Uma Chance para o Amor escrita por Kah Nanda


Capítulo 1
Capítulo 1 - The chance at the beginning


Notas iniciais do capítulo

Boa noite a todas, sejam muito bem-vindas leitoras antigas e novas. Eu sou a Kah Nanda e abrindo o novo ciclo de fanfics, eis que trago a primeira de 2024.
Quem me conhece sabe que escrevo há um bom tempo e no ano passado, consegui manter um ritmo de postagem direto com duas longfics sendo publicadas todas as quintas-feiras, além de outros contos. E com essa estreia, pretendo manter o mesmo padrão.
Com isso, continuarei dividindo as postagens das quintas de maneira quinzenal, então quem for acompanhar essa fanfic, terá atualizações a cada quinze dias, porém no intervalo, desde já deixo o convite a conhecerem a outra história que ocupará esse posto, Trying Not To Love You. Que é um romance jovem e a partir desse momento, está começando uma nova fase.
Sem contar que em meio a um começo, tem que existir um final. Sendo assim, estou encerrando uma fanfic que terá seu epílogo postado amanhã e também às convido a conhecer, Still The One. Um romance dramático, mas muito sentimental e forte. Sobre o amor de um casal capaz de superar qualquer coisa...
O link de ambas estará abaixo, porém agora as deixarei desfrutar da leitura desse primeiro capítulo e até as notas finais.
Apreciem Sem Moderação...

Still The One: https://fanfiction.com.br/historia/808740/Still_The_One/
Trying Not To Love You: https://fanfiction.com.br/historia/808798/Trying_Not_To_Love_You/

Capítulo Postado Em: 01/02/24 - O início de Uma Chance para o Amor...



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POV Bella

— Você está se comportando com a Maggie e a Siobhan?

Fiz mais uma pergunta em meio a minha conversa com a Anna.

— Sim tia Bell.

Como Maggie está segurando o celular, a bebê virou para questionar a garota.

— Num tô Maggie?

— Sim, Anna. Como sempre.

Ouvi a voz da jovem que auxilia nos cuidados da minha sobrinha.

— Viu tia Bell.

— Pois muito bem, tem que se comportar mesmo. E obedecer direitinho.

— Eu me compoto muito bem.

— Está certo querida. Agora a tia Bella tem que desligar.

— A tia vai cuidá dos bebês?

— Sim, vou cuidar de vários bebês e crianças lindas como você.

— Tá bom tia.

— Nos vemos amanhã, está bem?

— Manhã di manhã?

— Depois que você chegar da escolinha. – Esclareci.

— E a mamãe?

— Sua mãe vai para casa daqui a pouco, mas você já estará dormindo. Então provavelmente só vai vê-la amanhã também.

— Di manhã?

— De manhã, antes de ir para a escolinha.

— Tá bom tia.

— Boa noite, meu amor. Durma bem e sonhe com os anjos.

— Boa note tia Bell.

— Beijos.

— Bejos.

Ela jogou beijos para a tela e retribui.

— Te amo Anna.

— Te amo tia Bell.

Ela acenou um tchau e deixou a visão do celular, então Maggie assumiu seu lugar.

— Tchau Maggie e obrigada pela ligação.

— Imagina Bella. – Ela sorriu e acenou. — Tchau e bom trabalho.

— Obrigada.

Desliguei o celular, mas antes de guardá-lo na primeira gaveta da mesa do meu consultório, enviei uma mensagem a Rose, informando sobre a ligação e que provavelmente a Anna já vai dormir.

Como a loira não respondeu de pronto, deixei o aparelho de lado, consultando o relógio no meu pulso, confirmando que ainda tenho alguns minutos até o fim desse intervalo.

Recostei na cadeira e deixei não só minha visão pincelar os porta-retratos sobre a mesa, como também acabei sendo rendida por algumas lembranças...

Um dos adornos em grande destaque apresenta uma foto dupla. De um lado, estou com meu primo James, em meio a uma das viagens que fizemos na adolescência. Enquanto a outra representa nossa versão adulta, com um maravilhoso adendo conosco, a Anna.

O melhor presente que ele deixou para nós...

