Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 21
Futuro - Revelações




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—Severo vou ser direto – disse o diretor - eu gostaria da sua presença amanhã de manhã.

—Absolutamente não - Severo disse cruzando os braços - você tem o mundo bruxo em suas mãos a umas boas décadas Alvo, tenho certeza que se sairá muito bem com meia dúzia de trouxas.

—Na verdade gostaria dos seus serviços - Alvo disse de forma misteriosa – como espião nesse caso.

—Não vejo motivos pra isso - é evidente que aquilo despertaria seu interesse, talvez fosse apenas uma jogada daquele velho astuto, já que ele sabia muito bem como conseguir o que queria.

—Bem, dado os últimos acontecimentos prevejo que algo importante poderá ser dito amanhã - Severo bufou de onde ele havia tirado aquilo? - apenas um pressentimento é claro.

—Pressentimento? Você realmente deseja me convencer a participar disso simplesmente por que você teve um pressentimento? - Severo disse com ironia - Sinceramente Alvo você já foi melhor que isso.

—Severo, entendo seus motivos, uma pena é claro, passar bem - Alvo disse fazendo menção em se retirar.

—Uma condição - Severo disse apoiando as duas mãos sobre a sua mesa e olhando para ela como se encontrasse ali a motivação que precisava para aceitar mais aquela loucura...  - E então eu farei o que está me pedindo - ele disse finalmente.

—E qual seria essa condição? - o diretor perguntou.

—Polisuco e fica ao seu juízo inventar qualquer história para o estranho que estará acompanhando vocês dois amanhã - já que ele iria mesmo fazer aquilo, então que fosse a sua maneira.

—Faremos do seu jeito, é sempre bom contar com sua ajuda Severo - Alvo disse sorrindo - eu não sei por que mais imaginei que você aceitaria.

—Claro que você faz - Severo grunhiu, quando é que ele tinha deixado de fazer alguma das vontades daquele velho intrometido.

—Descobriu algo sobre o colar? – o diretor perguntou trazendo à tona, uma das suas maiores frustrações no momento, ele não havia conseguido identificar o tipo de poção que havia dentro daquela cápsula, o próprio material usado para a produção da cápsula era por si só um mistério, um material que ele nunca havia visto ou estudado anteriormente.

—Não - ele respondeu transparecendo todo o mau humor que aquilo lhe causava - e isso torna tudo ainda mais complexo e estressante.

—Não se atormente tanto, a magia antiga não foi feita para nosso apreço – Dumbledore disse aquilo com muita naturalidade.

—Magia antiga? - Severo suspirou - Magia antiga foi extinta... estamos falando de uma poção... – Alvo o interrompeu.

—Que o melhor mestre de poções de toda a Grã Bretanha bruxa não consegue identificar? bem isso deve te dizer algo, não acha? – Severo havia perdido a semana examinando aquela peça, e ele não queria deixar a criança desprotegida por muito mais tempo que aquele já que seu feitiço havia funcionado perfeitamente bem e agora além de um colar de proteção ele também passaria a ser útil para monitoramento, todo cuidado com aquela garotinha problemática seria pouco, ele suspirou cansado.

—Que seja – ele decidiu deixar passar, Alvo era um bruxo com anos de experiência a sua frente e ele não queria perder seu tempo discutindo assuntos polêmicos daquela conjuntura - agora vá embora velho antes que eu mude de ideia.

—Mais uma vez obrigado Severo - ele sabia que havia sido manipulado, a causa já estava mesmo perdida ele pensou enquanto contemplava Alvo desaparecendo atrás daquela pesada porta de madeira.

Era manhã de sábado e Severo já estava devidamente caracterizado, particularmente ele poderia ser tranquilamente confundido com um dos integrantes da família Weasley, cabelos ruivos e roupas antiquadas, no entanto para seus próprios parâmetros, ele estava completamente fora de cogitação e era isso que importava, era assim que um disfarce deveria funcionar.

—Gostei da escolha Severo - Alvo disse se aproximando, Alvo também vestia roupas trouxas, no entanto de gosto extremamente peculiar, calças sociais em um tom de roxo escuro e um sobretudo em roxo claro, certamente que Dumbledore e suas vestes extravagantes eram algo difícil de desassociar, mas por Merlin aquilo era de péssimo feitio, Severo optou em ignorar, mas era quase impossível já que ofuscava sua visão.

