Paula murmurava a melodia enquanto terminava de secar os copos. Parou, percebendo que murmurava a mesma melodia do dia anterior. A mesma, com uma ligeira alteração. Agora, tinha uma ponte para o refrão. 

Tinha uma ponte para o refrão de uma música nova e um emprego tedioso com um chefe que preferia escatimar o salário das funcionárias a pagá-las bem. Poderia ganhar mais. Poderia ter mais, mas estava lá. Uma garçonete de uma lanchonete sem graça na cidade grande.

O sinete da porta soou e acompanhou com os olhos o novo cliente. A melodia se perdeu, e seus pensamentos também.