Minha relação com James sempre foi próxima, talvez por sermos filhos únicos, tenhamos passado as emoções de irmandade um ao outro. Ou somente a conexão sempre tenha existido e feito com que criemos uma relação mais do que especial, mais do que de primos, mas sendo verdadeiramente melhores amigos.

Tanto que durante um período da sua vida, ele morou em nossa casa, junto aos meus pais e eu. James foi criado somente pela minha tia, a irmã mais nova do meu pai. Infelizmente seu próprio pai nunca foi presente e apesar de conhecê-lo, mesmo em seu crescimento, não contou com respaldo paterno e por isso, meu pai acabou virando sua figura paterna, contando também com o apoio da minha mãe e meu.

Infelizmente, minha tia faleceu quando passamos pouco da casa dos vinte anos. E da melhor maneira que conseguimos, tornamo-nos seu respaldo completo. Enfatizando não só o elo familiar, mas o apoio e segurança a si.

Ele era somente dois anos mais velho do que eu, mas, mesmo assim, em muitas situações agia como o protetor e também citava sobre as experiências que passava previamente, para me orientar sobre o que estava a minha espera.

Nunca tive muito apego pela cidade de Forks, tendo nascido e me criado em Seattle, não via o lugar com olhos atrativos, porém isso mudou quando James conheceu Rosalie e em pouco tempo, estava de mudança para acompanhar a namorada, em meio à residência da mesma em enfermagem no Hospital Geral de Forks.

Eu poderia ter feito o papel de prima ciumenta, já que até aquele momento, nunca tinha visto meu primo se dedicar tanto a outra pessoa, mas em primeiro lugar, essa personalidade com certeza não combinava comigo e depois, assim que fomos apresentadas, Rosalie e eu nos demos bem de cara, iniciando uma ótima amizade, que acabou contribuindo também para a boa relação dos dois.

O relacionamento durou por quatro anos. Entre o início do namoro e até o tempo em que passaram a morar juntos, não só proveniente da surpresa que tiveram, mas também, pela vida que já estavam levando e os sentimentos que compartilhavam.

Eu sempre brinquei que tudo deve ter acontecido por conta da comemoração que provavelmente fizeram ao fim da residência dela, mas o fato é que Rose acabou engravidando quando tinham pouco mais de dois anos juntos e dessa gestação, fomos brindados com a existência do ser humano mais maravilhoso de todos, a filha dos dois, minha sobrinha de coração, Annabel...

Até mesmo seu nome foi um presente, pois em certos momentos durante a gravidez, James chegou a falar abertamente que gostaria de batizar a filha com o meu nome, sugestão que por mais honrada que tenha me sentido, recusei veementemente todas às vezes.

Então começaram a pensar em ideias para poder manter a homenagem, de certa forma, mas não deixar tão literal. Eles variaram em opções de Isabel e Isadora, chegando a pensar até mesmo em algo como Isália.

Ainda hoje quero acreditar que essa sugestão foi somente uma piada, já que James era conhecido pelo seu ótimo senso de humor.

Então um dia, finalmente se decidiram por Annabel, nome que agradou a todos e compensou a homenagem que enche meu coração até hoje. E eu também acabei me tornando a encarregada de apelidá-la, já que meu primo a princípio começou a querer chamá-la de Bel, mas rapidamente troquei por Anna.

Talvez um pouco inspirada na personagem do filme Frozen, ao qual tenho bastante carinho e assim, o apelido pegou com ela ainda dentro da barriga da mãe e quando nasceu, todos já sabiam como tratá-la.

Depois disso, Forks acabou se tornando praticamente minha segunda casa. Apesar de ainda residir oficialmente em Seattle, porém já não morando mais com meus pais, costumava vir visitá-los em praticamente todos os fins de semanas, não só para matar as saudades da minha pequena, mas também para auxiliá-los e até mesmo, servir de babá em tempo integral, para que o casal pudesse aproveitar um pouco da vida a dois, já que ainda eram novos e estavam consideravelmente no início da relação.

