Antes do para sempre escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Espero muito que gostem, esse é um capítulo recente que eu escrevi para fechar os gaps



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Fico dois dias sem falar com Peeta, mesmo que sinta vontade. Na carta, Gale me conta que ele e Johanna ficaram felizes em saber que eu estou grávida, que me desejam saúde, um período tranquilo. A carta foi inofensiva, e carinhosa, com uma foto de Alexander — filho deles — no último aniversário dele, há dois meses, quando completou 7 anos. Não me trouxe nada de ruim além da ansiedade, graças ao drama desnecessário de Peeta e Delly sobre isso.

Minha questão foi resolvida com Gale por causa de Johanna. Nós passamos a trocar cartas dois anos após Paylor oficialmente ser nomeada presidente de Panem, e nós compartilhávamos partes das nossas dificuldades. Eram cartas amigáveis, eu e Peeta mandávamos com algumas coisas do Distrito 12 e 4, para que ela melhorasse, já que passou por um momento profundamente delicado no meio de tudo isso. Eu tinha Peeta. Johanna nunca teve ninguém.

Em um certo momento, ela me disse que estava conhecendo alguém e que essa pessoa estava lhe fazendo muito bem, cuidando dela. Houve um hiato de 2 meses nas cartas, até que me disse que estava enfim morando com essa pessoa em outro Distrito, mas eu não fazia a menor ideia de quem poderia ser ou para onde ela tinha ido. Não vou esquecer do que narrou sobre seu relacionamento.

 

“Katniss, eu finalmente consegui tomar um banho totalmente no chuveiro, da cabeça aos pés. Não precisei de baldes, panos, mangueira ou coisa similar. Simplesmente estou com o homem da minha vida. Eu compartilhei da minha dificuldade, e ele foi paciente, não me julgou. Ontem, porém, disse que ia tomar banho e perguntou se eu não queria acompanhá-lo. Estamos juntos já quase 6 meses, já fizemos mais do que tomar banho, é claro, mas aquilo era diferente. Eu fui. Ele me ajudou a tirar a roupa, e me levou devagar para debaixo do chuveiro, onde me ajudou a tomar um banho completo. Chorei muito. Ele também chorou. Mas depois eu consegui entender e enxergar nitidamente o que está do outro lado de uma tempestade: um belo arco-íris. Tomar banho totalmente embaixo do chuveiro é tão bom quanto namorar embaixo do mesmo.”

Eu nunca perguntei qual era o nome “dele”. Ela nunca me disse também. Peeta parece que sempre soube, o que não é espanto, tendo em vista que sempre conversa com as pessoas, mas para mim foi. Só fui descobrir quem era ele quando ela me contou que estava grávida de Gale.

Quando eu soube, parei de responder suas cartas. Fiquei um ano inteiro tendo crises, pesadelos sem fim. Pensando como pode alguém que pode ter sido o responsável pela bomba que matou a minha irmã estar tendo um filho? Peeta teve que suportar horrores ao meu lado. Eu chorei muito por muito tempo.

Até que fomos visitar Annie, à pedido de Finneas, naquele ano em especial Annie não estava bem, então foi importante eu estar lá, porque estive presente nas consultas com uma psicóloga que aprendi muito. Aprendi a perdoar e libertar. Refleti sobre a situação da minha mãe naquela época também, foi graças todo o caos daquele tempo que temos o relacionamento que temos hoje.

No primeiro aniversário de Alexander, não pudemos estar presentes, porque Peeta acabou se machucando bem sério em uma das crises que teve com os flashbacks, o deixou com uma lesão na mão que o fez ficar internado. 

Mas o dia que reencontrei com Gale, foi algo que não vou me esquecer. Era o aniversário de Johanna, fomos até o Distrito 7, Peeta preparou várias coisas deliciosas para nos acompanhar. Quase desisti pelo menos umas três vezes, onde uma foi na estação do distrito dela. 

Quem abriu a porta foi Rory, o irmão de Gale. Esperei algum julgamento, mas só recebi carinho. O mesmo com Peeta. Ao ouvir a voz de Johanna, perguntando se realmente era eu, meus olhos se encheram de lágrimas. Chorei muito quando nos abraçamos, silenciosamente, com o seu filho nos braços, dormindo serenamente. 

