Coração de Sombra escrita por llRize San


Capítulo 1
Voices


Notas iniciais do capítulo

Olá meu amor :3
Olha eu aqui novamente com uma fic novinha :)

E vamos de MinSung porque sou apaixonada pelo Lino, meu utt, e dessa vez escolhi um personagem babadeiro pra ele rsrsrsrsrs

Estou amando escrever o romance entre o Lino e o Han, algo muito fofo, puro e significativo. Todos os outros personagens também terão suas historias distintas dos protagonista, estou amando todos eles. Mas meu personagem favorito sem dúvida nenhuma é o Hyunjin rsrsrs ele é o alívio cômico do enredo, amo demais :)

"Coração de Sombra" é uma linda historia de amor, com um misto de auto aceitação, perdão e lealdade. Assim como eu, desejo que goste da história.

Boa leitura, e bora embarcar em uma nova aventura!

Obs: Ouça Voices (SKZ), me inspirei nessa música para escrever parte dessa história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/811816/chapter/1

“Eu sou inútil. Seria melhor se eu não existisse” 

 

“Vou me vingar, ele vai ter o que merece”

 

“Odeio todos eles, queria que todos morressem”

 

“Bem feito, ela mereceu isso”

 

“Por que eles amam essa menina? Ninguém vê que sou melhor que ela?”

 

“Não aceito esse término. Ela é minha e só minha”

 

Lee Min Ho despertou abruptamente com mais um pesadelo, seu coração martelando no peito enquanto o suor escorria pela testa. As vozes que ecoavam em seus sonhos persistiam como um eco perturbador, deixando-o mentalmente exausto. Levantando-se da cama, ele percebeu que mais uma noite de insônia o aguardava. Esse tormento tornara-se uma ocorrência comum nas últimas semanas. Sempre acordava atormentado ao ouvir vozes que pareciam reais, pessoas clamando, chorando e proferindo maldições. Eram as vozes desoladas daqueles que haviam perdido a fé e o amor em si mesmos e no próximo, um eco angustiante que persistia em seus pesadelos.

Após tomar um gole de água e verificar o celular, constatou que não havia mensagens. Naquele momento, desejou ter alguém para ligar quando a insônia o atingisse, mas a verdade era que não possuía essa companhia, já que sua vida era totalmente dedicada ao trabalho.

Min Ho, além de ser o orgulhoso proprietário, era também o renomado chef de um restaurante com cinco estrelas Michelin, uma referência no centro da cidade. Todos desejavam saborear as criações culinárias do Chef Min Ho, tornando a reserva uma tarefa quase impossível.

Profissionalmente, Lee Min Ho encontrava satisfação e felicidade. Realizara o sonho de se tornar o melhor chef da cidade, transformando o restaurante da família em um verdadeiro sucesso. No entanto, sua vida amorosa não refletia a mesma prosperidade. As coisas não iam tão bem assim nesse aspecto de sua vida.

Min Ho já havia tido alguns namorados, mas nada que se tornasse verdadeiramente sério. O máximo que conseguiu manter foi um relacionamento que perdurou por dois ou três meses. Por mais carinhoso e atencioso que fosse com seus ex-namorados, algo impedia que entregasse completamente seu coração.

Suspirou enquanto olhava para o celular. Se tivesse um namorado naquele momento, desejaria ligar para ele, ouvir sua voz e dissipar as vozes horríveis do sonho que ainda ecoavam em sua mente. A solidão se tornava mais intensa na calada da noite, e Min Ho ansiava por um amor que pudesse acalmar não apenas suas noites insones, mas também a inquietude que persistia em seu coração.

Incapaz de encontrar o sono, Min Ho decidiu preparar um chá e pegar um livro para ler naquela noite fria, mas agradável. Ansiava por pelo menos um breve repouso, pois o dia seguinte prometia ser uma grande loucura, como todos os outros. Ele estava encarregado de cobrir um casamento de extrema importância, envolvendo um ministro influente. A recepção contaria com a presença de pessoas famosas, todas ansiosas para degustar os fabulosos pratos preparados por Min Ho.

Apesar de ter organizado meticulosamente todos os detalhes, a mente de Min Ho não se aquietava quando sua cabeça encontrava o travesseiro. A noite se estendia, mas o sono continuava esquivo. Em meio a essa inquietude, surgia a preocupação com sua própria saúde mental. As vozes que ecoavam em sua cabeça fizeram com que cogitasse a possibilidade de enfrentar transtornos mais sérios, como a esquizofrenia. A ansiedade tornara-se um fardo, e a linha tênue entre a realidade e a imaginação parecia cada vez mais frágil.

Não eram apenas as típicas vozes de auto-sabotagem que atormentam a mente humana. Eram vozes distintas, provenientes de outras pessoas, mas esses episódios só se manifestavam enquanto ele dormia, tornando obscuro o entendimento claro das razões por trás dessas vozes intrusivas.

