Derrota (Akali x Kayn) escrita por Sra Amontillado


Capítulo 1
'Eu não me importo em perder' (Capítulo único)




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Deitada na cama, com os pés apoiados na parede e a cabeça pendurada para fora, eu esperava pela chegada de Kayn, tentando me desfazer em preguiça e sono enquanto ouvia (de tabela) as músicas que vinham do quarto de Eve (logo ao lado do meu). O modo como ela conseguia não se cansar de ouvir SoMo me deixava intrigada, mas eu é que não sou doida de questionar...

(Afinal, quem pergunta o que quer, ouve o que não quer!)

Tentei (em vão) conter a ansiedade dentro de mim, até porque, eu não tinha muito motivo para ficar ansiosa. Como um bom namorado, Kayn me enviou uma mensagem, avisando sobre o fim do ensaio da sua banda e que tinha pegado uma carona com K’Sante para ficar o resto do dia comigo.

Mas aguardar sua chegada me parecia impossível!

(Shen tinha razão quando dizia que eu era impaciente, e no fundo eu sabia disso...)

Ao longe, ouvi o som de passos se aproximando do quarto, misturando-se com a batida da música. Também pude ouvir a voz grave que eu tanto aguardava emitindo os mais diversos xingamentos em um tom supostamente baixo (ele não sabia falar baixo, não de verdade). Ri baixo e mirei os olhos na direção da porta, ansiosa para que ela se abrisse logo, revelando qual faceta de Shieda eu encontraria agora. Mesmo sabendo que, independentemente, eu iria me divertir atazanando o pobre músico...

Ah... Os poucos momentos que passamos juntos fazem cada briga e pirraça valer a pena... Especialmente porque sei que ele sempre arrega no fim do dia e acaba suado na minha cama...

— Aaah, Kaliii! Você tá usando minha cueca de novo?! – Ouvi ele resmungar, entrando no quarto e batendo a porta atrás de si.

— Quando você usa minhas calcinhas eu não reclamo, Shieda. – Revidei, falando em tom alto só para encher o saco.

— Sério, eu devia te bater por toda vez que você fala isso! Eu sei que você faz só pra Eve queimar meu filme depois! – Disse ele, bufando ao fim da frase enquanto se sentava na beirada da cama e tirava os sapatos.

Revirei os olhos, cutucando seu ombro com meu pé, enquanto ria baixinho de cada resmungo dele. Eu já estava acostumada com o drama do garoto toda vez que era alvo de piadas, mas não podia deixar de irritá-lo, afinal, Kayn vivia enchendo meu saco, dia e noite me atormentando, mas quando era minha vez de trollar ele... Ficava todo emburradinho.

Às vezes me pergunto: Por que eu namoro esse cara, mesmo?!

— Já parou de choramingar? – Perguntei, em tom de deboche.

Kayn revirou os olhos e se levantou, afastando-se um pouco da cama para tirar as blusas e alguns dos trocentos acessórios. Enquanto isso, me ajeitei melhor na cama, ficando deitada de bruços e de costas para ele, porque não queria dar o gosto de ficar babando enquanto ele se despia e, claro, aproveitar para esbanjar minha bela raba empinada em sua frente.

— Vira essa bunda pra mim de novo que você vai ver! – Disse ele, tentando impor um tom de ameaça.

— Falou. – Respondi, cínica, empinando um pouco mais a bunda e fazendo um V com os dedos, só para provocá-lo.

Ouvi o som de passos se aproximando da cama novamente e senti o vento passar perto das minhas nádegas, então virei-me de forma ligeira, rolando na cama e desviando do tapão que Kayn planejava depositar ali. Agora, de barriga para cima e de frente para ele, pude ver a frustração pura em seus olhos, mas que logo deu lugar à malandragem. Nesse momento percebi que ele planejava bem mais que um tapa na minha bunda para o resto da noite...

— Você sabe que não devia ter desviado... – Disse ele, sorrindo maldoso.

— Ah é? – Perguntei, levantando as costas da cama, mas mantendo os cotovelos nela e apoiando o peso do corpo sobre eles.

Kayn abaixou-se, apoiando as mãos e os joelhos na cama, então engatinhou sobre mim conforme me olhava com maldade pura no olhar. Seus cabelos em tom cereja caíam sobre o rosto de forma quase teatral, enquanto o lábios se curvavam de forma sedutora e maquiavélica. Sustentei o meu olhar na direção do dele, enquanto mantinha meu rosto bem erguido e a pose intacta, tentando não deixar meus pelos se arrepiarem com a proximidade latente de seu corpo.

— É... Você vai se arrepender profundamente... – Disse ele, tirando uma mão de apoio da cama para alisar meu maxilar, segurando meu queixo depois, numa ameaça iminente de furto de beijos.