Existem momentos que não precisamos falar.

“— Se você demorasse mais um pouco, ele já ia estar na escola, ele já tem quase 2 anos, Katniss —“, brincou, fungando, limpando as lágrimas. “— Esse é o Alexander. Eu chamo de Alex, mas o Gale insiste em chamar de Dee. Bem, ele só dorme, não é nenhuma novidade. Ele é ótimo, ainda bem.

Peeta a cumprimentou com carinho, e seguiu Hazelle para colocar tudo o que trouxe na cozinha. Então Gale apareceu.

Fiquei com um pouco de falta de ar. Como ele iria se referir à mim? Catnip? Katniss? Mellark?… É claro que todo o mundo sabe que me casei com Peeta. Isso sempre foi muito evidente além de ter sido noticiado para toda Panem quando assinamos os documentos e fizemos uma pequena celebração em nosso jardim para comemorar.

Nós não éramos mais os mesmos. Não nos conhecíamos mais. Pelas cartas de Johanna, Gale havia se desfeito de parte do seu rancor e desejo de vingança, amadurecendo suas qualidades como um homem digno e honesto. Mas eu não sabia o que esperar. Não nos conhecemos mais, e isso foi um dos motivos para nossa amizade ter sofrido conflitos.

Seu cabelo estava curto, por ser o responsável dos pacificadores no Distrito 2, parece mais alto e mais forte também, o que era algo inimaginável para a minha cabeça. Mas já haviam se passado 7 anos. É muito tempo.

Oi, Katniss. Vejo que você conheceu o Dee. Mas ele só vive dormindo, então tem que ser paciente — Johanna concorda, indo até ele, o abraçando pela cintura. Enfim, os vendo lado a lado, com o bebê no colo dela, é algo que faz muito sentido. Eu me lembro de abrir um pequeno sorriso, mas muito sincero.

Ele pode ser parecido com você, mas tem o mesmo espírito que a Posy. Lembro que sua mãe tinha que acordá-la para comer.

Ele riu, e o ar tenso se dissipou rapidamente. No instante seguinte o pequeno abriu os lindos olhos cintilantes e cinzas. 

Gale e eu não temos mais conversas como antigamente, nossos assuntos quando nos encontramos brevemente são superficiais ou sobre seu filho, o que entra em uma camada mais profunda, porque ele é tudo na vida dele, é possível ver em seus olhos. Mas não se pode acabar com a intimidade que construímos em momentos tão difíceis como foi em nossa adolescência. Sei quando ele está passando por algum momento difícil e vice-versa. Não como antes, mas tudo está resolvido.

A grande questão que me gerou apreensão quando Hazelle me viu grávida, sem que eu tivesse avisado ou me sentido preparada para contar sobre isso, é que as coisas só não são tão simples na minha cabeça. Só me fez sentir um constrangimento por eu não contar que estava grávida para Johanna, que é uma pessoa que deseja tanto o meu bem assim.

Tem coisas que na verdade são simples, porém quando estamos envolvidos no meio de todo o caos, não é simples quanto parece.

Peeta acabou de sair para trabalhar, com um aspecto triste, mas eu fingi que não vi. Ainda estou com raiva. Quando vou subir as escadas, porque minha barriga está bem pesada hoje, o telefone toca.

Katniss, me diga que é você! — a voz é inconfundível: Effie. Dou um suspiro, mas sorrio de verdade.

— Sou eu sim, Effie…

Eu descobri hoje que você está grávida! Tirei um período para meditar, no interior, fora da Capital. Fiquei louca, então resolvi fazer meu cabelo e vi em todas as manchetes uma foto sua com um barrigão! Imaginei que não pudesse ser a meia idade, porque você ainda não tem 40 anos, então li que é porquê você está grávida!

Começo a rir, pela forma que ela vai falando feito uma matraca que não para mais. Há duas semanas Peeta estranhou que ela não havia falado nada, mas resolvemos não nos preocupar. Faz sentido que ela estivesse em um lugar que não soubesse de nada. Além disso, tem saído fotos minhas entrando e saindo da clínica onde faço exames, mesmo que eu nunca consiga saber de onde estejam vindo.

