Changes - A High School Story escrita por Goth-Lady


Capítulo 8
Capítulo 8




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Na segunda-feira eu coloquei uma calça jeans, uma linda blusa azul que deixava os ombros à mostra e uma sandália e fui para a escola. Assim que eu entrei na escola ouvi uma discussão entre o Nathaniel e a diretora. Peggy estava por perto tentando ouvir o que se passava. A diretora parou na porta da sala.

— Nathaniel, eu vou te alertar pela última vez! Se você não resolver este problema até o final do dia, não só vou te punir com uma hora de cópia como você pode ser expulso da escola!

A diretora estava nervosa. Da última vez que a vi assim ela tinha me mandado procurar o Totó. Eu devolvi o Totó a ela, magicamente falando.

— Senhorita, o que faz aqui?!

— Eu estava indo para a sala de aula.

— Pois então vá!

A diretora saiu andando furiosa. O Nathaniel saiu da sala completamente vermelho e me viu.

— Shay? Você deve ter escutado tudo, não?

— Na verdade eu acabei de chegar. Vi a diretora furiosa. Ela não parava de cuspir marimbondo.

— Alguém roubou alguns documentos da sala dos professores.

— O que?! Quem?! Como assim?!

— Eu não faço ideia. A sala dos professores vive trancada e minhas chaves sumiram.

— Você acha que alguém pode ter pegado?

— Tudo indica que sim. Se eu não descobrir quem foi e encontrar esses documentos, vou ser expulso.

— E se entrarmos na sala dos professores para procurar pistas?

— Como eu disse, não tenho mais a chave, então não posso entrar enquanto não a encontrar.

— Vou ver o que posso fazer.

— Obrigado.

Nathaniel voltou para a sala. Dei uma olhada no cristal e ele tinha ficado opaco, mas rapidamente recuperava seu brilho. Vi Peggy sair de seu esconderijo.

— Nossa! Você ouviu?! Isso é matéria de primeira! Tenho até título: representante na berlinda.

— Peggy, não é melhor a gente descobrir quem roubou a chave primeiro antes de noticiar para todo mundo?

— As notícias não podem esperar.

Ela saiu correndo. Eu só escutei um baque, como se tivesse trombado com alguém.

— Porra! Olha para onde anda, cacete!

— Ei você quem não saiu do caminho!

— Você quem estava correndo que nem uma gazela no cio!

Não é possível! A pessoa acha que está em casa? Me virei para ver quem estava fazendo aquele escândalo todo além da Peggy. A outra garota tinha um corpo um tanto atlético, longos cabelos pretos e olhos amarelos. Não. Não pode ser.

— Mileena?!

— Sharena?!

— AAAAAAAAHHHHHH!

Gritamos, corremos, nos abraçamos. Parecíamos duas loucas, mas naquela hora isso não importava.

— Senti sua falta, sua vagaba!

— Eu também! O que você veio fazer aqui?

— Estudar nesse inferno.

— Você sumiu do mapa.

— Culpe meus pais.

— O que estava acontecendo? – Perguntou Nathaniel saindo da sala dos representantes.

— Nath, essa é a minha amiga MileenaKitana. Mileena, esse é o Nathaniel, o representante da turma.

— MK, o povo me chama assim. No máximo Mileena, se me chamar de Kitana vai ganhar uma passagem só de ida pro necrotério.

Ele ficou meio sem graça. Mileena sempre foi assim desde criança. A gente só podia chamá-la pelo primeiro nome. Ela também tem a incrível habilidade de deixar qualquer pessoa muda por segundos e causar uma imensa vergonha alheia. Isso se a pessoa não rir de nervoso.

— Já nos conhecemos. Ela esteve aqui ontem para fazer a inscrição.

— Ontem? Como é que eu não te vi?!

— Fiz a inscrição e meti o pé. Você acha que eu ia ficar dentro da escola sem fazer porra nenhuma?

— Podia ter explorado.