Contudo, existia um único ponto em que James e eu sempre divergimos. No que se referia ao seu fascínio por velocidade. Forks poderia não lhe proporcionar esse tipo de emoção, mas durante os anos que morou conosco em Seattle, costumava sentir-se mais livre para viver e experimentar tudo que gostava.

Apesar de ter habilitação para carro, sua grande paixão eram as motocicletas, tanto que nunca teve um automóvel próprio. Durante os anos em nossa casa, utilizava os carros do meu pai ou da minha mãe e depois que ganhei o meu primeiro, também o dirigia, mas sem grande ânimo.

E mesmo quando começou a namorar e viver com a Rose, somente usufruía do veículo que ela já possuía, enquanto manteve sua moto para uso completamente pessoal.

E essa acabou sendo justamente a causa da sua morte...

Ele sofreu um acidente, enquanto estava fazendo o caminho de volta a Forks, depois de uma corrida rápida a Port Angeles. Um caminhão o acertou e apesar de estar usando capacete, costume que em muitos lugares do país nem mesmo é comum, acabou falecendo sem qualquer possibilidade de reversão do quadro.

Isso aconteceu há pouco mais de dois anos, quando a Anna tinha acabado de comemorar seu primeiro aniversário. E sua morte além de pegar-nos totalmente de surpresa, acabou mudando nossas vidas para sempre. E não só as da Rose e Anna, mas também a minha...

Já que meu primeiro impulso foi largar a vida conhecida e estabilizada em Seattle e vir para Forks, para não só apoiá-las, mas em quase total escala, para me confortar em suas companhias, pois éramos os elos mais ligados a ele e também entre nós.

A princípio, pedi alguns dias de licença e por quase nunca tirar férias, fui prontamente atendida. Porém com o passar dos dias, compreendi que não poderia ir embora, que não conseguiria deixá-las. Não só por elas, mas muito por mim também.

Então conversei com a Rose e graças a Deus, nossas decisões não se transformaram em impulsos desmedidos, já que a ideia e o acordo se mantêm válidos até hoje. E com isso estabelecido, efetuei a mudança de Seattle para Forks. Não somente para residir na cidade, mas para efetivamente passar a morar com Rose e Anna em sua casa.

Contudo, apesar da decisão firme e acertada, não fomos completamente apoiadas desde o início. Os pais da Rose foram os primeiros a protestar, querendo que a filha retornasse a sua cidade natal, para que pudessem auxiliá-la na criação da neta, mas minha amiga foi irredutível.

Desde que chegou a Forks, sempre afirmou ter encontrado seu lugar, tanto que por nenhum momento James fez menção de tentar persuadi-la a mudar para Seattle, por exemplo, pois compreendia que ela realmente estava em casa, então ele se dispôs a mudar consigo e aqui construíram sua vida.

E apesar de ainda tão bebê na época, Rose tão pouco quis tirar a Anna da cidade para criá-la em qualquer outro lugar que não aqui, ao redor da segurança, estabilidade e conforto que só Forks pode oferecer.

Desse modo, meus pais também expressaram suas ressalvas quanto nosso arranjo. Não por terem qualquer coisa contra as meninas ou acharem que elas não precisavam de apoio, já que ambos até mesmo ofereceram recebê-las para morarem consigo, demonstrando o apoio a sua maneira.

Porém a maior preocupação se deu mesmo por minha causa, pela mudança drástica e definitiva que estava prestes a fazer. Deixando não só tudo que conhecia para trás, como meu emprego bastante estável. Contando também com a preocupação com minha vida pessoal e as nuances distintas que me cercam.

Só que acabamos conseguindo provar a todos que não poderíamos ter tomado decisão mais acertada. E no meu caso em específico, de um jeito especial, também acabei encontrando meu verdadeiro lar, na cidade fria e tranquila mais ao norte do país...

E como muitas famílias distintas e não tradicionais, Rose e eu passamos a criar a Anna. Oferecendo a pequena o respaldo de uma mãe e tia mais do que amorosas e dedicadas.

Ainda que nossas profissões exijam muito de nós, tendo esse sido também um tópico para preocupações, mas que da mesma forma, conseguimos dissuadir pouco a pouco.

