Antes do para sempre escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, muito feliz que passamos de 1.200 visualizações! Agradecimento especial para a Ana Paula e a Gabi, que comentaram nos últimos capítulos, espero que gostem! Teremos mais conflitos a partir do próximo capítulo da história ♥️♥️♥️♥️♥️



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/811227/chapter/13

Eu estava bem, mas no segundo dia de viagem tudo desanda quando minha mãe prepara uma sopa de frutos do mar. O cheiro faz com que eu vomite tudo o que eu já comi um dia. 

— Está tudo bem, Katniss — Annie me consola, depois que escovo os dentes e me deito na cama. — Ninguém está chateado com você por isso. Eu também fiquei enjoada de muitas coisas, tive umas épocas horríveis. Tanto que mal me lembro de como foi minha gravidez totalmente. Está tudo bem.

— Mas essa é a comida favorita de vocês, me desculpe fazer com que jogassem tudo fora — digo, já querendo vomitar de novo. Estou me sentindo péssima.

— Se você pedir desculpas de novo, eu vou mandar você ir embora.

Annie diz com tanta determinação que eu fico sem graça. No final, tive que comer biscoitos que Finneas comprou no mercado, porque nada mais descia pelo meu estômago. Como trouxe meu ultrassom portátil, usamos pela primeira vez com o auxílio da minha mãe e ficamos bem mais tranquilos. O bebê está se desenvolvendo como deveria e o coração bate tão forte como deveria bater.

Os dias passaram e eu mal conseguia sair do quarto, o cheiro de tudo de repente me enjoava. No máximo eu ficava na rede, na varanda da casa de Annie, na companhia de Sea, o grande cachorro que adotaram, observando minha mãe ir e voltar do trabalho, Finneas e Peeta o dia inteiro na água e Annie fazendo tricô nas escadas. Butter ficou boa parte desse tempo em cima da minha barriga, ronronando.

Mas mesmo com os desafios, os dias foram bons, foi ótimo termos reservado uma semana para estarmos aqui. É sempre bom descansar a mente e o corpo, ainda com tantos enjoos. O tempo passa rápido, e quando nos damos conta, amanhã vamos retornar para o Distrito 12. 

— Eu deveria ter usado essa camisa protetora desde o primeiro dia — Peeta comenta, abrindo o zíper da peça, depois de uma ida ao mar por trinta minutos, como tem feito todos os dias com Finneas, depois do café da manhã. — Bem que você avisou. Que raiva.

Sorrio, me sentando na cama, depois que ele se senta de frente para mim. Seu rosto está super vermelho, mesmo que tenha usado filtro solar, e sua bochecha começou a descascar, o que eu amo, pois é divertido ficar puxando as pelinhas enquanto ele faz cócegas em mim.

— Hoje você acordou melhor? — assinto, deixando que deslize o polegar por minha bochecha. 

— Sem enjoos. Mas não vou me arriscar com comida local, apenas as frutas e os legumes — ele sorri, aliviado. Já separou caixas enormes com frutas que eu gostei e senti desejo de comer.

— Então pode me ajudar a terminar com os doces do aniversário do Finn? Vai ser no final da tarde a celebração.

— Se eu puder comer um cupcake, tudo bem.

— Perfeito! Inclusive, hoje você está completando 13 semanas, nosso bebê teoricamente tem o tamanho de um cupcake sem cobertura. Você merece, vamos!

Ele tem lido todas revistas que Delly me deu e que não vai mais precisar. Todos os dias ele lê quais novas habilidades o bebê está adquirindo, e… tem sido divertido. Ontem ele riu muito ao ler que o bebê já está produzindo xixi e os ossos estão se fortificando. Me faz sentir menos estressada com os outros efeitos colaterais. Annie tem feito uma excelente companhia, ainda que sua mente vague para longe algumas vezes e ela de feche em sua bolha, não dura mais como antes. Minha mãe tem trabalhado metade do tempo que estou aqui, para compensar os dias que ela vai tirar nos próximos meses para me ajudar.