—Preciso renovar meu estoque de cabelos trouxas - Severo disse meramente, enquanto ele observava a garotinha se aproximar, como sempre de forma pontual.

—Shara querida - Alvo exclamou ao vê-la – vejo que você fez um bom trabalho, está muito bem apresentável – Shara vestia seu uniforme habitual, porém ela havia feito uma trança na lateral do seu cabelo, que a fez parecer ainda mais nova do que de fato ela era, ela tinha feições bastante delicadas, uma criança com uma beleza única, e ela se parecia muito com a mãe também.

—Obrigada, o senhor também está... é... – Ele notou que ela havia oscilado ali e teve vontade de rir daquele episódio, ao mesmo tempo em que ela estava tentando soar de forma educada, era evidente pela sua reação que as escolhas do diretor não haviam sido exatamente do seu agrado.

—A propósito – o diretor disse – fazem alguns anos que não vou em reuniões ou eventos trouxas, então obviamente que estou um pouco desatualizado sobre as vestimentas, mas gostaria de me portar adequadamente hoje, na sua opinião existe algo que eu deva mudar?

—É... está ótimo honestamente, apenas a cor... é que roxo é bem incomum sabe, por que chama bastante a atenção, os trouxas a maioria deles pelo menos, optariam em usar algo mais neutro, um preto ou marrom nessa estação cairia super bem – ela disse enrubescendo.

—Ahhh uma pena roxa é minha cor preferida – o diretor disse de forma divertida, enquanto apontava a varinha para as próprias vestes alterando as cores, para um sobretudo preto e uma calça cinza escura – ela sorriu, ela sorria pouco daquela maneira – Shara me permita te apresentar, esse é o Sr. Grengas, ele é um dos funcionários do ministério, e irá nos acompanhar hoje, a garota o olhou sem qualquer desconfiança.

—É o ministério… eu devo me preocupar com algo senhor? - ela perguntou um pouco aflita, fazendo Severo se perguntar o quanto ela sabia sobre o ministério.

—Oh de forma alguma, o Sr. Grengas tem um dos corações mais tenros que já conheci, acredite… - Alvo disse sorrindo para ela - e eu nunca erro em meus julgamentos - Alvo voltou toda a sua atenção para ele se divertindo, por Merlin que ele poderia azara-lo naquele exato instante, o que ele estava tentando fazer? Velho estupido! A garota pareceu ainda mais confusa com aquelas colocações, afinal não era isso que ela estava questionando ali.

—Protocolo, em casos como esse Srta. Epson é necessário que alguém do ministério acompanhe - Severo resolveu intervir para manter o disfarce funcionando - prazer Arnold Grengas - ele disse parecendo simpático, coisa que ele detestava, mas se esforçou ao máximo para conseguir.

—Shara Epson senhor - ela disse bastante educada estendendo uma das mãos para cumprimenta-lo, algo que Severo não retribuiu por mais rude que pudesse parecer, a deixando um pouco constrangida, e recebendo um olhar de desgosto do diretor quase que imediatamente, mas havia algo quando eles se tocavam, aconteceu da última vez e ele não queria arriscar, aquilo poderia tranquilamente estragar o disfarce, já que a garota era esperta o suficiente para ligar os pontos, mais tarde ele se lembraria de explicar para Alvo já que esse era um dos assuntos que Severo queria mesmo discutir com o ele a respeito.

—Bem já que estão devidamente apresentados, vamos andando não queremos nos atrasar e deixar os nossos convidados ainda mais preocupados - o diretor disse piscando para Shara.

—É sobre isso… - Shara disse sem se mover - estive pensando... Noah vai estar lá, não é mesmo? - ela perguntou, era evidente que isso a deixaria nervosa.

—Bom, não sabemos exatamente, mas sim ele foi um dos convidados, já que ele é o responsável e presta contas ao seu respeito - o diretor disse despretensiosamente, Severo não havia inteirado Alvo do quão ruim era, portanto ele não sabia.