Apesar de ter buscado a ajuda de inúmeros psicólogos e passado horas intermináveis em terapia, a solução para o seu problema continuava imprecisa. Embora a terapia oferecesse certo alívio, não conseguia erradicar completamente os pesadelos constantes. Diante dessa batalha interna, Min Ho preferia direcionar sua mente para o trabalho, encontrando refúgio naquilo que dominava: a arte de cozinhar.

Min Ho, apesar de ser um renomado chef de cozinha, amplamente reconhecido até mesmo internacionalmente, com participações em programas e presença em capas de revistas, mantinha uma simplicidade notável. Sua gentileza e educação destacavam-se, contrastando com a grandiosidade de suas realizações. Para aqueles que não o conheciam pessoalmente, seria difícil imaginar que ele tinha uma grande humildade, já que nas telas, todos só viam sua grandiosidade e fama. Além de humilde, ele era agradável, atencioso e gentil, todos ao seu redor sentiam-se confortáveis em sua presença, por isso ele tinha muitos amigos, ou no caso, contatos, inclusive de grandes nomes da alta sociedade.

Mesmo envolvido em círculos de pessoas influentes, Min Ho ainda experimentava uma solidão persistente. Além de seus pais já falecidos, ele era filho único, sem irmãos, sobrinhos e cunhados. Sua existência era singular, ele e mais ninguém, um fato que, apesar de sua carreira de sucesso, acrescentava uma camada de solitude à sua vida.

Lee Min Ho contemplou a cidade lá embaixo através de sua janela, onde tudo parecia diminuir diante de sua visão elevada. A noite se revelava esplêndida, uma fina chuva começava a deslizar pelo vidro, acrescentando um toque melancólico à cena. Com um suspiro carregado de cansaço, ele desejou ter alguém ao seu lado. Alguém para compartilhar não apenas os momentos felizes, mas também os tristes; alguém que não o julgasse, mas o compreendesse; alguém que permanecesse ao seu lado quando tudo parecesse perdido.

Em meio à reflexão, ele se perguntou se essa pessoa especial realmente existia e, se sim, por que ainda não a havia encontrado. Min Ho não era dado a crenças místicas ou religiosas, não acreditava em conceitos como amor verdadeiro, mas em algum lugar de seu coração, ele sentia a presença de sua alma gêmea. Talvez fosse essa a razão inconsciente que o impedia de se envolver profundamente com outras pessoas. Mesmo sem perceber, ele estava à espera de sua alma gêmea.

Sentado em sua poltrona, absorto na melodia da chuva e ocasionalmente imerso na leitura de alguns parágrafos de seu livro, Min Ho permitiu-se sonhar acordado. Sua mente se entregou à idealização de sua alma gêmea, imaginando os contornos de seus traços e as nuances de sua personalidade. Criou um retrato imaginário de um jovem meigo e delicado, porém, notavelmente corajoso. Em sua visão, sua alma gêmea seria gentil e dedicado a ajudar os menos afortunados, carregando consigo a marca da honestidade e da justiça, com um coração iluminado por uma pureza extraordinária.

Um sorriso irônico dançou nos lábios de Min Ho ao perceber o exagero de suas próprias idealizações. Sabia que essa visão era uma ilusão, uma criação de sua própria fantasia. Ele, mesmo em seus esforços constantes para ser justo e bondoso, era consciente de suas próprias falhas e sabia que não existia alguém perfeito assim. Entretanto, naquela noite chuvosa, ele se permitiu sonhar, deixando sua imaginação dançar nos limites da realidade, mesmo que por um breve momento.

Talvez estivesse sendo excessivamente exigente, e isso era o que o mantinha solteiro, mergulhado em sua própria solidão. Uma reflexão sincera trouxe a conclusão de que seria hipócrita desejar um anjo perfeito quando ele mesmo não se via como um. No entanto, ansiava por alguém honesto, de coração puro, alguém que pudesse amar e que o amasse em troca.

Imerso em seus pensamentos, Min Ho mal percebeu que o sol já nascia no horizonte. Levantou-se e tomou um banho, ciente de que teria um dia agitado pela frente. Entre as demandas de sua carreira e a busca por algo mais, ele ansiava por encontrar não apenas alguém especial, mas também por se tornar merecedor desse amor que tanto desejava. 

O dia havia sido agitado, mas transcorreu sem problemas para Min Ho e sua equipe. Todos os convidados elogiaram os pratos servidos no casamento, e o evento foi um sucesso. No entanto, ainda não era o momento de descansar, pois a tarefa de limpar todo o local o aguardava. Apesar de contar com uma equipe de limpeza, Min Ho gostava de se juntar a eles, contribuindo para deixar o ambiente impecável. Ao final da árdua tarefa, como forma de agradecimento, ele preparava uma refeição deliciosa para todos, transformando o dever em um momento de confraternização e apreciação mútua. Essa prática não apenas reforçava a união da equipe, mas também refletia a dedicação e paixão de Min Ho pelo que fazia.

