Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 99
Futuro - Tom Marvolo Riddle




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—Não é estranho… o professor Lockhart simplesmente não dar aulas essa manhã - Beta disse ao seu lado, enquanto se servia de mais batatas, Shara se mexeu desconfortável com a simples menção ao nome dele.

—Eu sei lá - ela mentiu - honestamente… tanto faz - ela tentou soar desinteressada.

—Bom… acontece que aproveitei esse tempo livre… e adivinhe? - Beta perguntou - para pesquisar… passei a manhã toda na biblioteca - ela informou e aquilo atraiu sua atenção.

—E então, encontrou alguma coisa? - Shara perguntou, um pouco mais interessada.

—Nada - Beta bufou - fiquei horas nisso… quer dizer a foto dele está no anuário e tudo mais, mas não há qualquer menção sobre quais seriam os tais “serviços prestados a escola” e depois disso, digo desse ocorrido… bem, simplesmente não há mais nada sobre ele - ela disse aborrecida.

—Como assim nada? - Shara encarou a amiga, não era possível - bom, pelo menos ele se formou, não se formou? - Shara estranhou - como pode não haver mais nada?

—Sim, existe um registro da formatura, mas o que quero dizer é que não há mais nada pertinente ao seu respeito… nem aqui e tão pouco depois de Hogwarts, é como se ele simplesmente deixasse de existir - Beta comentou - um tanto quanto inusitado pra não dizer suspeito.

—Quem sabe ele tenha morrido ou algo assim - Shara pensou já que essa poderia sim ser uma possibilidade.

—Não sei… se fosse mesmo o caso deveria haver uma nota falando sobre o ocorrido - Beta comentou, mas e se ela não estivesse pesquisado corretamente? Aquilo ainda seria uma probabilidade válida - você sabe que as pesquisas são feitas com magia, não sabe? - ela parecia poder ler seus pensamentos ali - então ao buscar sobre um nome, um nome em específico, tudo sobre ele deve aparecer - certo, as vezes Shara simplesmente se esquecia de quão fácil algumas coisas podiam ser com magia, e sendo assim, Beta tinha mesmo razão… era suspeito.

—Certo, então o tal do Riddle ganha um troféu, um troféu por algo grande que ele fez pela escola, mas que não foi registrado em lugar algum e depois disso ele simplesmente deixa de existir - Shara processou a informação - não sei o que pensar sobre isso, dito dessa forma é quase improvável  - Beta se inclinou mais para a frente como quem estivesse prestes a lhe contar um segredo.

—Escute… dei uma olhada no ano em que ele ganhou o troféu - Beta sussurrou - Sabe, a biblioteca de Hogwarts possui um acervo com todos os exemplares do profeta diários desde sua primeira edição - ela informou - e duas coisas muito estranhas foram relatadas em Hogwarts naquele ano - Shara arqueou a sobrancelha curiosa, elas pareciam ter um bom ponto ali - a primeira… havia ataques… algo muito similar com o que está acontecendo conosco aqui e agora, sim me refiro a isso tudo com a câmara secreta, sabe… também aconteceu naquela época, alunos foram petrificados, todos eles nascidos trouxas… houve até uma morte, a morte de uma garota da Corvinal - Shara também se inclinou sobre a mesa, aquilo não podia ser coincidência, Beta tinha encontrado algo digno de atenção… até por que era estranho pensar que isso tudo já havia acontecido antes, e agora estava apenas se repetindo… e se algo assim já foi resolvido uma vez, deveria ser ainda mais fácil solucionar na vez seguinte, mas… não era o que parecia ser ali, se não por que ninguém havia solucionado aquilo ainda?

—Beta… talvez os ataques não tenham haver com o diário em si, quer dizer não da forma como cogitamos inicialmente… digo… em partes sim, mas a 50 anos atrás o próprio Riddle estava aqui… talvez tenha alguma relação com ele… já que o diário é dele - Shara disse ligando os pontos.

—Sim - Beta a encarou - você pode estar certa sobre isso… contudo uma segunda coisa ainda mais estranha aconteceu naquele ano - Shara a olhou, o que poderia ser ainda mais estranho que aquilo? - uma expulsão… - Beta disse séria.

—Como isso pode ter alguma relação? - Shara não entendeu.

—Começando com o fato de que é quase impossível alguém ser expulso daqui, você sabe - Sim Shara sabia muito bem, mas ainda assim não fazia sentido - mas o ponto aqui não é esse e sim o aluno que foi expulso naquele ano - ela contou - e o motivo pela sua expulsão.

—Quem? - Shara perguntou, se Riddle havia se formado como Beta bem havia dito, aquilo não era sobre ele… então era sobre quem? - vamos diga… - suspense a essa altura simplesmente não funcionaria.

—Hagrid - Beta foi direta - Rúbeo Hagrid.

—Hagrid? Não pode ser…. - Shara exclamou - por que ele seria expulso? - agora Shara queria mesmo saber.

—Pelo que me parece ele foi o responsável por trazer para dentro do castelo a criatura, a besta… que estava causando todos aqueles ataques, e sendo assim a morte de uma menina - Beta relatou.

—O que? - Shara não podia acreditar nisso, Hagrid não faria mal a uma formiga - não pode ser… ele não… ele não seria capaz de algo assim… Beta, tem algo de errado nessa história, tem certeza? - Beta assentiu.