— Eu já sei onde é a minha sala, o resto eu me viro depois.

— É bom saber.

Nath voltou para a sala. Parecia que ele queria ficar sozinho. Não era para menos, depois de tudo que aconteceu.

— O que está pegando?

— Alguém pegou a cópia da chave da sala dos professores que o Nath tinha e roubou alguns documentos. Precisamos descobrir onde está a chave, senão o Nathaniel pode ser expulso.

— Vamos perguntar se alguém sabe de alguma coisa. Você pode bancar a policial boa e eu a má.

— É melhor eu fazer as perguntas.

Fomos para a aula e nos sentamos juntas. Todo mundo parecia suspeito de alguma forma. Assim que a aula acabou e todos saíram, nós fomos falar com uma garota de cabelo cor de caramelo com mechas rosas nas pontas e olhos verdes.

— Oi, eu sou Sharena e essa é a Mileena.

— E eu me chamo Bia. Você disse Sharena? A Ambre me falou de você. – Resolvi ignorar essa parte.

— Estamos procurando por uma chave. Você viu alguma por aí?

— Não.

— Ok, obrigada.

— Onde esteve hoje mais cedo? – Perguntou a minha amiga.

— Vindo para aula, como todo mundo.

— Ok.

Nós saímos da sala e fomos para o pátio procurar por suspeitos.

— Quem é Ambre?

— É uma loira irritante e metida que pega no meu pé.

— É uma daquelas que se acham a Regina George? Quebrei a cara de muitas desse tipo.

— Mileena, violência não resolve.

— Se a palavra não resolve, o punho tem que resolver. Dá um soco nessa piranha que ela te deixa em paz.

— Olha lá, é a Iris. Iris!

— Oi Sharena. Quem é a sua amiga?

— Mileena, mas todo mundo me chama de MK.

— MK? Por quê?

— É o nome dela. MileenaKitana, mas por favor, não a chame de Kitana.

— Vou me lembrar.

— Você viu uma chave por acaso?

— Não, eu não vi.

— Onde você esteve hoje mais cedo?

— Na lanchonete. Eu resolvi tomar café por lá.

— Certo, obrigada.

— Foi um prazer conhecê-la, Mileena.

— Igualmente.

Nos afastamos da Iris e voltamos a andar pelos corredores. Aproveitei para mostrar a escola à Mileena, pelo menos o que eu conhecia.

— Por onde esteve esse tempo todo? – Resolvi perguntar.

— Meus pais me inscreveram em uma caralha de intercâmbio e me enfiaram em um avião para Nova York.

— Nova York? Nos Estados Unidos?

— Não, no Canadá.

— Não precisa ser grossa comigo.

— Então não faz pergunta idiota.

— Por quanto tempo você ficou lá?

— Desde que nossa escola pegou fogo. Só voltei de vez para a França agora.

— Nossa, mas isso é muito tempo!

— Coloca tempo, mas não foi de todo ruim. Continuei com as artes marciais e fiz muita merda por lá.

— Imagino. Podemos ver como está o Nathaniel antes de voltarmos à nossa busca? Ele realmente não me parecia muito bem.

— Ok, mas me recapitula uma coisa. Pra que a gente precisa dessa chave mesmo?

— Para entrar na sala dos professores e descobrir alguma pista de quem roubou os documentos.

Nós entramos na sala dos representantes. Nathaniel não estava mais lá, só tinha uma garota de cabelo castanho e olhos azuis.

— Oi Sharena e oi, er...

— Mileena.

— Espere aí? Como você me conhece?

— O Nathaniel me falou sobre você. Meu nome é Melody.

— Quando foi isso?!

— Logo depois que você chegou na escola. Eu o ajudo com a papelada de vez em quando. E nós estamos na mesma sala.

— Porra e você nunca percebeu?!

— Mileena! Eu não sabia que eram vários representantes.

