Enquanto isso, outras coisas se passavam no Japão.  Era mais um dia como outro qualquer na vida dos Tsukino, a família de Serena.  Kenji terminava seu café da manhã para sair para o trabalho.  Sammy, que estava de férias do colégio, ia praticar esportes no clube do colégio onde estuda.  Ikuko, que servia as refeições, no entanto, sentia algo no fundo do seu ser, que a deixava um tanto perturbada.  O que será?  Não falava nada, estava o tempo todo calada. 

KENJI:  Bem, querida, terminei, e já vou indo... - diz. 

Quando se aproxima de sua amada esposa para se despedir, nota nela um silêncio nada típico, e um olhar perdido. 

KENJI:  Querida...  o que houve?  Por que está em silêncio? 

Não respondia aos chamados do marido. 

KENJI:  Meu bem...  o que houve, afinal? - abana a mão diante dela. 

IKUKO:  Hã...  o que...  que houve? - indaga. 

KENJI:  Eu é que pergunto!  Você ficou em silêncio o tempo todo, nada falava...  o que aconteceu? 

IKUKO:  Querido...  você se lembra do Karl? 

KENJI:  Está falando do seu irmão mais novo, aquele encrenqueiro militante?  O que tem ele?  Não me diga que ele, depois de todos esses anos, desde que seus pais o baniram de casa, voltou a importunar? 

IKUKO:  Não...  nem sei por onde ele anda, se está vivo, mas...  é que, noite passada...  eu sonhei com ele, e já grande. 

Aquilo deixa o pai de Serena surpreso. 

KENJI:  Você...  sonhou...  com o seu irmão?  Mas...  como?! 

IKUKO:  Não sei explicar...  só sei que ele já estava grande.  A última vez que o vi, quando de sua expulsão de casa, ele tinha 13 anos.  Depois disso, nunca mais soube dele.  Mas eu sei que o Karl ainda está vivo, em algum lugar do mundo.  E creio eu que ele, um dia, ainda possa voltar. 

KENJI:  Ele que nem tente, ou eu lhe dou um cruzado certeiro! - ameaça. 

IKUKO:  Sem violência, Kenji!  Não é com violência que se resolve nada.  Quando o Karl voltar, espero que ele esteja mudado, e possa, ao menos, pedir-nos perdão. 

KENJI:  Nós...  perdoa-lo, depois de tudo o que fez?  Meu bem...  só Deus é quem perdoa!  Quem somos nós, reles mortais, pra perdoar? 

IKUKO:  Devemos perdoar todo mal que as pessoas nos fazem!  Não é bom guardar rancor. 

Kenji se cala.  Sabe que sua amada Ikuko está certa.  Em seguida, se despede da esposa e sai para mais um dia de trabalho.  Instantes depois, Sammy vai ao clube esportivo do colégio.  No entanto, o interrogação que ainda paira no ar; será possível que Karl, o irmão de quem Ikuko falou, seja mesmo o terrível Máscara da Morte de Câncer?  Nem quero imaginar o terror que ela terá, quando souber que o próprio irmão é - ou foi – um serial killer.  

No Parthenon, outras coisas se passavam.  Máscara da Morte – ou Karl – estava em seu templo, que já não tinha mais cabeças mortas, uma vez que Shiryu, ao vencê-lo daquela vez, fez com que os mortos pudessem seguir seu caminho para o descanso eterno.  Pensava na possibilidade de Serena ser sua sobrinha, já que sua mãe, Ikuko, é - ou pode ser – sua irmã. 

DEATHMASK:  E agora...  será...  será mesmo...  que a mãe dessa guria...  pode ser a minha irmã...  a responsável por ter feito com que meus pais me tenham posto no olho da rua?  Se for...  ainda vou ter um acerto de contas com a Ikuko...  e também com o Kenji... eles não perdem por esperar... 

Melhor não pensar em vingança!  Shion foi bem categórico ao afirmar que vai expulsa-lo, caso faça mais coisas erradas. 