Um dos pontos que nos fez criar amizade rapidamente, foi o fato de Rose e eu termos profissões semelhantes, dentro das suas particularidades. Já que ela se formou em enfermagem, enquanto me graduei em medicina, tendo optado pela especialização em pediatria.

E diante das cartas que a vida ofereceu, quem melhor para criar e cuidar de uma criança do que uma enfermeira e uma pediatra?

A visualização do meu futuro me abateu ainda em meio ao fim da adolescência, então desde a época do high school, me dediquei efetivamente aos estudos, para poder ingressar em uma boa universidade e conquistar a profissão e carreira que almejava.

Ao todo, passei por uma maratona de estudos de mais de dez anos. Pois foram seis dedicados à graduação prévia, depois mais três de residência e por fim, os últimos dois destinados a uma especialização, já dentro da pediatria, referente aos campos de alergia e imunologia.

Sendo assim, quando cheguei à casa dos 30 anos, já possuía uma profissão sólida que simplesmente preenche minha vida. E por conta do bom histórico que conquistei ao longo dos anos, não foi difícil conseguir a transferência e uma vaga fixa no corpo médico do Hospital Geral de Forks.

Assim como no relacionamento pessoal, havia uma diferença de dois anos, com James sendo o mais velho, essa também se estende a Rose e eu, só que ao contrário. Então agora, com a vida estabelecida e seguindo conforme o caminho do destino. Estamos vivendo o início da casa dos 30 anos, apresentando nossa maior maturidade.

Com Rose tendo chegado aos seus 31 anos, idade que possuía quando me mudei para cá, enquanto no início do último outono, assoprei 33 velinhas.

Minha escolha quanto à especialização em pediatria deriva de muitas questões, mas sem qualquer sombra de dúvidas, meu imenso amor por crianças foi um dos pontos centrais.

Pois apesar de em muitos casos ser extremamente difícil, necessitar lidar com qualquer adversidade envolvendo os pequenos, também é imensamente gratificante conviver com suas inocências e alegrias.

Quando meu bipe soou, indicando o fim do intervalo, guardei efetivamente o celular na gaveta e antes de levantar, observei o porta-retratos com a foto dos meus pais, então fiz uma nota mental de ligar para eles mais tarde, talvez ao fim do plantão ou depois que for para casa.

E qual não foi minha surpresa e sorte também, ao abrir a porta e encontrar circulando pelo corredor, justamente Rosalie e ainda por cima, na companhia do Dr. McCarty.

— Hey vocês. – Os cumprimentei.

— Bella, não sabíamos que estava no consultório. – Ele comentou.

— Estava em meio ao meu intervalo.

— Ah, sim.

— E você? – Questionei diretamente a Rose. – Já está indo embora?

— Daqui a pouco.

— Você chegou a ver minha mensagem?

— Vi sim, mas na hora que enviou, estava acompanhando um paciente.

— Comigo.

Emmett esclareceu, abrindo o sorriso de covinhas.

O doutor Emmett McCarty é o ortopedista do hospital e ingressou no corpo médico quase que no mesmo período que a Rose, pois quando ela veio iniciar a residência, ele havia acabado de entrar.

E logo pegaram amizade, então Emmett é uma das pessoas que mais acompanhou tudo que aconteceu na vida da minha amiga, desde seu relacionamento com James, a gravidez e a tragédia subsequente.

E quando passei a trabalhar aqui, me estendeu o mesmo carinho que já designava a ela, quer dizer, não exatamente o mesmo tipo de carinho, mas em termos gerais de amizade, sei que conto o respaldo em igual escala.

— Foi um atendimento difícil ou divertido? – Perguntei.

— Um pouco dos dois.

Rose comentou simplesmente e Emmett completou a explicação.

— O paciente era um senhor que torceu o pé enquanto cuidava do jardim.

— Imagino que tenha sido difícil. – Pontuei.

— Porém a esposa dele estava junto, então balanceou um pouco as coisas. – Ela contou.

— Ah, posso imaginar.

Em meio a todos os pacientes que cuidamos, já desenvolvemos a habilidade de compreender quando um atendimento será fácil ou não, apenas por um leve perfil da pessoa em tratamento e quando existe também, de seus acompanhantes.