—É… eu sei que concordei com isso, eu só… será que o professor Snape não poderia vir conosco? - ela perguntou de maneira tímida e aquilo chamou sua atenção o deixando completamente desconcertado, fato que o fez derrubar parte dos papéis que estava segurando dentro de uma pasta, ele definitivamente não estava preparado pra isso, ele se lembrou dela pedindo para que ele o acompanha-se no lugar de Hagrid naquele dia no Beco Diagonal também, de alguma maneira ela se sentia segura com a sua presença, ela não era mesmo uma criança comum.

—Infelizmente o professor Snape não está na escola essa manhã - o diretor disse sorrindo voltando sua atenção para ele enquanto estava ocupado recolhendo os papéis com um feitiço.

—Ele não está? É… então podemos reagendar para um dia que ele possa ir? - ela tentou - por favor - e implorou – Verdade era que aquela declaração de forma tão singela vindo dela naquele momento de insegurança, fez com que um calor crescesse dentro do seu peito, algo que ele nunca havia sentido antes, ele fechou os olhos, apenas para buscar um pouco de autocontrole se mantendo apático ao pedido daquela criança. “Criança tola, eu estou aqui”.

—Shara - o diretor se aproximou de maneira afetuosa - eu entendo o quanto você confia no professor Snape - mas sinto que se não formos a esse encontro hoje, Hogwarts poderá ser exposta mais do que de fato deveria. Eu dou minha palavra de que não há nada para se preocupar, você não ficará sozinha, em momento algum, e enquanto eu estiver ocupado, apresentando a escola para os envolvidos, no caso o seu professor e Noah se ele comparecer, o Sr. Grengas estará lá para você, aproveite esse tempo para ter uma conversa de qualidade com a sua amiga.

—Ele estará lá e vai ouvir tudo o que eu disser? – A garota o olhou e parecia bastante desconfortável com aquele arranjo.

—Sim e não – o diretor respondeu e Severo estava curioso para saber o que Alvo estaria inventando para aquilo, realmente não era o arranjo ideal – Sim o Sr. Grengas estará lá, mas não se apegue tanto a isso, saiba que aquilo que disser na sua presença será apagado da sua memória mais tarde, o ministério não tem nenhum interesse em invadir a privacidade de qualquer aluno dessa escola, e a presença dele é apenas um medida de segurança adicional  – a menina parecia estar confusa, por Merlin e Severo estava torcendo para que ela comprasse aquela mentira deslavada – portanto você pode agir naturalmente como se ele não estivesse lá de fato.

—Ok, tudo bem - ela disse finalmente - eu vou - Severo reparou que ela havia colocado a mão sobre o peito, buscando o colar.

Eles partiram, a reunião havia sido agendada na escola onde Shara havia estudado seus primeiros anos, ao chegarem eles aguardaram num hall, onde haviam alguns móveis e cadeiras bastante surrados, Shara parecia bastante familiarizada com o lugar embora bastante desconfortável também.

—Shara - uma jovem de rosto redondo, cabelos médios de cor castanho escuros, e óculos fundos disse entrando na sala para encontrá-la, e Shara se virou abrindo um grande sorriso, correndo em sua direção para abraçá-la.

—Catie! - então essa era a amiga que a garota havia mencionado, Severo imaginava que seria alguém mais próximo a idade dela, mas a jovem era pela aparência uns 5 ou 6 anos mais velha, curioso.

—Oh por céus, só Deus sabe o quanto estive preocupada, você não mandou notícias, você havia dito que ia se comunicar, você prometeu! - a garota mais velha disse soando um pouco irritada.

—Sinto muito, eu só não sabia bem… como fazer - Shara disse se esquivando e o diretor interveio.

—Prazer Srta. permita-me apresentar sou Alvo Dumbledore o diretor da escola que Shara frequenta atualmente - ele piscou pra ela que sorriu, Alvo era mesmo muito carismático - nós temos um canal de comunicação bastante eficaz e nossos alunos recebem correspondências todas as semanas, falha a nossa não ter instruído a Srta. Epson de como proceder nesse caso - Alvo disse olhando diretamente para ele, o que ele esperava que fosse feito? Não é comum a casa Sonserina receber alunos naquela condição e esse tipo de instrução não estava sequer listada nos procedimentos que seus monitores recebem e repassam aos alunos novos todos os anos, talvez ele devesse mesmo rever essa questão.