Na noite passada, Peeta havia terminado de assar o bolo que ficou lindo, com três andares em tons de azuis e um pouco de branco, representando ondas da praia. No topo, um troféu representando sua última conquista. Dou um sorriso, e sem pensar coloco uma mão na base da minha barriga. O bebê está se desenvolvendo bem, eu acredito. Peeta lê em voz alta toda semana a parte da revista em que vai dizendo sobre como está o bebê. Sabemos que está do tamanho de um cupcake e os ossos estão endurecendo. Ele riu muito quando leu que o bebê agora está produzindo xixi também.

Estou comendo um doce trufado maravilhoso, dividindo com Butter no chão da cozinha, quando Delly me vê. Seus olhos brilham e eu tenho dúvidas se vou gostar do que vem a seguir.

— Seu último dia aqui e você não conseguiu botar mais do que os pés na água, mas já que você acordou bem, quero que tente entrar. Vai ser divertido!

Peeta me olha por cima do ombro com um sorriso. Ele está um absurdo de bonito com um avental amarrado na cintura e as mãos um pouco manchadas de corante azul.

— Se você for, pode comer mais doces — ele barganha. Não consigo negar, e acho que Butter me condenaria por isso, pois no instante seguinte ela morde a ponta do meu dedo quando acaba o doce.

Subo com Annie para o seu quarto, vendo uma blusa de manga comprida, que sei ser comum de quem fica muito na praia. Tem também a parte de cima de um biquíni verde claro com vermelho muito bonito e um short preto para praia que vai na metade das minhas pernas.

— São roupas bonitas, Annie…

— Para você usar! São suas, estou dando para você. Johanna ficou com outras peças, mas essas deixei para você. Quero que use. Se não usar, vou me sentir ofendida.

Annie sabe me manipular muito bem. Me troco rapidamente, vestindo a parte de cima do biquíni, mas me sinto muito exposta. Minha barriga parece enorme, porque o short que ela me deu é elástico na parte do quadril, no meu tamanho certo. Estou bonita. Muito bonita, mas acho que ainda é muito nesse momento. Então visto a blusa com manga comprida, fechando o zíper e me agrado mais. De uma semana para cá eu consigo sentir diferença no meu corpo. Meus seios estão maiores e o bico está bem mais marcado, porém está confortável.

Quando saio do banheiro, ela dá duas palmas, com um sorriso enorme, o que me faz sorrir também.

— Você está ótima! Esse cabelo solto seu, com essa roupa. Você parece que nasceu aqui — elogia, puxando delicadamente uma mecha do meu cabelo para a frente. — Se quiser podemos esperar o Peeta terminar as coisas na cozinha.

Assinto e aceito seu apoio com o braço para descer as escadas. Peeta está tirando o avental e uma mancha azul da regata quando retornamos. Ele abre um sorriso enorme quando me vê, levantando as mãos em surpresa.

— Annie, o que você fez com a minha mulher?

— Pare de bobagens. Quero tentar aproveitar a praia antes de voltarmos — ele finge que recebeu uma benção celestial, juntando as mãos em agradecimento e fechando os olhos, murmurando um “obrigado, finalmente”. Eu e Annie rimos dessa idiotice.

— Eu terminei tudo agorinha. Quer mesmo ir?

— Hoje o mar está super sereno. Não tem com o que se preocupar — Annie assegura.

— Nem com água viva! — Finneas grita da entrada da casa. — Não fui pego por nenhuma, então acho que não tem com o que se preocupar!

Todos vamos para a praia, poucos metros de distância da casa. Entrelaço meus dedos com os de Peeta que está radiante.

— Você está tão feliz que quase está me constrangendo. Está tudo bem que vamos voltar durante a madrugada? — pergunto, e o abraço repentinamente pela cintura quando uma onda de água gelada bate na gente. Ele ri, beijando meu rosto.

— Estou feliz porque é assim que as coisas deveriam ser. Faz bem estar em outro lugar às vezes — ele responde, com calma. — Meu amor, mal posso esperar para voltarmos para nossa realidade no 12. Cumprimentar John e Delly, ouvir os gansos de Haymitch, termos a casa só para nós dois. Temos tanto para fazer. Aproveita esse instante.