— O papo está bom, mas já vou indo, pois preciso encerrar o plantão e não quero me atrasar em bater o ponto.

Rose comentou, já conferindo seu próprio bipe.

— Está bem, nos vemos mais tarde. – Citei.

— Você pega um próximo plantão amanhã? – Emm a questionou.

— Não, só no dia seguinte. – Explicou. – Pouco depois da meia-noite.

— Então talvez ainda consigamos nos ver.

— Eu aviso quando chegar.

— Está bem.

Não querendo que um silêncio se instale, comentei.

— Dê um beijo na Anna assim que a vir, por favor.

— Não, não. – Emm contrariou. — Leve um beijo meu. A Bella já a verá mais tarde, enquanto não tenho ideia de quando conseguirei rever a pequena.

— Você sabe que sempre pode ir visitá-la.

Rose falou e ele não demorou a responder.

— Sim, mas você também sabe que prefiro fazê-lo quando você está conosco...

Será que devo inventar um chamado inexistente?

— Podemos tentar alinhar nossas escalas e ver se sobra algum tempo no próximo fim de semana, que tal? – Propôs.

— Seria perfeito.

— Então está bem. – Concordou com um sorriso. – Agora já vou mesmo, tchau para vocês.

— Tchau Rose.

Respondemos juntos, porém a voz de Emm se sobressaiu, não somente pelo timbre mais grave, mas especialmente, pela entonação diferente...

— Emm...

— Não, Bella. – Pediu quando ela deixou nossas vistas. – Não precisa falar nada.

— Você nem sabe o que ia falar.

— Acontece que eu sei...

Seu olhar finalmente encontrou o meu e me senti mal ao constatar as emoções presentes nele.

— Assim como sei que ela ainda não esqueceu seu primo e que tão pouco está aberta a qualquer tipo de relação, para além de uma amizade.

— Ouça Emm, quanto a esquecer do meu primo, a questão não funciona assim. – Ponderei. – Ele não foi somente um namorado e possível grande amor. Mas também sempre será o pai da sua filha. O homem que lhe proveu a realização de um sonho.

— Sim, eu sei...

— Mas não é porque ela jamais irá esquecê-lo, que significa que também nunca mais se abrirá a novos relacionamentos e especialmente, a um novo amor.

— Você realmente acha isso?

— É claro que sim. – Afirmei. – E mais do que tudo, eu espero que isso aconteça. Pois não posso pensar na hipótese da Rose continuar sozinha por toda a vida.

Ele assentiu e acabei não resistindo em continuar confortando-o.

— Ela merece ser feliz por completo e encontrar um homem que compartilhe desse sentimento com ela. – Assinalei. – E você sabe que acredito muito que possa ser esse homem.

— Obrigado Bella.

— Não falei nada demais.

— O agradecimento não é somente por suas palavras, mas pelo apoio que sempre me deu.

— Vocês são pessoas incríveis e merecem desfrutar somente do melhor, então no que depender de mim ou ao menos estiver ao meu alcance, farei todo o possível para ajudar.

— Mas e quanto a você?

— O que tem eu?

— Quando deixará o amor tomar o seu coração?

Apesar do assunto em pauta, sua pergunta me pegou desprevenida.

— Você não acredita que também mereça desfrutar dessa felicidade?

Como um ajuda mágica, meu bipe apitou e rapidamente o peguei, constatando que estou sendo chamada para atendimento.

— Eu tenho que ir.

— Da próxima vez você não escapará tão fácil, doutora Swan.

— Veremos doutor McCarty. – Pisquei. – Tchauzinho.

Não aguardei sua resposta, já começando a caminhar pelos corredores do hospital.

E querendo tirar a última questão da mente, voltei a pensar em seus sentimentos pela Rose...

Acredito e confio muito que durante o período em que James ainda era vivo, Emmett somente a via como uma boa amiga, sabendo respeitar sua relação. Porém depois que meu primo nos deixou, eles acabaram se aproximando bastante e toda a situação já tem mais de dois anos, então foi natural que desenvolvesse novos sentimentos por ela.

