Changes - A High School Story escrita por Goth-Lady


Capítulo 12
Capítulo 12




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No dia seguinte, eu fui até a sala dos representantes. Queria conversar com Nathaniel sobre o que tinha acontecido ontem, mas quem estava na sala era a Melody e ela parecia chateada.

— Oi, Melody. O que houve?

— Oi Sharena, eu não te vi.

— Eu acabei de chegar. Aconteceu alguma coisa?

— É que hoje é o meu aniversário.

— Parabéns!

— Obrigada, mas não é só isso. Eu não iria fazer nada, mas meus pais sair hoje. Então pensei que talvez pudesse fazer algo, tipo uma festa do pijama, sei lá.

— Isso seria muito divertido!

— Só que eu não sei se é uma boa ideia. Sabe, convidar os outros em cima da hora é meio inesperado. Tenho medo de que ninguém vá.

— Não custa tentar. De qualquer forma, eu vou falar com os meus pais e fazer de tudo para ir.

— Maravilha! Você me ajuda a entregar os convites para as meninas?

— É claro!

— Este é o seu. – Ela me entregou o convite. – Também tem o da Violette, o da Iris, da Kim, da Bia, da Rosalya e da MileenaKitana.

— Melody, por favor, chame-a apenas de Mileena para evitar problemas.

— Desculpe, eu vou me lembrar disso.

— E o convite da Peggy?

— A Peggy ficou muito feliz com a tristeza do Nathaniel quando as provas foram roubadas. Fiquei chateada com ela por isso.

— Entendo.

— Pode não comentar nada com ela? Não vou me sentir à vontade com a Peggy fuçando na minha casa.

— Sem problema.

— Obrigada. Vamos nos separar, assim iremos mais rápido.

Fui procurar pelas meninas. Achei a Kim, mas infelizmente ela não pôde ir. Estava procurando a Violette quando vi Mileena e Castiel conversando.

— (...) descobrimos que era um laboratório de metafetamina, chamamos a polícia, nos escondemos, mas peguei uns três em emboscada e desci o cacete neles.

— Você é doida, é?!

— Era questão de vida ou morte.

— Espero não estar interrompendo.

— Nada, eu só estava falando de um Halloween que tive nos EUA.

— O que aconteceu?

— Digamos que eu e uns amigos decidimos invadir uma casa abandonada pensando estar assombrada, mas encontramos um laboratório de metafetamina.

— Isso é perigoso!

— É, mas não tínhamos como saber.

— Parece que a Senhorita Perigo aqui arruma problemas desde sempre.

— Eu não arrumo problemas, eles que me perseguem.

— Sobre ontem....

— Relaxa. – Disse Castiel. – Não vou abrir a boca para ninguém.

— Obrigada.

— Também ninguém ia acreditar mesmo.

— Isso é verdade. De qualquer forma, não precisa se preocupar, Shay. Estamos juntas nessa.

— É bom saber, mas eu não vim aqui só para falar de ontem.

— Não?

— Hoje é o aniversário da Melody. Ela vai dar uma festa do pijama e me pediu para te convidar.

— Que meigo. – Ironizou Castiel e MK deu um soco no braço dele. – Hei!

— Eu vou.

— Que bom! Você já esteve em uma festa do pijama?

— Em várias. Em uma delas deu a maior merda com o tabuleiro ouija.

— É o que isso aí?!

— Longa história.

— Mas eu quero ouvir. – Prontificou-se Castiel.

Eu os deixei em paz e fui procurar a Violette. Por mais que quisesse ouvir as histórias da Mileena nos Estados Unidos, eu tinha que ajudar a Melody. Eu a encontrei desenhando no jardim.

— Oi Violette.

— Olá Sharena.

— Vem cá, você tem algum compromisso para hoje à noite?

— Que eu saiba não. Por quê?

— É que hoje é o aniversário da Melody e ela vai dar uma festa do pijama. Ela me pediu para entregar o seu convite.