—Shara - disse um senhor mais velho, que se aproximou de forma calorosa da criança.

—Sr. Hertel - ela o cumprimentou de forma cordial – eu sinto muito em preocupá-lo dessa maneira, não era minha intenção.

—Chega disso venha e me dê um abraço - ele disse abrindo um largo sorriso que ela retribuiu imediatamente - Ficamos todos tão preocupados com você, Noah nos forneceu tão poucas informações a seu respeito e achamos que você havia mesmo desaparecido - ele disse torcendo o nariz - Agradeço ao Sr. Dumbledore pelo retorno quase que imediato e eu que peço desculpas se de alguma forma causamos algum tipo de transtorno.

—Oh de forma alguma - Alvo sorriu, sendo cordial e diplomático - eu gostaria de aproveitar o nosso tempo para apresentar adequadamente a escola que Shara passará a frequentar nos próximos anos.

—É claro, por favor venha por aqui - mas antes que eles pudessem se retirar, Severo notou o clima do ambiente mudando com a presença repentina daquele que sem sombra de dúvidas era o trouxa que causará tantos problemas para aquela criança, ele dispensava apresentações, Severo já havia visto aquele rosto antes, já que ele era o bicho papão daquela garotinha, a primeira vista ele era bem menos intimidador do que a imagem que ela havia criado sobre ele.

 _ Desculpem-me pelo atraso, sabem como são as crianças hoje em dia, cada vez mais difíceis de administrar - ele disse fazendo menção ao lar do qual ele era o responsável, e passando seus olhos sobre Shara que parecia estar vendo um fantasma pela primeira vez, ela estava ali congelada, completamente imóvel, da mesma forma que Severo havia visto ela ficar naquele dia na sala de aula de defesa, involuntariamente ela havia colocado a mão sobre o peito outra vez, e ele entendeu que essa era a maneira que ela tinha encontrado para se regular quando se sentisse com medo ou sozinha, Severo sentiu a intensidade que aquele ato representava para ela, era como se ela estivesse buscando pela ajuda da mãe, e naquele momento ele se amaldiçoou por não poder sair do figurino e azarar aquele trouxa com um imperdoável ali mesmo - Shara querida, não seja tão tímida… - ele sorria para ela de uma forma diferente e ela parecia processar aquilo sem conseguir se movimentar, ele não deveria se envolver, não deveria…

— Acredito - ele fez uma pequena pausa antes de continuar, apenas para ter certeza de que tinha atraído toda a atenção para si - que as apresentações não sejam necessárias aqui - Severo sentiu o olhar do diretor sobre ele que não deveria estar interferindo, ele era apenas um coadjuvante ali, ele sabia – penso que haja outras prioridades no momento  já que vocês tem muito a discutir - ele complementou devolvendo o olhar para o diretor que pareceu entender o ponto ali, se havia uma promessa da qual Severo cumpriria em sua vida, seria exatamente aquela que mentalmente ele tinha acabado de fazer, aquele trouxa nunca mais iria encostar um dedo naquela criança, nem que fosse apenas para cumprimenta-la.

—Bom senhores, podemos conversar num lugar mais reservado? - o diretor perguntou tentando retomar do ponto que haviam partido.

—Claro, por favor Sr. Dumbledore e Sr. Cortez poderiam me acompanhar - o professor de Shara disse ao mesmo tempo que lançava um olhar em sua direção, checando se ele também não estaria os acompanhando.

—O Sr. Grengas é meu assistente pessoal - Dumbledore interveio, mentindo - e solicitei que ele esperasse aqui fora com as crianças, assim podemos ficar mais à vontade enquanto conversamos, se não for um problema é claro - Alvo disse e todos concordaram, embora o trouxa tenha lhe lançado um olhar de completo desgosto antes de seguir adiante, olhar que Severo fez questão de retribuir a altura, era mesmo uma pena que ele não estivesse a caráter, Severo certamente tinha excelentes métodos de fazê-lo temer pela sua vida. 

