Nem em seus sonhos Leon Vance iria para cadeia com vida. Seus seis meses desde sua prisão foi um dos piores momentos de sua vida.

Quando mais jovem, tudo o que Vance queria era ser alguém importante. Isso acabou quando ele e uma garota tiveram seu primeiro encontro. Ela se recusou a dormir com ele naquele encontro e saiu correndo dele.

Vance viu vermelho. Pegando um pedaço de madeira no chão, ele correu até alcançar a mulher e bater nela com tanta força que ela morreu na primeira. Ele deu mais duas pauladas na cabeça dela e pegou tudo o que poderia incrimina-lo, indo para a casa de um amigo.

Quando o corpo foi encontrado, Vance foi descartado de qualquer suspeita, embora a mãe da garota não acreditasse na inocência dele.

Então, quase oito anos depois, ele matou uma garota por se recusar a namorar com ele. Seu corpo foi atirado na água, que lavou qualquer evidencia.

Mas ele conseguiu entrar na faculdade e foi recrutado pela NIS para fazer parte de trabalhos e missões disfarçadas em todo o mundo. Ao invés de delatar o espião presente, ele se juntou ao homem, fazendo com que ele trabalhasse para ambos os lados.

Agora...

— Ele tem que ficar bem amarrado, Lise. – Callen fechou a porta do quarto. – Tem certeza que vai ficar tudo bem enquanto eu busco um refrigerante para você?

— Eu vou cuidar se algo acontecer. – Ela sorriu para Callen e fechou a porta.

Logo que ela fez isso, Elisa sentiu um bisturi em suas costas e uma mão em sua garganta.

— Ainda bem que eu guardei isso comigo, não é? – Vance a puxou para o fundo do quarto e a amarrou, colocando um pedaço de bandagem dentro da boca dela enquanto a amordaçava com as ataduras.

Amarrando os braços ao redor da perna da cama, ele amarrou as pernas do mesmo modo.

Ele trancou a porta do quarto com uma chave que havia roubado e foi em direção ao guarda na esquina. Sacando a pistola de seu bolso, Vance deu três tiros no homem, sem sequer uma piscada.

Alarmes começaram a soar pelo hospital e a maioria das pessoas fugiu pela porta. Apenas as pessoas internadas ficaram. Felizmente e graças ao protocolo do hospital, eles foram isolados com portas de metal.

Callen largou a bebida, odiando que um momento de distração algum psicopata tivesse conseguido....

— LIISEEEEE! – Callen dobrou a esquina do quarto de sua garota e viu Vance sorrindo como um maníaco.

Pegando sua arma, Callen avançou lentamente.

Quando Derek foi informado da situação dentro do hospital, ele decidiu que precisava ter um jeito de salvar Any e Penelope enquanto liderava a Swat pelo hospital. Algo dizia a todos que Vance enfim estava fazendo seu jogo final.

— Dave, você leva Spencer, Luke, torres, Gibbs, Jenny e JJ para o lugar onde as garotas estão presas. Se ele tiver mais pessoal, talvez precisem de reforços. – Derek viu seus amigos da Swat se armando. – O restante vem comigo. Coletes a prova de bala, capacete e armas prontas pra atirar naquele filho da puta.

Callen olhava para Vance, congelado. O maluco tinha uma arma e um bisturi nas mãos. Ele olhou para a porta e pressentiu que Elisa estava em perigo. Torcendo as mãos, ele avançou de um jeito calmo.

— Vamos conversar, ok? – Callen começou. – Você tem duas opções. Ou para de ser um completo maluco e se entrega e entrega a arma e o bisturi ou eu vou fazer você ir de arrasta para cima. Você decide.

— Acha que eu vou me render? – Ele chutou a porta, que se abriu e revelou Elisa presa a cama. – Não enquanto eu não ter minha vingança. Essa vadia tirou tudo de mim. Minha vida, meu trabalho e meus filhos. ELES NUNCA MAIS LIGARAM PARA MIM!

— Eu entendo, mas você também decidiu que queria matar pessoas. – Callen foi direto e viu Elisa começar a arranhar as bandagens com a unha. – Você matou Sandra a pauladas e Joy apenas porque elas não quiseram ficar com você.

— Elas mereceram. – Vance balançou a cabeça. – Sandra ficava com todos, mas comigo ela não quis. Me vinguei da vadia. E Joy?  Ela não suportou a possibilidade de eu gostar dela.

