A Mente escrita por Akemi Mori


Capítulo 47
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Geente o número de reviews caiu.
O que foi que eu fiz?
Eu sei que antes tinham caps maiores, mais eu estava de férias! Agora as aulas voltaram!
E eu posto uma vez por dia! Tem pessoas que postam uma vez por ano!
Não me abandoneeeem....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/81065/chapter/47

Eu queria morrer.

Eu queria entornar em meus lábios o mais doce e suave veneno.

Queria pegar o punhal mais afiado e colocá-lo bem no meio de meu coração.

Eu só queria fugir daquilo.

Meus joelhos estavam mergulhados em sangue. Eu derramava lágrimas no rosto de Peter e de Carolina. Eles não respiravam. Seus corações não batiam.

Eles não podiam ter morrido! Não podiam.

Eu não podia chorar para sempre. Letal como a peste, a Morte poderia simplesmente me atacar pelas costas.

Ela era uma covarde.

Eu queria matá-la.

Mas isso era impossível.

Eu queria fazê-la sofrer.

Mas meu humor não ajudava.

Eu queria que a Senhora dos Mortos ardesse no próprio fogo do inferno que havia criado.

Mas eu não sabia como fazer isso.

E então só me restava a atitude mais fraca impossível:
Fugir.

Lentamente, minha cabeça se inclinou, até que meus lábios encontraram os de Peter Fintynni.

Meu beijo de despedida.

 

Eu estava em casa.

Se é que eu podia chamar aquilo de minha casa agora.

Eu fugiria. Não ia deixar que ela me pegasse. Por mais que os anos me deixassem velha, fraca e inútil, eu continuaria fugindo.

Nunca iria dar a ela tal gosto de vitória.

Peguei uma mala qualquer, a visão embaçada pelas lágrimas que insistiam em se derramar em meu rosto. Abri as gavetas e despejei de modo desleixado todas as minhas roupas dentro daquela enorme mala. Me ajoelhei e tirei o carpete de cima da tábua onde ficavam minhas economias.

E agora?

Experimentei carregar aquele peso todo, mas era praticamente impossível. Eu mal conseguia arrastar aquela mala, que dirá sair em uma corrida contra o tempo com ela.

Bem... Adeus roupas de grife.

Tirei as blusas, calças, meias e outras coisas da mala. Fui fazendo uma seleção desatenta enquanto pensava.

Como ela os tinha matado? Eu havia passado por aquele corredor antes. Eles não estavam ... Mortos antes.

Então quem os havia matado?

E então um estalo foi audível em minha cabeça.

Ai Meu Deus!

Eu era uma assassina.

Eu tinha tirado a vida de um ser humano.

Eu tinha matado o meu melhor amigo.

 

Não... Não!

Eu não posso tê-lo matado!

Assim como eles não podem estar mortos!

Céus... O que eu vou fazer?

Caminhava pela rua , alheia aos fatos que ali ocorriam, e sim lembrando com uma forte intensidade o que tinha acontecido a algumas horas atrás.

Sou uma assassina.

Não! Eu não podia ser!

“ Derramava rios de lágrimas. Chorava por ambos.

Como puderam?

Como meu amor pudera usar tão ferina arma?

Como pudera matá-lo?

Por que haviam se provocado? Por quê?

Se eles não estivessem na mesma praça, nada disso teria acontecido.

E eu estaria com meu amor sem derramar lágrimas.

Como eu podia me acostumar com isso? Eu amava um assassino.

Um assassino...

Não! Ele não podia ser!”

Pestanejei quando abri os olhos novamente. Outra ilusão?

Peter... Ele estava morto...

Não podia estar! Não podia estar!

Mas seu coração já não batia mais.

Espere! Onde eu ...

Onde eu estava?

O lago... As flores. As árvores.

Era a campina.

Como diabos eu tinha vindo parar ali?

 

 

Tudo estava escuro.

Por que?

Eu não estava naquela mini-floresta? Onde eu estava?

Eu não me sentia feita de matéria. Eu sequer tinha corpo.

Mas eu tinha olhos. Então os abri.

Ainda escuro.

Como eu podia ter olhos e não ter um corpo?

Bem... esqueça o que eu disse ou pensei.

Eu já tinha um corpo agora.

E não era o meu corpo.

Estendi uma mão assim que a senti.

Um osso estralou na escuridão. E aquele som foi ampliado milhares de vezes pelo eco daquele lugar.

Já disse uma vez e repito por no mundo existir ignorância:

Onde eu estava?

A julgar por aquele espaço ter eco, eu podia imaginar que estava em uma caverna. A julgar por existir som, eu sabia que não estava no vácuo. Por existir, eu simplesmente não sabia de nada.

Eu detesto isso.

Eu sentia pernas. Podia usá-las.

Me levantei e só então percebi que estava sentada. Lentamente, meu pé foi tateando o chão até encontrar uma forma.

A julgar por tudo, era um banco.

Andava de forma arrastada, me demorando nas passadas. Eu não sabia por quê, mas aquele lugar dava a péssima sensação de enterro.

Bati a canela em algo que descobri ser, por meio do tato, um altar.

Eu estava em uma igreja?

Será que tinha realmente aberto aqueles olhos?

Não.

Os abri de uma vez. Não havia sido uma boa idéia.

Ofuscados por uma visão de luz repentina após se acostumar com o escuro, aquelas pálpebras se fecharam.

Aqueles, aquelas... Em algum momento isso havia mudado. Não era mas um corpo de um desconhecido.

Agora já era meu corpo.

Lentamente, abri meus olhos novamente. O clarão havia passado.

Em seu lugar e da escuridão, estava uma esplêndida e familiar igreja.

Arcos pareciam segurar o teto cheio de pinturas de querubins e nuvens. Bancos de uma madeira nobre ficavam atrás de várias colunas.

E no fundo daquela imensa sala- que era onde eu estava naquele momento- um pequenino e gracioso altar de mármore.

E naquele altar se localizava uma figura masculina.

Antes que eu tivesse tempo de reconhecer seus traços, eu estava de volta a campina.

- Aonde você pensa que vai?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Mente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.