— Quão profundamente? – Perguntei, acariciando a lateral de sua cintura com uma das mãos, enquanto tentava discretamente agarrar a ponta solta de sua coleira.

Kayn abaixou-se um pouquinho mais em minha direção, deixando um espaço mínimo entre nossos rostos, roçando de leve seus lábios sobre os meus. Enquanto isso, minha mão se esticava ao máximo para apanhar o pedaço de couro pendurado. Ele vai odiar isso...

— Tanto que você vai começar a pedir... More...— Respondeu ele, fazendo um movimento mínimo nos quadris.

Esse movimento mínimo foi o suficiente, somente o necessário para que eu agarrasse a alça da coleira, puxando meu namorado com força para trás.

— Assim? – Perguntei, em deboche, rindo baixo.

Kayn deu um grito de susto e se desequilibrou totalmente da pose que estava, ameaçando cair bem em cima de mim. Tentei puxar mais a alça da coleira, mas aparentemente o material era extremamente vagabundo, cedendo na hora e deixando Shieda Kayn cair bem em cima dos meus peitos. Porra, o peso desse filho da puta machuca!

— KAYN! – Gritei, com meu cotovelo cedendo e desistindo de apoiar dois corpos.

Em resultado, Kayn e eu acabamos caídos sobre a cama, ambos revoltados um com o outro e com um punhado de dor no corpo por conta do ocorrido. Ele resmungava com o rosto enfiado no decote do meu top, as pernas levemente retorcidas e o quadril de encontro ao meu. Eu tentei não rir, mas era quase impossível, dado o fato de que a vibração de seus resmungos contra minha pele fazia cócegas.

— Porra, Kali! Tu foi muito sacana de fazer isso! – Reclamava Kayn, rolando da cama para sair de cima de mim.

— Foi você quem começou e não aguentou, Shieda. – Respondi, rindo.

Kayn virou o rosto pra olhar pra mim, deitado ao meu lado na cama. Mas sua expressão de raiva se desfez na hora que nossos olhos se cruzaram, ele não aguentou e desatou a rir junto comigo. Afinal, sua derrota estava marcada no instante em que me escolheu como inimiga...

— Por que é tão difícil ficar bravo com você? – Perguntou ele, virando-se e ficando de barriga pra cima.

Ele encarava o teto do quarto, com os olhos tentando seguir a trajetória do ventilador de teto, que girava em sua velocidade máxima. Seus lábios estavam curvados em um sorriso mais pacífico agora, como se finalmente estivesse em paz depois de um dia atribulado. O que não duvido nada, às vezes os ensaios acabam sendo mais exaustivos que tudo...

— Porque eu sou mais gostosa... – Comecei, me virando de frente para ele e passando o indicador sobre seu peito nu.

— Não nego... – Disse ele, fechando os olhos e relaxando um pouco.

— Também sou melhor no rap... – Falei, abrindo a mão e apoiando-a sobre seu peito enquanto o arranhava de leve.

— Aí cê já tá forçando a barra, Kali... – Resmungou ele, entreabrindo um olho.

Ri baixo, levando minha mão até seu ombro para dar apoio e usando a outra para dar sustentação conforme eu levantava meu corpo. Rápida como uma serpente, me movi para cima do colo de Shieda, com uma perna de cada lado do seu corpo e sobrepondo nossos quadris. Agora eu alisava seu peito com minhas duas mãos, enquanto ele me olhava de forma enigmática.

— Que foi? Você sabe que eu sempre venço... – Revidei, abaixando meu rosto em sua direção.

Ele riu baixo, segurando meu rosto com ambas as mãos e me puxando para um beijo. Seus lábios estavam ligeiramente ressecados (o filho da puta não se hidrata sem eu obrigar), mas seu sabor de chiclete estava intacto e me provava com todas as forças que estarmos juntos era simplesmente certo. Aprofundei o beijo, fazendo com que nossas línguas se caçassem, num jogo de pique-esconde que me deixava mais impaciente do que eu já era.

Fui apoiando minhas mãos em seus ombros fortes e arranhando de leve sua pele, enquanto as dele desciam, passando pelos meus seios e cintura, mas encontrando seu lugar bem no meu quadril, apertando minha raba daquele jeito que só meu Shieda Kayn sabia... Ri baixo durante o beijo, e ele aproveitou minha distração para dar um tapa estralado ali. Ergui o rosto, interrompendo o beijo e me preparando para dar uma bronca nele, mas fui interrompida por sua fala...

— Se a derrota for sempre tão gostosa quanto agora, eu não me importo de perder pra você todos os dias da minha vida. – Respondeu ele, subindo uma das mãos para minhas costas e puxando-me para outro beijo.

 

É... Dessa vez eu me rendo e admito a minha derrota...

Só não posso contar pra ele...


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