— Mais ou menos. Eu sou representante da nossa turma, o Nathaniel é o representante de todas as salas, é como se ele fosse o meu chefe.

— Melody, você está sabendo do que aconteceu?

— Sim, por isso que vim ajudá-lo hoje. Eu queria poder fazer mais, mas eu não sei o que.

— Tenho certeza de que está fazendo muito o ajudando.

— Eu só queria saber quem seria capaz de fazer uma coisa dessas.

— Eu também.

Como não havia mais ninguém da nossa turma dentro da escola, fomos até o lado de fora. Nós conhecemos a Kim e a Violette, mas nenhuma delas tinha visto a chave. Nós encontramos Lysandre e Castiel no jardim.

— Oi rapazes, vocês têm um minuto?

— O que você quer? – Perguntou Castiel.

— Dar uma cagada, mas temos que procurar uma porra de uma chave.

Os dois arregalaram os olhos. Eu apenas escondi o meu rosto com as mãos antes de respirar fundo antes de falar.

— Meninos, essa é minha amiga Mileena. Ela vive falando besteira mesmo. Mileena, Castiel e Lysandre.

— Shay e eu nos conhecemos desde pequenas.

— Mesmo? Não me importo.

— Vocês devem ser bem amigas.

— Que nada, a gente perdeu contato depois que a nossa escola pegou fogo.

— Como é?

— É uma história antiga. – Interferi. – Mas não estamos aqui para falar disso. Estamos procurando a chave da sala dos professores.

— Ela sumiu? – Lysandre perguntou e eu tapei a boca da Mileena antes que ela falasse alguma besteira.

— Sim. Vocês a viram por aí?

— Não.

— Não, mas irei ficar de olho caso encontre.

— Obrigada, Lysandre.

— Foi só isso que sumiu?

— Não, alguém roubou alguns documentos também. – Disse Mileena após escapar da minha mão.

— Que documentos?

— Sei lá, eu acabei de chegar.

— Eu também não sei. O Nathaniel não me disse que tipo de documento sumiu.

— Você perguntou a ele? – Tornou a perguntar a morena.

— Não.

— Puta que pariu Sharena! Como é que tu me faz rodar essa caralha de escola para procurar uma chave e algo que nem sabemos o que é?!

— Eu esqueci de perguntar!

— Agora a gente está fodida!

— Pela primeira vez eu concordo com a sua amiga. – Disse Castiel.

— Eu tenho nome caralho!

— Está bem, Caralho.

— Tomar no teu cu!

— Mileena, foco! A gente precisa encontrar o Nathaniel e descobrir o que foi roubado.

— Você procura ele pela escola e eu procuro no banheiro.

— Você vai entrar no banheiro masculino?

— Claro que não porra! É no feminino mesmo.

— O que o Nathaniel faria no banheiro feminino?

— Retocando a maquiagem, talvez?

— Castiel!

— Ele eu não sei, mas eu vou cagar.

Castiel começou a rir e ela voltou para dentro da escola sem nem olhar para trás. Fiquei com tanta vergonha. Mileena sempre foi assim, só que agora ela fala palavrão. Me desculpei com os meninos e fui procurar Nathaniel. Demorei um tempo até encontrá-lo.

— Até que enfim te encontrei.

— Você achou a chave?

— Ainda não. O que era tão importante assim que roubaram?

— Eu não posso dizer, é confidencial.

— Nath, eu estou rodando essa escola atrás de algo que eu não faço ideia do que seja. Como eu posso procurar por algo além da chave que eu não sei o que é?

— Está bem. Foram as próximas avaliações.

— Está dizendo que alguém roubou as provas?

— Sim, mas tente não comentar com ninguém. Essa história já está me rendendo muitos problemas.

— Ok.

Rodei a escola inteira atrás da chave e das provas, fiz várias entrevistas, mas não deu em nada. Por fim acabei reencontrando com Mileena. É impressão minha ou ela está usando um colar com um cristal igual ao meu? A diferença é que o que ela está usando é verde.

