MONTANHA DE TOGAKUSHI – JAPÃO

Shoko chega até a montanha que Saori a enviou pelo carro da Fundação. Ela percebe que terá que subir muitas escadas.

— Que lugar tranquilo. Como será lá em cima?

Shoko começa a subir as escadas e percebe um imenso silêncio. Parece que ninguém habita o local. Shoko começa a sentir o peso da urna da armadura em suas costas e fica mais difícil a subida.

— Parece que já faz um dia que estou subindo... E o caminho não tem fim.

Shoko é jogada longe por um cosmo. Ela se desprende de sua armadura.

— Essa armadura é minha! Ninguém vai me tomar. Ela me foi confiada pela senhorita Saori.

Shoko enfrenta o cosmo que a empurra e se supera, se agarrando a urna. Logo ela avista uma mulher sentada em uma cadeira e estando totalmente paralisada e com um pavão pousado em seu ombro. Era Mayura.

— Você tem um destino maligno, menina! – Diz o pavão, surpreendendo Shoko.

— O que? Um pássaro falante?

— Você está aqui para salvar sua irmã do mal. Mas para cavaleiros não existe lugar para interesses pessoais. – Diz o pássaro.

— Eu quero sim proteger minha irmã. Mas quero lutar por Athena. Ela confia em mim! – Responde Shoko.

— Se acha realmente preparada? – Volta a perguntar o pássaro no ombro de Mayura.

Shoko balança a cabeça positivamente, porém Mayura faz um sinal negativo.

— Você possui a estrela da deusa do mal, você está ligada ao veneno da deusa Éris. Essa armadura de uma saintia recebeu a bênção de Athena e alguém maligno jamais conseguirá a tocar. Como amazona, minha obrigação é te matar! – Agora quem fala é realmente Mayura.

Mayura ataca Shoko e a envolve em sua energia. Shoko queima seu cosmo.

— Não! Eu não vou ser absorvida pelo veneno de Éris. Eu serei uma escudeira de Athena!

— Menina, vou arrancar todo o veneno que corre em seu corpo! – Mayura ergue sua mão e ataca Shoko em cheio.

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaah.... Kyoko... Minha irmã... – Shoko sai rolando as escadas.

Mayura sela Shoko em uma rocha.

— É uma pena, mas é melhor matá-la do que a ver virar marionete nas mãos da deusa maligna da discórdia. – Diz Mayura.

Shoko percebe espíritos ao seu lado. Ela pensa que morreu. Ela não aceita seu destino. Ela pensa em sua irmã, em Saori e em Mii e resolve lutar contra esse destino que ela não escolheu para ela.

— Não vou me deixar levar por esse destino. Tem pessoas que amo que quero proteger. – Shoko explode seu cosmo e parte a rocha.

Mayura se surpreende com o cosmo da garota. Ela a alerta.

— A sua estrela com destino maligno só depende de você para mudar!

Shoko eleva ainda mais seu cosmo. Serpentes surgem envolvendo seu corpo para tomá-lo para Éris.  A irmã de Kyoko está disposta a se livrar de seu destino cruel. Shoko reconhece Atê, a dríade que tentou tomar seu corpo e de sua irmã para Éris. Mayura fica a postos. Shoko explode seu cosmo e a serpente se desfaz. Mayura ataca Atê que desaparece. Shoko vai ao chão.

— Você está começando a se livrar do seu destino maligno, menina. Eu irei a fazer minha discípula.

— Obrigada, senhora amazona!

— Sou Mayura de Pavão. Agora você deverá se dedicar se quer realmente ser uma saintia e trajar a armadura de Cavalor Menor.

Shoko acena positivamente. Ela pensa em sua irmã.

MANSÃO KIDO

Saori está em um dos quartos olhando Mii e Kyoko. Mii desperta.

— Senhorita Saori!

— Que bom vê-la acordada, Mii. – Saori sorri.

— Eu estou bem! – Mii se levanta ainda zonza.

Se passam algumas horas. Kyoko segue desacordada.

— Será que a Kyoko irá despertar, senhorita Saori? – Pergunta Mii.