—Shara - a garota mais velha disse assim que os demais adultos se retiraram - você não deveria deixá-lo te afetar tanto assim - e ela passou os braços em torno de Shara que retribuiu o abraço de forma afetuosa.

—Catie… eu não… só não consigo - ela disse com a voz um pouco embargada - e eu temo por você, bem você não deveria estar nisso pra início de conversa - Shara soava bastante preocupada – você deve estar com muitos problemas agora e tudo por minha causa.

—Ei nada disso, não se preocupe comigo, estamos aqui hoje para falar de você… eu estive tão preocupada - ela disse de forma singela, segurando as mãos da amiga.

—Eu sinto muito – Shara abraçou a amiga com ainda mais força – eu senti tanto a sua falta.

—Eu também… eu cheguei a pensar que coisas horríveis pudessem ter te acontecido, foram dias difíceis aqui e eu fiquei tão grata quando o Sr. Hertel me procurou no lar a alguns dias atrás, ele estava verdadeiramente angustiado com sua ausência por todo esse tempo, e nós não estávamos convencidos com a história que Noah havia contado para ele, Noah disse que havia te visto embarcar no trem, ele fez?

—Não… exatamente – Severo notou que Shara havia optado em pular a parte de que não havia exatamente um trem, já que a garota chegou naquele maldito carro voador - Catie… é real, a carta, a escola e tudo mais – ela sorriu para a amiga.

—Eu posso ver, e você está verdadeiramente radiante, nesse uniforme e tudo mais... então isso quer dizer que você é uma bruxa de verdade? E isso explica tudo aquilo... as coisas que você podia fazer?...

—Sim isso meio que faz, é uma loucura – Severo estava assistindo tudo de fora, era impressionante como aquela garotinha conseguia ser tão solta, tão espontânea e tão verdadeira na frente daquela que seria a sua melhor amiga ali, ele estava conhecendo um lado dela que talvez ele nunca teria, se não fossem pelas circunstâncias - Catie, eu vi o jornal, a minha foto – ela disse encarando a amiga outra vez, havia tristeza e dor naquelas palavras - vocês chamaram a atenção sobre ele e sobre o lar, e eu sei como o Noah reage com esse tipo de coisa…- Shara disse percebendo o olhar de insegurança da amiga.

—Acho que não é apropriado tratarmos disso agora - A garota mais velha disse visivelmente incomodada com a sua presença naquele lugar, naturalmente ele era um estranho para elas no momento.

—Catie, eu sei, mas essa é a nossa melhor opção de conversarmos - e nesse momento ele fingiu não se importar validando aquilo que Shara estava tentando dizer ali - tudo o que dissermos aqui será apagado da memória dele depois - Severo achou engraçado a forma como Shara havia repassado aquilo, ela era tão ingênua que acreditava cegamente em qualquer palavra que fosse dita pelo diretor.

—Apagada? Como isso é possível? - a amiga de Shara perguntou desconfiada, já que obviamente ela não estava familiarizada com nada que dizia respeito a magia.

—Magia! - Shara respondeu - é estranho, mas acredite, em apenas um mês eu descobri que quase tudo pode ser possível usando magia, a gente meio que acostuma - e a garota simplesmente assentiu - Catie - ela se voltou para a amiga outra vez - ele te machucou? - Severo sentiu a apreensão na voz daquela criança, ao falar de algo tão difícil e que jamais deveria ter se tornado comum para elas, era nítido o quanto ela temia pela vida da amiga, quase como temia pela própria.

—Shara...não se preocupe falo sério… nada além daquilo que já estou acostumada.

—Mas eu quero saber... o quão ruim é? – ela perguntou determinada.

—Ele estava bêbado - a garota mais velha disse com a expressão séria e completamente vazia e Severo sentiu que o ar poderia estar lhe faltando ali.

—Tão bêbado quanto o dia que… bem, você sabe - Shara havia dito isso um pouco mais baixo, parecia ser algo muito difícil para ela externar mesmo na frente da amiga, e Severo não sabia dizer se queria mesmo saber do que se tratava aquilo, mesmo no seu tempo de comensal, torturar e machucar crianças lhe era incabível, Severo sentiu seu sangue queimado por Merlin, ele estava disposto a matar aquele trouxa maldito.

