A Garota Que Ficou Para Trás - EM HIATUS (JULHO) escrita por Willow Oak Acanthus


Capítulo 13
Capítulo XII - Natal.


Notas iniciais do capítulo

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Ponto de vista de Sam Winchester – Véspera do Natal.

Tudo precisa estar perfeito. Então é claro que eu estou surtando.

—Dean, o peru vai queimar, eu tenho certeza...- Dean está impaciente a essa altura, com luvas de cozinha e mexendo no forno. Ele revira os olhos para mim:

—E eu tenho certeza de que se você não sumir da minha frente eu vou ser obrigado a te sentar a porrada! O peru parece ótimo, Samantha. – Dou um suspiro de descontentamento e decido que vou dar a ele um pouco de espaço. Dean é do tipo que fica alterado quando cozinha, ele não precisa da minha ansiedade para pilhá-lo ainda mais.

Subo as escadas e decido me arrumar, calculo que não falte muito para Hazel e a mãe chegarem. Visto um suéter azul escuro e uma calça jeans...estou simples, mas asseado. Ajeito o meu cabelo nervosamente umas dez vezes diante do espelho.

A campainha toca e o meu coração dispara. Estou com tanta saudade dela.

Desço as escadas correndo e me deparo com a última pessoa do mundo que eu esperava ver em uma data como hoje.

— Você devia cortar o cabelo. – John Winchester diz ao me ver, como se morasse aqui e me visse com frequência. Fico confuso, o encarando por uns dez segundos no mínimo - Que foi, Samuel? Parece até que viu um fantasma.

Minha vontade é a de gritar.  Eu não passo o Natal com ele há...anos?

Na verdade, não me lembro se algum dia já passei o Natal com ele, para ser sincero. Vê-lo aqui diante de mim em um dia como hoje me faz entrar em conflito com as minhas emoções. Estou tentando formular algo para falar, mas não consigo. Dean Winchester vem correndo da cozinha até aqui, e eu fico apenas parado observando a situação.

—Pai, você conseguiu vir! - Meu irmão mais velho abraça John Winchester, e eu fico encarando o chão por um tempo.

Não vou brigar com ele. Não vou estragar a noite de hoje por nada.

Afinal...isso não é só sobre mim.

—Tem alguma coisa do forno? Parece que está queimando... - John diz, assim que Dean se desvencilha dele.

—Ah, cara! Eu avisei! - Digo isso e saio correndo para a cozinha, e Dean vem logo atrás.

—Não toque no meu peru! – Meu irmão mais velho protesta, me impedindo de sequer chegar perto do forno que ele abre para conferir – É, vocês têm o mesmo nariz, só pode. Não está queimando porcaria nenhuma.

—Alguma coisa o Samuel tinha de puxar de mim, não é? – John diz em tom de brincadeira. Se hoje fosse um dia qualquer, eu sairia andando e o deixaria falando sozinho só por esse comentário, mas não vou fazer isso. Percebo a tensão de Dean por estar no meio do fogo cruzado, e vou me comportar direitinho, por ele.

—Que bom que você veio, John. – Digo, meio sem jeito na tentativa de deixar o ambiente mais leve. Ele assente com a cabeça, e coloca as mãos nos bolsos do jeans surrado como se não soubesse como se portar na própria casa, com os próprios filhos.

—Eu estava por perto, e estou com pistas frias no demônio de olhos amarelos, então quando Dean ligou...- Ele coça a nuca, e se senta à mesa – Eu decidi que podia dar uma passada.

—Acha que estamos perdendo o rastro dele, pai? – Dean questiona, se sentando de frente para o nosso pai. Ele tem um sorriso discreto no rosto toda vez que estamos todos juntos. Isso parte o meu coração.

Acho que Dean sofre com a ausência de John Winchester muito mais do que eu. Na verdade, acho que de todos nós ele é quem mais sofre com a ausência da família em si. O motivo disso é bem deprimente, no entanto.

Ele conheceu essa família antes de ela se despedaçar. Eu simplesmente conheço a versão despedaçada, então...

São vazios diferentes.

—Não, só acho que sozinho fica mais difícil. Quando você termina a escola, Samuel? – Ah. Lá vamos nós...

—Logo. Junho do ano que vem. – Digo isso casualmente, me encostando no balcão da cozinha. Dean fica olhando de mim para o pai, como se estivesse pronto para um dos dois começarem uma discussão a qualquer momento. John me encara nos olhos, coisa que ele não faz com frequência. Ele pigarreia, e então continua:

—Entendi. Bom...e como está a garota? Ela se recuperou? – Faço que sim com a cabeça.

 -Está se recuperando. Fisicamente, quase não dá para notar alguma coisa, sabe? Tirou os pontos, as marcas praticamente desapareceram e não está mais com o braço imobilizado. – Digo tudo isso olhando para o carpete. Falar dela me deixa vulnerável.

—Fico feliz. Só me preocupo quando o idiota do pai dela sair da cadeia...e guarde minhas palavras, ele vai. Essa gente nunca fica trancada por muito tempo. – Concordo com a cabeça. Eu sei que ele está certo. Harvey não vai ficar detido por muito tempo.

—Eu vou lidar com ele quando chegar a hora. – Falo isso com firmeza, e sinto que ele quer dizer algo, mas não diz. Ficamos em silêncio por mais um tempo, e a campainha finalmente toca.

—Vou recebê-las. – Digo, me retirando dali rápido como uma flecha. Abro a porta e me deparo primeiro com Amélie Laverne. Ela parece estar relativamente bem, seus cabelos ruivos presos em um coque bagunçado, um suéter creme e brincos grandes. Ela me disfere em um sorriso e então me entrega uma caçarola cheia de docinhos.

—Oi, Sam! – Ela diz em um tom animado – Eu trouxe cannollis caseiros.

—Obrigada, Sra. Laverne. Por favor, entre... – Dou espaço na porta para que ela entre e seja recebida pelo meu pai e Dean, e então finalmente vejo Hazel.

