa Verde, e tinha até destruído a estufa do Bento. Dona Madá também lhe dissera que Fabinho era interesseiro. E agora Fabinho estava mentindo para Mel. E se comportava como se para ele somente o dinheiro importasse. Irene não suportava a ideia de que o filho, que ela amou à distância por tantos anos, aquele garotinho que vira brincar, quando vinha escondida para a Casa Verde, até ele ser adotado, pudesse ser um mal caráter. Resolveu ir embora. Desistiu de falar com o filho.

Carol viu Irene correr até a saída, sem dizer uma palavra.

— Senhora? Senhora? — chamou, porém Irene não deu ouvidos.

Toda a equipe estranhou a reação de Irene, então resolveram entrar para ver o que acontecia na sala de reuniões. Viram Fabinho e Mel se agarrando, no maior beijo. Cléo disse:

— E não é que o protótipo do Natan se parece mesmo com ele, Carol?

Fabinho interrompeu o beijo e espantou-se ao ver Cléo, Carol e Edu na sala de reuniões.

— O que vocês estão fazendo aqui?

— Ué, a primeira candidata acabou de sair daqui correndo. — disse Carol.

— Deve ter ficado horrorizada com essa pouca vergonha aqui. — disse Cléo.

— O primeiro candidato era homem. — disse Fabinho.

— Aquela lá não parecia mesmo trabalhar na área. — disse Edu. — Estava mais pra “bicho-grilo Praça Roosevelt”.

— Ah, odeio gente com bata indiana metida a hippie e fedendo a incenso, né? — disse Mel.

Fabinho não estava entendendo nada. Quem estaria procurando por ele?

Júlia entrou na sala e ouviu parte da conversa.

— Melhor ser hippie do que criminoso, né? — disse Júlia. — Tipo o seu irmão que está sendo caçado na polícia.

— Como é que é? — disse Mel, sem entender nada.

— Ué, o seu irmão não é o Tito Rabello? — disse Júlia.

— É. — confirmou Mel.

 — Então! Ele tentou matar uma garota e fugiu! — disse Júlia. — Gente, está em todos os sites. É só ler.

Mel ficou tensa.

— Licença. — disse Mel, indo para a outra sala.

— Vocês não viram ainda? — perguntou Júlia, para o restante da equipe.

— É sério? — perguntou Cléo, rindo. Todos foram para a outra sala.

Fabinho ficou sozinho na sala de reuniões. Será que era a mãe que andou atrás dele?

 — Será que a candidata era...

Foi entrevistando os candidatos que foram chegando. Mais tarde, enquanto a equipe tentava formular o slogan das fraldas Fuffy, procurou na internet, pelo celular, uma foto de Irene.

— E que tal: “Fraldas Fuffy: pra aqueles momentos que ninguém se segura?"  — sugeriu Júlia.

— Não. Péssimo. — disse Cléo. — Por que que a gente não coloca um general velhinho falando “Fraldas Fuffy: porque agora só me bate incontinência!”.

Cléo riu. Edu reclamou:

— Ah, não, gente. Fralda geriátrica, não. Ninguém merece, cara!

— É isso! Adorei! É esse o slogan! — zombou Júlia. — Eu só acho que o cliente não vai topar, né?

Fabinho foi até a mesa de Carol e mostrou a foto de Irene para ela:

— Você sabe me dizer se era essa mulher que veio me procurar?

— É. Aí ela está uns 20 anos mais nova, mas é ela sim. — disse Carol.

O rapaz foi até outra sala e ligou imediatamente para a mãe. Irene atendeu:

— Alô?

— Irene Fiori? É você? — perguntou Fabinho.

— Sou eu. — disse Irene, emocionada, chorando. — Sou eu sim.... Meu filho.

— Eu tinha certeza que era você no dia do meu acidente. — disse Fabinho.

— Era eu. — disse Irene. — Era eu, sim, mas eu não percebi que você era... Só depois, no hospital, quando a Malu falou o seu nome... E me contou que você tinha morado no lar do seu Gilson, é que eu entendi tudo.

— Ah, então, você sabia que eu morava lá?

— Sabia. Eu te acompanhei, eu fui te ver muitas vezes, até você ser adotado. — disse Irene.

— Como é que você sabia que era eu? — perguntou Fabinho.

— Porque eu via as outras crianças te chamando pelo nome que eu te dei.

— Então, você escolheu meu nome, antes de me dar?