—Bom, eu também não o acho perigoso… mas pense Shara se tem alguém aqui nessa escola que tem apreço por criaturas como essas, convenhamos que esse alguém é ele… - Beta tinha razão sobre isso também, mas ainda assim… - aposto que Hagrid se apegou a criatura e certamente quis dar um lar para ela, sabe como ele é… obviamente que ele o fez com as melhores das intenções, aposto que ele não esperava que algo assim viesse a acontecer - Shara estava processando aquilo tudo.

—Voce acha que tem alguma relação então? Digo Hagrid… a besta e a câmera secreta? - Shara perguntou.

—Eu tenho certeza Shara - Beta disse - até por que depois da expulsão dele, a criatura meio que sumiu e os ataques cessaram completamente… - Shara estava perplexa.

—Agora…. onde Tom Riddle se encaixa em tudo isso… - Shara disse mais para si mesma - meu sexto sentido diz que não devemos descartá-lo… eu não sei Beta, pense comigo, o diário dele simplesmente aparece por aqui 50 anos depois e os ataques do nada recomeçam… - Shara sabia que se existia algo em que ela pudesse de fato confiar, era no seu extinto…

—Bom o meu ponto aqui… - Beta olhou para os lados mas poucos alunos estavam almoçando tão cedo, elas sim… por terem sido dispensadas naquela manhã - eu acho que foi assim que o Riddle ganhou o troféu… ele sabia sobre Hagrid e sobre a criatura.

—Espera… - Shara encarava a morena - sim, você está certa… ele deve ter dedurado Hagrid ou algo assim… - Fazia sentido agora, por isso o troféu e sua descrição tão genérica ali.

—É o que eu penso… e se foi isso mesmo que ele fez, bem faz mais do que jus a descrição que ele ganhou em seu troféu “um serviço prestado a escola” - Beta concluiu.

—Talvez… ele estivesse mentindo ao incriminar Hagrid para assim encobrir algo que ele mesmo tenha feito - Shara repensou, Hagrid… ela não podia acreditar que Hagrid por mais boa que fosse sua intenção, pudesse ser capaz de expor os alunos a algo tão perigoso assim….

—Não sei… - Beta disse incerta - essa é uma acusação bastante séria, e bem fazem 50 anos agora, não tem exatamente como saber… mas ainda assim… qual o seu ponto Shara? - ela instigou.

—Hummm de que casa esse tal de Riddle pertencia? - Shara perguntou

—E isso muda alguma coisa? - Beta devolveu - Achei que você dentre todos aqui não ligasse para esse negócio de segregação das casas.

—Não… eu não ligo e também não penso assim, mas vamos lá… sejamos realistas Beta, pessoas muito ruins passaram por aqui, então a fortes inclinações se ele for da…

—Sim, ele era da sonserina - Beta admitiu, Shara suspirou… fortes inclinações, ela não tinha a menor dúvida.

—Bom, o ponto é… porque alguém criaria e manteria um diário com magia negra? - Shara questionou - não é normal, você mesma disse isso… e magia negra até onde eu sei, é uma arte proibida, porém muito difundida pelos seguidores… bom você sabe, e é por isso que temos uma matéria chamada defesa da arte das trevas nessa escola… - seu estômago embrulhou pensando no quão inútil era aquela matéria com aquele professor asqueroso.

—Ok é um bom ponto Shara… até porque - Beta a encarou, seu semblante ficando sério - o nosso atual diretor, mas na época professor Dumbledore foi o único que se posicionou a favor de Hagrid, tentando sem sucesso impedir que fosse expulso… sabe havia muita pressão do ministério, dos pais da menina morta e de toda a comunidade bruxa - Shara olhou a amiga, impressionada com aquelas informações - estava tudo lá, no profeta diário, primeira página - Beta disse respondendo aquilo.

—Certo… bem, Dumbledore sabe a verdade então - Shara disse aquilo mais baixo - e ele manteve Hagrid por perto, isso soa bem… - Shara pensou - Bom nesse caso  se tem alguém aqui que pode nos ajudar a desvendar esse mistério - Shara encarou a amiga - é o próprio Hagrid… e isso vai ser fácil… eu posso ir até a cabana dele, eu posso perguntar… Hagrid não é muito dado a manter segredos, e acho que ele meio que gosta de mim…

—Bom… não que a gente vá tentar desvendar algo aqui né? - Beta devolveu recuando agora… - por favor Shara, diga que não vamos nos envolver nisso… - Beta quase suplicou - já temos o bastante.

—Já estamos envolvidas nisso Beta - Shara afirmou - desde o exato momento em que ficamos cientes da existência daquele diário e não fizemos nada com essa informação - ela disse, ambas sabiam da periculosidade daquilo, que agora parecia estar nas mãos de Harry.

—Não é como se Gina tivesse nos dado alguma opção sobre isso - Beta deu de ombros, numa tentativa vã de tentar se abster da culpa.

—E você… esperta como é, sabe muito bem que isso não faz de nós menos cúmplices do que somos, não é mesmo? - Shara sorriu com o argumento - ou seja não há desculpas, apenas aceite - Beta se encolheu… aquilo era um sim, ela reconhecia o envolvimento.

—Eh… e como exatamente você pensa em fazer isso?... Vai bater na porta dele, “Ah oi… Hagrid, por acaso você tem alguma coisa haver com a morte da menina nascida trouxa a 50 anos atrás, ou sabe algo sobre a câmera secreta? ou talvez… você possa falar um pouco sobre o seu amigo… Tom?” - ela disse, zombando.

