Yule escrita por LC_Pena, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 1
Capítulo 1 Uma reunião peculiar


Notas iniciais do capítulo

Bem, bem, meu amigo secreto é Rigel, que não faço ideia de quem seja, mas espero que goste do presente.

Estou bem enferrujada na escrita, então perdoa qualquer coisa...



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— Faremos um baile Yule!

— Um baile Yule, como o do último torneio Tribuxo? — Helena Selwyn perguntou imediatamente após o anúncio "triunfal" de sua tia sobre o seu noivado muito importante e muito... Arranjado.

Aparentemente só ela e as suas tias estavam interessadas na festa que selaria seu destino. Olhou ao redor, mas seu pai e irmãos continuavam com a mesma conversa sobre geopolítica bruxa e as mulheres bem-casadas da família continuaram a discussão, em detalhes, sobre seu casamento.

Helena havia sido obviamente desconvidada para ambas as conversas.

— Acho que ela estava se referindo a celebração tradicional dos ancestrais... — A voz com um leve sotaque escandinavo tirou a garota de sua tentativa infrutífera de chamar atenção da sua tia Tinley, sem parecer sem modos.

Havia esquecido que ele a estava visitando, o que era a coisa mais absurda da vida, já que lorde Gustav Heskin era o motivo de toda sua aflição agora e provavelmente para todo sempre, skol!

— Os seus ou os meus? — A moça perguntou confusa para o seu noivo, com quem estava falando, para além dos cumprimentos de praxe, pela primeira vez.

— Os nossos ancestrais bruxos, talvez? — Ele parecia em dúvida, mas Lorde Heskin era o tipo de homem que tinha o sarcasmo como segunda natureza. Helena não tinha certeza se ele estava falando sério ou apenas rindo dela, como os seus irmãos mais velhos frequentemente faziam.

— O baile de noivado será em um estilo mais... Antiquado? — Perguntou ao homem, já que ele parecia levemente interessado no que ela estava falando.

—  Não faço ideia! Te parece que eu estou no controle de algo aqui? — Lorde Heskin perguntou em um tom divertido, que não agradou em nada a moça. Ele parecia ter essa mania irritante de falar com o rosto sério, mas com uma falta de seriedade no olhar.  — Mas confesso que achei que você estaria à frente da organização.

— Milorde obviamente não sabe como as coisas funcionam na família Selwyn... Aquelas três senhoras ali decidem tudo e o resto de nós apenas aceita nossos destinos. — Helena se controlou para não dar de ombros como fazia em seus tempos de escola, afinal, agora era uma jovem lady de 20 anos.

— Sua pergunta faz sentido, não parece um destino tão ruim um noivado ao estilo do Yule de Hogwarts, eu me lembro com carinho daquele baile. — O jovem suspirou saudoso, como se tivesse se transportado para aquela época novamente.

—  Milorde esteve no baile de inverno do torneio Tribuxo de 94? — Helena questionou, intrigada.

— E pelo que me lembro, você também. Não é irônico? Talvez nós tivéssemos nos conhecido naturalmente naquele baile. Eu fazia parte da comitiva de Durmstrang. — Ele a informou parecendo orgulhoso, agora com seu sorriso característico no rosto.

— Você é amigo de Vitor Krum então? Joga Quadribol também? — A garota se mostrou empolgada pela primeira vez naquela noite. Seria incrível se seu futuro marido fosse amigo daquele que seria um dos maiores, Helena tinha certeza, apanhadores de todos os tempos!

— Eu costumava enfeitiçar balaços para persegui-lo, quando ele era apenas um magricela jogando no torneio escolar, se isso conta para algo. — O sotaque escandinavo fazia tudo que Lorde Heskin falava soar sério, mas Helena nunca tinha certeza com ele. O jovem sorriu novamente antes de continuar. —  Então não, não sou amigo de Krum e infelizmente não jogo Quadribol, pois aparentemente é obrigatório se manter montado na vassoura durante o jogo, uma habilidade extraordinária, a qual não possuo.

— Sério? — Helena perguntou em um tom monótono. Agora sim tinha certeza de que ele estava brincando com ela.

— Tão difícil assim de acreditar? Eu sou um exímio duelista, entretanto. — Ele levantou uma das sobrancelhas, como se estivesse prestes a provar seu talento ali mesmo, no salão matinal da família Selwyn. — Além do Quadribol, nós, Durms, somos conhecidos pelos nossos duelos épicos. Nenhuma das amizades que você fez naquele ano te contou isso?

— Todos os estudantes de Durmstrang pareceram pouco simpáticos para mim, então não. — Helena informou sem rodeios para o valentão do seu ídolo do Quadribol, que, por sinal, não tinha podido conhecer durante o Torneio, graças as Marias vassouras de Hogwarts.

O tom frio da garota fez o sorriso do jovem diminuir, o que finalmente chamou a atenção de tia Tinley para os dois.

— O que você está resmungando para o Lorde Heskin, Helena? — O tom de Tinley Selwyn era o mesmo de sempre: "não incomode os adultos com suas tolices, garota".

Por Circe, estava prestes a se casar com um estranho e ainda era tratada exatamente da mesma maneira de quando tinha 10 anos de idade!