— Mileena...

— Tu não vai acreditar.

— Você conseguiu um cristal mágico?

— Que?

— Seu pescoço?

— Caralho, eu joguei essa merda fora! O que ele faz aqui?

Ela o arrancou do pescoço e o atirou no corredor, mas não adiantou. No instante seguinte, ele estava de volta ao pescoço dela.

— Puta merda!

— Não adianta, ele é mágico.

— Como é que você sabe disso?

— Eu também tenho um.

— Bizarro.

— Depois a gente conversa sobre eles. Nós temos que...

— Ah, encontrei a chave.

— Isso é ótimo! Onde você achou?

— Por aí. Ainda quer dar uma olhada na sala dos professores?

Nós fomos até a famigerada sala. Olhamos em volta para ter certeza de que não tinha ninguém por perto. Mileena abriu a sala e nós entramos. Procuramos em todos os lugares e com sorte eu achei uma pulseira linda turquesa no sofa. Ouvimos o som da porta se abrindo. Mileena se jogou em cima de mim e fomos parar atrás do sofa. Ficamos esperando a pessoa ir embora e para piorar, essa pessoa era a diretora. Perdi a cor. Se ela nos vir, estamos mortas.

De relance vi o cristal da Mileena brilhar. Ela o segurou tentando tapar o brilho. A diretora se virou na nossa direção. É agora, ela vai nos matar! Ela olhou para a gente e passou reto, bem do nosso lado. Era como se não estivéssemos aqui.

— Ela não nos viu? – Sussurrei para Mileena.

— QUEM ESTÁ AÍ?! – Ela gritou me fazendo ter medo. – Apareça!

Ela olhava para a gente, mas não nos via. Era como se fôssemos fantasmas. O cristal da Mileena brilhava com toda a força e mesmo determinada em tampá-lo, não parecia que ela conseguia vê-lo. E se ele nos deixou invisíveis? Fiquei mais aliviada e o meu voltou a reluzir. Demorou algum tempo até a diretora sair da sala. Esperamos um pouco e saímos logo em seguida.

— Essa foi por pouco.

— Sorte que a velha é cega.

— Ela não é cega, eu acho que o seu cristal que nos deixou invisíveis.

— Como é que é?

— Esses cristais são mágicos. Eu te explico depois, agora não é hora nem lugar para isso.

— Vou cobrar.

Lysandre e Castiel surgiram no corredor e vieram até nós.

— Meninas, finalmente eu as encontrei. – Disse Lysandre.

— Aconteceu alguma coisa?

— O engomadinho estava procurando por vocês.

— Por quê?

— Vocês estão aí. – Disse Nath surgindo do nada.

— Aconteceu algo?

— Eu queria dizer que achei a chave jogada no jardim. Podemos entrar e procurar pistas.

— Você achou a chave?! – Me virei para a minha amiga. – Você tinha me dito que achou a chave!

— Eu menti.

— Então como conseguiu a chave?

— Roubei da sala da diretora.

— VOCÊ O QUE?! – Nathaniel e eu gritamos.

— Gritem mais alto, a velha ainda não ouviu.

— Como você conseguiu isso? – Perguntou Castiel.

— Ué, entrei na sala dela e peguei. Estava vazia mesmo.

— Meu Deus Mileena! Se a diretora descobre, estamos mortos!

— Por isso que ninguém aqui vai contar ou eu juro que os coloco como cúmplices. Eu vou devolver a chave, mas pra isso preciso que distraiam a velhota.

— O que?!

— É só não deixar ela entrar na sala. Quebra essa pra mim. Não vou demorar.

— Como a gente vai fazer isso? – Perguntou Lysandre.

— Sei lá. Deem um jeito.

Mileena saiu correndo feito um raio. Como é que eu vou fazer isso?

— Gostei dela. – Disse Castiel nos deixando perplexos.

— Não me surpreende. Ela é pior que você. – Alfinetou Nathaniel.