—Bom obviamente que dá pra elaborar algo melhor que isso… mas ainda assim Hagrid não deixa de ser nossa melhor opção agora - Shara pensou sobre isso - você é brilhante Beta - ela disse vendo a amiga fingir não saber do que ela estava falando - sem sua pesquisa e sem suas informações não teríamos ido tão longe - Shara sorriu para a amiga, que estava inconformada.

—Ah ótimo, isso só faz com que a corda se prenda ainda mais em meu pescoço… - Beta estava nervosa e Shara estava prestes a responder aquilo de forma irônica, quando viu as feições da amiga mudarem de nervosismo para pavor absoluto ali - ei… não olhe agora, mas Snape acaba de entrar no salão principal, ele fez… pela porta da frente - ela estavam sentadas relativamente longe da porta, então não havia motivos para pânico, era só mudar de assunto… mas ela entendeu que aquilo não era exatamente sobre a presença dele, quando sentiu sua cicatriz queimar, ela soltou o garfo com dor, levando a mão até o ombro.

—O pai de Draco - Shara disse, afinal por qual razão mais sua cicatriz estaria doendo, principalmente ali em Hogwarts?… se não ele outro comensal qualquer… 

—Caramba - Beta  exclamou - você por acaso tem olhos nas costas? - ela perguntou impressionada, e Shara se deu conta de que não estava sendo nada discreta ali, removendo a mão do ombro e tentando não chamar mais a atenção sobre aquilo, não como havia acabado de fazer.

—Eu preciso ir - ela disse para a amiga, feliz em ter escolhido a mesa da Corvinal para almoçar, eles certamente não passariam por aqueles lados e sendo assim ela não teria que encará-los de perto.

—Shara… você está bem? - Beta perguntou preocupada - eu sei o que aquele homem te fez da outra vez… mas ele…

—Não quero ficar no mesmo ambiente que ele - era uma desculpa plausível, Beta assentiu… Shara se levantou, e saiu sem sequer olhar para trás… assim que saiu do salão, ela voltou a mão sobre o ombro, tentando recuperar o fôlego, maldita cicatriz… ela a detestava com todas as suas forças, se não fosse por Antony, ela faria aquele ritual apenas para se livrar dela.

—Se o seu objetivo é se esconder do meu pai - ela ouviu a voz de Draco atrás de si - tenho um bom lugar para isso - Shara se virou para encará-lo.

—Por que acha que estou me escondendo do seu pai? - ela perguntou, ele deu de ombros.

—Bom, talvez… por que seja isso que eu estou fazendo - ele disse ao passar por ela com alguma pressa, ela arqueou a sobrancelha, caminhando logo atrás dele.

—E a onde exatamente você está indo? - Shara perguntou

—Ao campo de Quadribol - ele disse - meu pai detesta que eu jogue, acha uma distração.

—O que? - Shara não podia deixar de demonstrar uma certa surpresa ali - bem não foi o que me pareceu, ele veio assistir seu primeiro jogo e… não foi ele que comprou as vassouras? As vassouras do time todo? - ela perguntou.

—Sim… - ele disse passando por entre os alunos - ele é bastante competitivo, e quando soube que Potter havia conseguido uma vaga, logo em seu primeiro ano… ele permitiu que eu participasse, nas melhores circunstâncias é claro, e nesse caso eu apenas me beneficiei de sua benevolência, já que se trata de um esporte que como você bem pode ver, eu realmente tenho um certo apreço… e não ele não comprou uma vaga no time para mim, como dizem… eu realmente fiz o teste e passei - ele disse a última parte com certo desgosto.

—Eu não ia sugerir isso - ela disse consternada, enquanto saiam do castelo - espere Draco - ela pediu, ele parou se virando para ela, faziam dias que eles não se falavam, ela sequer havia agradecido pela ajuda, naquele dia com Elza… Draco aparecia pouco, e quando aparecia estava sempre cercado, ela não era do tipo que ficava a espreita… enfim, ela colocou a mão por dentro da camisa, em seu ombro, e a retirou, havia sangue ali, como ela suspeitava, Draco havia acompanhado seu movimento.

—Esta machucada? - ele perguntou se aproximando, seus olhos brilhavam de uma maneira diferente ali.

—Minha cicatriz - ela admitiu, não é como se ele não soubesse de todos os seus outros segredos ali e principalmente sua condição como guardiã para que ela preciesasse esconder aquilo dele, embora ele ainda  soubesse sobre a cicatriz… mas aquilo diante de todo o resto, era apenas um mero detalhe - é a marca da maldição, eu a carrego no ombro, todas as guardiãs tiveram uma, e quando alguém se aproxima de mim, desejando me fazer algum mal… eu a sinto… as vezes ela sangra, como é o caso aqui.

—Meu pai… - ele disse ao matar a charada

—Sim - ela admitiu - dói mais na presença dele, do que na presença de qualquer outro, certamente ele me mataria se soubesse ao meu respeito e tivesse oportunidade de fazê-lo - ela sorriu, porém de maneira triste.

—Sinto muito por isso Shara - Draco disse, passando a mão pelos cabelos, demonstrando algum desconforto - eu posso… ver? - ele pediu com certo receio, eles estavam sozinhos ali fora, e aquilo não seria um problema, ela baixou um pouco a camisa, revelando o ombro marcado, ele se aproximou um pouco mais e soprou seu ferimento com bastante sutileza.

