Back to Life - ByaHime escrita por MrsOtosaka


Capítulo 6
Aproximando-se




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Haviam se passado exatamente uma semana desde que a ruiva tinha chegado ao continente das almas, o clima frio era uma das principais características do reino e ela ainda estava se adaptando a isso. Agora, dormindo pacificamente, ela lentamente abriu os olhos e olhou ao redor.

 

 

 

"Está quase na hora", pensou ela. 

 

 

 

Como se fosse um novo hábito seu, ela se sentou na cama e minutos depois pequenas batidas foram escutadas por ela, vindo da porta e a fazendo se levantar. Aquela era sua mais nova rotina noturna, ela abriu a porta e sorriu.

 

 

 

— Bem-vindo, senhor corvo. — disse ela, vendo a ave entrar com certo orgulho em sua habilitação.

 

 

 

Desde quando ajudou a pobre ave fugir do frio na primeira noite que passou na mansão, o corvo vinha lhe visitar toda noite e agia como se sua presença fosse uma honra para a mulher. Orihime não entendia muito bem ainda o que o pássaro queria dizer com seus gestos, mas estava se acostumando aos poucos e se comunicar com ela não era mais tão difícil. 

 

 

 

— Me pergunto o que tens feito no dia de hoje. — A ruiva voltou para a cama e se sentou, a ave a seguiu e ficou próximo dela.

 

 

 

A mulher pegou um prato que tinha em cima da escrivaninha ao lado de sua cama, tirando o lenço que o cobria e revelando alguns biscoitos e doces. 

 

 

 

— Preparei isso para você! — falou ela e o corvo pareceu chocado com os doces, sua expressão logo mudou para uma emocionada depois. — Sinta-se à vontade. 

 

 

 

O pássaro não pensou duas vezes e voou para cima do prato, bicando o primeiro biscoito que viu. Ele sabia que aquela humana era uma pessoa boa e digna de sua presença! Tirando seu dono, ele certamente iria servir aquela mulher também. Enquanto a ave comia com felicidade, alguém batia na porta de maneira suave. 

 

 

 

— Senhorita Orihime?

 

 

 

Era Riruka, a rosada não queria incomodar, entretanto, tinha uma notícia para dar e não poderia deixar para depois. Caso a mulher estivesse dormindo, então não tinha muito o que se fazer. 

 

 

 

— Pode entrar. 

 

 

 

Com a resposta da moça, a empregada entrou. Um pouco apreensiva, encarou a jovem dama a sua frente antes de prestar atenção no corvo ao seu lado.

 

 

 

— Isso é…

 

 

 

— É um corvo, meu amigo. — falou a ruiva, explicando o que supostamente a rosada estava pensando. 

 

 

 

"A-Amigo?! A senhorita está tão sozinha que se tornou amiga de um corvo?!" Um mal-entendido se formou na cabeça de Riruka, mas logo deixou isso de lado ao lembrar-se do motivo pelo qual estava ali.

 

 

 

— Eu trago notícias — começou ela, ficando séria. — O príncipe herdeiro, seu ex-noivo, está a procurando por Karakura inteira. 

 

 

 

O corvo parou de comer e a ruiva ficou um pouco surpresa pelas palavras de sua fiel empregada. Foi tão rápido assim? Ele a procurou tão rápido assim? Por acaso, ele… 

 

 

 

"Não. Não pense nisso, sentimentos antigos só servem para destruir o futuro", ela se repreendeu mentalmente, aqueles sentimentos velhos que tinha pelo príncipe herdeiro já estavam mortos e enterrados. 

 

 

 

— Sempre soube que ele iria dar por falta de minha presença, nem que seja no círculo social, mas… isso foi muito rápido. — disse a Inoue, se mostrando ainda surpresa.

 

 

 

Enquanto conversava com a rosada, o pássaro ao lado da ruiva ficou quieto, como se estivesse prestando atenção no que às duas diziam e depois de um tempo, o corvo saiu do quarto. Andando lentamente pelo corredor, parou quando encontrou seu dono, Byakuya.

 

 

 

— Oh…

 

 

 

O pássaro estava pronto, o corpo da pequena ave enrijeceu por completo e abaixou sua cabeça como se estivesse se rendido ao inimigo. 

 

 

 

— Que fofo.

 

 

 

Seu orgulho foi para o chão, sentiu o duque pisar e quebrar seu ego com poucas palavras. O pior de tudo era que o corvo não podia dizer nada, afinal, isso era um presente daquela mulher! A fita laranja que estava amarrada em seu pescoço suavemente e formando um laço, era um presente de Orihime para ele, ela mesma amarrou isso com suas mãos suave e finas! Ele certamente faria o Kuchiki se arrepender de suas palavras.

 

 

 

— …? — O duque olhava de maneira confusa e curiosa para o corvo que tinha uma expressão de determinação em sua face, seus olhos negros estavam pegando fogo.

 

 

 

A ave passou por ele enquanto armava sua vingança, então com olhos gélidos e afiados, o duque olhou pelo caminho que o pequeno ser de corpo negro veio e ele não podia deixar de se perguntar o que de tão especial aquela jovem tinha.