— Eu sei que você deve ter muita raiva de mim... — disse Irene.

— Não, não, pelo contrário, eu sempre quis te conhecer, a vida inteira! — disse Fabinho. — É por isso que eu vim pra São Paulo.

Fabinho não tinha raiva de Irene, e sim de Bárbara, a quem julgava responsável por ele ter crescido no lar do tio Gilson, sem o pai e a mãe, e passando por dificuldades. Se Bárbara não tivesse armado, Irene não teria sumido no mundo grávida do filho de Plínio, e não teria abandonado a criança.

— Por quê que você fugiu quando descobriu que eu era seu filho?

— Eu... Eu não sei... Eu acho que me acostumei a fugir. — disse Irene.

— Mas você veio até a agência e foi embora, sem falar comigo!

— Como que você descobriu que eu sou sua mãe? — perguntou Irene. — Tirando a pessoa que te levou pro lar do seu Gilson, ninguém mais sabia dessa história.

— Olha, a gente tem muita coisa pra conversar. — disse Fabinho. — Vamos nos ver, por favor! A gente pode se encontrar?

Fabinho informou a Irene o local onde se encontrariam.

— Eu sei, eu sei onde é sim! Eu te encontro lá, então.

— Então, tá. Até daqui a pouco, mãe! — disse Fabinho.

— Até daqui a pouco... Meu filho! — disse Irene.

Fabinho voltou para a sala e colocou o telefone no gancho. Estava sorrindo.

— Ué, você sorrindo?  — Cléo estranhou. — Só pode ser notícia boa. Conta, que a gente tá precisando!

— É que eu vou fazer um lanche. — disse Fabinho.

Cléo fechou a cara. 

— Tchau, hein? — disse Júlia, enquanto Fabinho saía da agência.

Foi até um restaurante, e ficou esperando a mãe. Acenou para o garçom.

— Amigo, por favor. — chamou.

O garçom se aproximou.

— Pois não?

— Uma água, por favor. — pediu Fabinho.

— Ah, só um minutinho. — disse o garçom.

— Obrigado. — disse Fabinho.

O celular tocou.

— Ah, agência, não.  — reclamou Fabinho.

Resolveu atender.

— Carol, eu pensei que tivesse falado...

— E onde é que o senhor foi comprar esse lanche pra passar a tarde inteira fora da agência?

Fabinho não esperava que Natan ligasse para ele. Natan havia dito que não voltava mais à agência. Porém, pelo visto, voltara.

— Oi, Natan. Perdão, cara. É que eu tive que sair pra resolver uma parada.

— A única parada que você precisa resolver, Fabinho, é a campanha da fralda geriátrica. — disse Natan. — Volte imediatamente pro trabalho!

— Não, Natan. Eu não posso voltar agora. É uma questão pessoal. — disse Fabinho.

Havia marcado um encontro com Irene, e não podia deixá-la esperando. Para Fabinho, encontrar a mãe era mais importante que o trabalho. Em breve ficaria rico, não precisaria mais trabalhar naquela agência.

— Se você não estiver aqui em 15 minutos, a sua questão pessoal vai se chamar desemprego. Fui claro? — disse Natan, furioso.

— Então, tá. — disse Fabinho. Não estava nem aí.

Fabinho não se importava em perder o emprego, pois acreditava estar prestes a conseguir o que era dele por direito. Conversaria com Irene e a convenceria a falar com Plínio, contar tudo para ele. Fabinho achava que tudo se resolveria em pouco tempo. Ficaria rico, e rico não precisava trabalhar.

— Então, tá, o quê? Você está vindo? — perguntou Natan.

— Não. — disse Fabinho. — Estou no meio de uma questão inadiável. Se você quer me demitir por causa disso, tudo bem. Fique à vontade.

Natan irritou-se com tamanho atrevimento.

— Você tá maluco de falar comigo desse jeito, moleque?

— Natan, eu não posso sair de onde eu tô agora. — disse Fabinho. — É uma questão longa, uma história complicada. Eu não posso te explicar.

— Se você não é capaz de resumir uma história em uma frase, não serve para publicidade, entendeu? — disse Natan.

— Então me demite, Natan. — disse Fabinho, impaciente.

— Ah, é, Fabinho? E se eu fechar as portas de todas as agências de publicidade no Brasil pra você? — ameaçou Natan. — Você acha que pode me peitar e sair assim, ileso?

Fabinho achava que, por ser filho de milionário, não precisava trabalhar.