—O que… exatamente está fazendo? - ela pediu… estranhando aquilo, ninguém nunca havia soprado um ferimento antes, ele se afastou corando.

—Desculpe… minha mãe, ela sempre soprava assim… digo, quando eu me machucava, isso antes de me curar é claro… eu apenas….

—Tudo bem - Shara disse cobrindo seu ombro novamente, ela entendeu o que ele estava tentando comunicar com aquilo, era gentil e afetivo - ela, me parece ter sido uma boa mãe - Shara  constatou.

—Sim - ele disse de forma curta - eu nunca entendi muito bem o por que ela se submetia a ele dessa forma… meu pai, ele nunca foi um cavalheiro se quer saber… - não era difícil imaginar aquilo - mas Severo, ele disse certa vez, algo… - Draco disse pensativo - sobre não falar daquilo que desconheço… eu não sei como tem sido pra ela todos esses anos, mas ela sempre esteve lá pra mim - ele concluiu.

—Bom, isso já diz muito sobre ela - Shara sorriu, e Draco fez o mesmo.

—Bom, eu me sentiria mais à vontade se formos até o campo de quadribol - ele pediu, e dessa forma ele e Shara caminharam até lá silenciosamente, não estava mais tão frio, e a neve já dava uma boa trégua nessa época do ano.

—Eu entendo o que esse lugar significa - Shara disse ao se sentar - você se sente livre aqui não é?

—Acho que sim - ele se sentou também, apreciando o lugar.

—É assim que eu me sinto quando estou na torre de astronomia, e principalmente com a música - ela revelou.

— Música? - ele perguntou intrigado, era estranho falar disso tão abertamente com alguém que não fosse Catie.

—Sim… por favor não me julgue - ela sorriu largamente - mas eu amo cantar e gosto particularmente de alguns instrumentos, como o piano por exemplo - ela contou - sabe, havia um muito bonito e robusto na sala de troféus esses dias, a apenas algumas semanas atrás, mas infelizmente não está mais lá… - ela deu falta dele quando esteve com Beta lá na noite passada.

—Voce sabe tocar piano? - ele perguntou.

—Sim, aprendi sozinha… o som é incrível - ela sorriu

—E você… você o tocou, digo você fez música naquele piano? - ele perguntou, Shara achou a pergunta um tanto quanto inusitada.

—Sim - ela respondeu sincera - o som daquele era ainda mais especial - ela completou.

—Isso, porque se trata de um Shigeru original, datado de meados de 1700, uma doação de valor inestimável para a escola - Draco disse com alguma propriedade, contudo havia algo diferente no ar… como ele podia saber aquilo?

—Bom, não que eu entenda algo sobre marcas de piano… ou sobre suas gerações, mas posso perguntar como você sabe disso tudo? - agora ela estava de fato curiosa.

—Era da minha família - aquilo pegou Shara de surpresa - mais especificamente da minha mãe, da família Black de origem, minha mãe amava tocar piano quando era mais jovem e o levou como herança, eu nunca entendi muito bem o por que ela o doou assim, mas está encantado - ele informou.

—O que você quer dizer com está encantado? - Shara perguntou, vendo Draco ficar desconfortável.

—Acho que devíamos voltar Shara - ele olhou para o castelo.

—O que? Mas mal acabamos de chegar aqui… - ele estava agindo estranho agora.

—Tenho aula - ele se moveu - eu não deveria ter saído do castelo… e nem você - sim ele estava agindo demasiadamente estranho, algo havia mudado - é… preciso mesmo ir - ele se afastou, com as mãos no bolso, algo que comunicava o quão nervoso ele de fato estava ali - deveria ir na enfermaria, você sabe - ele apontou para o seu ombro e então simplesmente correu, a deixando sozinha sem nenhuma resposta, por Merlin… ela havia dito algo de errado? Talvez ela não devesse ter tocado no piano…  talvez ele tenha ficado ofendido? Era difícil dizer…

—__

—Filio comentou que você chegou atrasada na aula de feitiços - seu pai disse depois de mexer o caldeirão duas vezes para esquerda e mais quatro no sentido contrário, Shara estava no meio de uma mentoria, elas não era muito comuns nas terças a noite, mas especificamente hoje ele a havia convocado.

—Tive um contratempo - ela disse um pouco sem graça, amassando o visgo com ainda mais força.

—Curiosamente Pomona fez o mesmo comentário a respeito de Malfoy na aula de Herbologia - ele entregou, e ela sabia que não havia nada de inocente ali.

—Hummm - ela tentou parecer desinteressada, ao vê-lo apoiar as duas mãos sobre a bancada e encará-la, ele estava sério.