É impossível não prender o fôlego por alguns segundos. Seus cabelos castanhos volumosos e compridos estão soltos, exceto por um laço vermelho de seda que prende algumas mexas dele para trás, e está vestindo um suéter vermelho vinho, com uma saia preta e aquelas meias meio transparentes nas pernas. Seus olhos verde musgo contrastam perfeitamente com a neve, e o fato de ela estar tão tímida e com as bochechas rosadas pelo frio fazem com que o meu cérebro pare por alguns segundos.

—Você...- Tento achar palavras para descrevê-la. Geralmente sou ótimo com elas, mas só o que consigo fazer é sorrir igual um idiota.

—Eu...? – Ela questiona em sua voz cadenciada, sorrindo para mim.

—Está linda. É só que, não sei, não acho que consiga usar uma palavra que faça jus ao que estou vendo...- Me encosto no parapeito da porta, meio sem jeito, com a caçarola na mão e sem saber o que fazer.

Parece até que desaprendi a me comportar normalmente nesses últimos segundos.

—Obrigada. – Ela diz, ficando na ponta dos pés para beijar a minha bochecha. Franzo o cenho para ela.

—Na bochecha? Poxa, El...- Resmungo, e quero continuar e dizer a ela para me beijar nos lábios, mas os olhos dela me censuram, olhando para alguém atrás de mim. Ela pigarreia, e quando eu me viro, percebo que John, Dean e Amélie estão parados esperando a gente entrar, os três constrangidos pela cena diante deles.

Fico completamente envergonhado, abro espaço para ela entrar e finalmente fecho a porta deixando o vento gelado apenas do lado de fora.

Devo estar em dez tons de vermelho no rosto, então passo por todo mundo e vou direto para a cozinha colocar a caçarola na mesa.

Durante todo esse tempo, Hazel e eu tivemos um relacionamento as escondidas, nunca precisamos nos portar de alguma forma específica na frente das pessoas, então estamos ambos constrangidos. Essas coisas não vêm com um manual. Posso segurar a mão dela na frente da mãe dela? Ou isso é inapropriado? Não faço ideia de como me portar, e acho que ela também não.

—Por favor, sentem-se! – John mostra o caminho da sala para elas de maneira cordial, e eu nem havia percebido, mas a lareira está acesa. Pela primeira vez em...muito tempo. Dean se apressa a colocar um rock clássico de fundo para tocar na velha vitrola – A senhora aceita beber algo? Tenho vinho, whisky...

—Água, por gentileza. – Ela se apressa a dizer, como se fosse difícil sequer ouvir os nomes das bebidas. Ela realmente está levando a sério sua sobriedade, e isso me deixa feliz.

John assente, e vem buscar alguns copos com água na cozinha. Observo que pegou água para todo mundo, talvez tenha sacado que Amélie tenha problemas com bebidas e não queira dificultar as coisas bebendo na frente dela. Meu pai pode ser muitas coisas, mas desatento não é uma delas.

XXX

—Você está brincando! – Dean está rindo enquanto come uma garfada de peru com arroz, completamente fascinado pelas histórias de Amélie. Estamos todos a mesa, a música tocando suave ao fundo e a neve caindo de maneira branda pela janela – Você realmente conheceu Eddie Vedder?

—Estou falando sério! E se quer saber, a Hazel me colocou em uma fria com ele...- Amélie toma um gole de água, e Hazel cora imediatamente.

—Ah, não mãe, essa história não...- Ela fala meio que suplicante para a mãe que tem um sorriso travesso nos lábios.

—Ah, essa história sim, Sra. Laverne! Nos conte, por favor!— Dean insiste, e eu rio ao ver o desespero no olhar da Hazel. Até o meu pai está envolvido na conversa.

—Acontece que, em um festival em que participamos em Seattle quando Hazel tinha seus...dez? Onze anos? – Amélie busca a confirmação no olhar de Hazel.

—Onze, mãe...onze. – Hazel parece que vai se enfiar debaixo da mesa a qualquer momento. Estou curioso com a história.

—Onze então! Voltando, eu estava fazendo uma passagem de som, e Hazel estava morrendo de tédio, como sempre! E sabe, nos bastidores é uma confusão de gente passando com cabos e instrumentos para lá e para cá...eu estava concentrada e não via Hazel a algum tempo. Pensei que estivesse com alguém da produção e continuei o que estava fazendo. Eis que Eddie Vedder, que estava fumando em um canto e parecia inquieto, veio na minha direção...- Ela faz uma pausa dramática e pigarreia antes de continuar – Primeiro ele disse “Ei, aquela ali é a sua filha?” Eu congelei imediatamente, procurando onde é que ele estava apontando. Só então que eu vi Hazel, dormindo no chão e fazendo uma guitarra encapada de travesseiro. Eu disse a ele “É sim, é a minha filha”.  Ele começou a rir e tragou o seu cigarro, e então ele continuou com aquela voz sexy dele “Bom, acontece que aquela guitarra ali que ela está usando de travesseiro é minha! E eu preciso dela em tipo, dez minutos!” – Começamos a rir ao imaginar a situação, e ela acrescenta – Não, não! Esperem! Essa não é melhor parte. Até aí, estava tudo bem. Fomos até Hazel, e vocês precisam entender uma coisa sobre ela...- Amélie olha para a filha de maneira divertida – Hazel odeia ser acordada bruscamente. Sei que ninguém gosta, mas ela odeia. Quando eu a cutuquei, assim que seus olhinhos abriram e ela começou a resmungar, eu disse “Filha, essa guitarra aí pertence ao Eddie. O Pearl Jam vai entrar em minutos e precisam dela!” Alguém consegue adivinhar o que essa menina fez?

—O que ela fez? Quebrou a guitarra? – Pergunta o meu pai, comendo um cannolli. Amélie faz que não com os dedos no ar.

—Não. Ela se levantou, e não tirava os olhos do Eddie, estava furiosa. Ela pegou a guitarra com dificuldade, e entregou na mão dele. Quando ele sorriu e disse algo como “Obrigado, querida!”, ela cerrou os olhos para ele e disse com uma voz de sono “É por essas e por outras coisas que as pessoas preferem o Nirvana”! E saiu andando! E eu...eu fiquei ali sem saber onde me enfiar, é claro! Ah, o que os filhos fazem com a gente...