— Está me chamando de delinquente?

— Se a carapuça serve...

— Meninos, não é hora de brigar! A gente precisa achar a diretora e impedir que entre na sala dela.

— E por que eu faria isso? – Tornou a perguntar o ruivo tingido.

— Porque a Mileena cumpre com todas as ameaças dela. Pode fazer anos que não a vejo, mas sei que isso não mudou.

— Como iremos distrair a diretora? – Perguntou Lysandre.

— Eu acho que eu tive uma ideia. Castiel e Nathaniel podem simular uma briga.

— Nem vem! Eu não vou me foder só para aquela doida entrar na sala da diretora!

— Eu acho que posso falar com ela. – Comentou o loiro. – Ela quer arrancar o meu couro mesmo.

— Nem pensar. Não vou te deixar bancar o herói e ficar com todo o crédito.

— Não é melhor a gente procurar a diretora primeiro? – Sugeriu Lysandre.

Corremos que nem uns loucos atrás da diretora. Finalmente a encontramos. Ela ia em direção à sala. Não tínhamos tempo, mas por sorte Nathaniel foi até ela discutir alguma coisa. Castiel, Lysandre e eu mantivemos distância, mas vimos Mileena sair da sala dela enquanto a diretora ainda estava distraída com o loiro. Ela sinalizou que estava tudo bem veio para o meu lado. A diretora foi embora.

— Tudo certo. Deixei a chave onde peguei.

— Ainda bem. – Disse o loiro respirando fundo. – A última coisa que eu quero é ter mais um problema.

— Pelo menos nós investigamos a sala dos professores.

— Vocês acharam alguma pista?

— Achamos isso. Vocês sabem de quem é?

Mostrei a pulseira a eles. Nathaniel massageou as têmporas.

— É da minha irmã!

— A sua irmã?!

— Espere aí, deixa eu ver se entendi. A sua irmã fez essa merda toda pra te foder? Quer que eu quebre a cara dela?

— Não! – Eu e Nath exclamamos juntos.

— Você quer arrumar mais problemas?! – Reclamou Castiel.

— Gente, nós não temos tempo para isso! – Tomei a dianteira. – Eu vou confrontar a Ambre sobre isso.

— E eu vou contigo.

— Não, você fica aí.

— Mas nem fodendo.

Acabamos tendo que ir as duas atrás da Ambre. Mileena não iria arredar o pé. Encontrei a Ambre as amigas em uma das salas de aula. Elas estavam conversando.

— Não acho a minha pulseira! Deve ter caído na sala dos professores enquanto eu roubava as provas.

— Então foi você, ô Barbie falsificada?

— Quem é você e como ousa...

— Ambre, nós sabemos que foi você. Achamos sua pulseira na sala dos professores. – Segurei bem na frente dela. – O que eu não entendo é o porquê de ter feito isso com o seu irmão.

— Ele não me defendeu da última vez! Se ele não me protege mais como representante de turma, eu prefiro que ele volte a ser um aluno como qualquer outro, assim não vai poder me punir.

— E eu achando que as patricinhas da minha escola eram idiotas.

— Ambre, você tem noção de que o seu irmão pode ser expulso?!

— Se ela tivesse noção, a gente não estava aqui, né?

— Vocês podem dizer o que quiser, mas sem provas não vai adiantar de nada e ele ainda vai ser punido.

— Não seja por isso. – Disse a minha amiga com um olhar extremamente perigoso. – Eu posso te fazer falar.

— Não será necessário, Mileena. – Nathaniel apareceu atrás de nós. Ele é um ninja por acaso?!

— Nathaniel?! Você ouviu tudo? – Perguntei.

— Sim. Vocês podem procurar as provas, por favor? Eu tenho que dar uma palavrinha com a minha irmã.

Tive que arrastar a Mileena para fora da sala. Acabamos encontrando novamente o Lysandre no corredor.