— Eu não sabia que hoje era o aniversário dela.

— Eu estou sabendo agora também. Então, você vai?

— Vou.

— Que ótimo!

Entreguei o convite dela e fui para a aula. Depois falaria com Nathaniel. Depois da aula, eu fui atrás da Melody até a sala dos representantes.

— Já entreguei todos os meus convites, e você?

— Eu também. Só a Kim que não vai poder ir.

— Puxa, que pena. Obrigada por sua ajuda, tenho certeza que teremos uma noite divertida.

— Mal posso esperar.

Quando saí da sala, fui procurar o Nathaniel. Eu o procurei em todos os lugares, mas não o achei. Ele é um ninja por acaso?! Acabei encontrando a Violette de novo, mas dessa vez ela parecia preocupada.

— Está tudo bem?

— Sim, está.

— Você não mente muito bem.

— Estou com um problema para hoje à noite, mas posso me virar sozinha.

— Tudo bem. Se mudar de ideia, você pode contar comigo.

Retornei à minha busca pelo Nath. Depois vou falar com a Violette de novo, ela parecia tão apreensiva. E se ela não conseguir ir à festa? Por falar em festa, eu preciso ver o que eu vou usar e comprar um presente para a Melody. Calma, uma coisa de cada vez. Primeiro, achar o ninja. Tive que usar meu cristal para isso. Eu o encontrei na escadaria.

— Oi Nath.

— Oi, Shay. Está tudo bem?

— Sim, eu só queria ver como você estava depois de ontem.

— Está tudo bem. Na verdade, eu posso dizer que me diverti muito ontem.

— É sério?

— Sim. Realmente, há mais mundos do que nós podemos imaginar. Confesso que não sou chegado ao gênero fantasia, mas até que foi divertido.

— Então, você lutaria com espadas de novo?

— Acho que sim, contanto que não seja para salvar a minha vida.

— Entendi. Conseguiu colocar os pensamentos em ordem?

— Sim e eu tenho que te agradecer por isso. A você e a Mileena.

— Nos agradecer?

— Eu realmente precisava de um tempo.

— Sem problema.

Me despedi e fui procurar a Violette. Ela estava muito apreensiva, então achei melhor ver se precisava de ajuda. Eu a vi no jardim. Não precisei falar nada, ela quem me notou e me dirigiu a palavra.

— Sharena?

— Sim?

— Eu... – Ela gaguejou. – Eu preciso da sua ajuda.

— Pode falar.

— Promete que não vai rir de mim?

— Eu prometo.

— Sabe, eu perdi uma coisa muito importante.

— Nós podemos procurar, perguntar se alguém viu.

— Eu não quero que ninguém saiba. É meio constrangedor.

— Constrangedor?

— É uma pelúcia. – A voz dela não era mais que um sussurro.

— Eu entendo.

— Sério? Eu achei que você iria rir de mim.

— E por que eu riria?

— Por achar bobo.

— Olha, isso não é bobo, eu gosto de pelúcias também.

— Verdade?

— Sim! Eu vou te ajudar a encontrar sua pelúcia.

— Obrigada.

Não devia ser difícil encontrar a pelúcia na escola, ainda mais com uma certa vantagem. Só que encontrei a Iris no corredor e não podia falar sobre a pelúcia com ela, mas ainda queria falar com ela sobre a festa.

— Hei, Iris, tudo bem?

— Sim, e você?

— Vai na festa da Melody?

— Infelizmente não. Eu queria muito, mas minha mãe não gosta que eu saia durante a semana. – Droga, eu ainda tenho que pedir aos meus pais.

— Que pena. Seria muito legal se você fosse.

— Pois é. O que você vai dar para ela?

— Eu não sei. Estava pensando nisso, mas não tenho ideia. Alguma sugestão?

— Tem um CD que acabou de sair. É de um grupo amador chamado Stars from Nightmare ou algo assim. Acho que a Melody gosta dele.

— Obrigada.

— Disponha.