O Dean e eu nos matamos de rir só de imaginar a cena toda. Meu pai também gargalha, e até mesmo a Hazel que estava com vergonha e contrariada acaba rindo. Ela pega um copo e enquanto beberica um pouco de água, diz sorrindo:

—Tudo bem, acho que vocês já se divertiram demais as minhas custas...- O olhar dela encontra o meu, de maneira divertida, como se estivesse tramando alguma coisa – O senhor se lembra de alguma história constrangedora do Sam, Sr. Winchester?

—Você é uma traidora, sabia? – Digo, já sabendo o que esperar.

—Eu tenho, Hazel. – Meu pai diz com um sorriso malicioso – Uma vez, quando estávamos em uma loja de roupas, acho que o Samuel tinha uns seis anos mais ou menos...

—Ah, esse dia foi memorável...- O Dean diz, me dando um tapinha nas costas.

—Enfim, sei que estávamos comprando roupas para o inverno. Era uma dessas lojas de departamento, sabe? Com roupas femininas e masculinas em sessões. Dou falta de Samuel quando percebo que ele havia sumido já tinha um tempo, e fico desesperado atrás dele, lógico! Dean e eu avisamos os funcionários que ele havia sumido, e então uma busca emocionante começa pelo meu filho...

—Ah, você não esqueceu disso não? Caramba...- Resmungo, já abaixando a cabeça e passando a mão no rosto de constrangimento.

—Como esquecer, Sammy? Foi tão emocionante...- Dean me provoca, rindo.

Amélie e Hazel escutam com atenção, e o meu pai continua:

—O procuramos por dez minutos, até que uma funcionária vem até mim, meio que rindo meio que tentando se segurar...- Ele faz uma pausa dramática – E então ela me diz “Senhor...o seu filho está no provador” Primeiro eu sinto um alívio gigantesco e agradeço a ela. Dean e eu fomos correndo para o provador, mas o Samuel não queria sair de jeito nenhum.

—Por que...? – Hazel especula. Sorrio constrangido, já ciente de que não tem jeito a não ser rir de mim mesmo.

—Sammy nunca tinha visto um sutiã na vida...- Meu irmão mais velho acrescenta – Nunquinha.

—Ah, meu deus...- Amélie diz, rindo constrangida – Não me diga que...?

—Meu filho achou uma brilhante ideia pegar um sutiã e vesti-lo por cima da blusa, com o fecho e tudo. Só que ele não conseguia tirar, né! – A essa altura, as duas já estão rindo da minha cara, assim como Dean que já ouviu essa história um milhão de vezes e nunca se cansa – Por isso ficou lá dentro, escondido.

—A gente nunca mais pôde voltar naquela loja...- Digo, rindo um pouco também.

—Crianças fazem cada coisa...- Amélie diz após uma longa risada, soltando aquele suspiro comum que damos quando o riso valeu a pena.

—Fazem mesmo... – John Winchester completa, com o olhar nostálgico.

—Ei, já é Natal! – Dean nos avisa, após olhar para o relógio da parede que marca meia noite. Todo mundo fica um pouco pensativo por um momento, o silêncio se sobressaindo no ar.

Acho que datas assim mexem com as pessoas. Queria que a minha mãe estivesse aqui, que pudesse conhecer Hazel. Aposto que Dean e John também estão pensando na mamãe. E tenho certeza absoluta, ao olhar para a minha namorada, que ela gostaria que o pai pudesse estar aqui, que fosse diferente de quem ele é. Ninguém diz nenhuma palavra, mas eu sei que é o sentimento de vazio que invade cada uma das pessoas dessa sala.

Hazel ergue o copo no ar, o olhar obstinado ao dizer:

—Feliz Natal...- Pegamos nossos copos e brindamos com ela, dizendo em uníssono:

—Feliz Natal.

XXX

Ponto de vista de Hazel Laverne.

—Posso abrir os olhos agora? – Estou de pé do lado de fora do quarto dele, os olhos fechados a pedido dele.

—Não, ainda não...- Ele diz, a voz abafada por estar dentro do quarto andando para lá e para cá. Troco o peso de uma perna para outra enquanto espero, até que ele finalmente abre a porta:

—Ok. Ainda sem abrir os olhos, vem andando...- Ele segura as minhas mãos e me conduz para dentro, e fecha a porta atrás de mim. Sinto o seu corpo se aproximando do meu – Pode abrir.

Faço o que ele pede, e vejo que ele pendurou um visgo natalino, sabe-se lá como, no teto acima de nossas cabeças. Começo a sorrir ao ver os ramos verdes com flores brancas.

—Sugestivo, não? – Digo, e ele se aproxima de mim, suas mãos firmes apertando a minha cintura de leve.

—Essa foi a intensão...- Ele se aproxima de mim e primeiro me dá um selinho, depois acaricia o meu rosto – Eu estou com tanta saudade de você. – Sua voz é um pouco rouca ao dizer isso.

—Eu sei, eu também senti a sua falta...- Durante a última semana, eu tive que ficar indo para consultórios médicos e resolver questões dos meus depoimentos para a polícia, e nós mal nos vimos. Foi uma tortura.

A música continua lá embaixo, John e Dean ficaram conversando, minha mãe me deixou dormir aqui, e já foi embora a essa altura.

—Eu não sabia como agir, hoje...- Sam começa a dizer, ainda com as mãos na minha cintura – Não sabia se podia segurar a sua mão, se a sua mãe ia achar desrespeitoso...por isso eu mal toquei em você a noite toda. – Coro só de lembrar da situação, porque também fiquei perdida. Acho que vamos, aos poucos e naturalmente, aprendendo essas coisas de agora em diante.

—Me toque agora, Sam. Não tem ninguém olhando. – Sussurro para ele, ficando na ponta dos pés e o beijando. Sua respiração fica pesada, e ele acaricia as minhas costas enquanto me beija com firmeza. Quase me desmancho ao sentir o sabor da sua língua novamente, depois de tanto tempo. Estamos pressionados um contra o outro, desesperados por contato. Não importa o quão firme ele me aperte contra o peito, nunca parece o suficiente.