—Sim - sua voz estava mais grave do que de costume - talvez tenha algo que queira me relatar sobre isso? - ele perguntou, esperando a verdade, fazia dias que ele não fazia perguntas para ela, mas sabendo que a verdade ali o chatearia, ela decidiu omitir, gesticulando negativamente sua cabeça, Shara não queria causar mais problemas para Draco do que já havia causado até aqui, seu pai parecia absorver sua negação sem nenhuma prerrogativa - a chamei essa noite para comunicar que o Sr. Lucius Malfoy deverá comparecer em Hogwarts com  mais frequência daqui pra frente, sendo assim nossas mentorias estarão suspensas - ela que estava fingindo concentração total naquela tarefa, ergueu a cabeça com certa surpresa  - isso se extenderá por um tempo, tempo esse ainda  indeterminado, receberá um comunicado quando as mesmas forem retomadas - ele soava um tanto frio e distante ali, assim como o professor Snape costuma soar em sala de aula quando estava prestes a dar um sermão na turma, ela soltou a faca sobre a bancada, alguma coisa parecia estar acontecendo e a maneira com a qual ele a estava tratando ou tentando tratar aquela situação, certamente tinha haver com isso, ele estava mal humorado era perceptível, e ela não achava que fosse apenas em virtude dela e de Draco chegando atrasados em suas respectivas matérias, Shara tentou ligar alguns pontos, mas não havia muita informação, e sem falar que ele estava completamente ilegível ali, ela suspirou desapontada…

—Por que? - ela tentou questionar, sem entender as razões que justificassem aquilo, por que ele estava cancelando? Mas principalmente a parte em que a presença daquele homem se fazia necessária na escola de maneira mais efetiva.

—Se não pode responder minhas perguntas com honestidade, creio que também não poderei responder às suas - ele voltou sua atenção para o caldeirão agora borbulhando - por hoje é isso… está dispensada - ele disse de forma curta, a dispensando sem motivo aparente, sendo que a poção ainda não estava finalizada - com uma ressalva Epson - ela estava atônita e sem mencionar que agora ele estava usando seu sobrenome com a intenção de soar impessoal, ele estava sendo um babaca e ela percebeu que também estava prestes a revidar… por Merlin, ela sabia bem onde isso ia dar, aquele caminho ela já havia trilhado, muitas outras vezes antes - se eu souber que está matando aulas com o Malfoy sejam lá quais forem os motivos, não me importo…  não pensarei duas vezes antes de puni-los, me refiro a algumas detenções nesse caso, o zelador Filch anda bastante mal humorado, com a ausência daquela sua gata estúpida, tenho certeza que ele adorará a presença de alguns alunos para atormentar suas noites solitárias - Shara engoliu aquela ameaça, algo havia acontecido era óbvio, já que ele estava levantando suas barreiras de forma defensiva, acontece que ela também podia ser muito boa nisso… seu sangue era o dele afinal e também esquentava fácil, principalmente ao ser dispensada assim, do seu ponto de vista era injusto, ele estava descontando nela alguma frustração mal resolvida… ela travou o olhar nele, sentindo seu vulcão interior prestes a entrar em erupção…

—Veja só… que notícia mais agradável, termos a ilustre presença do Sr. Malfoy por aqui… uma verdadeira gentileza a sua me avisar - ela disse com ironia tirando as luvas de corte de forma grosseira - talvez eu devesse me trancar nas masmorras pelo resto do ano letivo, já que minha cicatriz dói até sangrar toda vez que estou na sua presença… devo agradecer a quem sobre esse novo arranjo? - ela perguntou com sarcasmo - ah me desculpe, esqueci que não está respondendo minhas perguntas - ela provocou de forma infantil.

—Eu disse dispensada Epson - ele repetiu enquanto retirava o visgo que ela acabara de amassar da bancada e… o descartava, o que? Ela havia passado meia hora naquela atividade ou mais, ela tinha certeza de que estava perfeito, aquilo certamente piorou um pouco mais a situação.

—Ou talvez eu devesse simplesmente ficar, sei lá e arriscar… a ser humilhada na frente de toda a escola outra vez ou deixar que ele me machuque de outras maneiras, como por exemplo… quebrando o meu braço na presença do meu chefe de casa, que a propósito também é o meu pai… - ela cuspiu aquilo - mas como estamos falando do Sr. Malfoy aqui, obviamente não havia nenhuma intenção da parte dele em fazê-lo é claro… apenas é algo que pode acontecer com qualquer um… sabe uma bengala, um braço, bem o senhor presenciou e está bem ciente do ocorrido  - ela disse, não percebendo o quanto aquilo ainda a magoava, era algo não resolvido entre eles, e pensar que mais uma vez ele estava priorizando o pai de Draco, ao invés dela… ele não havia respondido sua provocação, mas ela sabia que ele estava buscando algum autocontrole ali, pela maneira como sua respiração estava ficando cada vez mais profunda, mas ela simplesmente não conseguia recuar, não quando havia começado, as palavras simplesmente saiam… - sei que disse que os motivos não importavam, mas esse negócio de doer até sangrar… bom foi essa a razão pelo meu atraso na aula dessa tarde… digamos apenas que eu precisei de um pouco de tempo para me recompor, sabe… já que fui instruída a ser discreta e não chamar a atenção sobre quem eu sou de verdade, e acredito que desmaiar de dor, algo semelhante ao que aconteceu no Beco Diagonal aquele dia… poderia meio que colocar tudo a perder.