 

 

 

"Talvez isso não seja problema meu"

 

 

 

Deu as costas para lá e ele seguiu pelo corredor e sumiu na escuridão, sem olhar para trás uma vez sequer. Byakuya Kuchiki viveu sua vida toda dessa forma, sem olhar para trás, afinal, ele sempre soube o que teria lá caso olhasse. 

 

 

 

— Baile? Quando? — Enquanto tomava seu chá, a Inoue levantava seu olhar para Sora, que estava sentado à sua frente. Era de tarde e o clima estava menos frio que o normal.

 

 

 

— Depois de amanhã, eu já confirmei presença e achei melhor te apresentar para a sociedade desse reino. — disse o homem.

 

 

 

Se mostrar para esse mundo social era bom, ainda mais se ela se saísse bem, ela tinha que formar seus laços e meios de comunicação com outros nobres, pois um dia isso seria útil. Ichigo estava a procurando e ela precisava se firmar no reino das almas antes que ele descubra sobre seu paradeiro. 

 

 

 

— Tudo bem, eu irei me preparar. 

 

 

 

— Foi ideia do senhor Ginrei, ele parece mais animado que eu em apresentá-la para todos. 

 

 

 

A jovem riu, Ginrei parecia a adorar como se fosse neta dele e ela não podia negar o carinho que também tinha pelo ex-duque, sentia como se ele fosse realmente seu avô. O baile caiu em uma ótima situação, ontem de noite descobriu que o homem de cabelo alaranjado estava a sua procura. Ela suspirou, sentia que agora sua vida se tornaria complicada. 

 

 

 

— Bom, eu preciso ir agora. — O Inoue levantou-se e beijou a testa de sua preciosa irmã mais nova.

 

 

 

— Que sua tarde seja tranquila. 

 

 

 

Orihime percebeu como seu irmão era ocupado, sempre tinha algo para fazer e seu trabalho era inacabavel. Uma vez o assistente dele veio o buscar pessoalmente, pois o homem estava fugindo de seus deveres apenas para passar tempo com sua irmã e claro que rumores sobre isso foram espalhados, em como Sora adorava e mataria qualquer um por sua irmãzinha. O círculo social realmente adorava um belo rumor e aumentava de forma um pouco exagerada o boato. 

 

 

 

"É a tarde menos fria que já tive aqui, no reino das almas"

 

 

 

Hoje ela tinha criado coragem e saído da mansão para o jardim, estava tomando um bom chá quente enquanto observava as flores debaixo da grande estrutura de madeira que a cobria dos pequenos flocos de neve que caíam suavemente. O grosso casaco branco a esquentava do lado de fora, a deixando bem à vontade. 

 

 

 

O jardim ducal era belo, a neve acumulada apenas ressalta a beleza de todas as flores plantadas ali. Rosas azuis e brilhantes eram as mais chamativas entre as outras, e a ruiva não podia esconder seu fascínio pela flor que estava longe das outras. Tão bela e tão solitária, de certa forma a lembrava do atual duque; tão nobre e com uma aura sombria ao seu redor. 

 

 

 

Coincidência ou destino, o homem de cabelos negros apareceu em seu campo de visão, fazendo-a ficar surpresa e ele parecia um pouco surpreso em vê-la também. 

 

 

 

— Duque — levantou-se rapidamente para cumprimentá-lo com uma suave reverência. 

 

 

 

— Senhorita Inoue. — sua voz calma e fria combinava com o ambiente. — Parece que está se acostumando aos poucos com o clima daqui, isso é bom. 

 

 

 

— Sim, e hoje parece menos frio que o normal, então pensei que seria bom vir para fora e tomar um chá. — sorriu e logo depois olhou para a mesa que tinha alguns doces e o bule de chá sobre ela. — Gostaria de me acompanhar?

 

 

 

Foi um discreto convite para tomar chá, foi uma cortesia apenas e não esperava que ele aceitasse. 

 

 

 

— Parece bom. — Ele sentou-se na cadeira desocupada que tinha em frente a ela.

 

 

 

"E-eu não esperava por essa…", a Inoue sorriu um pouco nervosa e serviu uma xícara de chá para o homem antes de se sentar de volta ao seu lugar. 

 

 

 

O Kuchiki lhe dava certa curiosidade, entretanto, achava que não teria tempo para conhecê-lo melhor, por isso, não insistiu muito em ter uma relação com ele; ela estava prestes a mudar de ideia. 

 

 

 

— É… doce… — disse o moreno, seus lábios - agora molhados - brilhavam de maneira sutil. 

 

 

 

— Espero que seja do seu gosto, é um chá cultivado por mim mesma. 

 

 

 

— A antiga marquesa também tinha seu próprio chá… Não tive a oportunidade de conhecê-la, mas imagino que a senhorita deve se parecer muito a ela. 

 

 

 

Orihime abaixou seus longos cílios e sorriu genuinamente. Não teve a sorte de conhecer sua falecida mãe, mas a amava com todo seu coração e sempre quis ser tão nobre quanto ela era. As palavras de Byakuya ficaram gravadas em seu coração, ela se sentiu feliz em escutar aquilo.