Min Ho estava absorto cortando alguns legumes quando uma sensação súbita de frio na espinha o fez parar. Seu corpo arrepiou-se como se uma brisa tivesse passado, mas ao virar rapidamente, percebeu que estava sozinho na cozinha. Uma inexplicável sensação de ser observado tomou conta dele, e suas pernas vacilaram momentaneamente. Por alguns segundos, permaneceu imóvel, examinando cada canto da cozinha. A escuridão em alguns cantos ocultava sua visão, deixando-o tenso, sem certeza se eram apenas caixas ou algo mais.

A tensão se aprofundou, com o coração de Min Ho pulsando acelerado, seus ouvidos atentos a qualquer ruído. No silêncio da cozinha, teve a impressão fugaz de sussurros. Num instante de puro susto, a faca que segurava escapou de suas mãos, ecoando ao atingir o chão. Ficou ainda mais em alerta e inquieto, enquanto tentava discernir se aquilo era fruto de sua imaginação ou se algo mais sinistro se escondia nas sombras.

— Tem alguém aí? — Perguntou temeroso. 

Em um canto escuro da cozinha, Min Ho teve a impressão de ver algo se movendo. Um arrepio percorreu sua espinha, fazendo-o dar um passo para trás. O impulso de pegar a faca que estava no chão foi bloqueado por uma paralisia momentânea; medo e ansiedade tomaram conta dele.

No entanto, para seu alívio, um gato alaranjado emergiu da escuridão. Min Ho soltou um suspiro profundo, dissipando a tensão que o envolvia. O felino, curioso e destemido, encarou-o por um momento antes de continuar sua exploração pela cozinha. A realização de que sua apreensão era apenas fruto de uma imaginação agitada trouxe a Min Ho um senso reconfortante de normalidade.

— Soonie, é você! Quase me matou de susto.

O gato alaranjado rodeou as pernas de Min Ho, aguardando com expectativa. Conhecedor dos gostos felino do pet do vizinho, Min Ho sempre levava alguns sachês para ele quando ia ao mercado. Mesmo não sendo o dono do gato, Min Ho o tratava com carinho, como se fosse seu próprio animal de estimação. O felino, astuto, sabia como tirar proveito da bondade de Min Ho.

Min Ho encheu o pratinho de Soonie com o sachê de seu sabor favorito. Após um breve miado de agradecimento, Soonie não se preocupou mais com a presença de Min Ho e concentrou-se em sua refeição, desfrutando do gesto amável do cozinheiro.

— Pois é, Soonie — Min Ho acariciou os pelos do gato, que em momento algum parou de comer — Eu fico sonhando com minha alma gêmea, imaginando que talvez ele seja um anjo perfeito, mas ele pode ser como você e ter a personalidade de um gato — Soonie olhou brevemente para ele, parecia não ter gostado daquele comentário — Calma, isso não é uma crítica, eu adoro gatos.

Após garantir que seus colaboradores e colegas de equipe fossem bem alimentados ao final de um dia cansativo de trabalho, Min Ho demonstrou sua preocupação com a segurança ao oferecer carona para três moças. Consciente dos perigos de caminhar sozinhas à noite, especialmente naquele horário, ele estacionou o carro e as acompanhou por uma viela onde seu veículo não conseguia passar. A escuridão era densa, e nas casas ao redor, todos pareciam estar mergulhados em sono profundo, apenas o som dos grilos ecoava.

Ao deixar as moças em casa, Min Ho apressou-se em direção ao seu carro. O silêncio na viela destacava seus passos rápidos, e ele estava determinado a retornar com segurança, ainda que a escuridão da noite o envolvesse.

Avistou a silhueta de alguém aproximando-se, um rapaz de estatura baixa com o rosto oculto por um capuz. O desconhecido caminhava rapidamente em sua direção, e Min Ho, mantendo a calma, continuou seu trajeto sem demonstrar receio. O rapaz persistiu em sua rota até colidir com Min Ho, prontamente pedindo desculpas antes de seguir apressadamente seu caminho.

Após o incidente, Min Ho percebeu que o rapaz deixara cair algo. Tentou chamá-lo, mas o desconhecido já se afastara consideravelmente. Curioso, abaixou-se para pegar o objeto, revelando ser um crachá de algum mercado próximo. Ao examinar a foto, Min Ho se viu cativado pelo rosto do rapaz. Algo naquele semblante o prendeu por longos minutos, admirando a beleza única daqueles traços. Um sorriso deslizou por seu rosto quando leu o nome do rapaz.

— Han Jisung… 

Colocou o crachá no bolso, com a intenção de entregá-lo ao dono no dia seguinte. No entanto, seus olhos se arregalaram quando percebeu que seus bolsos estavam vazios. 

— Esse pequeno infeliz roubou minha carteira. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como assim, Han? Tu é trombadinha é? Minino do céu, faz isso não :(

Calma Lino, não é só sua carteira que ele roubou, ele também vai roubar seu coração hahaha

Lino ouvindo vozes... por que será?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coração de Sombra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.