Sempre parece faltar algo. Nunca é perto o bastante.

Meu corpo vai dando passos para trás intencionalmente, e ele vai me acompanhando enquanto me beija. Me inclino para trás, me sentando na sua cama, interrompendo o nosso beijo.

Ele está na minha frente, uma de suas mãos acariciando a minha nuca, e eu decido que quero fazer algo.

Só o pensamento me deixa nervosa e incerta, a ponto de fazer as minhas mãos suarem. Mas eu quero.

Eu quero muito.

Com delicadeza, ergo seu suéter com as mãos e repouso meus lábios em sua pele, beijando a sua barriga. Ele é quente, e enquanto sinto o gosto da sua pele respiro fundo, sentindo seu cheiro de perfume veraneio, algo fresco como limão. Ele se retrai por um momento, e a sua respiração fica ofegante quando começo a traçar beijos mais para baixo...

Ponto de vista de Sam Winchester.

Minhas mãos estão tremendo, embora eu tente disfarçar. Nada poderia me preparar para o que estou sentindo agora. Quando sinto seus lábios macios e quentes beijando a minha barriga, acaricio a sua nuca com mais firmeza na mão. A observo atentamente desse ângulo tão privilegiado, e sinto uma excitação tão forte que jogo a cabeça para trás, tentando controlar a minha respiração.

Ela continua traçando beijos, que começam acima do umbigo, e param abaixo dele, onde minha barriga termina e o meu abdômen começa. Suas mãos passeiam pelas minhas costas, por baixo do suéter, e eu sinto correntes elétricas por todo o meu corpo a cada toque da ponta dos seus dedos.

Como se estática pura percorresse o meu sangue.

Quando suas mãos trêmulas descem devagar e vão de encontro ao zíper da minha calça, me dou conta de que ela pretende ir até o fim com isso. E embora eu esteja louco de vontade de experimentar essa sensação, não vou deixar que continue. Porque, se ela me provar com a boca como eu estou imaginando que fará, eu não vou conseguir me controlar. Receber um oral é uma das coisas que mais atiçam a minha imaginação, e eu não conheço o meu corpo ainda, pelo menos...não como ele se comporta a doisE se ela não quiser engolir e eu não conseguir me controlar? Mil coisas se passam na minha cabeça, me dando um frio na barriga. Isso seria demais para mim.

Coloco a mão delicadamente em seu queixo, e faço com que ela olhe para mim. Quando o nosso olhar se cruza, me inclino suavemente sobre ela, fazendo com que se deite e eu fique por cima de seu corpo.

Enquanto estou acariciando seu rosto, meu dedo indicador passa pelos seus lábios, e eu não tiro os olhos deles. Eu amo cada detalhe da sua boca.

Hazel acaricia a minha nuca, puxando levemente o meu cabelo, me provocando. Volto a beijá-la, sentindo o seu corpo quente debaixo do meu. Minhas mãos descem até as suas coxas, apertando-a de leve. Isso faz com que ela abra um pouco as pernas, me deixando posicionado bem no meio delas. Começo a beijar o seu pescoço, sentindo que a respiração dela está totalmente descompassada, assim como a minha. Sou invadido deliciosamente por seu perfume floral, algo que me lembra flor de alecrim. Começo a mover o quadril quase que involuntariamente, e o quadril dela parece reagir e a seguir os meus movimentos.

Percorro seu corpo com as minhas mãos até o seu rosto, e não paro de tremer. Estou muito, muito nervoso.

Mas eu a quero tanto...

Separo nossos lábios por um momento, e fito seus olhos. Fico buscando neles os sentimentos dela diante disso tudo. Sem quebrar nosso contato visual, Hazel entrelaça uma de suas mãos na minha, e a conduz devagarzinho até debaixo da sua blusa, direto para o seu seio. Ela deposita a minha mão ali, e volta a colar nossos lábios, removendo a própria mão, me deixando livre para explorá-la. Mesmo por entre o sutiã de renda, consigo sentir na ponta dos dedos o seu mamilo se enrijecer, e a ereção que está muito apertada dentro do jeans parece crescer mais. Quando esfrego o polegar exatamente onde ela posicionou a minha mão, ela geme na minha boca.

E aí eu perco a cabeça.

Ponto de vista de Hazel Laverne.

 Sam tira a própria camisa rapidamente e em seguida o meu suéter, enquanto pressiona a perna bem no meio das minhas e me beija vorazmente, e no momento que sinto sua pele em contato direto com a minha...

Minha cabeça parece parar. É como se nada mais no mundo importasse. Mas eu preciso de mais.

Sam procura o fecho do meu sutiã e eu sinto as suas mãos tremerem. As minhas também estão como as dele. Ele me olha meio envergonhado enquanto tenta retirar a peça de roupa de mim.

Resolvo ajudá-lo quando percebo que está tendo dificuldade, e eu mesma o retiro, devagar. É um sutiã de renda branco, e acompanho com meu rosto queimando os seus olhos que seguem o tecido ir embora do meu corpo, me deixando nua na parte de cima do corpo. Ele fica parado por um tempo, as pupilas dilatadas que olham demoradamente de um seio para o outro, e então sinto a sua mão no meu rosto quando ele torna a me beijar.

—Você é tão linda...- Ele me sussurra por entre o beijo, suas palavras dançando nos meus lábios e me fazendo sorrir. Ele gostou do que viu.

Me arqueio levemente quando sinto sua mão tocar o meu seio agora livre de qualquer tecido, diretamente na minha pele. A maneira como ele esfrega devagar o indicador no meu mamilo, me faz arfar de desejo. Sua boca sai da minha, e ele beija primeiro o meu queixo, depois o meu pescoço, e então...

Sam...- Gemo o seu nome, mesmo que tenha mordido os lábios tentando contê-lo. Sentir a sua boca diretamente em mim, sua língua fazendo movimentos lentos e molhados no meu mamilo acabam sendo como a primeira fagulha de um incêndio. Ele parece ficar mais intenso com o meu gemido, como um incentivo. Ele interrompe o que estava fazendo, e puxa a minha saia, devagarzinho, entre a provocação e o cuidado. Depois, sem tirar os olhos dos meus, retira a minha meia fina, e então remove a própria calça.