Queria conversar mais com ela, mas eu tinha uma missão para cumprir: encontrar a pelúcia da Violette sem que ninguém saiba. Consegui encontrar a bendita pelúcia e a coloquei na bolsa. Iria levar para ela quando a Ambre, que eu nem tinha visto por tanto tempo.

— Olha quem está aqui.

— Eu tinha até me esquecido que você existia. – Ela ficou com raiva.

— O que é isso?

Ela tentou pegar a pelúcia da minha bolsa, mas eu fui mais rápida e corri que nem uma condenada. Consegui despistá-la, o que foi ótimo. Fui atrás da Violette e entreguei a pelúcia para ela.

— Obrigada.

— Disponha.

— Eu posso te pedir mais um favor?

— Qual?

— Eu me sentiria mais à vontade se mais alguém levasse uma pelúcia.

— Não tem problema. Eu posso levar a minha.

— Agradeceria muito.

Quando as aulas acabaram, corri para o mercado. Comprei o CD que a Iris tinha falado e a embalagem para embrulhar presente. Já em casa, pedi permissão para minha mãe, que me deixou ir de bom grado. Eu embrulhei o CD e comecei a arrumar a bolsa para ir para a casa da Melody. Peguei uma roupa para o dia seguinte, o presente dela, minha escova de dentes e o ursinho que o Ken tinha me dado. Tentei ligar para ele, mas não adiantava.

Voltei minha atenção para a bolsa e vi que só faltava o pijama. Olhei no meu armário e só vi pijamas velhos ou desbotados ou muito infantis. Teria que comprar um novo. Não queria fazer feio na festa da Melody. Fui imediatamente para a loja do Leigh onde escolhi um pijama simples de camiseta e short azuis e coloquei na bolsa. Estava pronta para ir para a casa da Melody.

Segui o endereço e as orientações que estavam no convite. Eu me perdi no caminho, mas consegui chegar. A Melody me recebeu e me levou para o quarto dela. O quarto dela era lindo! Tinha uma cama grande, um monte de almofadas, um som irado, enfim.

— A festa será aqui, mas pode explorar o resto da casa, se quiser.

— Obrigada, mas eu só vou usar o banheiro mesmo. As outras ainda não chegaram?

— Ainda não, você foi a primeira a chegar. – Ai, cacetada, que mico. – Fique à vontade, a casa é sua. Eu vou terminar de arrumar as coisas.

— Quer ajuda?

— Obrigada, mas não precisa. Eu trouxe tudo que precisamos. Os refrigerantes estão na geladeira, eu só preciso colocar os salgadinhos e os chocolates nas vasilhas.

— Está bem.

Esperei as outras chegarem e fomos trocar os pijamas. Coloquei meu pijama novo, que apesar de simples, era bonito. Violette colocou um pijama branco de alças, Bia uma camisola longa de mangas compridas rosa com estrelas e um gorro combinando, Rosalya uma camisola curta roxa com listra preta, Melody um pijama comprido e listrado azul e branco e Mileena inventou de colocar uma camisa de banda desbotada e um short verde de ginástica folgado.

— O que diabos você está usando?!

— Eu durmo assim. Ou tu acha que vou dormir toda bonitinha?

— Eu achei que para a festa você ia usar algo menos casual.

— Era isso ou as camisas do meu pai.

— Ah meu pai! Por favor, me diz que nada disso está furado.

Ela começou a rir e nós duas fomos para o quarto da Melody. Todo mundo bonitinho e arrumadinho e minha amiga como uma mendiga. As outras quando a viram, ficaram chocadas. E ela estava como? Cagando para a opinião alheia.

— Seu pijama é fofo, Sharena. – Comentou Violette.

— Obrigada, eu comprei hoje.

— Pois é, nada mal. – Comentou a Bia.

— Mileena não foi com você comprar pijama? – Perguntou Rosa.

— E eu lá vou comprar pijama só para agradar os outros? Quero mais é que se....