 

 

 

O tempo entre eles foi ótimo, por mais que nenhum deles falassem nada após aquilo. Estavam apreciando a companhia um do outro, apenas isso era o suficiente. No dia seguinte, eles tomaram chá juntos mais uma vez, como se fizesse isso há anos e Orihime, agora, gostaria de ser mais próxima do duque Kuchiki. 

 

 

 

O dia do baile chegou e ela estava pronta. O cabelo preso o vestido das cores branco e laranja combinavam excepcionalmente com ela, não usava maquiagem pesada e sua beleza exótica estava mais presente que nunca. Sora e Ginrei diziam sem parar que a beleza da Inoue mais nova iria abalar a sociedade das almas e a ruiva apenas sorria sem graça. Quando os quatros chegaram no salão, a atenção foi instantaneamente para eles e a dama misteriosa foi finalmente apresentada para todos.

 

 

 

"Tudo está indo bem…" pensou a mulher, enquanto conversava com alguns nobres. 

 

 

 

Seu irmão estava conversando com alguns amigos próximos, Ginrei estava falando com os anciãos e o duque… Ela suspirou, sentindo pena do pobre coitado que estava sendo cercado por várias senhoritas, afinal, Byakuya era solteiro e o assento vazio da duquesa era desejado por qualquer outra família. O vendo daquela forma, parecia uma águia sendo encurralada.

 

 

 

Não importava o quão frio e curto ele fosse, aquelas damas pareciam empenhadas em conseguir a atenção dele, o deixando sem ter mais o que fazer. Sua salvação veio de uma mulher de cabelos alaranjados que aproximou-se com um simpático sorriso no rosto. 

 

 

 

— Duque, o senhor Ginrei está o procurando. 

 

 

 

Foi uma mentira do bem, e antes que as moças pudessem dizer algo… o homem alto de cabelos negros simplesmente evaporou, não estava em lugar nenhum e a ruiva estava pronta para sair, contudo, a atenção foi desviada para ela e agora era a mulher que estava sendo cercada. Todas queriam saber sobre o duque e achavam que Orihime pudesse saber de alguma coisa; ela foi sacrificada no lugar do moreno. 

 

 

 

A festa foi cansativa e para aturar aquelas moças extremamente animadas, teve que virar várias taças de champanhe e agora estava sentindo seu corpo quente. Estava na carruagem agora.

 

 

 

"Acho que bebi muito…" 

 

 

 

Voltou primeiro por conta disso, seu irmão e o ex-duque ficaram para trás e talvez Byakuya também. Quando a carroça chegou, ficou surpresa com quem tinha vindo a escoltar. 

 

 

 

— D-Duque? — olhou para ele com certa surpresa. 

 

 

 

— Voltei o mais rápido que pude. — disse ele.

 

 

 

Orihime não o culpava, nem mesmo ela conseguiria enfrentar por tanto tempo aquelas mulheres solteiras e sanguinárias. Segurando suavemente a mão dele, ela desceu da carruagem e seu corpo tremeu de leve quando a brisa fria da noite entrou em contato com sua pele. Seu rosto corado por conta da bebida alcoólica se contorceu em uma suave careta. 

 

 

 

— Fique com isso. — Ele a envolveu com seu grande casaco negro. 

 

 

 

Seu corpo foi inteiramente coberto por aquele grande agasalho, dando uma imagem adorável dela. 

 

 

 

— Eu agradeço, mas e o duque? 

 

 

 

— Eu estou bem. 

 

 

 

Respostas sempre curtas, ela estava estranhamente acostumada com isso. Sendo escoltada por ele até dentro da escura e elegante mansão, todos os empregados estavam dormindo e apenas eles dois acordados. 

 

 

 

— O duque é bem popular. — comentou ela.

 

 

 

— Preciso lhe agradecer pelo que fez, me salvou. 

 

 

 

— Não foi nada.

 

 

 

Era óbvio que ele seria cobiçado por conta do seu título, não teria paz até que ele se casasse novamente com outra mulher. Ichigo também era muito desejado, mas as damas se continham por ele ser comprometido e mesmo que tivesse uma corajosa ou outra, nunca dava em nada. Se ao menos ela fosse comprometida, o príncipe herdeiro de Karakura não poderia fazer nada com ela. 

 

 

 

— Oh… — Ela abriu a boca e olhou para ele. — Acho que sei a solução para o seu problema. 

 

 

 

— E qual seria? — indagou ele, curioso. 

 

 

 

— O que acha de me ter como esposa? — ela riu, suas bochechas vermelhas. — Não seria ruim ter um casamento contratual com o Duque.

 

 

 

Seu cabelo preso caiu sobre seus ombros e ela fechou os olhos sorrindo brilhantemente, enquanto a lua iluminava a ruiva ao redor daquele agasalho negro. Byakuya arregalou os olhos em choque, não sabendo se é pela proposta dela ou pela visão maravilhada que estava tendo. 

 

 

 

Parecia que Orihime tinha realmente bebido demais.


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