— Sim. É que o caso dela foi mais sério. Além de ser transformada em pedra, ela chegou a ter sua energia sugada pela dríade de Éris. E sinto que seu cosmo está contaminado e ela está na mira de Éris. Isso pode significar que Shoko conseguiu se livrar do caminho que foi destinada, porém Kyoko ainda não.

Mii olha para Kyoko e pega em sua mão.

— Eu também a protegerei.

— Quando entreguei a armadura de Cavalo Menor a Shoko, senti que foi a vontade de Kyoko. Ela assumiu essa maldição. Ela terá um novo e árduo caminho para se livrar disso. Deve permanecer protegida aqui. – Diz Saori.

As duas olham para Kyoko. Saori respira fundo.

— A grande guerra se aproxima. As ameaças são muitas. Mas os cavaleiros que foram mandados para os treinamentos logo estarão de volta. Está chegando o momento de fazer outros seres malignos darem as caras e mostrarem suas intenções. E será através do Torneio Galáctico planejado pelo meu avô que descobrirei isso. Preciso avisar ao Santuário.

Mii fica pensativa. Saori parece já saber o que fazer. E assim mais um tempo passa.

5 PICOS DE ROZAN – CHINA – 2022

No tempo que se passou Shiryu evoluiu suas técnicas, mas seguia sem conseguir reverter o fluxo da cachoeira. O Mestre Ancião o encara enquanto segue o pedindo para tentar concluir tal feito.

— Você ainda não conseguiu Shiryu?

— Eu não consigo mestre! – Lamenta Shiryu. – É impossível!

O Mestre Ancião faz sinal de negativo com a cabeça.

— Acha impossível?

— Como um homem pode reverter o fluxo da cachoeira só na base da força? Isso vai contra as leis da natureza. Para fazer isso só se eu fosse um deus, não um homem.

O velho mestre fica ainda mais próximo da ponta da cachoeira olhando para Shiryu.

— A natureza nunca ditou suas leis. Não está escrito em lugar nenhum que a água tem que fluir de cima para baixo. Todos esses anos venho lhe ensinando segredos da natureza. Você consegue reverter o fluxo da cachoeira Shiryu.

Shiryu está surpreso com a convicção que seu mestre fala. Mas o velho cavaleiro de Libra demonstra a Shiryu que já não há mais tempo a perder.

— Você acredita que só um deus é capaz disso, mas não se esqueça que ser um cavaleiro é ser um alguém com poderes divinos.

As palavras de Dohko mexem com o interior de Shiryu. Ele fecha os olhos e se concentra. Depois de diversos golpes na cachoeira seu cosmo se eleva. O fluxo da cachoeira é revertido com tamanho poder. O Mestre Ancião fica orgulhoso.

— Muito bem, excelente. Acaba de nascer o Dragão Shiryu.

Do fundo da cachoeira uma urna brilha, vindo à superfície. Shiryu se surpreende.

— Shiryu como já te contei aqui nos 5 Picos de Rozan ainda se fala da lenda do dragão sagrado. Dizem que a poeira de estrelas cadentes se acumulou nessa cascata. No fundo da cachoeira repousava a sagrada armadura de Bronze de Dragão, que foi banhada nessa chuva de estrelas. Ela possui a força do dragão. – Diz o Mestre Ancião.

A urna se abre. Uma linda armadura verde em formato de dragão sai de dentro da urna. A armadura veste Shiryu. O jovem é o primeiro dos aspirantes do orfanato a concluir seu treinamento.

— Agora sou um cavaleiro de Athena! – Sorri Shiryu.

— Sim. E a partir de hoje sua obrigação é servir a justiça e proteger Athena.

Shiryu sorri. Ele olha Shunrei de longe. Ele sabe que o momento de voltar ao Japão chegou.

SIBÉRIA ORIENTAL

Após deter Alexei, Hyoga seguiu seus treinamentos mesmo com a ausência de Camus, que sempre o coordenava. Ele regressou ao seu local de treinamento a pedido de seu mestre, ficando novamente distante de sua futura armadura. Hyoga sentia que já estava apto para ser cavaleiro de Bronze, mas via que Camus, desde o incidente com Isaak, parecia não ter o mesmo prazer em lhe treinar. O garoto resolve tomar uma atitude radical.