Eu poderia ficar anos olhando para ele assim, diante de mim. Sua barriga marcada por um abdômen definido e o peitoral largo me fazem sentir a minha calcinha molhar mais. Eu posso sentir a excitação quente saindo de dentro de mim ao passo que olho para suas pernas, para sua cueca boxer preta...

Ele também fica me olhando, seus olhos param diretamente na calcinha branca rendada que eu escolhi especialmente para ele.

Ele torna a me beijar depois de me apreciar por alguns segundos, e eu sinto sua rigidez contra mim por entre o tecido. Sam entrelaça uma de suas mãos com a minha, apertando-a levemente contra a cama, me dominando docemente. Sua respiração fica mais pesada, como a minha, e eu sinto um frio na barriga.

Está acontecendo. Estamos dando esse passo. Eu não faço ideia do que fazer ou de como fazer, e isso me apavora por um instante. Minha mão está tremendo contra a sua, e ele encosta a testa na minha.

—Você tem...você tem certeza? – Ele me questiona baixinho, os olhos tempestuosos fitando os meus com preocupação.

—Tenho. – Digo, firmemente. Eu preciso dele dentro de mim, preciso deixar de me sentir intocada. Quero me sentir marcada por ele, de dentro para fora.

—Você está nervosa? – Ele acaricia o meu rosto de maneira suave, sem tirar os olhos dos meus. Acho que dá para ouvir o meu coração batendo descompassado, de tão acelerado que está.  Faço que sim com a cabeça:

—Estou. Você está nervoso? – Ele sorri docemente para mim.

—Um pouquinho. – Ele responde, beijando a minha testa com ternura – Mas eu sinto que...o meu corpo sabe o que está fazendo. E o seu também.

Sam Winchester volta a unir nossos lábios, e me envolve com os braços por um momento, depois vai dedilhando o meu corpo com os dedos até chegar na minha cintura, e os seus lábios vão descendo até a minha barriga, me fazendo gemer. Sua boca beija a pele acima do meu ventre, e os suas mãos apertam mais a minha cintura de maneira predadora, me fazendo suspirar. Todo o meu corpo se arrepia quando sinto os seus lábios pressionando por cima da calcinha. Uma de suas mãos desce até a minha coxa, acariciando a parte externa dela, enquanto ele começa a beijar a parte interna. Sam para de repente, e com os olhos nos meus, retira a minha calcinha de maneira devagar e provocadora usando apenas a sua boca, me deixando completamente nua.

Quero me encolher, mas não faço isso. Não consigo encará-lo diretamente, sinto muita vergonha, então encaro o teto. Meu coração está socando o meu peito violentamente, mas não se passa nem um segundo a mais disso e Sam já está sobre mim novamente, olhando bem no fundo dos meus olhos.

—Você está proibida de tirar os olhos dos meus, especialmente quando eu estou observando cada detalhe seu...- Ele sussurra com a voz rouca – Não tenha vergonha de mim. Se você tivesse acesso aos meus pensamentos, ia entender o que eu sinto te vendo...inteira. Primeiro os seus seios, e agora a sua...

Mas ele para de falar e me beija, a língua quente com a minha.

—Você é perfeita. – Ele fala baixinho, quando volta a traçar beijos na minha barriga, fazendo com que a minha excitação cresça em uma proporção que eu não sabia que era possível. Mas não é só o que ele faz... é o que ele fala. Eu não sei o que as palavras fazem comigo, mas elas me enlouquecem.

E ele sabe usá-las.

Quando a boca dele desce mais, meu coração dispara:

—Sam, o que você está...? – Questiono com a voz falha, sentindo o meu sexo arder de tanto desejo.

—Tirando seu nervosismo, linda. – Meio segundo depois de dizer isso e sorrir para mim de maneira provocadora, Sam faz algo que eu nem sabia que era possível. Eu realmente não sei nada de sexo.

Ele começa pressionando a parte externa do meu sexo com os lábios, e eu agarro os lençóis no momento que sinto sua língua passear pela parte interna, quente e molhada. O ouço gemendo baixinho, por prazer ao sentir o meu gosto. Minhas costas se arqueiam na cama, sem controle algum, enquanto ele se demora no meu clitóris com os lábios e a língua, me chupando devagar enquanto uma de suas mãos aperta de leve a minha coxa.

Agarro o seu cabelo com uma de minhas mãos, e o seguro enquanto ele continua a me comer com a boca. Puxo seu cabelo comprido levemente, e sinto as minhas pernas tremendo. O sentimento de dominância que eu sinto é indescritível. Ter sua boca me dando prazer, saber que estou marcando os seus lábios com a minha excitação, faz com que eu me sinta dona dele.

Começo a gemer sem conseguir me controlar, embora eu lute contra isso. Não quero que ninguém nos escute, e, ainda sou muito insegura. Não sei se o meu gemido é bom ou não...não sei de nada. Quero tentar me comportar.

Só o que consigo fazer é sentir tudo a flor da pele, sem a mínima pista de como conduzir. Mas ele está me conduzindo muito bem.

Ele continua, cada vez mais intenso, até que eu sinto uma energia que vem da ponta dos meus pés e vai subindo pelas minhas pernas até o meu ventre, onde se intensifica. Quente e forte, a sensação me toma por completo.

Ponto de vista de Sam Winchester.

Eu sempre fui louco para sentir o sabor dela. As vezes, ficava imaginando, sonhava acordado com ela assim, com as pernas separadas enquanto a minha boca lhe provava por completo.

Mas nem em meus sonhos eu podia imaginar um gosto tão bom.

Minha cueca está começando a me apertar muito, e eu vou ter que tirá-la em breve. Vê-la nua, na minha frente, toda tímida e tensa, com as pernas abertas para mim fazer dela o que eu quiser...

Caramba, e os detalhes. Eu capturei o máximo de detalhes que consegui. Seu corpo é tão delicado, tão perfeito, tão...meuCada centímetro é meu.

