A Vida de Alice escrita por Lari_pink, Na_Cat


Capítulo 1
Prólogo




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Agosto de 1913.

Mais um dia de Verão em Columbus,interior de Mississipi.
O Sol forte e o céu azul,permitia as crianças brincarem despreocupadas na rua.
Em um descampado de areia, meninos jogavam futebol.
Entre tantos garotos correndo atrás da bola um se destacava por seu cabelo preto muito escuro,que contrastava com a pele alva.Willian, seis anos,filho de um rico fazendeiro da região.Amigo de Mary Alice,desde que nasceram.

Willian, perdeu um passe e a bola rolou barranco abaixo, indo parar no trilho do trem.
Os meninos todos,espiavam a bola de cima do barranco, e discutiam entre si quem iria buscá-la.

-Eu vou!- disse um garoto.
-Não, deixa que eu mesmo vou, foi eu quem perdi o passe.- disse Willian em uma voz monótona.
-Bill, a mamãe não deixa ir nos trilhos... - David, irmão mais novo de Willian,pediu.

A ferrovia era a grande novidade da cidade,e os adultos proibiam as crianças de se aproximarem,temendo por sua segurança.    
A Sra. Brown, também proibiu seus garotos, e agora Willian estava prestes a descumprir.
Desceu o barranco correndo.Ultrapassou a cerca de arame farpado, que ladeava o terreno por onde passava a ferrovia.De longe avistou a bola.Correu por mais uns metros, por fim alcançando os trilhos.

Willian deu as costas ao barranco de onde seus amigos olhavam,e agachou-se para pegar a bola.Quando virou de volta,ficando de frente para o barranco,viu os amigos apontando e gritando.
Era longe demais para que ele ouvisse o que diziam. Willian deduziu, tratar-se de uma chacota,e começou a zombar dos amigos:

-Vocês são todos uns bebezões! Não teriam coragem de vir até aqui! - e mostrou a língua para os amigos, que agora gritavam e pulavam.
Quando Willian finalmente virou para o lado, acompanhando o que os amigos apontavam...Era tarde demais! O trem estava muito próximo.


 
                                              *****




-NÃÃOOOO!! Bill........ - Alice gritou, se sentando na cama.Estava suada, o cabelo grudado na testa, e a camisola úmida.
- O que foi Alice? - perguntou sonolenta Amelie,irmã mais velha de Alice. - Outro pesadelo?
-Amy! Foi muito mais real..Era o Bill! Ele estava na..- Alice não conseguiu terminar a frase, os soluços irrompiam por sua garganta.
Amelie levantou-se de sua cama,e foi até ela:
- Alice, você sabe que são só sonhos não é?Você não vai começar de novo com isso! Mamãe te pôs de castigo da última vez.
A menina estremeceu com a recordação, além do castigo, tinha levado umas boas palmadas de sua mãe.
-Mas Amy..-Alice fez biquinho.
-Chega Alice!Quando vai parar com essas coisas?- a irmã repreendeu. - Você só faz isso pra chamar a atenção.

Annye, a irmã mais nova das duas,acordou com o falatório: - O que foi agora? - perguntou esfregando os olhos.
-Alice está com frescurinhas de novo... - Amelie falou desdenhando.
-Não são frescuras! - a menina cruzou os braços no peito. - Eu sonhei com o Bill, Annye.
-Com o Bill...?Dos Brown?
-É!! Foi um sonho horrível..- Alice desatou a chorar novamente.
-Chega! Vamos voltar a dormir antes que mamãe perceba a bagunça.
-Allie, quer que eu vá deitar com você? - Annye perguntou solidária.Ela acreditava nas coisas que a irmã dizia,e nunca debochava.
 Uma Alice chorosa apenas assentiu com a cabeça.Annye foi até ela e voltaram a deitar,dormindo abraçadas.
Apesar de ser 3 anos mais nova, Annye já era mais alta que Alice.


As semanas passaram sem que nada de ruim acontecesse, e sem que mais pesadelos atormentassem a jovem Alice.