—Chega - ele disse de forma objetiva, ela sabia que deveria parar… que seria o certo, mas não é como se ela pudesse…

—Sabe e por mais que Draco não tenha uma cicatriz como a minha que sangra e coisa e tal… digo, pelo menos não que seja visível é claro, curiosamente ele também não me parece poder tolerar a presença do pai… então sim, estávamos juntos, com o propósito de se manter o mais longe possível dele… se é o que quer saber - ela entregou, se ele queria um motivo para brigar com ela, ela estava lhe dando um - seria ainda mais gentil da sua parte se você também o chama-se aqui e o alertasse a respeito, quem sabe assim…. podemos passar ainda mais tempo escondidos juntos…

—BASTA - ele bateu na bancada, a obrigando a se calar - eu não sei o que o maldito pirralho Malfoy te disse, mas posso ver que continua sendo a mesma garota tola e ignorante de sempre - ele disse de forma arrastada enquanto dava a volta pela bancada a fazendo recuar, não por medo, mas sim por que ela tinha alguma noção de que estava entrando em uma zona perigosa ali e ok talvez um pouco de medo também, aquilo era como cutucar a onça com a vara curta… ela havia feito - Malfoy não terá 12 anos para sempre - ele rosnou - muito em breve ele estará seguindo os passos do pai e se tornará a sua versão mais jovem, ele se filiará ao lado das trevas, ele matará pessoas inocentes, tantas ou até mais do que o próprio Lucius já tenha feito um dia, ele passará por cima de quem estiver no seu caminho e matará você na primeira oportunidade possível… - ele disse e aquelas palavras ecoaram primeiro em sua mente, até alcaçarem seu coração, ela não queria acreditar nisso…. Draco não era assim, ele era diferente…

—Não… ele, ele… não é assim - Shara devolveu - porque tem sempre que ver o pior nas pessoas? - ela perguntou - você deveria ouvi-lo, dar algum crédito a ele… ou quem sabe… se é  isso que vê nele, lutar por ele então, já que ele antes de mais nada também é o seu afilhado… você deveria… você é o padrinho dele…

—Não me diga como as coisas deveriam ser e nem o que eu deveria fazer em relação a elas… - ele a cortou - Malfoy é um nascido puro sangue, caso não tenha notado ele tem um império aos seus pés que deverá sustentar em um futuro próximo, e não existe absolutamente nada na vida de um bruxo com um sobrenome tão poderoso como ele que possa ser mudado… ele carrega o sobrenome de uma das famílias mais tradicionais da Inglaterra, sendo assim ele não tem escolha Epson, mesmo se ele quisesse, ele não a tem - seu pai havia dito, Draco havia dito algo parecido certa vez - um Malfoy é sinônimo de influência, de prestígio e de poder… e isso não necessariamente vinculado de forma positiva… já você… - ele disse, e aquilo tudo soava cruel demais - É apenas uma garota tola… sonhadora e que acredita naquilo que todos aqui sabem ser ilusão - ele estava mais perto dela agora… Shara podia sentir as lágrimas se formando em seus olhos… - agora como eu ia dizendo… FORA - ele gritou a última parte, ele estava suficiente perto e ela se assustou, dando um pequeno pulo.

—Não… - ela deu um último passo para trás sentindo a parede, não havia mais como recuar a partir dali - eu acredito que todos nós temos escolhas… todos, ele também tem e ele não escolherá… não será… como o pai… e sabe como… como eu sei disso? - ela perguntou tentando parecer igualmente desafiadora, mas sabendo que estava fracassando miseravelmente ali, já que estava gaguejando - porque eu… eu também não sou como o senhor - ela disse, sim ela não era… apesar das circunstâncias ela procurava ver o melhor das pessoas, ela acreditava nisso, quer dizer, ela tentava pelo menos e isso não significava que ela não se orgulhava dele, até por que ele não era como o pai de Draco, seu pai era diferente… e essa não era uma comparação… mas… aquelas palavras haviam surtido algum efeito nele e ele havia parado de avançar, e ela percebeu que talvez dito daquela maneira não soasse como deveria, sim ele havia entendido errado… e então ela se arrependeu instantaneamente de ter dito, se perguntando o por que as coisas tinham sempre que acabar assim… um mal entendido, uma briga… por que eles não podiam simplesmente manter aquilo que haviam conquistado? Ele havia se sacrificado por ela a apenas algumas semanas atrás… e agora ele estava se afastando dela… quem sabe ela merecesse, ela não tinha mesmo nenhum controle de impulsos - me desculpe pai… eu não quis dizer isso dessa forma… - era honesto, ela percebeu que estava chorando outra vez, ela o havia machucado e isso havia doído mais nela do que nele.

—Está dispensada - ele se virou, sua capa balançando com fúria, ele a estava deixando sem algo para se apegar.

—Por favor… não, não faz isso… olha só me escute, não foi o que eu quis dizer… - ela tentou argumentar - e eu não posso sair, lembra? Já passou do toque de recolher, é contra as regras… é perigoso… você mesmo disse isso, ontem - era um ponto, ele teria que ceder… - por favor…. - mas não foi necessário insistir mais, já que alguém estava batendo na porta, eles estavam no laboratório de poções em sua sala de aula, Shara mal teve tempo de olhar para a grande porta, quando sentiu o impacto do feitiço a envolver e a jogar com força para dentro de um armário quase vazio que havia ali, enquanto a porta se fechava atrás dela, isso quase ao mesmo tempo em que ela o ouvia dizer…

—Entre - de maneira casual, ele a estava escondendo ali?… sim era o que parecia, mas por que? eles tinham as mentorias… aquela era a desculpa perfeita não era? Até onde foi dito aquilo justificaria o envolvimento de ambos… mas agora ele a estava escondendo, como se aquilo não funcionasse mais… sim algo estava mesmo acontecendo e Shara estava começando a se preocupar, com a incerteza daquilo que estava se formando…

—Com licença Severo, desculpe pelo horário - aquela era a voz do diretor.