Outra onda vem, não passando do peito, mas me agarro nele outra vez. Com um sorriso, ainda que mordendo meu lábio inferior com um pouco de nervoso da água salgada.

Peeta não sabe nadar, mas é bom em ficar em cima da prancha, já que Finneas o ensinou. Eu sou muito mais confiável no quesito saber nadar, mas não deixa de ser muito divertido passar a tarde inteira na água, sentindo todos os problemas serem levados para longe dali.

Minha mãe se junta pouco antes de voltarmos e registra algumas fotos. Uma em particular eu gostei, onde estou sentada em uma cadeira, com o zíper da blusa aberto e uma mão na protuberância da minha barriga. Peeta está ao meu lado, abaixado com um sorriso, enquanto Annie e Finn estão do outro lado, abraçados e sorrindo. 

Quando voltamos para a celebração do aniversário de Finn, meu corpo parece que pesa duas toneladas. Estou toda corada, ainda que Peeta tenha passado protetor em mim pelo menos umas quinze vezes. Fico enjoada, porém melhoro quando minha mãe me ajuda a tomar banho na banheira.

— Eu me lembro de quando você era um bebê e eu dava banho em você. Vai se lembrar disso quando estiver dando banho no seu filho, Katniss.

É o único comentário que ela faz. O banheiro é novamente preenchido pelo barulho da água e dela deslizando creme massageador em meus ombros doloridos. Ela não precisava dizer mais nada, apenas isso me bastava. Quando o banho termina, ela faz uma trança embutida em meus cabelos e sobe um bowl com sopa de abóbora, o que me ajuda muito com os enjoos porque eu estava desejando muito.

Gostaria de pedir para Peeta me carregar, porém quando trocou a prótese da perna antes de descermos para a celebração de Finneas, ele se machucou. Às vezes me esqueço completamente que ele é amputado e que até ele parece se esquecer disso também.

— Como eu posso ajudar? — pergunto preocupada, mesmo eu sentindo câimbras. Ele faz uma careta de dor, mas se esforça para disfarçar.

— Posso me apoiar em você para me levantar? Não vou fazer muita força.

Me inclino em sua direção, passando meu braço por sua cintura e o agarrando firme, para que consiga se levantar. Nós dois descemos a escada abraçados e realmente não ficou muito peso para nenhum dos lados. 

A festa de Finn foi divertida, eu usei um vestido que não marca a minha barriga, embora fosse curto, é com camadas que disfarçam. Tem também o fato que foram convidados apenas os amigos mais próximos dele e de Annie.

Peeta ainda fica sem jeito quando elogiam seus trabalhos, mas sorri, agradecendo. Sei que ele realmente se sente lisonjeado com isso. Dividimos um prato com bolo, comigo sentada no braço do sofá, porque vieram todos que Finneas convidou, o que é uma surpresa boa. O ambiente é muito acolhedor, e ele brilha igual Finnick, seu pai, conforme vai abrindo os presentes. Peeta e eu demos uma nova prancha e equipamentos de segurança que Annie havia comentado que ele queria, além de patins, pois ele havia dito que gostaria de tentar um novo esporte.

As pessoas que vieram já estão acostumadas conosco, então não é um problema ter que dar alguns sorrisos. Quando menos esperamos, já estou colocando Butter de volta na caixa de transporte, enquanto minha mãe e Annie ajudam a colocar nossas malas no porta-malas do carro que nos levará até o trem que partirá para nossa casa.

Peeta está um pouco melhor, mas não muito. Sua perna boa acabou ficando um pouco sobrecarregada, porém tudo corre bem e ele entra no carro primeiro. Abraço Annie, agradecendo pela hospitalidade, Finneas, e por fim minha mãe. Ela é muito mais por título do que de fato vínculo, porém sou agradecida ao que tem feito por mim. 

— Pronto para voltar para casa? —pergunto para Peeta, entrelaçando nossos dedos, então beijo sua mão. Ele sorri, assentindo, se inclinando para beijar minha bochecha. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, mal posso esperar para lerem os próximos capítulos!

https://pin.it/36Arhp8u1



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Antes do para sempre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.