—Sim, tão bêbado quanto aquilo.

—Sinto muito, sinto tanto… eu deveria ter pensando em uma forma de me comunicar antes, e teria evitado tudo isso eu só estive tão o ocupada, é tudo minha culpa – Shara disse em meio às lágrimas, e Severo notou que a garota mais velha também estava limpando os olhos por baixo dos óculos, e se aproximando para envolver a amiga em mais um abraço caloroso.

—Não é sua culpa que ele seja o monstro que ele é - Catarina havia dito.

—Eu poderia tê-lo parado, você sabe… eu deveria tê-lo machucado mais naquela noite - ela disse depois de um certo tempo, aquilo era novo e havia pego Severo completamente de surpresa, aquele sentimento não soava apropriado para uma criança daquela idade, havia algo no tom de voz usado por ela que o levava ao seu próprio passado e de como ele se sentia a respeito do seu pai  - Eu tive a oportunidade, mas… eu não sei… - ela dizia olhando para as mãos - infelizmente eu não podia controlar a magia… da forma como veio ela cessou – Severo entendeu que ela estava falando de magia acidental ali, ou ancestral que era o que Alvo acreditava ser, mas independente do que fosse, isso o deixou de alguma maneira mais aliviado, era um mecanismo de proteção, ela havia tentado se defender e não machucar, mas as consequências daquilo poderiam ser suficiente ruins, algo parecido com o que ele havia visto na sala de defesa aquele dia.

—Não diga isso Shara, você não é assim, e bem não por ele não valeria a pena…

—Tome - Shara disse retirando algo do bolso das suas vestes, o que ele reconheceu de imediato, ser a pomada para hematomas e cicatrizes que ele havia fornecido para ela há algumas noites atrás naquela detenção - pegue é seu, isso vai ajudar.

—O que é isso? - a garota perguntou curiosa.

—Bem, isso é como se fosse uma pomada trouxa, mas as propriedades são bem diferentes já que foi desenvolvida com magia, ela pode curar e fazer desaparecer todos os seus ferimentos e cicatrizes em apenas poucas horas e o alívio da dor é imediato.

—Por que você tem isso Shara? - a garota mantinha um olhar de desconfiança, certamente que ela conhecia muito bem o potencial de se envolver em problemas da amiga.

—Eu… bem só aceite ok? - Shara disse era evidente que ela não queria abrir os motivos ali, e a garota pegou a pomada a avaliando - Não deixe Noah saber disso - ela pediu cautelosa, use o quanto achar necessário.

—E bem, você poderia estar me entregando isso? - Shara parecia refletir sobre aquilo.

—Ganhei de um professor, acredito que ele não vai se importar com o destino que eu der para isso - Ele se importaria, certamente que se importaria, mas em outras circunstâncias é claro, mas não mais… a garota se preocupava com as condições da amiga, e ela havia tomado a culpa de tudo aquilo apenas para si, ela estava tentando ajudar a sua maneira e isso a favorecia, ela tinha o coração da mãe e o método Sonserino de resolver seus infortúnios.

—E como é a escola? aposto que você fez muitos amigos por lá… vamos se anime, me conta um pouco - a garota mais velha disse ao se sentar em uma das poltronas e trazendo uma mudança de assunto no ambiente.

—É bem diferente… queria tanto que você pudesse ver, sabe aquelas histórias que você lia para mim antes de dormir? contos de fadas e tudo mais? Então a maioria daquelas criaturas, elas existem… sim eu sei que é assustador, mas é incrível também, aos poucos estou me acostumando, e eu faço mesmo magia é natural, com isso daqui - ela disse mostrando a varinha - mas não posso fazer magia fora da escola, e não é tão simples assim… sobre amigos e tudo mais.

—Parece realmente incrível… eu estou tão feliz por você, tenho certeza que você será uma bruxa muito talentosa, mas por que não é tão simples, qual o problema com os amigos? - ela perguntou interessada.