—Alvo - ele não havia tido tempo de lançar um feitiço silencioso e nem de privacidade então ela podia ouvi-los perfeitamente bem dali - como foi no ministério? - ele perguntou.

—Como imaginei, nada muito promissor meu menino - Alvo disse - dez governadores caíram até o momento Severo, agora faltam apenas dois… - do que eles estavam falando? - Como suspeitávamos, Lucius parecia ter todos em suas mãos - então aquilo era sobre o pai de Draco também.

—Quanto tempo Alvo? - seu pai perguntou, ela estava torcendo para que aquela conversa evoluísse um pouco mais e ela pudesse entender do que exatamente eles estavam falando ali, já que aquela era a verdadeira razão pela qual aquele homem passaria a frequentar a escola, e também o motivo do seu pai estar cancelando as mentorias por tempo indeterminado… e aquilo parecia de fato sério, o diretor soava preocupado.

—Dias talvez… com sorte algumas semanas - ele respondeu - Severo onde está a criança? - ele perguntou e era óbvio que ele estava se referindo a ela, ela revirou os olhos, ela não era mais uma criança, não exatamente.

—Em seu dormitório na Sonserina, onde mais estaria? - ele devolveu, então seu pai estava mentindo para o diretor Dumbledore ao seu respeito, curioso…

—Claro, claro…. Precisa mantê-la afastada Severo, não é seguro tê-la por perto nesse momento - Alvo completou, e algumas coisas começaram a fazer sentido, ele não estava se livrando dela para priorizar o pai de Draco, na verdade ele estava seguindo ordens, para protegê-la.

—Farei - ela o ouviu dizer - mais alguma coisa Alvo? Estou no meio da poção que Lucius me pediu, se me demorar… ele vai desconfiar de que algo não está certo por aqui, e chamar a atenção dele agora não é exatamente o que queremos - espera… aquela poção havia sido encomendada pelo Sr. Malfoy? E seu pai estava falando sobre isso abertamente com o diretor…

—Falarei com Minerva mais uma vez Severo, sei o quanto está relutante quanto a isso, mas infelizmente algumas medidas se fazem necessárias, se eu cair, você sabe…  - Cair? Shara congelou, e se o seu pai estava relutante com algo, era porque aquilo podia ser mesmo ruim - por hora o deixarei com sua poção - nada mais havia sido dito e ela ouviu a porta fechando minutos depois.

—Se não pretende passar a noite toda dentro de um armário em minhas despensas, essa é a deixa para sair - ele disse para ela que se moveu - sua garota estúpida - ele disse ao vê-la sair - certamente você será minha ruína - ele complementou, ela não sabia exatamente por onde começar, mas voltar de onde eles haviam parado, não funcionaria mais… ela se aproximou do caldeirão fervendo, vendo que havia um pergaminho ali, pergaminho que antes havia sido ignorado por ela… ela leu o título, era uma poção dissimulante, ela passou os olhos pelos ingredientes…

—Não tem visgo aqui - ela disse perplexa.

—De fato - ele respondeu, então o visgo era apenas uma distração, por isso ele o havia banido, não por que não estivesse do seu agrado… ele era uma caixinha de surpresas e ela se sentiu legitimamente estúpida por ter dado tanto relevância para aquele episódio.

—Por que eu devo ser mantida afastada? Por que não faremos mais as mentorias? Por que o pai de Draco estará na escola com mais frequência? Por que o diretor disse que pode cair? Quem são os governadores? Por que está fazendo uma poção para o Sr. Malfoy? O que essa poção faz? E o que vai acontecer depois… do que está relutante? - ela perguntou tudo de uma única vez… ele a encarava, a analisando.

—Até onde sei, não lhe devo qualquer explicação - ele disse - e acredito não ser necessário mencionar que aquilo que acaba de ouvir aqui é um assunto sigiloso da escola e portanto não lhe diz respeito algum - ele disse ao se posicionar atrás do caldeirão, baixando o fogo, aquele era um estágio em que a poção entrava em algum descanso - e já que tem tanto apreço assim pelas regras - ele disse essa parte com ironia - à estarei acompanhando até a comunal da Sonserina - ele não iria falar… afinal por que ele falaria? Ela limpou o rosto, o resquício das lágrimas que não haviam sido derramadas.

—Isso… tem haver com a câmera secreta não tem? - ela tinha certeza que sim - se o responsável pelos ataques, se ele for pego… tudo isso poderá ser evitado, não poderá? - ela tentou mais uma vez aquelas eram outras perguntas… quem sabe…

—Eu não quero vê-la envolvida nesse assunto, eu me recordo de já ter dito isso no início do semestre letivo, espero que esteja entendido - sim ele havia dito algo assim, mas ele não negativou suas perguntas ali, o que provavam que aquelas eram mesmo conclusões assertivas… havia uma prioridade agora, e uma urgência… ela precisava falar com Hagrid, ela precisava saber o que havia acontecido a 50 anos atrás, se ela pudesse provar que o responsável por aquilo era o tal do Riddle, como ela achava que era… se ela pudesse talvez encontrá-lo… quem sabe ela evitaria tudo aquilo  - eu espero uma resposta audível aqui - ele pediu.

—Sim… sim senhor - ela disse, de forma respeitosa, ciente de que ele apreciaria aquilo.

—Para o que? - ele perguntou, talvez apenas para ter certeza de que ela havia prestado alguma atenção naquilo que ele havia acabado de dizer.