— Tudo bem, Natan. Tudo bem. Faz o que você quiser.

— Ah, eu também vou pedir pra Santa que trabalha com a minha esposa me passar o contato do seu pai. — disse Natan. — Que um homem tão influente no interior precisa saber que o filho anda se comportando muito mal na cidade grande.

Fabinho não queria que Natan falasse com a Santa, de jeito nenhum. Senão, Natan acabaria descobrindo tudo: que ele era pobre e que sua mãe adotiva estava pagando por um roubo em seu lugar.

 — Calma aí, Natan. Você não vai meter minha família nisso. Calma aí. — Natan exigiu que ele voltasse para a agência. — Tá bom. Tá bom, Natan. Tá bom. Eu tô saindo. Tô indo praí. Tá bom. Obrigado.

Desligou o celular. Em seguida, digitou o número da mãe e esperou.

— Atende, mãe! — suspirou. — Desligado.

Guardou o celular. Pegou um guardanapo e anotou um recado para a mãe: “Tive que sair. Motivo urgente. Mas me espera, que eu volto logo. Fabinho”.

Em seguida, chamou o garçom.

— Amigo, por favor. — o garçom aproximou-se. Fabinho se levantou. — Eu tô saindo. Se aparecer uma aqui procurando o Fabinho, você entrega isso pra ela?

— Ok. Pode deixar. — disse o garçom.

— Tá bom? — disse Fabinho, saindo da mesa.

— Pode deixar. Obrigado. — disse o garçom, enfiando o guardanapo no bolso.

Foi para a agência o mais depressa possível. Assim que chegou, disse:

— Pronto, Natan. Você exigiu minha presença. Eu estou aqui.

— Fez muito bem. — disse Natan. — Você não foi promovido pra ficar na moleza. Quanto mais alto o cargo, mais alta a responsabilidade. Agora, eu quero todo mundo unindo esforços, pra amanhã, bem cedo, a gente apresentar a campanha da fralda geriátrica ao cliente.

— Natan, eu não sou da criação. — protestou Fabinho.

— Você, aqui, é o que eu quiser, moleque! — disse Natan. — E eu quero ver essa campanha pronta ainda hoje! Ninguém sai daqui! Se sair, eu faço chorar pitanga.

A equipe toda foi para a sala de reuniões, junto com Natan, para trabalhar no slogan. Mas Júlia, Edu, Cléo, ninguém estava tendo uma ideia decente. Levavam tudo na brincadeira. Fabinho estava com pressa de ir embora, pois deixara Irene esperando. Queria que terminassem com aquilo logo.

— Ah, não, gente, não dá, esse troço é piada pronta, não dá! — disse Júlia, rindo.

— Mas eu tenho uma ideia, olha só: “Fraldas Fuffy: Satisfação garantida. Você vai e fufi... Sem medo. — disse Edu.

Júlia riu:

— Isso aí, a gente coloca uma música dos stones no fundo e fica perfeito!

Fabinho resolveu logo sugerir um slogan, pois até então ninguém estava dando uma ideia que preste.

— Fralda Fuffy: Sem medo de ser feliz!

— Ahã. — riu Edu, e Júlia também.

Porém, Natan parecia ter gostado da ideia:

— Não, não, sua ideia não é ruim, não! — disse Natan. — A gente pode colocar uns velhinhos dançando... Fazendo turismo. “Fuffy, sem medo de ser feliz!”. É perfeito! — deu um tapinha em Fabinho. — Parabéns, garoto!

— Obrigado. — disse Fabinho.

— Está dispensado. — disse Natan.

— Sério? — perguntou Fabinho, surpreso, levantando-se da mesa.

— Pode ir. — disse Natan.

— Um abraço. — disse Fabinho, despedindo-se.

Fabinho foi direto para o restaurante onde havia combinado de se encontrar com Irene. Porém, ela não estava mais lá. Resolveu falar com o garçom:

— Amigo, a moça que estava aqui me esperando...

— Olha, ela acabou de sair, se você correr, você... — disse o garçom.

— Obrigado, obrigado! — disse Fabinho, andando depressa.

— Boa sorte! — disse o garçom.

Correu para rua. Perguntou às pessoas que estavam em frente ao restaurante se tinham visto Irene. Nada. Olhou para o lado, para o ponto de ônibus, e viu Irene, prestes a subir em um ônibus que acabara de estacionar.

— Mãe!

Irene virou-se e olhou para ele.


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