Naquele mesmo instante, Seiya, Serena, Koga e Rini faziam um giro pelos arredores do Parthenon, após visitar o vilarejo de Rodorio, que fica nos arredores do Santuário de Atena.  Porém, os heróis não faziam ideia que o mal os espreitava nas trevas. 

???:  HEHEHEHEHEHEHE  Que bom que os encontrei...  serão minhas vítimas, em nome do grande Mestre Ares... 

Mais um berserker...  esses miseráveis não desistem? 

Os heróis continuavam seu passeio, completamente felizes, sem saber que o inimigo os seguia escondido na sombra, pronto para dar o bote.  De repente, eis que Seiya sente algo errado no ar. 

SEIYA (pensando):  Opa...  sinto que não estamos sozinhos.  Tem inimigo na área... 

SERENA:  Meu bem...  o que houve? - indaga – de repente ficou pálido. 

SEIYA:  Minha lua dourada...  sinto a presença de um inimigo nos arredores. 

E eis que um ataque luminoso se dirige até eles.  No entanto, tendo presença de espírito, Pegasus, ainda que sem armadura, consegue bloquear o ataque, e lança-lo para o céu.   

RINI:  Minha nossa...  estamos sendo atacados! 

KOGA:  Há inimigos na área. 

SEIYA:  Vamos, berserker maldito, apareça e lute! - ordena. 

???: Às suas ordens, meu caro panaca! - debocha. 

Aparece um guerreiro de Ares, vestindo uma cardinal em forma de javali. 

SEIYA:  Berserker de Ares...  só podia ser... 

???:  Sou Fraoch de Javali.  Pegasus...  você será o primeiro! 

SEIYA:  Isso é o que você vai ver! 

KOGA:  Vamos nessa Seiya! 

Ambos apontam seus anéis e vestem suas armaduras. 

SERENA e RINI:  PELO PODER DO PRISMA LUNAR!!! 

E as Princesas Lunares também se vestem para o combate. 

FRAOCH:  Ora, agora sim, estou gostando de ver... 

SEIYA:  Muito bem...  vamos ver o que acha disso... 

O ataca com vários golpes, mas o inimigo bloqueia todos numa boa, sem muito esforço.  Este promete ser um oponente osso duro de roer. 

FRAOCH:  Isso é o melhor que você pode fazer? - provoca – Esperava muito mais daquele que derrotou tantos deuses no passado... 

SEIYA:  Agora sim, você vai ver o que é o verdadeiro poder do Pegasus – e desenha sua constelação - METEORO DE PEGASUS!!! 

Dispara seus meteoros, mas o berserker consegue bloquear todos. 

SEIYA:  Ele...  conseguiu bloquear todos os meus meteoros...? - se espanta. 

FRAOCH:  Está assustado?  Pois o pior você vai ver agora, moleque... - e queima seu cosmo – BESTAS SELVAGENS!!! 

Dispara um ataque em forma de uma poderosa manada de javalis, que se chocam com Seiya, jogando-o para trás. 

TODOS:  SEIYA!!! 

FRAOCH:  HAHAHAHAHAHAHA  O que acha de estar sentindo a fúria de Mestre Ares, seu vermezinho? - tripudia. 

Melhor não cantar vitória, meu caro! 

FRAOCH:  Muito bem...  e agora vou estourar teu crânio com uma só pisada, e seu sofrimento terá fim - ameaça pisar em sua cabeça. 

RINI:  METEORO DE PEGASUS ROSA!!! 

Dispara o mesmo tipo de ataque de Seiya, atingindo Fraoch por trás, que é arremessado para a frente, vindo a cair ofegante, entre as rochas.   

RINI:  Não vou deixa-lo matar meu pai! - diz. 

Então o Seiya...  ele é o pai de Rini? 

SERENA:  O que...  que você disse, Rini? - indaga, perplexa. 