Depois que Elisa conseguiu rasgar um dos lados, ela passou a trabalhar no próximo.

Conferindo que não havia nenhum explosivo, a Swat finalmente invadiu a mais silenciosa que conseguiu, eles subiram as escadas, indo direto para o quarto andar. Derek e Street chegaram e abriram à porta, vendo o conflito que se desenrolava.

— Eu vou pegar sua putinha agora. – Vance tentou se virar, mas Callen o puxou para frente e tentou imobilizar Vance.

Girando Callen para seu alcance, Vance ouviu a porta ser aberta e percebeu que iria morrer. Ele acabou com o dedo no gatilho e então os dois tiros soaram. Cambaleando para trás, Grisha sentiu o sangue escorrendo de seu peito.

Vance estava sem reação, mas sorriu quando percebeu a oportunidade.

Elisa tirou a bandagem que mantinha seu pé preso. Ela piscou por um momento e dois tiros soaram.

Seu medo gritou quando ela viu Callen caído no chão. Pegando uma das facas que estavam na gaveta depois que Grisha cortou a maçã para ela mais cedo e se levantou, arrancando o IV. Ela viu vermelho.

— Filho da puta! – Elisa gritou e Vance se virou, deixando a oportunidade de Elisa cravar a faca no peito do homem.

Derek deu um tiro na cabeça de Vance apenas para garantir.

— Grisha. – Elisa olhou para o marido no chão. – O que aconteceu?

— Ele quis entrar para machucar você, Lis. – Callen olhou para ela e sorriu. – Eu corri para ele, mas não fui rápido para atirar. Me desculpe.

— Você me protegeu, Grish. – Elisa sorriu e começou a se preocupar. – CHAME AJUDA!

Duas enfermeiras correram para Callen. Derek largou a arma para Street e pegou Elisa em seu abraço. Ela foi colocada na cama novamente e então a médica responsável ajudou a levar a garota para um novo quarto. Ninguém se preocupou com Vance até que Elisa e Callen estivessem seguros.

A faca ainda estava dentro do homem e a médica puxou não se importando. Tudo o que ela queria era que Elisa não fosse culpada de nada.

Enquanto isso, Rossi e Luke estouraram as portas do galpão onde Pen e Any estavam. Haviam dez capangas e quase todos que os acompanharam tiveram um tiro. Luke, Sam e Rossi tendo os próprios.

Luke correu para Pen com Dave enquanto Sam correu para o lugar onde Any estava. Tudo o que ele pode ver era vermelho. Ela estava caída no chão, quase sem vida, seus pulsos cortados.

A cena que Sam viu ao encontrar Any no chão da sala onde foi colocada foi de terror. Ele viu os paramédicos entrarem, ignorando os capangas mortos.

Ambas as garotas foram colocadas em uma maca e levadas para o hospital.

Eles correram para o andar onde tudo tinha acabado em sangue e encontraram Elisa junto a Derek. Ela precisou ser colocada para dormir com alguns sedativos liberados para a gravidez.

Callen estava na cirurgia e quase três horas depois, quatro para Elisa, o médico saiu e deu a notícia que todos queriam.

Tanto ele quanto as garotas ficariam bem com descanso e alguns dias internados. É claro que Callen estaria por quase duas semanas antes de ser liberado e quando conseguiu deixar o hospital, seus filhos o estavam esperando junto com os amigos e família.

Dizer que ele e Any estavam felizes por serem irmãos era um eufemismo. Sam ainda tirou sarro por ele passar a ser o cunhado de Callen, que levou em uma boa.

Rossi abraçou Any na família, já tendo adorado a garota.

Sem nenhuma surpresa, Elisa foi liberada de qualquer suspeita ou acusação. E se fosse, haveria uma enorme quantidade de pessoas que estariam prontas a garantir que ela não fosse incriminada.

Por sua vez, Martha consegui se recuperar e fez com que seu agora ex-marido Hector pegasse a vida toda de cadeia. Ela inclusive terminou o julgamento de Vance, que mesmo morto foi condenado a morte.

Embora parecesse uma derrota, eles estavam felizes.

Pride ajudou Kayla, a filha de Vance a reconhecer o corpo do homem e o enterrou, deixando claro que ela não sentia nada pelo homem naquele tumulo. Não haveria uma lápide para ele.

Até Steve e Danny estavam confortáveis com tudo o que havia acontecido. Ainda era muito cedo para se dizer o que iria acontecer nos próximos anos, mas enfim...

Eles estariam unidos como uma grande família.