— Presentes! – Exclamei que nem uma louca. – Eu esqueci de dar o seu presente.

— Gentileza sua, mas não precisava. É só uma festa improvisada, eu não iria ficar zangada se não trouxessem nada.

— Claro que precisava! – Disse a Rosalya. – Espero que você goste. O Leigh recebeu uma coleção nova.

Rosalya tinha dado uma camisola um pouco mais ousada, Violette deu uma caixa de música, Bia um ursinho, Mileena uma pulseira de ouro com estrelas penduradas, o que deixou todas nós chocadas, pois aquilo era ouro mesmo. Já eu dei o CD.

— Eu tive que pedir ajuda da Iris para escolher o seu presente.

— Muito obrigada! Eu adoro essa banda.

Ficamos comendo, bebendo e conversando até que a Rosa pegou um travesseiro e tacou na Bia depois de uma piada. Começou uma guerra de travesseiros. Foi bem divertido. Da mesma forma que inesperada que a briga começou, ela parou. Nós começamos a conversar sobre os garotos.

— Qual dos garotos você prefere, Sharena? – Melody me perguntou.

— Como assim?

— Qual deles você gosta mais?

— Eu não sei dizer, todos são legais.

— E você Mileena?

— Não tenho preferência.

— Sério? Eu soube que você anda muito com o Castiel. – Comentou Rosa.

— Ficamos amigos, apenas isso.

— Eu nunca vi o Castiel fazer amizade facilmente com ninguém.

— Deve ser porque eu não fico enchendo o saco dele com perguntas idiotas ou tentando me fazer de boazinha.

— E você, Melody, se dá bem com o Nathaniel? – Decidi perguntar para evitar alguma confusão.

— Como sou a responsável da nossa turma, a gente conversa bastante. Ele realmente é muito gentil, esforçado e muito responsável.

— Sei. Naquela vez com a história do fantasma, eu o encontrei tarde na escola.

— Porra! O outro estudando e você caçando fantasmas? Nem na minha escola os nerds eram assim. – Todas começaram a rir.

— Eu acho que é porque ele quer deixar os pais orgulhosos ou algo assim. – Tornou a dizer a anfitriã. – Uma vez ele deixou escapar que os pais dele são muito severos, mas ele é bem diferente de quando era pequeno.

— Quando eu vejo a Ambre, me pergunto se isso é verdade.

— Eles são mais gentis com ela. Desculpe, não sei muito sobre isso.

— Quer dizer frouxos, né? Porque claramente eles têm uma filha favorita. – Comentou Mileena. – Isso fode com qualquer um.

— Rosa, você e o Lysandre são próximos? – Decidi perguntar por precaução. – Ao que parece, ele gosta muito de você.

— Sim, a família do Leigh é super legal. O Lysandre é meio fechado, mas depois que você o conhece melhor, vê que é muito gentil e atencioso. – A MK fez uma cara para mim que eu acabei corando.

— Você o conhece bem? – Perguntou Violette. – Ele não é muito de falar.

— O irmão dele não te contou nada?

— Tudo que eu sei é que ele tem uma tatuagem nas costas, mas não contem para ele que eu disse isso.

— Pode deixar. – Dissemos todas, menos a Mileena, o que nos fez encará-la.

— Estão olhando o que?! Estão achando que eu sou fofoqueira é?

— Violette, você se dá bem com os garotos? – Perguntei antes que o barraco se formasse.

— Eu não falo muito.

— Ok. E você Bia? Eu nunca te vi conversando com os garotos da escola.

— Eu não preciso, a Ambre me conta muita coisa.

— Tipo o que?

— Ela gosta do Castiel desde criança, pois ele fez uma coisa por ela.

— O que?

— Não vou contar.

Continuamos a conversar até nos deitarmos. Improvisamos camas com cobertas e um colchão e fomos dormir. A festa tinha sido bem divertida. Mesmo com as luzes apagadas ainda conversávamos. No dia seguinte, nos arrumamos e fomos à escola.