Já sabe se é menino ou menina? — Nesse momento, sinto o bebê mexer, me causando um pouco de mal-estar, então eu me sento, com o telefone ainda no ouvido, e levanto a blusa, acariciando minha barriga. Está redonda e bonita, às vezes nem sempre, pelas posições do bebê.

— Ainda não sabemos, mas vou pedir para saber na próxima consulta — conto, e me sinto animada como não estava me sentindo desde que passei mal assistindo o memorial na televisão. — Nós pretendemos comprar o enxoval na semana que vem.

Não acredito que você ainda não comprou nada! — ela grita, com sua voz estridente, mas estou tão feliz que ela me ligou que dou mais uma risada sincera. Butter sobe em meu colo, então pula para ficar na bancada da cozinha me encarando. — O que você quer?

— Eu ainda nem pesquisei o que preciso, sendo bem sincera. Minha mãe e Annie me deram uma caixa de roupas. Minha barriga está grande, sempre tiram fotos, o que eu não gosto muito, então só semana que vem. Quando você virá ao 12 nos visitar?

Eu não sei, mas vamos resolver isso. Está de quantas semanas? 

— Effie, estou com seis meses.

Mas quantas semanas? Seis meses tem 4 semanas dentro deles. Não é assim, Katniss! — ela briga comigo da mesma forma que Peeta mandando eu me situar por semanas, então dou mais uma risada, totalmente divertida. Ela acaba rindo também.

— Não faço a menor ideia, só estou contando por meses! Peeta é quem sabe com mais detalhes. Enquanto falo com você o bebê está me chutando perto do umbigo. Você está causando ansiedade com essa preocupação toda.

Realmente é verdade. Posso sentir perfeitamente o chute perto do meu umbigo, então deslizo a ponta dos dedos e dou um sorriso. Estou gostando de estar grávida e poder interagir com o bebê dessa forma. A ideia está sendo mais aceitável.

Não vou cansar você. Vou mandar uma lista e algumas coisas por um aerodeslizador, deve chegar até amanhã. Fique bem!

Ela desliga, e eu dou mais uma risada, me virando na cadeira para olhar Butter, que levanta as orelhas, como se me esperasse dizer alguma coisa. 

Resolvo colocar minha briga de lado, vou até o ateliê de Peeta para pegar o que preciso e escrevo uma carta para Johanna e Gale, agradecendo pelo carinho de terem me mandado uma carta. Aproveito para mandar um feliz aniversário atrasado para Alexander, além de desejar um bom feriado de Ação de Graças, que será em breve. Não falo sobre o andamento da gravidez, apenas que estamos indo bem.

Tomo um banho demorado, deixando meu cabelo solto, já que hoje a temperatura máxima é de 25ºC, nesse início de novembro. Visto um dos macacões jeans que Delly me presenteou e amarro uma jaqueta de Peeta na cintura, resolvendo levar pessoalmente a carta até os correios, já que tenho também uma consulta marcada, pois hoje saiu o resultado de alguns exames importantes, comuns para essa fase da gestação. Estou quase dois meses trancada em casa, por causa do vazamento da minha gravidez, saindo somente para a ultrassom e a casa de Delly ajudar com as crianças – mas geralmente eles quem tem vindo para a minha. Porém não posso viver minha vida dessa forma, esse bebê vai nascer e eu preciso aceitar que certas coisas eu tenho poder para definir o que me afeta ou não.

Estou entrando no terceiro trimestre, o que significa que estou ofegante com facilidade. Pedalo devagar, focando na minha respiração. A barriga está grande, com certeza eu estou muito grávida, porém ainda não torna estranho eu pedalar. Consigo manejar de forma que não preciso parar para descansar, minhas pernas aguentam bem, pois tenho treinado em casa, conforme recomendação médica.

Ninguém me pergunta sobre o bebê, porque não tenho que dar satisfação para ninguém. Porém não impede que as pessoas olhem minha barriga, e como estou bem hoje, até coloco a mão na altura do umbigo e faço um carinho, dando um pequeno sorriso quando estou na agência dos correios.