— Desculpem-me, posso pedir um favor, se não for incômodo?

— Claro! Não será incômodo nenhum.

— Sabe o meu bloco de notas? Eu o perdi e não consigo encontrá-lo.

— Tudo bem, eu posso encontrá-lo.

— E as provas? O tempo está acabando e ainda não achamos essa porra.

— Calma, nós podemos achar os dois. Mileena, lembra do que te falei sobre os nossos cristais serem mágicos?

— O que isso tem a ver?

— Ela também tem um?

— Sim. Graças ao dela nós ficamos invisíveis na sala dos professores e nos livramos da diretora.

— Espere aí, ele sabe? Quem mais está sabendo?

— Só ele e o Ken?

— Quem é Ken?

— Te explico depois. Vamos achar as coisas você se concentra nas provas e eu no bloco de notas.

— E como eu faço isso?

— É só desejar que rastreie. Desse jeito.

Um feixe de luz azul saiu do meu cristal em direção ao pátio. Mileena fez o mesmo, o dela era verde e foi em direção à escadaria. Nos dividimos e seguimos os rastros, sendo que Lysandre foi ao pátio e nós duas para as escadas. As provas estavam em cima dos armários. Ela pegou o envelope e fomos em direção ao pátio. Novamente encontramos o Lysandre.

— Achou o seu bloco ne notas? – Perguntei.

— Sim, obrigado.

— E nós achamos as provas. – Ela mostrou o envelope antes de me dar. – Toma, agora é com você.

— Você não vai entregar o envelope ao Nathaniel?

— Já tive confusão demais por hoje e algo me diz que ele não vai com a minha cara.

— Por que acha isso? – Perguntou Lysandre.

— Por que eu roubei a chave da sala da diretora e ameacei bater na irmã dele?

— Realmente, é melhor eu entregar.

Assim que achei o Nath, eu entreguei o envelope. Foi um alívio ele ainda estar lacrado. Ele disse que iria devolver para a sala dos professores e me garantiu que faria a Ambre ser suspensa por alguns dias, afinal, ela tinha ido longe demais. Fui guardar algumas coisas no meu armário e me preparar para ir para casa. As aulas tinham terminado e nosso mistério também. Foi quando a Ambre veio furiosa na minha direção.

— Nem pense em sair daqui!

— O que foi, Ambre?

— E ainda pergunta?! Tudo isso é culpa sua! Por sua causa eu vou ficar suspensa por vários dias!

— Minha culpa? Você quem roubou as provas e se comportou como uma mimada desde o início!

— Você vai se arrepender disso. – Ela se preparou para me dar um tapa.

— Não se atreva. – Eu só escutei a voz da Mileena.

Tudo aconteceu muito rápido. A Ambre desferiu o golpe, mas a Mileena foi mais rápida e segurou o pulso dela. Ela o rodou para as costas da Ambre deixando o cotovelo acima da cabeça e a pôs de joelhos no chão, como em um golpe de arte marcial. Eu juro que não sei como ela não quebrou o braço da Ambre.

— Eu vou ter que quebrar essa tua cara para você entender? Se você encostar um dedo na minha amiga, eu te quebro inteira. – Ela apertou o pulso da Ambre, ouvi até um pequeno gemido de dor. – Entendeu?

Ela soltou a Ambre, mas não antes de empurrá-la para o chão. Mileena ainda estalou o pescoço e olhou fixamente para Li e Charlotte.

— Perderam alguma coisa?

As duas saíram correndo dali, levantando nuvem de poeira e tudo. Vi os rapazes nos olhando abismados. Ambre se levantou e fugiu.

— Vamos embora?

— Eu tenho que pegar uma coisa antes.

— Ok, amanhã a gente se fala.

Depois disso ela foi embora, me deixando só com os rapazes.

— Eu vou me casar com ela.

Olhamos para o Castiel incrédulos. Ele agora tem esse poder de deixar todo mundo mudo sem reação?!


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