— Até que a festa foi bem legal. – Comentei com Mileena enquanto mexíamos em nossos armários.

— Foi sim. Ainda bem que não fizeram aquele treco de verdade ou desafio ou foram brincar de salão de beleza.

— Puts, esquecemos de fazer isso! Quem sabe na próxima.

— Nem fodendo! – Comecei a rir. – Filha da puta! – Ela me bateu de leve no braço, mas doeu muito.

— Ai! A propósito, onde você conseguiu aquela pulseira?

— Da minha mãe, ué. Às vezes ela recebe algumas joias que projeta, mas damos as que não queremos como presentes.

— Você não presta.

— Eu tento.

— O que foi aquela cara que você fez na festa?

— Que cara?

— Quando a gente estava falando do Lysandre. Você fez uma cara cínica.

— Ah, é porque disseram que ele é gentil e atencioso quando o conhecem, como se você não soubesse disso.

— O que?!

— Como se eu fosse cega, né Sharena?! Mal cheguei nessa merda e já vi como vocês se encaram.

— Como assim?!

— Pelo amor de Parvati! Ele fala mais com você do que com qualquer um nessa escola, tirando o ruivo de farmácia.

— Está falando do Castiel?

— Como se tivesse outra pessoa que pinta o cabelo de vermelho nessa escola. Por falar nele, não está pensando em ir atrás daquela história, está?

— Talvez, por quê?

— Deixa isso pra lá, não é da sua conta.

— Mas se eu souber o motivo, talvez dê para entender melhor a rixa entre os dois.

— Você é igual àquela jornalista de merda. Só quer assunto para fofocar.

— Isso não é verdade!

— Então prova. Aposto que você não consegue ficar o dia todo sem se intrometer na vida dos outros.

— E eu aposto que consigo, mas se eu ganhar, você vai fazer todos os meus deveres por uma semana.

— E se eu ganhar, você vai ter limpar o meu quarto e dar banho no Wilson por uma semana.

— Feito.

Fomos para a aula. Tentei me concentrar, mas não consegui parar de pensar no que as meninas disseram na noite anterior. Essa história me incomodava. Como era o Nath quando pequeno e o que o Castiel fez para a Ambre? Não, Sharena! Você vai ficar de fora dessa. Tem uma aposta em jogo.

— Sharena, como está?

— Bem, e você? – O que eu estou fazendo na sala dos representantes?!

— Estou bem. Você entrou meio aérea.

— É que eu estava lembrando de umas coisas e nem percebi onde entrei.

— Como foi a festa?

— Foi ótima! Nos divertimos muito.

— Que bom! A Melody deve ter adorado que vocês foram.

— Sim, ela falou um pouco sobre você.

— O que ela te falou?

— Ela disse....

Lembrei da aposta que tinha feito. Eu deveria ficar longe dessa história, custe o que custar.

— Ela disse que você é muito gentil e estudioso.

— Sério? Obrigado, eu acho.

— Dá licença que eu preciso ir até ali.

Quando ia sair, olhei de relance para os papéis da mesa e notei uma mancha vermelha, como se fosse sangue. Eu iria voltar e ver o que era, mas AAAAAHHHH! Maldita hora que apostei com a Mileena! E se o Nath estiver machucado?! Será que aconteceu algo?

— Hei.

— AAAAAAAHHHH!

— HAHAHAHAHA!

— PORRA CASTIEL!

— Não me diga que está com medo de mim.

— Medo de você?! Mas nem em sonhos! Você só me assustou, só isso.

— Se não estivesse tão distraída, isso não aconteceria. Você viu o bloco de notas do Lysandre?

— Ele perdeu de novo?!

— Ainda se surpreende?

— Não, eu não vi. Se encontrar, eu entrego para ele.

— Ok.

Eu posso não me meter na vida dos outros, mas nada me impede de procurar o bloco de notas do Lysandre. A Rosa disse que ele tem uma tatuagem, certo? Foco, Sharena! Você não pode perder a aposta!