— Talvez o meu mestre não me ache merecedor de ser um cavaleiro... Talvez eu realmente não seja. Mas se for para não ser cavaleiro, cumprirei meu objetivo. Chegarei até o navio onde minha mãe naufragou. Mesmo que me custe a vida!

Com uma rosa na boca, Hyoga volta a partir o chão de gelo e se atirar no gélido mar. Sem a correnteza para atrapalhá-lo dessa vez, ele consegue chegar até o corpo da sua mãe, conservado e intacto protegido congelado. Ele coloca a rosa nos cabelos de sua mãe.

— Querida mamãe.

Nesse momento, Jacob chega ao local e avista o buraco. Ele sente um frio na espinha ao perceber que Hyoga novamente se atirou no gélido mar. Mas Hyoga regressa sem problema dessa vez.

— Você é muito corajoso Hyoga. – Diz o menino.

— Jacob já não o disse para não vir até aqui. Aqui é um local perigoso. – Diz Hyoga.

— Eu sei. Mas o senhor Camus repreendeu tanto a mim como a você para não vir aqui. Ele sabe que aqui foi onde naufragou o navio com sua mãe.

Hyoga olha para cima com o olhar perdido.

— Acredito que para meu mestre isso já não faça tanta diferença. Ele nem vem mais para cá.

— Eu vim aqui porque algo sério aconteceu. Aquela moça, a Natássia desapareceu.— Revela Jacob.

Hyoga imediatamente olha para Jacob com o olhar de espanto.

— Mas como isso foi possível?

— Eu não sei. Uma imensa energia atingiu meu igló. Ela sumiu... Ela estava quase curada... – Lamenta o jovem esquimó.

O celular de Hyoga vibra. Ele se irrita e o atira no chão.

— Não quero ver mensagem nenhuma. Deve ser mais uma mensagem da Fundação GRAAD querendo saber de mim.

Jacob pega o celular do chão e olha para a tela.

— Pelo número parece ser da Grécia.

— Grécia? – Hyoga pega rapidamente o celular da mão de Jacob para ler.

Era uma mensagem de Camus, vindo direto do Santuário.

— “Hyoga vá imediatamente até a parede da geleira eterna. Sem demora. Se ainda quer ser um cavaleiro, cumpra essa ordem.”

Hyoga segue com o Jacob até a parede da geleira eterna, em Bluegraad. Ele se surpreende ao ver outros dois guerreiros azuis no local tentando partir a geleira.

— O que? Guerreiros azuis? – Grita Hyoga.

— Olha lá, o aspirante. Vamos matar esse guri e assim dominar a armadura. – Diz um deles.

Hyoga pede para Jacob se afastar e encara os homens.

— Vocês sabem o que aconteceu com Natássia? Vamos, digam! – Exige Hyoga.

Os homens dizem seguir as vontades de seu líder Alexei e atacam Hyoga. Hyoga fica ferido, mas consegue se desvencilhar dos dois homens, os derrubando. Hyoga fica frente a frente com a geleira eterna.

— Hyoga você vai tentar quebrar essa geleira? É impossível, essa geleira é indestrutível. – Grita Jacob já de longe.

Hyoga explode seu cosmo, surpreendendo Jacob e os guerreiros azuis. Ele ataca e quebra a parede. A urna da armadura de Cisne aparece diante dele.

— A sagrada armadura de Cisne!

A urna se abre e a bela armadura branca veste Hyoga. Os guerreiros azuis partem para cima de Hyoga.

— Essa armadura de Bronze nos pertencerá.

— Afastem-se: “Pó de Diamante.”

— Aaaaaaaaaahhhhhhhh... — Os dois são derrotados.

Hyoga se aproxima de Jacob.

— Meu mestre Camus me guiou a essa armadura.  Agora tenho que provar que sou honrado em traja-la. Jacob fique atento aos acontecimentos aqui da Sibéria e qualquer coisa me telefone. Eu devo regressar ao Japão ou procurar por Natássia? Ou procurar meu mestre no tal Santuário da Grécia? Tenho que me decidir.— Hyoga olha firme para frente.