As Rainhas do Trono de Diamante escrita por autorasantiis


Capítulo 18
Pureza




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Lia mirava o céu enquanto suspirava, o tom alaranjado era belíssimo, e tinha o poder de transportá-la para qualquer lugar que fosse diferente do que vivia naquele momento.

— No que tanto pensa? – o homem ao lado perguntou, os dois estavam deitados na grama, em silencio, aproveitando um pouco a brisa e a calmaria que ainda tinham, antes que tudo virasse caos.

— Chaeyoung me contou hoje de manhã que há um plano contra mim – Lia suspira, enquanto deixava as palavras escaparem.

— O que? Mas... – ele parecia perdido, por isso se sentou rapidamente e virou-se para ela – fuja comigo, venha para Serendipity, eu posso lhe proteger.

— Sabe que eu não posso – ela suspira e mira o rosto dele, sentindo toda aquela calmaria se dissipar para dar lugar ao desespero – isso precisa acontecer, elas precisam acreditar que eu estou morta, só assim posso desmascarar a Rainha Lee.

— Lia – ele suspira e nega, não concordava com o plano dela, e agora que sabia o que de fato iria acontecer, ele não queria mesmo que ela fosse em frente, tinha tantos riscos, tantos jeitos de aquilo dar errado – eu não posso deixar que faça isso.

Ela se senta e o encara, não brava, mas com ternura e calma, algo muito incomum para a tensão que estavam vivendo.

— Você me ama? – ela pergunta e o loiro suspira.

— É claro que sim, sabe disso, eu te amo com todo o meu ser Lia, por isso não posso concordar.

— Amor, eu sei que é difícil, eu sei, e não pediria isso, mas por favor, eu te imploro, não tente me salvar antes do necessário – ela suspira e fecha os olhos, logo sentindo aos mãos dele tomarem o rosto dela com calma – todos devem acreditar que eu estou morta, esteja na fronteira de Euphoria, eu irei até você e depois que meus pés tocarem o solo, você pode fazer o que desejar, mas não antes disso.

— E se você morrer? E se mesmo depois de tocar o solo de Euphoria eu não conseguir lhe salvar? O que acha que eu vou sentir? Hm? Como acha que vou suportar?

— Eu sinto muito, mas essa é a única saída Ji.

Jimin solta o rosto dela e se levanta frustrado, tudo aquilo o deixava completamente irritado, não podia fazer nada, o que estava acontecendo estava fora do seu alcance e nem com toda a influência que possuía, poderia salvar sua amada.

— Vou atrás o diário de Jihye, e se eu o encontrar, com certeza será a nossa vitória – Lia suspira e se levanta, abraçando Jimin pelas costas – eu te amo e entendo que seja difícil pra você, mas eu não posso viver assim Ji, não enquanto Lilases manter relações com o passado, eu preciso arrancar de uma vez a raiz que apodrece o nosso futuro.

Jimin suspira e assente, não queria dizer nada, pois tinha medo de desperdiçar seus possíveis últimos momentos discutindo, por isso apenas se virou e a abraçou forte, inspirando o cheiro dos seus cabelos, sentindo a quentura do seu corpo, a maciez dos seus lábios e o som dos seus corações em sintonia.

Naquela tarde, Kang Lia retornou ao castelo e aproveitou a ausência de sua mãe, para adentrar em seus aposentos e roubar um dos diários que possuía, o outro ela abriu, muito curiosa para saber o que havia ali, mas foi impedida pelo assassino que a espreitava. Ele lhe deu uma pancada muito forte na cabeça e por pouco a ruiva conseguiu escapar dele, aparentemente todos estavam ocupados demais, por isso, o castelo estava vazio. Do alto da torre, Jihye viu quando Kang Lia saiu correndo até o estabulo e montou seu cavalo, disparando em direção ao oeste, sendo perseguida por quatro cavaleiros, que a mulher jurava serem os protetores de suas filhas. Yixing havia falhado, mas alguém definitivamente acertaria, por isso ela apenas deu de ombros e deixou que as coisas tomassem o rumo que deveriam.

Depois que seu corpo colidiu com o solo de Euphoria e os escudeiros deram meia volta, Jimin e Jungkook correram até Kang Lia, que tinha os olhos arregalados e a respiração ofegante, como se fosse incapaz de respirar adequadamente.

— Eu te disse que isso era um péssimo plano – Jimin diz alisando o rosto dela, enquanto os curandeiros de Euphoria já preparava para cuidar dela.

— Não vai se livrar de mim tão fácil – ela sussurra, o fazendo sorrir e negar – está tudo bem, um dia ainda vamos nos casar.

— E eu vou ter que aturar uma mulher teimosa – ele dramatiza, a fazendo sorrir e fechar os olhos com calma.

— Tudo vai dar certo – ela apenas murmura, antes de ser levada.

Agora ali estavam, de frente um para o outro, enquanto se encaravam e recitavam seus votos, haviam sido cumplices, amantes, resistentes, pacientes, e agora podiam realizar o que de fato desejavam, o que esperaram pacientemente para ter, a união selada da forma que deveria ser.

— Eu vos declaro, marido e mulher – o padre sorri e acena positivamente – pode beijar a noiva.

E eles se beijaram, selando de uma vez aquele destino, que havia sido tão cruel inicialmente, não permitindo que eles pudessem viver um amor livre, onde eles precisaram se esconder e esperar, esperar até que tudo fosse resolvido, até que tudo fosse encerrado.

Os dois caminharam pelo salão de festa cumprimentando os convidados e não demorou para que suas irmãs se projetassem a sua frente, Lalisa acompanhada de Sehun, Jennie e Chaeyoung de braços dados.

— E o que é isso agora? – Lia pergunta confusa, enquanto suas irmãs riam.

— Queremos te dar um presente, mas é segredo – Chaeyoung diz com um sorrisinho, fazendo Lia semicerrar os olhos.

 — Tenho medo até de perguntar o que é – Lia nega e olha para Sehun e Lalisa – finalmente teremos um casamento em breve?

— Acreditamos que sim – Lalisa afirma sorrindo terna para o homem ao seu lado.

— E vocês duas? – Lia pergunta para as outras duas que se olham e dão de ombros, logo saindo de junto como duas crianças arteiras – Chaeyoung e Jennie, voltem aqui.

— Deixa elas querida – Jimin diz negando e alisando suas costas – a gente pode casar elas com o imperador de gelo.

— Credo, pensei que você fosse mais gentil Jimin – Lalisa resmunga e sai levando Sehun consigo, que apenas ria.

O imperador do reino de gelo, era um homem cruel e asqueroso, ninguém tentava negociar com ele, porque sempre recebiam cartas horríveis, com palavras grotescas.

— Se nada der certo, acho justo – Lia assente rindo e os dois voltam a caminhar pelo salão.

Na hora da dança, os dois apenas ficaram em silencio, aconchegados um no outro, aproveitando daquele momento único para permitir que seus corações sentissem a calmaria. Seria daquela forma dali para frente, sem mais planos de conspiração, sem mais tentativas de assassinato ou traição, sem mais ganância, porque Kang Lia faria o necessário para concretizar a bondade e pureza em Lilases.


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