Um amor inesperado escrita por Tianinha
Giane e Bento começaram a pegar bem cedo no batente. Toda a vizinhança estava colhendo as flores da rua, como sempre. Rosemere veio falar com Giane e Bento. Ela e Filipinho haviam se resolvido se mudar para a casa do pai dele. Depois de anos, Filipinho finalmente conheceu o pai e se aproximaram. Rosemere queria que Bento a ajudasse a levar os móveis.
— Gente, eu estou de mudança e o carreto que eu contratei não vai dar conta de levar tudo meu, não. Será que vocês podiam me dar uma força aí com a van?
— Lógico, Mere! — disse Bento. — Só que pode ser depois? Que agora a gente está indo pro Ceasa, mas depois eu te dou uma mão.
Rosemere não estava animada com a ideia de se mudar.
— Mas por que você está assim, desanimada, pô? — perguntou Giane. — Pode ser até legal essa mudança.
— Deus te ouça, é que eu estou com tanto medo. — disse Rosemere. — Mas é muito bom saber que eu posso contar com amigos tão legais.
— Toca aí! — Giane sorriu e bateu com a palma da mão na mão de Rosemere. Em seguida, apertou-lhe a mão. — Fechou!
— Vai dar tudo certo. — disse Bento, apertando a mão de Rosemere.
Bento e Giane foram para o Ceasa. Depois, Bento foi ajudar Rosemere com a mudança, e Giane foi trabalhar na loja. Wesley ficou ajudando-a na loja.
— Então, Dani, sucesso com o seu presente. — disse Wesley, entregando a flor para a cliente. — Não tenho dúvida que a gente vai acertar.
— Obrigada. — disse a cliente.
— De nada. — disse Wesley, sorrindo.
Giane estava distraída, lembrando da noite anterior, quando encontrara Bento e Malu dentro do carro, em clima de romance. Bento garantira que não estavam namorando, que apenas inventaram a história do namoro para provocar Amora. Mas para Giane estava na cara que iam acabar namorando. Quase se beijaram. Ela bem que notara o interesse da Malu no Bento.
— Ô Giane, o Bento saiu hoje de novo, é? — perguntou Wesley, desviando-a dos pensamentos e fazendo-a voltar ao mundo real.
— Saiu. Mas pelo menos, hoje ele foi ajudar a Rosemere, né? Porque se ele fosse atrás daquela entojada da Amora, eu ia... — ouviu o toque do telefone e resolveu atender. — Acácia Amarela, bom dia! Girassol. Temos sim.
Bento passou horas ajudando Rosemere na mudança. Depois voltou para a loja, e contou tudo o que havia acontecido na casa onde Rosemere foi morar.
— Tomara que a Rosemere seja feliz naquela casa. — disse Bento, em frente ao balcão, colocando um ramalhete de flores em um vaso. — Gente mais esquisita. A vó dele quase me expulsou, porque eu me ofereci pra cultivar flores no jardim dela.
Bento estava se referindo à avó paterna de Filipinho.
— Ah, a Rose enquadra aquela gente rapidinho, quer apostar? — disse Giane, ajeitando um arranjo de flores.
Gertrudes apareceu, carregando um vaso de flores, dizendo:
— Oi, Bento!
— Oi! — disse Bento.
— Te vi na tv ontem! E parabéns pela namorada! — disse Gertrudes.
— Ela não é a namorada dele. — disse Giane, enciumada.
Bento não deu a menor bola para a crise de ciúmes da amiga.
— Obrigada, dona Gertrudes. São 50 reais. — disse Bento.
— Obrigada. — disse Gertrudes, entregando o dinheiro a Bento. — Parabéns!
— Obrigado. — disse Bento, sorridente. — Tchau, tchau.
— Volte sempre! — disse Giane.
Gertrudes foi embora. Giane perguntou:
— Por que você não falou a verdade, Bento?
Até quando o Bento ia manter a farsa de que estava namorando Malu?
— Porque eu não preciso ficar falando da minha vida pra ninguém! — disse Bento. — Deixa ela pensar o que ela quiser! Aliás, você acabou de me dar uma ideia. — pegou o celular do bolso do avental. — Convidar a Malu pro aniversário da tia Salma.
O aniversário de tia Salma seria à noite, no Cantaí.
— Aproveita e chama a Amora também. — disse Giane, enciumada.
— Quer deixar de ser mala, ô garota? — disse Bento.
— Hum. — disse Giane, com a cara amarrada, cuidando dos seus afazeres.
Bento acabou ligando para Malu.
— Ô Malu! O quê que você vai fazer hoje à noite?
À noite, comemoraram o aniversário de tia Salma no Cantaí. Todos os vizinhos, amigos mais próximos estavam presentes, com exceção de seu Nestor e dona Odila. Dona Odila e tia Salma continuavam brigadas.
— Parabéns, tia Salma! — disse Giane, alegre, dando um abraço nela.
— Você vai viver pra sempre, mãe! — disse Jonas, abraçando tia Salma. Era um dos filhos do coração de tia Salma.
— Mas que isso, meu filho? Deus me livre! — disse tia Salma.
— É, mas sempre será essa pessoa toda trabalhada no alto astral, né? — disse tio Lili, abraçando-a.
— Ê! — disse Giane, batendo palmas. Seu Silvério também bateu palmas.
— Obrigado por sua amizade, Salma. — disse seu Silvério, dando um beijo e um abraço em tia Salma.