                                              *****


A Sra. Brown estava na varanda da casa dos Brandon, tomando um chá com Elizabeth,mãe de Alice.
As famílias eram amigas de longa data.E as fazendas eram vizinhas.
Conversavam tranquilamente quando um empregado chegou em um cavalo.
O homem estava agitado, e ao avistar as duas mulheres começou a gritar:
- Dona Elizabeth, Sra Brown!Acudam...Acudam! - o homem trazia no rosto um semblante torturado, que assustou as mulheres.
- O que foi,Ernesto? Qual o motivo de tanta gritaria homem? - A Sra.Brown questinou quando o empregado se aproximou.
- As crianças, minha Senhora.As crianças...
- Por Deus, Ernesto o que foi que houve com as crianças? - a Sra. Brandon perguntou agitada já.
- O pequeno Willian, senhora.
A mulher nem esperou o homem terminar a frase, e saiu correndo pela fazenda.Não pensou em quanto correria,só queria saber de seu filho.Seu primogênito,seu preferido.

- Por Deus Ernesto, diga que Willian está bem.- Suplicou a Sra. Brandon.
- Senhora, ele estava brincando na ferrovia.
- Por Nossa Senhora que está no céu! Avise Célia para ficar com as crianças, eu vou até a fazenda dos Brown.
O empregado fez que sim com a cabeça e desceu do cavalo,dirigindo-se a grande casa.


A Sra. Brown adentrou a grande casa de sua fazenda, aos berros:
- Bill...filho! Cadê você,filho? Willian! - as lágrimas vertiam por seu rosto.A mulher gritava pelo marido,que também se chamava Willian.
A governanta da casa, foi de seu encontro: - Acalme-se senhora.o Senhor Willian está na sala.

Quando entrou na sala,deparou-se com a figura do marido.Ele estava transtornado.Chorava copiosamente.
- Diga-me logo Willian, o que aconteceu com Bill? - Ela sabia que o pior tinha acontido,fosse o que fosse.
- Sra. Brown,sente-se por favor. - o médico pediu.Mas o que o médico fazia ali? Ela tinha certeza: Bill estava morto.
- Doutor, ele morreu não foi? Meu Willian morreu!! Oh Senhor! Por que? - a mulher gritava.
- Sra. Brown, eu sinto muito. - o médico continuou - Willian estava brincando nos trilhos e não percebeu quando o trem se aproximou.
- Nããooo! Meu Bill não! Não pdoe ser verdade! - A mulher caiu de joelhos,enlouquecida.
- Eu lamento muito senhora.
- Não pode ser! Onde ele está? Eu quero vê-lo! Willian, me leve até ele!
- Receio que isso não será possível,Sra. Brown. infelizmente agora, só nos cabe organizar o velório. - Marta parecia não acreditar nas palavras do médico.Se levantou num átimo, e foi até seu marido.
- A culpa é sua! Eu disse para você não apoiar a contrução dessa maldita ferrovia.Eu disse...ela matou meu Willian!E a culpa é sua...
Ela dirigiu-se ao seu quarto, onde permaneceria a maior parte do resto de sua vida. Para Marta Brown,a vida não fazia mais sentido.

Elizabeth Brandon,que havia chegado em seguida de Marta,escutava tudo da porta da sala.Ela estava abismada.
Ouvindo a conversa do médico com outras pessoas,sobre a morte do pequeno Bill,fez recordar-se do que Amelie lhe contara,de um sonho de Mary Alice. Seria possível? De novo? Essa menina devia estar endemoniada. E se as pessoas soubessem? Já não era a primeira vez que os sonhos dela aconteciam.Céus,ela precisava tomar uma providência.O nome de sua família seria manchado.

A noite caiu,e o Sr. Brandon chegou em casa.
Cumprimentou as filhas, que estavam inconsoláveis, quando ouviu a esposa lhe chamar:
- Orlando,precisamos conversar...


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Notas finais do capítulo

Esperamos que vcs tenham gostado!
Sabemos que está grande para um 'prólogo', mas não teve jeito!rs
Esperamos que vocês entendam também que os capítulos serão grandinhos, e emocionantes..Por isso: preparem os lencinhos!rsrs

Comentem, hein?
Próximo caítulo,agora só semana que vem..Contaremos do primeiro sonho de Alice! =D

Beijos..!