Enquanto pressiono meus dedos em sua coxa, sinto o seu sabor único enquanto leio o seu corpo e movimento a minha língua de acordo. Ela é quem manda. Adoro pensar dessa forma...imaginar que ela me controla, pela maneira como puxa o meu cabelo, me guiando. Tudo o que quero fazer é ser controlado por ela, mandado. 

Amo o pensamento de servir a ela.

Mas amo mais ainda controlá-la. Sou dominante quando se trata de sexo, acabo de perceber. No momento que sinto suas pernas começarem a tremer, eu sei o que esperar.

Vamos, linda...goze para mim, imploro mentalmente. Goze na minha boca.

Deixe claro para mim que eu sou seu.

Quando ela entrelaça os dedos no meu cabelo com mais força e geme com sua voz sedosa, sinto todo o seu corpo tremendo, e o gosto quente do seu sexo fica mais intenso. Me demoro ali, o orgasmo dela é longo, e delicioso de se testemunhar. Caramba, ver ela gozar é a coisa mais gostosa do mundo inteiro. Quando seu corpo vai se acalmando e sua respiração vai diminuindo, fico olhando seu rosto...sua boca semiaberta, seus olhos fechados...seu peito subindo e descendo com a respiração ofegante, os seios delicados expostos com os mamilos rosados e rígidos por prazer.

Ela parece um daqueles quadros renascentistas, só que melhorado em um milhão de vezes. Tinta não seria capaz de capturá-la. Palavras falhariam em traduzi-la. Nada, absolutamente nada se igualaria a ela.

Nada.

Subo por cima do seu corpo, devagar, e ordeno gentilmente:

—Olha para mim, linda. – Hazel abre os olhos verdes de pupilas dilatas, e está vermelha e ofegante. Sorrio – Você tem o melhor sabor do mundo.

Primeiro ela fica desconcertada, mas então sorri, uma gota fina de suor descendo pelas maçãs do rosto.

—Me deixa provar, então... – Ela murmura, me puxando para beijá-la.

É, eu preciso me livrar da minha cueca. Sentir o gosto do seu beijo misturado ao sabor do seu sexo, me faz arfar enquanto um arrepio delicioso me percorre. Ela gosta de sentir o próprio gosto...e isso é atraente para caralho.

Ela percorre o meu corpo com as mãos, e então começa a me despir da única peça de roupa que nos separava. Sinto um alívio correndo por mim, nunca tive uma ereção tão dura antes. Chega a latejar.

A doer.

Sinto o meu sexo roçando a sua barriga, e afundo o rosto no seu pescoço.

Preciso respirar fundo. Preciso me controlar ou vou acabar perdendo o controle e gozando antes da hora. Foco.

Fico observando seus olhos descendo discretamente, olhando para o que faltava para ela ver. Sorrio quando suas bochechas coram, no minuto que percebe que eu a peguei espiando.

Beijo seus lábios docemente, triste pelo gosto do seu sexo já ter ido embora.

Meu deus, estou com vontade de descer lá de novo...

—Sam...por favor. – Sua súplica me faz voltar a atenção para ela – Eu preciso...de você. Eu preciso de você dentro de mim.

Sua voz sai pausada e baixa, e os pelos dos meus braços se eriçam ao ouvi-la assim, pedindo por mim.

Busco a camisinha que havia deixado na cômoda por precaução, e rasgo o envelope azul com o dente. Puxo o conteúdo para fora da embalagem, com os dedos trêmulos com medo de errar.

Fica calmo, fica calmo...

Nas primeiras vezes que treinei colocar uma camisinha, acabei gozando sem querer quando senti o aro me apertando. Ser virgem e cheio de hormônios é complicado, então eu precisei de muita prática até conseguir colocá-la perfeitamente. Com isso em mente, respiro fundo e vou desenrolando a camisinha escorregadia até a base, encaixando-a da maneira correta.

Dou um suspiro de alívio momentâneo. Estou morrendo de excitação, é verdade. Mas estou morrendo de medo do que vem a seguir.

Não posso machucá-la, ou não vou me perdoar.

Encosto minha testa na sua, e acaricio o seu rosto.

—Ei, linda...- Passo meu polegar pela sua bochecha – É isso que você quer? Tem certeza?

Ela assente, respirando fundo, sem tirar os olhos assustados e cobertos por desejo dos meus.

—Se você quiser que eu pare em algum momento, me diga, por favor. Não temos que conseguir hoje, ok? Isso só vai funcionar se você estiver tranquila, El. – Digo, e ela aquiesce com a cabeça – Eu te amo, Hazel. Eu te amo de verdade.

—Eu também te amo, Sam. – Sinto o meu coração pulsar ao ouvir isso. Não importa quantas vezes ela diga essa frase, nunca vai deixar de me balançar por completo. Começo a beijar suavemente o seu ombro, e então o seu doce pescoço, e então sua boca. Paro de beijá-la e fico com os olhos fixos nos seus, enquanto minha mão segura a sua contra o colchão. Suas pernas estão ao meu redor, e eu tento me encaixar na sua entrada.

Mesmo com a camisinha nos separando, consigo senti-la, quente e molhada.

Ponto de vista de Hazel Laverne.

Sinto uma tremedeira me acometendo, e o frio na barriga parece se espalhar por dentro de mim enquanto o meu coração tenta escapar do meu tórax.

Eu vi ele por inteiro, no momento que ficou nu para mim. E eu não vejo como que algo tão grande como o que eu vi vá caber dentro de mim. Não é como se eu não imaginasse que seria assim, julgando pela sua estatura. Mas é maior do que eu imaginei. 

Ele se encaixa, sem entrar em mim, e fica me observando. Sam usa o seu quadril para se mover para frente, fazendo a primeira investida contra mim. Eu o sinto encontrando o caminho, mas ao sentir seu sexo tentando entrar no meu, meu corpo se retrai instintivamente e eu fecho os olhos.

Respiro fundo, me acalmando, e reabro os olhos. Sam não se move, fica esperando a minha reação, meu comando. Assinto devagarzinho com a cabeça, indicando que pode continuar.