RINI:  Seiya é meu pai no futuro.  E por isso não deixarei que façam-lhe mal. 

KOGA:  Isso mesmo, Rini.  Precisamos proteger Seiya de qualquer jeito. 

Nisso, Fraoch, ainda sentindo algumas dores, por causa dos meteoros de Rini, volta a se levantar. 

FRAOCH:  AAAAAAAAAA  a guria...  quer lutar...  não é...? 

RINI:  Todos nós aqui vamos lutar para proteger o Seiya, seu feioso! 

FRAOCH:  O quê? - se irrita com a ofensa – agora sim, você assinou sua própria sentença de morte, garotinha! 

E com um lampejo, os tomba pra trás. 

FRAOCH:  HAHAHAHAHAHAHAHA  Estão gostando, seus miseráveis?  O fim de vocês está próximo... 

SERENA:  Maldito...  agora sim – e pega seu cetro - AURÉOL... 

Mas antes que diga o resto, um outro golpe, desferido por outro guerreiro recém-chegado, também a derruba.  Era como se fosse um voo rasante. 

KOGA:  Oh, não, Serena... 

Seiya, ainda cambaleante por conta do ataque de Fraoch, se levantava. 

SEIYA:  AAAAAAAAAAAAAAA  essa não...  mais um... 

???:  Isso mesmo, moleque! 

FRAOCH:  Gabriel...  você veio também - diz. 

GABRIEL:  Isso mesmo...  Gabriel de Gavião, a serviço de Ares.  Esses jovenzinhos estúpidos não terão chance nenhuma contra nós. 

Os berserkers de Ares estavam mesmo ousados. Enfrentando os heróis nas proximidades do Parthenon... quantos mais deles surgirão para infernizar a vida dos guerreiros? 

RINI: Maldição... já não bastasse o berserker do Javali, que é forte, agora mais um... - reclama. 

GABRIEL: E agora, jovenzinhos tontos, sentirão toda a fúria dos berserkers de Ares. Prontos para morrer? 

SEIYA: CALE A BOCA!!! Vocês é que vão morrer, seus desgraçados! - grita, ainda meio cambaleante. 

GABRIEL: Muito bem, vocês assinaram sua própria sentença de morte. E já que é assim... - queima seu cosmo – ASAS DA DESTRUIÇÃO!!! 

E os arremessa para trás com um movimento dos braços, semelhante a um bater de asas. Seiya, Serena, Koga e Rini caem ofegantes e feridos. Essa não, será o fim dos nossos heróis? 

Enquanto isso, em Câncer, Máscara da Morte – ou Karl – sente algo estranho nas proximidades. 

KARL: Sinto duas energias cósmicas poderosas nas proximidades do Parthenon... serão os berserkers de Ares? - e sai correndo de seu templo.

Em Libra, Shiryu, Dohko, Lita e Setsuna também sentem aquelas mesmas energias malignas. 

SHIRYU: Mestre... sinto dois cosmos malignos nos arredores do Parthenon... 

DOHKO: Berserkers de Ares... eles estão aqui... precisamos agir! 

LITA: Nós também vamos! 

SETSUNA: Esses bandidos não vão botar seus pés imundos neste lugar! 

Ambos se transformam e correm até o local do perigo.  

Naquele momento, os heróis estavam com dificuldades contra os berserkers de Ares. Gabriel de Gavião e Fraoch de Javali eram por demais fortes. 

SEIYA: AAAAAAAAA eles... são... fortes... 

SERENA: UUUFFFFF muito... 

RINI: MMMM nunca vi... tanto poder... 

KOGA: OOOOOOOOO será esse... nosso fim... 

GABRIEL: HAHAHAHAHAHAHAHA Vocês são mesmo de dar pena, seus lixos imprestáveis.  

KOGA: CALE-SE!!! - grita – eu não vou me dar por vencido... mesmo que eu tombe... eu tombo lutando... 

E desenha as estrelas da constelação de Pegasus. 