— Sharena?

— AAAHH!

— Desculpe-me se a assustei.

— Não precisa se desculpar. Eu que estava com a cabeça em outro lugar.

— Está tudo bem?

— Claro! Tudo certo. Supimpa. De boa na lagoa.

— Seu cristal está opaco.

— Droga!

— Está mesmo bem?

— Sim, é só um lance meu. Eu posso me cuidar. Tchau!

===Mileena===

Por incrível que pareça, eu estava lendo. As porras das provas estavam chegando e claro que estou preocupada, não quero repetir essa merda. Lorde Shiva e Lorde Ganesha me livrem de passar mais tempo que o necessário em uma escola.

— Mileena?

— Que é?

— Você sabe o que houve com a Sharena? Ela não me parece bem. – Lysandre estava bem preocupado.

— Ela deve estar surtando com a aposta que fizemos.

— Que aposta?

— Que ela tem que ficar o dia inteiro sem se meter na vida dos outros, ainda mais depois do que ouviu ontem.

— O que ela ouviu?

— Mileena, aí está você. – Apareceu o Naruto.

— Que foi?

— Você sabe por que a Sharena está estranha?

— É por causa de uma aposta. Ela tem que ficar até o fim do dia sem se meter na vida de ninguém.

— Rochelle. – Lá vem o cabeça de tomate.

— Puta que pariu! Eu não posso mais estudar nessa caralha?!

— Você estuda?

— Claro ou você acha que quero passar o resto da minha vida na escola? Quero mais é meter o pé.

— Você sabe...?

— Pela terceira vez, fizemos uma aposta em que ela deve ficar o dia inteiro sem se meter na vida dos outros. Principalmente depois do que ouvimos ontem.

— O que vocês ouviram? – Perguntou o ninja da desgraça que sempre some quando preciso falar com ele.

— Não importa. De qualquer forma, não é da minha conta.

Ouvimos um grito desesperado e do nada a minha amiga se materializou na minha frente me segurando pelos ombros.

— A gente tem que cancelar a aposta!

— Dá onde tu surgiu, mulher?!

— Eu preciso descobrir o que houve entre o Nath, o Castiel e a Ambre! Como eles eram quando crianças! Eu também tenho que descobrir se o Nath está machucado e que mancha de sangue era aquela! E também sobre a tatuagem...!

— Sharena!

Eu tirei as mãos dela dos meus ombros e mostrei a ela que os caras também estavam lá. Ela viu que fez cagada, mas antes que isso ficasse mais estranho, peguei o pulso dela e corri para uma das salas.

===Sharena===

Eu não acredito na cagada que acabei de fazer! Eu realmente falei aquilo perto dos garotos?! Ai, cara!

— Puta merda, mas você só faz cagada, mulher!

— Cara, que mico! Como eu vou olhar para eles agora?!

— Com a mesma cara de tacho que você tem.

— Mileena!

— Você faz cagada e a culpa é minha?!

— Você quem inventou aquela aposta!

— Eu não tenho culpa se você quer saber sobre a vida de todo mundo!

— Não é verdade!

— Você se meteu a cupido para reatar um casal, está louca para ver a tatuagem de um cara que mal conhece e ainda quer desenterrar uma história que nem deve ser grande coisa assim!

— Mas você se meteu no roubo das provas ao invés de deixar para lá!

— Existe diferença entre se meter em assuntos graves e se meter só para matar a curiosidade. Eu só me meto em assuntos graves. Bullying, abuso, assédio moral, sexual.... Coisas que realmente precisam de atenção, não conversa de boteco!

Um silêncio glacial se formou entre nós. Por incrível que pareça, ela tinha razão. Essa história significava tanto assim para mim para não me conter por um único dia? Repensei todas as minhas decisões desde que cheguei. Eu tentei invadir a sala dos professores só para descobrir o nome de um cara!

— Não falo isso só por você ser curiosa. Você também é uma pessoa boa, aí junta os dois e os outros te fazem de trouxa.