E sinceramente, no fundo sei que Rose também já se sente diferente em sua presença, mas há algo que talvez ainda a bloqueie sobre seguir em frente quanto a esse aspecto da sua vida.

Mas como acabei de reafirmar mais uma vez, no que depender de mim, não só ajudarei, como também presto meu apoio total a essa possível relação. Pois ambos realmente merecem ser felizes, sendo tão boas pessoas. E que dentro das suas particularidades e diferenças, combinam demais.

— Doutora Swan.

Atentei-me ao cumprimento, já em frente a outro setor do hospital.

— Oi enfermeira Stanley. – Retribui o cumprimento. – Foi acionada também?

— Sim, mas não para atender com você, meu chamado foi na clínica geral.

— Ah, sim. Entendo.

O hospital possuí um quadro fixo de especialistas, porém quanto a enfermeiros e outros auxiliares, dispõe de uma margem bem maior de funcionários.

— E você já está sabendo?

Soltou de repente, enquanto assinamos alguns papéis de administração.

— Do que?

— Que em breve chegará um novo médico ao hospital.

— Não, ainda não estava sabendo de nada. – Respondi sinceramente.

— Também ainda não possuo muitas informações, pois ouvi o primeiro comentário hoje, mas pelo que entendi, será um médico bastante conceituado.

— Então que bom, pois ter mais especialistas qualificados é sempre um ganho não só para nós, mas especialmente para os pacientes.

— Sim, sim. – Citou rápido. – Mas bem que podia ser um doutor bem bonito e solteiro.

Não respondi e aproveitando que está concentrada em sua folha, apenas revirei os olhos, terminando de assinar meus próprios papéis.

— Eu preciso ir, até depois enfermeira Stanley.

— Até, doutora Swan.

Não há como conviver e trabalhar com pessoas, sem precisar lidar com situações como essa.

A enfermeira Stanley não é má pessoa e tão pouco uma profissional ruim, pelo contrário, depois da Rose, ela é uma das enfermeiras mais atenciosas do escopo, porém tem atrelada a si, a veia das conversas paralelas um pouco demais, para não dizer efetivamente que gosta de fofocar sobre as questões do hospital como ninguém.

Então diante de mais um comentário do tipo, realmente não dei muita atenção, seguindo para a minha rotina e focando no que realmente importa.

Meus amados pacientes, que junto a Anna, são a verdadeira razão da minha alegria...

— Posso pegá-lo no colo, mãe? – Questionei a moça a minha frente. – Ou prefere colocá-lo na maca por si mesma?

— Pode sim, doutora Swan.

O bebê de cinco meses somente piscou os olhinhos castanhos e não fez menção de qualquer protesto quando passou dos braços da mãe aos meus.

Meu sorriso aumentou gradativamente ao sentir o pesinho confortável, além do cheirinho tão característico de bebês nessa fase.

— O que o fez vir aqui a essa hora da noite, hein?

Questionei ao pequeno embrulho entre os braços, mas obviamente, a mãe quem respondeu.

— Como mãe de primeira viagem, ainda estou me adaptando ao que acontece com ele, então resolvi procurá-la para confirmar se está tudo bem, espero não estar incomodando.

— Não se preocupe, estamos aqui sempre de prontidão para atendê-los. – Afirmei. – E não é nenhum incômodo cuidar de um paciente tão fofo quanto ele, não é?

O bebê abriu um sorriso e além de me deixar encantada, também logo constatei o que pode estar acontecendo.

— Ele teve febre?

— Sim, foi leve, mas eu fiquei preocupada.

— Pois então não há motivos para preocupações maiores. – Pontuei. – Ele está entrando no processo de dentição.

— Oh, eu não imaginava. – Expressou. – Mas ele não é um pouco novo?

— Cada bebê se desenvolve de uma maneira. – Expliquei. – Pode ser que o primeiro dentinho efetivamente só comece a despontar depois que complete seis meses, mas o indicativo desse desenvolvido já está começando a apontar...

Continuei as explicações, até encerrar a consulta por completo.

A paciente seguinte chegou acanhada, então sua mãe a sentou na maca e depois de confirmar o nome e idade, constatando que é somente um pouco mais nova do que a Anna, passei a interagir.