—Essa coisa toda da câmera secreta… e me desculpe, pelo que eu disse antes… eu não estava comparando… eu me referia apenas a sua má fé sobre as pessoas… mas talvez o senhor esteja certo sobre isso, talvez eu seja mesmo inocente demais para acreditar em qualquer coisa… - não ela não estava voltando atrás sobre aquilo que ela pensava a respeito de Draco, ela realmente achava que ele não se tornaria alguém como o pai, mas ela não iria retomar aquela discussão com ele… se eles ficariam mesmo algum tempo afastados, como parecia ser o caso ali… ela não queria fazê-lo naquelas circunstâncias - eu percebo o que está fazendo novamente… - ela o encarou - está me protegendo, eu sei - ela revelou - e sou grata por isso, honestamente… - sim era verídico, ele se aproximou dela, e dessa vez ela não recuou, as feições dele haviam amenizado também, ele puxou suas vestes e baixou sua camisa, bem na altura do seu ombro, inspecionando sua cicatriz, ele havia se lembrado da queixa feita por ela, em forma de ataque, a apenas alguns minutos atrás, e ela se sentiu ainda mais mal por isso.

—Não existe nada que eu possa fazer nesse sentido - ele se referia a cicatriz, enquanto tirava algo do bolso - quero que fique com isso - ele lhe entregou uma pomada - manipulei a fórmula para que o alívio fosso ainda mais imediato e evitará que sangre - ele informou, ele havia manipulado algo exclusivamente para ela, ele sabia o quanto a presença daquele homem podia ser agressivo para ela, e o seu coração se aquietou, já que mais uma vez ele estava provando o quanto se importava com o seu bem estar - eu sei que não poderá entender isso agora - ele ergueu seu queixo - mas não estou pedindo para que entenda, apenas que me obedeça, se ligar os pontos verá que faz algum sentido - ela arqueou a sobrancelha do que ele estava falando agora? - deve se afastar de Draco, acredite esse não é o momento para alimentar qualquer proximidade - ele pediu, usando o primeiro nome dele… ela assentiu, afinal fazia mesmo sentido, com o pai dele circulando pela escola, estar perto do seu protegido filho, era quase um suicídio… talvez para ambos.

—Eu posso fazer isso - ela disse e ele parecia satisfeito com aquela resposta - já sobre me afastar de você… - havia uma lágrima teimosa… e ela o envolveu pela cintura, seja lá quais fossem os verdadeiros motivos do pai de Draco, a possível queda do diretor, era ruim, mas nada ali parecia tão terrível do que ter que se afastar do seu pai e fingir não existir uma relação entre eles…

—Sobre o visgo, se amassá-lo de fora para dentro, poderá extrair melhor suas propriedades medicinais… - ela sorriu com aquele comentário, ele estava abstraindo, escondendo seus sentimentos atrás de algo, talvez criando barreiras mentais ali, uma prova concisa de que aquele arranjo era suficientemente ruim para ele também… quem sabe não fosse essa a razão de todo aquele mal humor.


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Notas finais do capítulo

Bom, e pra começar... temos Shara e Beta praticamente desvendando e entregando todo o enredo da Câmera secreta em apenas uma conversa e convenhamos que conversa heim... claro que a história precisou crescer e ganhar corpo para que elas chegasse até aqui com algumas informações privilegiadas, e se seguirmos o cânon original, veremos que elas estão em alguns dias mais adiantadas no assunto do que Harry, Ron e Hermione.
E como Shara mesmo disse... Beta é brilhante, já que soube procurar a coisa certa no momento certo.

E como a grande vilã da historia, aquela que cagou com a vida de todo mundo aqui, deve estar agora apodrecendo no inferno, literalmente... temos Lucius Malfoy entrando em cena, ok, um de cada vez né gente, se não o coração não aguenta, coitado do Severo hahaha
E ele entra em cena exatamente onde tem que entrar, será que ele vai conseguir as 12 assinaturas? sabemos que sim... e nessa fic ele tem um motivo, um propósito a mais para derrubar Dumbledore, já que ele deseja alcançar e por as mãos na criança, que ele tem certeza que o diretor esta encobrindo, aquela que libera magia ancestral lembram? magia que vem sendo rastreada pelo ministério... e que ele deduz possuir o colar milenar... que o incompetente do Draco não achou ainda hahaha tadinho.

E Draco soprando a cicatriz de Shara foi tão, mas tão afetivo, uma lembrança singela da infância. Afinal sem soprar não melhora né haha. E o piano de Narcisa, gente meu coração vai explodir, por que tenho algo tão, mas tão especial preparado para esse piano, que vai dar um desfecho muito legal na história (ok pareiiii)

E pra fechar temos um momento de tensão entre ela e Snape, só mais um né... afinal eles são muito parecidos, vai dar embate sempre, mas por fim ele só queria mesmo comunicar sobre o cancelamento das mentorias de forma provisória, e como ele não tem muito jeito né... ainda mais estando com ciúmes da filha, que obvioooo estava com Draco, já que ambos chegaram atrasados na aula hoje, então ele meio que faz isso muito mal... ela reage mal também e dai lascou.... mas sorte ou não Alvo consegue quebrar o gelo, com sua intromissão, e mesmo que seja uma conversa curta com Snape, ele entrega muita informação ali, proporcionando assim um final de pai e filha do jeito que mais gostamos. Mais uma vez Severo só a estava protegendo.



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