— Você tem razão. De agora em diante, eu vou me meter menos na vida dos outros. Só se for algo grave.

— É assim que se fala. Vamos trabalhar.

— Trabalhar?

— Você disse que tinha visto sangue na papelada, não?

— É.

— Então vamos procurar e confrontar depois.

Só então notei que estávamos na sala dos representantes. Tinha um monte de papéis em cima da mesa. Quando íamos investigar, a porta se abriu e os garotos entraram. Olhei para o chão na hora.

— Puta merda. – Escutei minha amiga se lamentar.

— Está tudo bem? – Perguntou Nathaniel.

— Sim. – Respondi. – A gente conversou e já acalmamos as coisas.

— Viemos ver como você estava. – Disse Lysandre.

— Já que essa história é tão importante para você, Castiel e eu decidimos te contar.

— Eles decidiram, eu fui obrigado a vir.

— Muito obrigada, mas não precisa, pessoal. De qualquer forma não é da minha conta.

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Que orgulho! – A doida me abraçou.

— Mas ainda quero saber sobre o sangue.

— Sangue?

— Quando entrei aqui, você estava mexendo em uns papéis. Eu vi algo vermelho, que parecia sangue. Foi de relance, mas achei que....

— Ah, não. – Ele riu. – Era a foto da aluna nova. Ela tem o cabelo estranhamente vermelho, como sangue.

— Aluna nova?! – Perguntamos todos.

— Não é meio tarde para novas inscrições? – Perguntou Castiel.

— É que ela é intercambista. Essas coisas exigem mais documentação e demora um pouco mais. Mesmo fazendo tudo online.

— Cabelo vermelho como sangue, intercambista, só falta me dizer que é da Alemanha. – Brincou Mileena.

— Na verdade, ela é.

— Puta que pariu! Chutei pra fora, mas foi gol!

— Entendi porra nenhuma. – Comentou Castiel.

— Quando erámos crianças, nós tínhamos uma amiga exatamente assim. Cabelo cor de sangue, intercambista e alemã. Ela teve que voltar para a Alemanha depois que a escola pegou fogo.

— Isso é uma grande coincidência. – Disse Lysandre.

Ouvimos batidas na porta e entendemos que deveríamos sair para deixar o Nathaniel trabalhar. Ao abrir a porta demos de cara com uma garota alta, não tanto quanto os garotos, mas eles são bem altos. Ela devia ter 1,75, tinha a pele pálida, mas o mais marcante eram seus longos cabelos e seus olhos, ambos vermelhos como sangue. Mileena se tacou nela e a derrubou, eu estava em choque.

— Caralho! Não acredito que é mesmo você!

— Skarlet?

— Não esperava encontrá-las aqui. – Ela falou com forte sotaque alemão.

Eu acabei me juntando a Mileena em um abraço coletivo no chão. Quem passava pelos corredores não entendia nada, assim como os três garotos na sala dos representantes. Acabamos por nos separar e nos levantarmos do chão.

— Onde estão meus modos? Chamo-me RoxySkarlet Von Krause.

— Lysandre Sinclair Ainsworth. É um prazer conhecê-la.

— Nathaniel. Baron. Nathaniel Baron. – Ele se atrapalhou.

— Vamos agilizar isso aí. Galera, essa é a Skarlet, nossa amiga da escola que pegou fogo. Skar, Nathaniel, Castiel, Lysandre e fofoqueiros do corredor.

— Continua a mesma, Mileena.

— E tu ficou tetuda e alta pra caralho. O que seus pais te deram? Fermento?!

— Realmente, senti falta de ambas, no entanto, preciso concluir minha matrícula.

— Claro. Nós já estávamos de saída.

Saímos e a deixamos sozinha com Nathaniel para concluir a matrícula. Acabamos por nos despedir e voltar para casa. Contei à Calien sobre o que tinha acontecido. Estava a gangue quase toda reunida novamente.


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