Estaciono minha bicicleta na parte da frente da clínica, tentando agir naturalmente quando vejo duas câmeras me fotografando à distância, é a primeira vez que as percebo. Suspiro quando entro, colocando uma mão na testa. Dou meus dados na recepção, enquanto aguardo a emissão de senha. Peeta surge do meu lado, me dando um susto ao ponto que dei um pequeno grito, ainda que ele esteja com um saco com dois cookies de chocolate com granulado por cima.

— Não esqueci que era sua consulta.

— Qual é o seu problema?! Não pode assustar uma mulher grávida! — falo em um sussurro alto, porque sei que se eu tiver uma reação muito grande isso pode virar alvo de fofocas. Ele fica preocupado, guardando os cookies no bolso.

— Pensei que tivesse me visto. E soubesse que eu não faltaria sua consulta — suspiro, com raiva. O meu bom humor tem uma esvaída.

Logo chamam minha senha. Deixo que ele mantenha uma mão na minha cintura quando entramos. A doutora Claire nos cumprimenta e eu me sento na cadeira, já que hoje é apenas uma consulta.

— Como você passou os últimos dois dias, Katniss? — ela pergunta, e percebo que algo nos meus exames não anda bem.

— Normal. Houve um desentendimento logo depois que você foi embora, mas estou bem — respondo, tentando não olhar para Peeta, que está com a cabeça baixa.

Ela assente, digitando no computador.

— Seus exames apontam um início de uma diabetes gestacional. Você precisa melhorar sua alimentação o quanto puder, evitando açúcar que não seja de frutas, mas ainda sim é necessário que você tenha moderação. Preciso que anote sua pressão três vezes ao dia, para descartar outra coisa. Tudo bem? Todo o resto está normal. O bebê está ótimo e se desenvolvendo conforme o esperado.

Assinto, um pouco chocada com a informação. Não sabia que isso poderia acontecer. Peeta tira dúvidas, já que é quem mais cozinha, então logo estamos voltando para casa. Ele empurra minha bicicleta, enquanto caminhamos em silêncio.

— Me desculpe. — Ele pede, quando estamos já na entrada da Vila dos Vitoriosos. Para de andar e me olha. — Eu deveria ter falado de quem era a carta. Só fiquei preocupado como você poderia reagir.

— Peeta, eu tenho 34 anos! Eu posso decidir o que é ou não melhor para mim, o que vai ou não me fazer mal. Agradeço pelo seu cuidado, mas você precisa deixar que as coisas aconteçam. Nós já passamos por coisas muito mais difíceis do que isso, não é?

Ele assente.

— Então nunca mais faça isso, ok? — Peeta assente de novo, voltando a empurrar a bicicleta. — Effie ligou. Ela estava em um retiro espiritual, por isso não sabia da gravidez.

Conto com um sorriso, ele me olha com cuidado então sorri também. Descrevo como foi a ligação, fazendo ele rir, e até chegarmos em casa, a tensão se dissipou completamente. Trocamos de roupas e ele prepara um macarrão de abobrinha com carne moída que fica extraordinário, então dividimos duas laranjas de sobremesa, enquanto conversamos sobre os assuntos que não tivemos nos últimos dois dias sem nos falarmos.

Tomo um banho, depois dele, então nos deitamos na cama. Butter optou por ficar em seu ateliê, enrolada em uma coberta de lã. Peeta beija meu rosto, como faz sempre, mas eu aprecio particularmente mais porque estávamos brigados. O beijo de novo, ficando suspensa pelo meu cotovelo, sinto ele sorrir presunçosamente, me puxando pela cintura.

— A médica falou sobre a sua pressão — ele comenta, baixo, mas aceita meus beijos em seu pescoço.

— Não falou nada sobre isso. Eu comentei com ela na semana passada sobre isso quando você saiu da sala. Também li as revistas que a Delly mandou, só não quis comentar porque estava chateada com você — ele ri, e eu também, em um tom baixo, como se fosse um segredo sujo. Mas não é. A médica realmente disse que não tem problemas, desde que não haja nenhuma anormalidade. 