KOGA: Tome isto... METEORO DE PEGASUS!!! 

GABRIEL: PENA ASSASSINA!!! 

Ambos atacam um ao outro com seus golpes, no entanto, o ataque do berserker do Gavião sai mais forte, repelindo os meteoros de Koga, e o atingindo, o que o faz voar contra as colunas. 

TODOS: KOGA!!! 

GABRIEL: HAHAHAHAHAHAHA É essa a força dos Cavaleiros de Atena? Bando de babacas... não são de nada! 

FRAOCH: E agora sim, é o seu fim... 

No entanto, um desconhecido chega, e com um golpe à velocidade da luz, tomba os inimigos. Era Máscara da Morte – ou Karl – que chegara ali. 

KARL: Não farão nada, seus malditos! - diz. 

SEIYA: O que... Máscara da Morte... 

SERENA: Ele... nos salvou... 

FRAOCH: É um dos Cavaleiros de Ouro... maldição... 

KARL: Muito bem, seus desgraçados, eu os ordeno que vão embora daqui agora mesmo, e não voltem mais. Do contrário, não vou responder por mim! 

GABRIEL: Como é que é? - diz – Quem é você para dizer o que devemos ou não fazer, seu estúpido? 

FRAOCH: Agora sim, vai morrer... BESTAS SELVAGENS!!! 

No entanto, Karl bloqueia o ataque com uma só mão. 

FRAOCH: Ele... conseguiu bloquear meu ataque – diz, surpreso. 

KARL: E isso é alguma surpresa? Nós, Cavaleiros de Ouro, estamos num patamar mais elevado que o seu, berserker de Ares. 

GABRIEL: Experimente isso... ASAS DA DESTRUIÇÃO!!! 

Com a força do seu ataque, consegue empurrar o Cavaleiro de Câncer por uns metros, mas não era o suficiente para vencê-lo. 

KARL: Pelo visto, vocês não querem mesmo aproveitar a chance que lhes dei de se retirar daqui... já que é assim, se querem tanto morrer, que seja feita vossa vontade! 

E levanta seus braços, invocando todo o seu supremo poder. 

KARL: Que vocês tenham um ótimo descanso... ONDAS DO INFERNO!!! 

Com seu poderoso ataque, atinge os dois berserkers, fazendo-os cair imediatamente mortos. Mais duas baixas para Ares! 

SERENA: Incrível... ele os derrotou sozinho – diz. 

SHIRYU: O que está acontecendo aqui... Máscara da Morte... o que você fez com eles? - fazendo menção de atacar. 

RINI: Calma, Shiryu... ele derrotou dois berserkers de Ares – diz. 

Quando Shiryu, Dohko, Lita e Setsuna olham para o lado... 

LITA: Sim! Tem dois corpos aqui ao lado... são berserkers mortos. Então ele... 

SEIYA: Sim, Lita... Máscara da Morte nos salvou. 

KARL: Podem me chamar de Karl. É esse meu verdadeiro nome. 

DOHKO: Karl... pela primeira vez na vida, você lutou sem ser por interesse próprio... impressionante!  

KARL: Não podia deixar que matem a filha de minha irmã... 

TODOS: O QUÊ??  

KARL: Que tal irmos todos ao Templo de Atena, para que eu possa lhes contar melhor essa história? Assim, esclarecemos de vez isso tudo. 

SERENA: Você... você... irmão... de minha mãe?! Mas... como...? 

KARL: É uma longa, triste e complicada história, Princesa Lunar. Mas vamos até os demais, pois quero contar-lhes tudo desde o começo. 

Pelo visto, Camus não é o único Cavaleiro de Ouro a ter uma família perdida. 

DOHKO: Tudo bem, Karl. Vamos chamar Atena, Shion e todos os demais, e você nos conta toda essa história nos mínimos detalhes. 

Karl concorda. Afinal, ele tem muito que explicar sobre seu passado, e sobre sua ligação com os Tsukino.