— Eu sou a doutora Swan. – Me apresentei. – Mas sabia que meus amigos me chamam de Bella?

— Bella?

— Isso e se você quiser, pode me chamar assim também, o que acha?

— Tá bem.

— Ótimo. – Prossegui. – Sua mamãe falou que você está com um pouco de coriza.

Ela olhou confusa para a mãe, que logo esclareceu.

— Quer dizer que seu nariz fica escorrendo filha.

— Escole sim.

Na hora, ela fungou e a mãe limpou o narizinho com uma fralda de pano.

— Certo, então para saber exatamente o que você tem, precisarei ouvir seu coração e pulmões, eu posso?

Ela trocou um novo olhar com a mãe e ao ganhar o incentivo, também assentiu.

— Podi Bella.

— Obrigada por permitir. – Destaquei. – Só que para ouvir bem o seu coração e também compreender como seus pulmões estão, precisarei erguer a sua blusinha e colocar o aparelho diretamente na sua pele. – Mostrei o adorno ao redor do pescoço. – Farei isso no seu peito e nas costas, você me deixa fazer isso?

— Podi mamãe?

— Pode sim, querida.

— Tá bom.

— Obrigada de novo. – Agradeci sorrindo. – O aparelho é um pouco gelado, mas não faz mal e também, só ele encostará ao seu corpo, mas se sentir alguma coisa estranha, pode falar, está bem?

— Tá.

Com suas confirmações, ergui o tecido da blusa para posicionar o estetoscópio e ouvir o coração, como o chiado dos pulmões, fazendo o teste no peito e nas costas.

— Então mamãe, os pulmões estão meio cheios, mas pelo ritmo da respiração e os sintomas, não é nada grave. – Constatei. – Ela nunca apresentou quadro de asma, correto?

— Sim.

— Pois então não há com o que se preocupar. – A acalmei. – Estamos para entrar no inverno e ainda mais aqui em Forks, é difícil manter o sistema imunológico de todos em dia, ainda mais o das crianças. Então recomendarei que ela tome algumas gotinhas hoje para reforço e limpeza dos pulmões e em casa, o tratamento padrão, está bem?

— Está sim doutora Swan e muito obrigada.

— Não há de quê.

— Não só pela consulta, mas pelo respeito com a minha filha.

— Quanto a isso, não precisa agradecer mesmo. Pois é a obrigação de todo médico compreender e respeitar seus pacientes.

— Mas infelizmente, muitos não agem assim, especialmente com as crianças.

— Pois deveriam. – Afirmei. – Porque além de extremamente preciosas, as crianças são seres tão pensantes e detentores de opiniões quanto os adultos. Então precisam ser tratadas com respeito e ter suas escolhas validadas.

Ao fim da fala séria, voltei à atenção a pequena.

— Não é lindinha?

— Bigada Bella.

Fui brindada com um abraço inesperado, mas que foi impossível não retribuir, pois no fim das contas, compensações como essa são o que fazem esse trabalho mais do que valer a pena...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

N/A: Então, quais suas primeiras impressões sobre a fanfic? Gostaram do capítulo? De conhecer um pouquinho da Bella, Anna, Rose e Emm? Esperavam pela presença desses personagens e dentro desses contextos? Digam tudo...
Por aqui, conseguimos compreender como a Bella é dedicada. Era assim com o primo, passou a Rose e a Anna, mas também é completamente devota a profissão e seus pacientes, mas que bela - com trocadilho haha - pediatra ela é, não concordam?
E o que vimos nesse capítulo é somente o começo em diversos aspectos, pois a partir de agora, teremos muito a acompanhar em meio a essa nova jornada. Especialmente porque ainda não vimos certo personagem, então quando/como ele aparecerá? Palpites?
Nesse momento, passo a bola a vocês, comentem e se integrem ao novo conto. E as leitoras novas, venham desbravar também as outras fanfics, em andamento ou finalizadas. Especialmente Trying, que retorna na próxima quinta, mantendo o padrão com Chance. Também me sigam no twitter: @KNRobsten. E até breve.
~Kiss K Nanda.



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