Não vai ser fácil. Eu não sei se vou aguentar tudo aquilo.

Mas, meu deus...como eu quero, de todo coração, aguentar tudo aquilo urgentemente.

Ponto de vista de Sam Winchester.

Me apoio firmemente na cama com o meu braço livre, e faço uma nova investida. Sinto um arrepio de prazer me percorrendo quando consigo entrar um pouco nela, só a pontinha. 

Ela fecha os olhos e morde a boca, gemendo baixinho. Mas seu gemido parece mais com um gemido de dor do que um de prazer.

Não me movo, e espero ela abrir os olhos. Ela o faz, e eu beijo a sua testa.

Ela me dá o sinal com o olhar para que eu continue, e eu respiro fundo, o nervosismo me acometendo. 

Invisto mais uma vez, com mais firmeza, mas ela é muito apertada e não consigo penetrá-la, novamente. Sinto que o meu medo em machucá-la está piorando as coisas, porque se eu continuar indo aos poucos, vou acabar fazendo com que doa mais. Controlo minha respiração, e com seus olhos nos meus, invisto com vontade e cuidado, na mesma medida.

Hazel acaba soltando um “ai” baixinho, quando consigo romper seu hímen. Um misto de sentimentos toma conta do meu peito. Fecho os olhos por um breve momento, tomado pela sensação quente e apertada que me envolve. Estou dentro dela, sentindo sua virgindade sendo tirada por mim, e a sensação de prazer é muito intensa. Reabro os olhos e sinto preocupação, pois está claro para mim que está sentindo dor. Estou tomado pela sensação de estar finalmente dentro dela, é um sentimento bom demais para ser verdade.

Ela é tão quente por dentro que chega a queimar deliciosamente.

Meio ao turbilhão de excitação que sinto, fico hesitante. Eu queria que ela não sentisse dor alguma. Chego a me sentir um pouco culpado em sentir tanto prazer ao estar dentro dela.

Meu coração se quebra um pouco por ver a dor estampada em seu doce rosto.

Eu a amo tanto. Tanto...

Ponto de vista de Hazel Laverne.

No momento em que ele finalmente consegue entrar em mim, me sinto rasgando por dentro. Ele é grande e grosso, e meu sexo não aguenta tudo de primeira. Minhas pernas tremem, sentindo o meu interior arder ao ser penetrado. Preciso me acostumar com esse tipo de sensação de estar preenchida para que eu relaxe. Embora ele tenha feito de tudo para me dar prazer, inclusive me fazendo gozar antes de sequer tentar entrar em mim, a anatomia é como ela é.

Ele não tem culpa. Minhas pernas continuam tremendo, e respiro fundo depois de gemer de dor. Uma lágrima escapa do meu olho esquerdo sem querer, e ele a limpa delicadamente com o polegar.

Ele não se mexe, apenas acaricia o meu rosto e encosta a testa na minha.

—Ei, você quer parar? – Ele sussurra para mim em tom de preocupação. Seus olhos transparecem cuidado.

Faço que não com a cabeça. Porque eu sei que, no minuto que a dor passar ou ao menos diminuir, vou sentir coisas incríveis. Só preciso ter coragem de seguir até o fim, preciso conseguir relaxar e deixar que o meu corpo se acostume com isso.

—Não pare, por favor...- Digo a ele, meus olhos suplicando que não desista - Eu quero, Sam. 

Ele assente, e começa a se mover devagar, observando a minha reação.

Arde, bem lá no fundo. E no começo. E em todas as partes.

Resolvo respirar fundo, e tento relaxar o quadril, as pernas...

No momento em que consigo não me tencionar por dentro, pela primeira vez, enquanto ele está totalmente dentro de mim, sinto uma pontada de prazer dançando com a dor.

Torno a ficar ofegante, dessa vez por anseio.

Ele parece notar a mudança sutil, e se mexe com um pouco mais de liberdade. Fecho os olhos, e quando suas mãos seguram as minhas coxas para que ele consiga ir ainda mais fundo, gemo de prazer em sua boca.

Passo as mãos pelas suas costas, e sinto sua pele arrepiada e suada.

—É tão, tão bom, El...- Ele sussurra no meu ouvido com dificuldade – Estar dentro de você.

Suas palavras parecem fazer uma chave virar dentro de mim, e com o prazer brigando bravamente contra a dor, começo a mover o meu quadril junto com o dele.

Eu o quero o mais fundo que seja anatomicamente possível.

Ponto de vista de Sam Winchester.

Está tão molhada. Tão arrepiada. O suor se mistura com o meu enquanto eu a penetro com vontade, embora devagar. Ter suas pernas quentes ao meu redor, enquanto eu vou até o fundo sentindo seu sexo apertar o meu com força, enquanto ela geme na minha boca, é a melhor sensação do mundo.

No começo, parecia que eu não ia conseguir entrar completamente nela. Como se uma trava de músculos impedisse. Mas no momento que ela conseguiu relaxar...

Deslizei até o final, todo dentro dela. 

Passo as mãos delicadamente pelos seus seios, e então minha boca se enche de água por desejo ao sentir o seu mamilo, então chupo um deles enquanto continuo a me mover, tornando cada centímetro seu marcado por mim.

Ela geme de maneira contida enquanto arranha levemente as minhas costas. Sei que está tímida por ser nossa primeira vez, por isso fica segurando os gemidos com dificuldade. Mas juro para mim mesmo que, quando formos experientes...vou fazê-la ficar rouca. Suas unhas passam pela minha pele causando uma ardência, e percebo que gosto da dor dos arranhões. Acho que eu gostaria de sentir mais dor, inclusive. Me pergunto se ela gosta de dor, também.

As coisas que eu podia fazer...

Vamos com calma, Sam Winchester. Você está apenas começando e olha só onde a sua mente está te levando...

Olho para ela, vulnerável sob mim, comigo dentro dela, e uma necessidade me ocorre:

—Você é verdadeiramente minha, agora... – Sussurro em seu ouvido – Cada parte sua, cada centímetro de pele...

