A Mente escrita por Akemi Mori


Capítulo 31
Veneno




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Decidi por um veneno . Não deve doer tanto .

Não posso me dar ao luxo de sair por aí e perguntar de loja em loja para cada vendedor se eles têm veneno. Tenho que tomar algo mais decadente. Mas que faça um efeito rápido.

 Não posso deixar meus pais perceberem meu estado . Eles não precisam sofrer .

O que temos de letal nos produtos de limpeza ?

Cândida , talvez . Se eu tomar bastante posso sufocar .

O copo está na minha mão , já cheio do líquido mal-cheiroso . Só alguns goles ... E adeus vida .

Olhei para o meu quartinho com janelas fechadas . A porta da varanda estava somente encostada , o vento passando suave por ela e eriçando meus pelos .

Minha ultima visão tinha que ser a mais bela .

Abri lentamente a porta branca . Olhei em volta .

Sim . Essa era uma das minhas visões preferidas .

Um bosque ficava bem em frente de meu quarto , me dando uma visão privilegiada . O cheiro de eucalipto enchia o ar .

“ Bem . “ – pensei – “ Lá vou eu . “

Inclinei o copo lentamente . Faltava apenas alguns centímetros para que ele encostasse em meus lábios .

CRASH !

O cristal retinia no chão de minha varanda . A cândida fazia seu trabalho normal , deixando meu piso um pouco mais branco . Havia um pouco de sangue em meus dedos , de maneira que o vidro deve ter quebrado na minha mão , caindo em seguida .

E com um olhar assassino , estava o garoto que me fez decidir morrer .

- Nunca ouse fazer isso . Não ouse se matar .

Eu não estava nem aí . Entrei em meu quarto e desci as escadas , pronta para pegar mais cândida e um copo de plástico . Senti alguém me segurando pelo pulso , mas eu estava tão fraca que não consegui me soltar .

- Me larga – falei . Minha voz soou estranhamente fanhosa . Eu não fazia uso dela havia dias .

- Não . – a voz dele não parecia fora de uso . Ele não estava mal .

Óbvio que não . Por que ficaria ?

- Por que você se importa ? Você me deu um fora , lembra ? – falei ainda rouca – Eu não vou te matar . A vida é minha . Eu faço o que quero comigo mesma . E você não deveria estar aqui , a não ser que vá me levar para um caixão ou algo mais apropriado .

- A vida não é sua . Você não é dona de si mesma . – ele falou bravo .

- Sou . Tenho dezoito anos . Meus pais já não decidem por mim . – contra-argumentei .

-Eu sei disso .

- Certo . Então quem talvez seria o dono de minha vida ? – disse irritada . Para que adiar o inadiável ?

- Eu não posso te falar .

- Ótimo ! Então até que essa pessoa me reclame , eu tecnicamente sou dona do meu próprio nariz !

- Não é .

“ Eu estava sozinha nos jardins . Um vulto se aproximava a minha esquerda , e eu sabia muito bem quem era . Ele não podia me deixar em paz ao menos um segundo ?

- Não és dona de si própria ! Eu sou ! Não vais ficar com ele !

Sempre implicavam um com o outro . Sempre assim .

- Sou dona de minha vida e de minha sanidade , a qual está no momento muito bem . Vou com ele . Eu não te amo . Quantas vezes disse isso ? – eu dizia franca .

- Não és . Não tens sanidade nenhuma . Não és .

Ele se distancia , mas ainda está perto o suficiente para se ouvir sua última frase :

- Vais se arrepender . “

O que foi isso ? Um flashback ?

O que é isso ? Achei que aquela vez tinha sido a única ...

Peter me olhava assombrado . Seus dedos ainda estavam em meu pulso .Minha mão estava gelada e formigava .

- Começou . – ele disse simplesmente . E saiu correndo . Eu estava tão atordoada que esqueci minhas tentativas de assassinato .

O que começou ?

 


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Notas finais do capítulo

Eu EXIGO reviews !!!!!! Eu to super mal-humorada por causa da volta as aulas e reviews são um calmante . Basicamente : reviews = mais um cap .
Então me deem bastante calmante !!!MUITO CALMANTE ! UM EXTOQUE INTEEEEIRO .
* Modo louca ON *



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