— Lady Helena estava me contando que só aceitará um baile Yule completamente tradicional para o nosso noivado, nada além disso e eu estou plenamente de acordo. — Lorde Heskin declarou sua mentira sem a menor gota de constrangimento e ainda assim Helena não ousou contradizê-lo. Seria pior para ela se o fizesse, tinha certeza.

— Decidido então, milorde! Irei tratar dos detalhes com sua família. Será um noivado lindo! — Lady Tinley declarou encantada – e vitoriosa, já que as outras senhoras não poderiam mais discordar de sua sugestão. Helena a olhou confusa, mas sua tia já parecia satisfeita com todo o assunto, se ajeitando melhor na poltrona, agora para ouvir mais uma fofoca suculenta contada pela irmã.

— O que seria um baile Yule tradicional para milorde? — Lady Helena sussurrou irritada para o único que se dignava a responder algo. Estava irritada, mas fez a pergunta com uma fina camada de educação no tom de voz, o que fez o Lorde em questão sorrir um pouco mais.

— Não se trata do que significa para mim, e sim o que significa para minha noiva e ela está bastante decidida, ela quer o noivado em um bosque, não, melhor, numa floresta densa e distante, para que possamos nos entranhar em seu interior e...

— Eu não creio que eu... — Helena tentou interrompê-lo, mas Lorde Heskin era um homem em missão.

— Então realizaremos os juramentos, ritos, encantos, o que mais quisermos... E, óbvio, a troca de presentes! — Concluiu levemente animado.

— Troca de presentes? Faremos em um estilo natalino, então? — Lorde Ciaran, irmão do meio de Helena, questionou interessado. A garota o olhou assustada, pois não havia percebido que ainda havia plateia para a sua conversa com o seu "adorável" noivo.

— Em algumas famílias mais antigas da minha terra, Yule e Natal se equivalem, na verdade, são intercambiáveis! Eu, naturalmente, prefiro o primeiro. — Lorde Heskin foi enfático, pois, ao que parecia, ele queria um baile de noivado realmente estranho e havia convencido a todos que ela queria o mesmo!

— Já que equivale ao Natal, creio que não precise ser em um bosque então. Podemos fazer no nosso salão de baile, apenas com a família, com trocas de presentes, como no Natal trouxa... Eu particularmente acho um costume adorável! — Helena concluiu, tentando tomar o controle da situação, como Lorde Heskin insinuou que ela tinha.

— Não faremos como os trouxas. Em um Yule verdadeiro, o mais importante é a conexão mágica dos participantes entre si e a natureza! — Lorde Heskin foi categórico, a desafiando a interrompê-lo. — E teremos uma lua nova no dia 25, o que é sempre auspicioso para o início de um novo ciclo.

Helena pensou o quão irônico era Lorde Heskin falar em boas energias para a boda de ambos, com ele sendo um grande babaca com ela!

Uma parte infantil de si tinha esperanças de que seu casamento arranjado pudesse se transformar em uma união por amor com o jovem Lorde misterioso da Escandinávia, mas ao que parecia, ela estava fadada a um destino pouco animador.

— Se falamos de um noivado na enfadonha lua nova, ao ar livre, creio que será bastante escuro e frio, como todas as outras noites de dezembro... — Helena começou, mas foi interrompida bruscamente.

— Se ao menos conhecêssemos criaturas mágicas capazes de criar luz, calor e até mesmo colocar alguns Snowdrops pendurados aqui e ali, para tornar tudo mais romântico...

— Se vamos alterar a tal floresta com mágica, bem podíamos fazer tudo aqui mesmo, onde há calor e conforto! — Helena desabafou em um sussurro gritado, pois não queria chamar a atenção de sua família de volta para o seu desentendimento com o seu príncipe encantado.

— Mulher de pouca fé... Terei que executar um Capacius Extreme em sua mente? — Lorde Heskin sussurrou em um tom divertido. Aparentemente, ao contrário de si, o bruxo escandinavo estava tendo uma noite formidável. — Venha comigo, permita-me ajudá-la a exercitar a sua criatividade.

Ele levantou-se e estendeu a mão para a jovem, a fazendo olhar confusa entre o rosto do rapaz e aqueles dedos longos e desconhecidos. Olhou ao seu redor e, como sempre, ninguém parecia se importar com o que seria dela. Bem, o que tinha a perder? Estava prometida aquele homem, era esperado que o seguisse onde quer que ele quisesse ir, certo?

Então Helena aceitou o convite de seu noivo.


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Notas finais do capítulo

Algumas observações:

Skol - sim, o nome da cerveja era uma espécie de brinde escandinavo, aqui usado como equivalente de um "amém".

Snowdrops - uma flor associada a pureza, que nasce na neve, no final do inverno e início da primavera, muito associada as festividades antigas de Natal. É a flor da capa da fic.

Capacius Extreme - Feitiço de expansão de espaço.

Notas do capítulo:

Era para ser um capítulo só, mas agora serão dois, para dar mais do que você pediu, que é, de fato, a história de como era o Natal antes de ser Natal.

Tenha fé, que eu juro que tem mais amanhã.



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