Um amor inesperado escrita por Tianinha


Capítulo 4
Escândalo na festa




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O dia amanheceu, e Giane já estava na porta da casa de Bento. Eles dariam início a mais um dia de trabalho. Ela estava um pouco atrasada. Porém, parecia que Bento não estava em casa.

— Bento! Bento! — chamou a garota, batendo na porta.

— Por que você tá batendo aí, filha? — perguntou seu Silvério.

— É que eu perdi a hora, né, pai? Eu vi que a van está aí na frente, mas o Bento parece que não está em casa. — disse a garota.

— Ele foi a um casamento da firma da Renata — disse tio Gilson, que estava por perto, podando as flores. A casa de Bento fica nos fundos da casa de tio Gilson. Tratava-se de um antigo barracão que havia sido reformado.

— Casamento de quem? Ele não me falou nada. — Giane estranhou.

— Ele me pediu pra te ajudar hoje na loja. — disse seu Silvério. — Ele só foi porque Amora vai estar lá.

Seu Silvério fazia parte da cooperativa, assim como toda a vizinhança.

Giane não gostou nada de Bento deixar de trabalhar só para ver a patricinha. Será possível que o Bento não se cansa de ir atrás da Amora? Ele vai quebrar a cara mais uma vez. Ela não vai olhar para ele. Assim pensou Giane.

— O Bento foi atrás da Amora, pai? Mas eu não tô acreditando que ele fez essa burrada!

Decidiu ir até a Para Sempre, a firma onde Renata, a vizinha, trabalhava. Não sabia bem o que ia fazer, mas iria ao encontro de Bento e tentaria, mais uma vez, abrir os olhos dele. Quem sabe ele desiste de ir atrás de Amora. Chegando lá, daria um jeito de entrar, de driblar a vigilância dos seguranças.

— Essa Amora não presta, Bento. Não vou deixar ela te fazer de palhaço, mas não vou mesmo. — disse. Entrou na van e partiu rumo à Para Sempre.

Assim que chegou na Para Sempre, foi atrás de Amora. Bento estava indo ao encontro de Amora, porém, ao ver Giane, ele tratou de se esconder.

— Oh Amora! — gritou Giane, colocando-se na frente dela.

Deu para ver que Amora gelou por dentro. Estava na cara.

— Mas quem é essa maluca? — perguntou Sueli Pedrosa, a jornalista.

— Ah! Eu sou amiga de infância dessa peruinha aqui! E eu vou contar pra todo mundo o que eu sei sobre ela! — gritou Giane. Dirigiu-se à Amora:

— Você não falou que eu devia escrever sobre você? Pois eu vou fazer pior! Eu vou falar pra todo mundo, e eu quero que você veja, na sua...

Os seguranças surgiram por trás e a agarraram.

— Que que é isso? Me solta! Eu quero falar com ela! Eu quero falar com ela! Me solta! Palhaçada! — gritava Giane, sendo arrastada pelos seguranças.

Em pouco tempo, a garota estava do lado de fora da empresa, bufando de raiva, junto à van. Bento foi ao encontro dela. Renata veio logo atrás, dizendo:

— Que que deu em você, hein, Giane? Ficou maluca, foi?

— Não, pô! Só queria abrir os olhos desse trouxa aí. — falou, referindo-se a Bento.

— Você pensa que eu sou algum idiota? — perguntou Bento.

— Penso! Quando se trata da Amora, você vira um idiota, cara! Senão você não tinha vindo atrás dela, né? Deixa de ser imbecil! Tu é um palhaço!

— Parem! Parem! Parem vocês dois! — disse Renata. — Ah, meu Deus! Eu sabia que isso não ia dar certo. Não devia ter ido atrás da conversa do Érico.

— Mas quem podia imaginar que o resultado seria esse, né, Renata? — perguntou Bento.

— Renata, você... Você, que convive com a Amora, fala pra ele. — disse Giane.

— Eu não convivo com a Amora. — disse Renata.

— Ué, ela não namora o filho da tua patroa? — perguntou Giane.

— Mas quando a gente se cruza, ela sequer fala “oi” pra mim. É como se eu simplesmente não existisse e fosse o quê? Transparente. — disse Renata.

— Vai ver ela não lembra de você. — disse Bento.

— Cara... — Giane suspirou. Bento ainda defendia a patricinha?

— Como não, Bento? Eu tinha 15 pra 16 anos quando ela chegou no lar do seu Gilson. Foi na mesma época que eu comecei a namorar com o Érico. — disse Renata. — Sei lá, parece que ela decidiu apagar da memória o passado e quem faz parte dele.

— Por que você nunca me contou que ela não te cumprimenta? — perguntou Bento. 

— Pra você não ficar ainda mais arrasado do que você já está. Você entende agora por que eu era contra você vir a esse casamento? — disse Renata.

