Um amor improvável escrita por Tianinha


Capítulo 1
Demitido de Novo




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Fabinho estava frustrado com aquela porcaria de emprego. Tão cedo, e já tinha de estar no comando de uma escavadeira. Não estava nem um pouco a fim de ficar derrubando paredes. Não aguentava mais trabalhar naquela obra, aquilo não era para ele. Não queria trabalhar, aguentar desaforo de chefe. Era todo dia aguentando os desaforos daquele babaca.

Estava cansado da vida de pobreza que levava. Não se conformava com a falência de sua família adotiva. Se fosse rico, não teria de pegar no pesado, ralar igual a um condenado. Ele era inteligente, brilhante, não queria mais perder tempo naquele emprego que pagava tão pouco. O que ele queria mesmo era ter sombra e água fresca todo santo dia.

— Fabinho, a gente quer terminar isso hoje. — disse o chefe, exaltado. — Agiliza, garoto! Aqui não tem moleza não, hein? Anda, vai!

Ficou possesso. O que aquele homem pensava que era, para falar com ele daquele jeito? Não pensou duas vezes. Virou a escavadeira em direção ao carro do homem e, ignorando os protestos dele, destruiu completamente o carro dele. Enfiou com tudo a escavadeira naquele carro medíocre. O homem ficou até assustado, pensando que o garoto havia enlouquecido.

E como se não bastasse tudo o que aconteceu, ainda teve de aguentar as reclamações da dona Margot, a mãe adotiva. Não estava com bom humor para aturar. Até gostava dela, mas ela andava muito chata, sempre fazendo drama, sempre reclamando de tudo. Nos últimos tempos, desde que ficaram pobres, ela só sabia reclamar, cobrar. Chegava a ser insuportável. Além do mais, estavam naquela situação por incompetência do falecido marido dela. Não era má pessoa, mas infelizmente deixou ele e Margot na miséria quando morreu.

Se ele soubesse que era isso que o esperava, viver na pobreza, não teria saído do lar adotivo, na Casa Verde. Se bem que o pessoal de lá estava louco para vê-lo pelas costas. Ele era o garoto problemático, o encrenqueiro, que só dava trabalho e desgosto. Não se sentia bem lá. Ninguém gostava dele mesmo. Por isso deu um jeito de dar o fora na primeira oportunidade. Nem quis saber de dar notícias, muito menos visita-los. Afinal, não devia mais satisfações a eles. Não eram parentes, nem nada. A vida no lar adotivo ficou para trás.

— Demitido de novo, Fabinho? — disse dona Margot, assim que ele chegou em casa e contou o que havia acontecido. 

O garoto nunca para em nenhum emprego, é impressionante!

— O que você queria? Que eu tivesse abaixado a cabeça para aquele sacana? — disse Fabinho, olhando para mãe, irritadíssimo.

— Como é que a gente vai pagar o conserto do carro dele?

— Que pagar o conserto, você está louca, me deixe em paz! — disse Fabinho, indo até a geladeira e pegando uma garrafa de água.

— Ai filho, era um emprego tão bom, pagava direitinho, tudo em dia! — protesta dona Margot.

— Tá bom, então da próxima vez trabalha lá você. — rebate o rapaz, bebendo um gole da garrafa.

— Filho, eu só quero que você tome um rumo. Eu quero o seu bem.

— É, se quisesse não tinha me adotado. — disse ele, sentando-se no sofá. Para que ela foi adotá-lo, para viverem na pobreza?

— Filho, você sabe, por mim eu teria te dado tudo, do melhor. Eu não tenho culpa se quando teu pai morreu a empresa já estava falida. — disse dona Margot.

— Aquele imbecil do seu marido não era meu pai. E você não é minha mãe — rebateu o rapaz. Afinal, para ele, pais são os de sangue. Foi direto para o quarto. — Tenho nojo dessa casa, tenho nojo dessa vida! — gritou, pegou um vaso de flor da mesa de cabeceira e atirou na parede.


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