Deixo que ele tire meu vestido de dormir, sem muita dificuldade, porque de repente estou me sentindo muito disposta e empolgada. Não temos feito com frequência e talvez seja a última vez antes que eu me sinta incomodada de verdade com o tamanho da minha barriga, agora que estou entrando no último trimestre. É divertido e muito íntimo para nós quando ele me ajuda a deitar de uma forma que fique mais confortável para fazermos isso, e eu me sinto verdadeiramente alegre por dividir isso com Peeta.

Achamos uma posição em que eu fico deitada, com uma perna flexionada, que ainda não tínhamos usado. Arfo, sorrindo, satisfeita por estarmos fazendo isso. Satisfeita no sentido mais literal possível, chamando por seu nome, até que começo a me incomodar porque ele deveria estar mudando o ritmo, mas está sendo delicado, isso me estressa, porque quero mais.

— Se eu fosse de porcelana, eu não teria pedido, Peeta! — reclamo, num suspiro sofrido. Geralmente começamos em um ritmo mais lento, e então vamos mudando o ritmo das coisas. Ele me dá uma olhada duvidosa, então eu bufo. — Faz direito!

— Mas eu não quero machucar você.

— E eu quero que você me machuque! — grito, mexendo meu quadril, de um modo que ele cai na cama e eu monto nele. — Peeta!

Nós nos olhamos, então começamos a rir. Ele beija meu antebraço, então o outro, de um jeito sensual. Sua mão vai até meu quadril, e me movimenta devagar para frente e para trás. Às vezes, eu queria que ele fosse um pouco mais desrespeitoso.

— Eu quem tenho que perguntar se você quer continuar? — pergunto, com a voz manhosa, querendo que retomemos o passo, mas irei parar se ele quiser. Me mexo devagar em cima dele, rebolando e o encarando, ele está com um sorriso safado, me fazendo rir. Não tem nada azul em seus olhos, apenas uma imensidão escura de prazer. 

— Claro que eu quero. Mas vou me sentir melhor se você continuar por cima.

Assinto, então ele se inclina um pouco para trás e me ajuda com os movimentos. Enfim, entramos em um ritmo mais rápido, mas não de uma forma louca, e eu sorrio, enquanto ele me beija, também sorrindo, deslizando suas mãos pelo meu corpo. O alívio de estar sendo consumida em um ato de amor vai se aproximando, e eu não me importo com mais nada que não seja deixar que meu corpo faça o que deve fazer. Peeta me segura, antes que alcance seu próprio ponto, escondendo seu rosto no vale dos meus seios, depois de cuidar de cada um com sua boca.

Valeu completamente a experiência, e entendo pelo sorriso que está em seu rosto, que vira uma risadinha baixa, igual a minha, depois que o quarto é preenchido pelo silêncio confortável que só existe quando duas pessoas se amam e se entendem.

Eu não teria filhos com nenhuma outra pessoa que não fosse você — confesso, em um sussurro, já que ainda estou acordada. Não me senti constrangida em ter falado o que eu queria, porque já aconteceu outras vezes. Seja por ele não se sentir confortável com uma posição, como ter que ficar de joelhos por muito tempo, por causa da perna, também já interrompemos por um não estar se sentindo confortável. Nosso relacionamento tem espaço para muitas coisas. Fico feliz que comunicação seja uma dessas coisas, sem tabu.

Eu não iria querer filhos com nenhuma outra pessoa que não fosse você.

Ele me responde, com um dos tons mais sinceros que eu já ouvi ele usar. O quarto está escuro, mas posso ver seus olhos, já em um tom de azul escuro agora que a euforia passou. Abro um sorriso enorme, me aconchegando mais em seu braço, tocando seu rosto com a ponta dos meus dedos e sinto ele sorrir também. 

Nós acabamos dormindo de uma das formas que eu mais tenho gostado, agora que temos a minha barriga entre nós. Minha cabeça em seu braço, nossos rostos próximos, ao ponto que consigo sentir sua respiração em meu cabelo. Uma das minhas pernas passa pelas suas. Mal posso esperar por todas as outras noites que dormiremos juntos. Em breve, com o nosso bebê.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. A parte do Gale e da Johanna é de um rascunho de 2022, porque sempre imaginei eles juntos ou o Gale e a Cressida. Nessa optei pela Johanna!



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