— Gente, isso não faz o menor sentido. — disse Bento. — Por que que ela foi me procurar na loja então?

— Caraca, Bento! Você não vê que a Amora ela joga charme pra todo mundo ficar aos pés dela, cara? Ela não vale nada! — disse Giane. Dirigiu-se à Renata. — E você devia contar pra tua patroa a boa bisca que a nora dela é!

— Eu não vou me meter em assunto da família da Verônica. — disse Renata. Dirigiu-se a Bento. — Mas é bom você saber que quando a Sueli Pedrosa perguntou à Amora quem era Giane, ela disse que não conhecia essa marginal.

— Essa fulana ela me encontrou ontem, me mandou até presente. Agora vai me chamar de marginal na televisão? — espantou-se Giane.

— Tinha nada que ter feito aquele escândalo, Giane. — disse Bento.

— Eu sei, pô, eu errei. Mas daí a ela me chamar de marginal? Pô, podia não ter dito nada, né? Ela preferiu me chamar de marginal?

— Bom, gente, eu preciso entrar. — disse Renata, retirando-se. — Eu tô trabalhando. Desculpa.

Bento e Giane entraram na van. Giane disse:

— Ô Bento! Você entende, cara? Eu não sei mais o que falta pra cair tua ficha!

Percebeu que Bento ficou arrasado. Ao chegarem em casa, ela sugeriu:

— Oh Bento, e se a gente for pegar umas flores lá na casa do seu Nestor?

— Cuida você, Giane. Cuida disso você, eu vou pra casa.

— Pô, Bento! Pô, cara! Você não pode ficar assim por causa daquela filha de...

— Giane, eu tô querendo fizer sozinho. Pode ser? — disse Bento, entrando em casa.

— Que bicho mordeu o Bento? Que que aconteceu? — perguntou tio Gilson.

— Acontece que todo mundo ficou dando força pra ele ir lá atrás da Amora... — disse Giane. — Adivinha... — batendo no peito. — Quem estava certa?

Ficou triste.

— Quer saber? Antes não tivesse, pra não ter que ver ele desse jeito.

Mais tarde, trabalhando na loja, ela ouviu uma voz conhecida às suas costas:

— Lindas essas orquídeas. Nossa, fazia tempo que eu não via igual. Adorei!

— Lara Keller na Acácia Amarela? Que honra! — disse Giane, surpresa.

Lara era quem apresentava o Luxury antes de Amora. 

— Peraí, eu estou te conhecendo... — disse Lara. — Não foi você que ameaçou contar altos babados da Amora lá no casamento?

O que será que essa Lara veio fazer ali? O que ela estava querendo? Estava na cara que ela não veio ali para comprar flores, pensou Giane.

— Quer parar de teatrinho e ir direto ao ponto?

— Nossa! Direta você, né? Tá bom. — disse Lara. — De onde é que você conhece a Amora?

— Eu moro em frente ao lar do tio Gilson, onde Amora morava antes de ser adotada aí pela Bárbara Ellen. — disse Giane.

— Hum... Então você sabe tudo sobre o lado B dela?

Giane não estava a fim de papo com aquela mulher. Tinha mais o que fazer.

— Olha só, não perde seu tempo não, tá? Eu cometi um erro hoje, mas eu já me arrependi, valeu? Então, se você quiser saber aí algum babado da Amora, você fica à vontade, só me deixa fora disso.

— Calma, tá? — pediu Lara. — Baixa a guarda. Eu tô aqui como sua amiga.

Giane riu.

— Ai! Não, não tá, não. Eu que não ia querer uma amiga que se presta ao papelão de engravidar de um cantor gay só pra ficar aí rica e famosa!

— Grossa! — disse Lara, tratando de ir embora.

À noite, Giane foi ao Cantaí, à procura de Bento. Queria saber como ele estava. Será que continuava sofrendo por causa da Amora? Aproximou-se do balcão, onde estava Filipinho, diante do computador.

— E aí, Filipinho? — disse Giane, batendo no balcão.

— E aí, Giane? — disse Filipinho.

— Viu o Bento?

— Eu vi. Ele tava... Ele tá lá, naquela mesa lá do canto, na última, perto do palco.

Ela olhou e viu o amigo sentado à mesa, conversando com a Charlene, no maior clima de romance. Pelo visto, nem pensava mais na outra. Charlene e Bento eram amigos, se davam muito bem. Mas Giane bem sabia que essa amizade era colorida. Não teve coragem de se aproximar. Ela é que não ia ficar segurando vela. Resolveu ir embora. Ao passar por Filipinho, ele disse:

— Ué, Giane, você não vai lá falar com ele?

— Não, não. Valeu, valeu. Deixa pra lá. — disse Giane, indo embora. 


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