Ela geme com menos controle, e isso me faz sorrir. Adoro vê-la perdendo a cabeça.

Palavras são o seu gatilho.

—Quero que goze de novo, Hazel. Dessa vez, comigo dentro de você. – Ela fica ofegante com o meu pedido. Percebo enquanto me movo que, quão mais fundo eu vou, mais ela gosta. Mais molhada ela fica.

Minha garota gosta de sentir tudo, afinal.

—Vamos, linda. É uma ordem. Você é minha, lembra? - Sussurro em sua orelha - Mostre o quão minha você é. O quão obediente consegue ser, Hazel?

Deposito a minha mão gentilmente sob o seu pescoço, acariciando sua pele.

Ponto de vista de Hazel Laverne.

Nunca pensei que o prazer pudesse ser tão dual assim. Quão mais fundo ele vai, quão mais forte eu o sinto, completamente dominada por ele, mais prazer explode de dentro de mim.

E a dor que, no começo foi tão difícil, agora faz com que as coisas fiquem mais interessantes.

Ele parece perceber isso, porque encontra o ponto perfeito dentro de mim e permanece no mesmo ritmo, sem interrupções. O sinto, e passo as mãos pelo seu peitoral enquanto ele intensifica tudo. 

Receber uma ordem sua faz com que eu fique louca. Ele quer que eu mostre a ele o quão dele eu sou? O quão obediente a ele eu consigo ser na cama? 

Então o desejo dele é mais que uma ordem. É uma deliciosa obrigação.

A sensação que começa na ponta dos meus pés é forte, e sobe me dominando por completo. Me sinto o apertando muito, e sinto os espasmos internos irrompendo de dentro de mim com força. Meu gemido sai sem que eu possa controlá-lo, em seu ouvido. Meu orgasmo é longo, e o vejo devorando cada centímetro que existe em mim com os olhos enquanto estou gozando para ele, o encharcando com meu gozo quente.

Ponto de vista de Sam Winchester.

Não achei que fosse possível ser mais apertado por ela, até que ela gozou para mim como eu mandei que gozasse.

Sinto seus espasmos e seu gozo quente, e quando vejo ela se recuperando aos poucos do orgasmo, ofegante e de coração disparado, digo:

—Boa menina...- Sorrio para ela de forma maliciosa e a vejo corar instantaneamente.

Eu amo exercer esse tipo de controle sobre ela. E amo que ela exerça o mesmo tipo de controle sobre mim. Beijo seus lábios, e os mordo levemente quando continuo a investir contra ela, forte e contínuo. Hazel segura o meu rosto suado, e com um olhar lascivo me diz:

—Goze dentro de mim, Winchester. – Ao ouvi-la dizer esse comando, perco a batalha no mesmo instante. Agora quem geme baixinho sou eu, os olhos fechados para aguentar o tamanho da força do orgasmo que me acomete. Respiro com dificuldade enquanto me sinto me derramando dentro dela, embora estejamos protegidos pela camisinha e eu não esteja de fato escorrendo dentro dela como gostaria, a sensação é de alívio e prazer absoluto.

De dominância.

Ficamos ofegantes por um tempo, nos recuperando de tudo o que acaba de acontecer, os corpos tremendo.

—Espera, linda...vou sair de dentro de você com cuidado...- Digo a ela enquanto faço exatamente o que disse. Sair de dentro dela é triste e eu choramingo baixinho por isso, já estou com vontade de mais, mas vou com calma. Teremos uma vida inteira pela frente. Beijo sua testa, e me sento na cama, retirando a camisinha cheia e dando um nó nela. Me levanto e vou até o banheiro do meu quarto, para jogá-la fora. Volto para o quarto e me deito ao lado de Hazel, e nos cobrimos com o cobertor – Como você está se sentindo?

Deixo a excitação e o êxtase um pouco de lado, e sou tomado por preocupação. 

Ela sorri para mim enquanto acaricia o meu rosto, me deixando mais tranquilo.

—Foi perfeito, Sam. Estou me sentindo muito bem. – Um sorriso invade meu rosto ao ouvi-la falando isso. Ela é a coisa mais importante do mundo para mim.

—Mesmo? Eu sei que doeu no começo, fiquei preocupado, mas te vi relaxando aos poucos e se entregando depois...- Ela assente.

—Doeu muito no começo, mas não foi sua culpa. Eu estava muito excitada, mas acho que não tem jeito de perder a virgindade e não doer nada...- Concordo com a cabeça e coloco uma mexa do seu cabelo para trás da orelha.

—Gostaria que não fosse assim. Queria que você não tivesse sentido nadinha de dor. – Digo com sinceridade. Hazel me beija docemente, e acaricia o meu cabelo.

—Fica tranquilo, Sam. Foi só no começo, de verdade. Depois...depois foi incrível. – Ela se aninha no meu peito, e eu acaricio o seu cabelo suavemente.

—Eu te amo tanto, garota. Tanto...eu fico tão feliz de ter sido com você. Eu não pensei que fosse acontecer hoje...na verdade, não achei que seria tão cedo. Eu não esperava...Você tinha planejado? – Hazel ri com meu comentário.

—Mais ou menos, acho que inconscientemente sim.... – Sua voz se torna sonolenta, e eu beijo o topo da sua cabeça.

—Boa noite, El. Durma com os anjos...- Hazel se aninha mais em meu peito, encolhida.

—Boa noite, Sam. E você é o único anjo de que eu preciso...

Ela adormece, e eu sinto um nó na garganta ao ouvir isso. Não me acho nem perto de algo como um anjo. Na verdade, me sinto o oposto.

Como eu gostaria de ser como ela me enxerga...

Queria que não houvesse escuridão dentro de mim. Mas afasto esse pensamento.

Fiz amor com a garota que eu amo e foi incrível. Não vou deixar nenhum pensamento me abalar.

Nenhum. E com isso em mente,

Adormeço.


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Notas finais do capítulo

Eu estou só aquele meme lá:

"Aaooooo potência". É isso.

Vou sair de fininho porque nada mais precisa ser dito.

Comentem, quero saber o que vocês acharam desse Natal super sagrado :) :) :)

XOXO



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