— Ai! E pelo carinho e comida que dá pra gente também, né? — disse Socorro, indo dar um abraço em tia Salma.
Tio Gilson e Bento apareceram e caminharam em direção a tia Salma. Tio Gilson trazia um buquê de flores.
— Flores! — disse tio Gilson.
— Ê! — disse Bento, aproximando-se.
— Flores! Flores pra flor mais linda da casa verde! — disse tio Gilson, entregando as flores para a esposa. Todos bateram palmas, e tio Gilson deu uma bitoca na tia Salma.
— Se eu derreter de tanto chorar, a culpa é de vocês. — disse tia Salma, apontando para todos os que estavam ali presentes.
— Foram colhidas uma a uma pra mãe mais amada do mundo. — disse Bento.
— Você que é uma joia de filho, Bento. — disse tia Salma. — Aliás, três filhos de ouro que eu ganhei de presente, que são os irmãos que o Érico pediu a Deus.
— Ué, mas você gosta mais do Érico ou da gente? — perguntou Socorro.
— E precisa perguntar, Socorro? Tá na cara que o favorito dela é o Bento! — brincou Érico, apontando para o Bento.
Todos riram. Foi quando Malu chegou, trazendo um presente para tia Salma. Bento foi cumprimentá-la:
— Malu!
— Oi! — disse Malu, sorridente.
Bento abraçou-a.
— E aí? — disse Malu. Dirigiu-se à aniversariante. — Ô Salma, uma lembrancinha. — entregou a sacola para tia Salma.
— Meu presente é a sua presença, meu bem. — disse tia Salma. — É meu!
— Parabéns! — disse Malu, abraçando-a.
— Obrigada! — disse tia Salma.
A festa estava animada. Um monte de gente veio ao aniversário. Havia vários casais dançando. Giane não conseguia tirar os olhos de Malu e Bento, que não se desgrudavam e conversavam na maior animação. Até que Bento tirou Malu para dançar. Giane não gostou nada disso. Douglas se aproximou:
— E aí Giane, tá a fim de dançar?
Ela não estava com bom humor para dançar. Ainda mais com um pirralho. Não entendia por que Douglas andava atrás dela.
— Claro que não! Ainda mais com um prego feito você! Se liga, meu! Sai! Xô! — disse Giane, sem a menor paciência.
— Então, fica aí sozinha, sua grossa! — disse Douglas.
Giane fez um gesto com a mão, deixando claro que não estava nem aí para ele. Douglas afastou-se, chateado. Giane continuou observando Malu e Bento, que estavam dançando. Até que Malu e Bento começaram a se beijar. Todos na festa ficaram olhando o casal se beijando. Até que o casal parou de se beijar. Giane não aguentou olhar e resolveu sair da festa. Acabou trombando em Caio.
— Ô! — disse o rapaz. — Não quer me levar junto, não?
Giane nem deu ouvidos. Continuou correndo em direção à saída. Foi andando em direção à praça. Não entendia nada. Bento havia dito que não estava namorando a Malu, mas acabara de beijá-la na frente de todo mundo.
— Como é... Como é que o Bento me disse que ele não estava com aquela patricinha? — disse Giane, sentando-se em um banco da praça, chorando. — Que cretino!
Charlene aproximou-se por trás e sentou-se atrás de Giane. Percebera que Giane ficara chateada ao ver Bento beijar Malu e foi atrás dela. Estava morrendo de pena da garota. Sabia que Giane gostava do Bento, e não aguentava mais vê-la sofrer por causa dele. Giane viu que Charlene estava atrás dela.
— Você gosta demais do Bento, né? — perguntou Charlene.
Giane achava que gostar era pouco. Ela adorava o Bento.
— Eu sou louca por ele, Charlene. — disse Giane, e fungou. — Sempre fui. Mas eu sei que nunca vou ter a menor chance.
— Por que não? — perguntou Charlene. — Se você mostrar o seu lado mais feminino, eu tenho certeza que o Bento vai perceber a mulher linda que você é!
Como assim lado mais feminino? Ela era do jeito que era, e só sabia ser assim. Além do mais, sempre tratava os homens com grosseria.
— O que adianta eu me embonecar toda, se é só abrir a boca pra estragar tudo? Eu sou muito grossa, né, Charlene? Também, eu não vou mudar quem eu sou só.... Só pra agradar o Bento.
— Você não precisa mudar, Giane. — disse Charlene. — É só você se olhar com mais carinho, se cuidar, se gostar mais. — passou a mão na cabeça da garota. — Você já pensou que esse teu jeito pode ser um escudo de proteção contra as pessoas?
— Proteção? Não sei de quê, né? Não está me protegendo de nada. Eu só quebro a cara. — disse Giane.
— Mas é isso que acontece com quem se defende o tempo inteiro. — disse Charlene. — Ô, meu amor! Eu só estou pedindo pra você ser mais vaidosa pra você se sentir mais forte, mais confiante. Porque quando você estiver bonita e bem, o Bento vai te ver de outra maneira. Ele e outros rapazes. — colocou o braço sobre o ombro dela. Passou a mão no ombro dela. — Aí, você para de ficar se lamentando pelos cantos por causa do Bento e faz alguma coisa pela tua vida. Se você quiser, eu te ajudo, tá?
Charlene deu um beijo na testa de Giane e abraçou-a. Ficou com Giane até ela ficar mais calma. Até que Giane resolveu ir para casa.
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