—Bem, digamos apenas que essa parte não seja muito diferente daqui - Shara disse fazendo menção ao lugar onde elas estavam - Hogwarts é dividida em quatro casas distintas e eu fui selecionada para a Sonserina - ela disse mostrando o brasão que ostentava em suas vestes - e essa é uma casa onde os alunos possuem alguns diferenciais, principalmente sociais, se é que me entende um "padrão mais elevado" sobrenomes conhecidos, tradições entre outras coisas desse tipo, e bem eles realmente se importam muito com isso, fazendo com que os alunos sejam bem seletivos quanto às escolhas de amizade e olhe pra mim? Eu? - ela riu daquilo, mas não era de felicidade - não me enquadro, é claro, então você já pode imaginar… - Shara disse e Severo entendeu o quão difícil aquilo tinha sido para ela no começo, certamente que ela esperava por algo diferente, já que ela vinha de um lugar onde ela não se encaixava também por motivos distintos embora ainda assim houvesse uma certa semelhança.

—Você não pode simplesmente trocar de casa? - a garota perguntou tentando ajudar.

—Não funciona assim, eu tentei no começo, mas a seleção não é algo aleatório existe um critério, laços de família ou algo assim e enfim, eu acho que tenho mais haver com aquela casa do que eu pensava no começo - Severo se controlou para não arquear as sobrancelhas naquele momento e estragar tudo, então ela havia finalmente aceitado aquilo?

—Então…  e sobre isso, você descobriu alguma coisa sobre os seus pais?

—Não… apenas que eles eram bruxos, assim como eu, mas é mais difícil do que pensei, ninguém me fala nada, o diretor é o único que parece ter algum tipo de conhecimento a respeito, bem ele leu a carta da minha mãe e foi o que me pareceu - Severo segurou a vontade de bufar naquele momento, sim Alvo Dumbledore era fácil de ler, até mesmo para uma criança com a idade dela - eu mesma pesquisei em todos os anuários da escola, pelo meu sobrenome - é óbvio que a garota havia pesquisado, era o tipo de coisa que ele esperava que ela faria, mas era óbvio também que o sobrenome Epson não constava em nenhum, ele pensou, afinal esse sobrenome não existe e ela completou seus pensamentos - e óbvio, que ele não existe no mundo bruxo, nenhuma família com esse sobrenome, e como na Sonserina isso significa muito, então bem é falso… - ela suspirou - minha vida é uma mentira Catie, nem meu sobrenome é real, eu não sei nada sobre o meu passado - ela deu de ombros.

—Shara eu realmente sinto muito, mas você já cogitou, visto que foi selecionada para essa casa de que você possa ser filha de bruxos muito, mas muito poderosos? - Shara parou por um instante, parecendo refletir sobre aquilo.

—Na verdade não, não cogitei - Severo sentiu-se vazio naquele momento, a criança não fazia ideia do quão poderosa sua mãe havia sido - Mas eles foram pessoas ruins Catie - e naquele momento Severo sentiu como se um pedaço do chão pudesse ter sumido debaixo dos seus pés, não por ele… ele não se importaria, ele era facilmente associado assim, mas por Maeva, e embora ela pudesse ter cometido muitos erros no passado, certamente ela foi uma bruxa de coração grandioso a mais generosa que Severo já conheceu.

—Você diz isso por que você acha que foi abandonada por eles?

—Não... quer dizer isso também…, mas os alunos da minha casa, são em sua grande maioria filhos de comensais… - Severo queria chacoalhar aquela garota estúpida, Maeva jamais teria se tornado uma comensal, ela lutou pela armada, ela foi corajosa... ela deu a vida dela em troca da vida daquela garotinha, Maeva podia ver o melhor das pessoas, inclusive nele... o que ele estava fazendo... defendendo Maeva?  Sim ela também era sua filha, e ele sim faria jus aos julgamentos daquela criança, mas não Maeva, não ela.

—Eu não entendo, mas dito assim deve ser algo ruim – obviamente que a outra garota não sabia nada a respeito, e já era suficientemente surpreendente pensar que Shara detinha de tal conhecimento, ela havia pesquisado sobre isso também?

—Sim, é ruim... – era evidente que isso a incomodava.

—Shara você não pode culpá-los, e você não tem controle sobre as escolhas deles no passado embora ainda assim eu não acredite que essa possa ser uma verdade completa, olhe pra você a menina com o coração mais doce que eu já conheci, só não faz sentido.

—Eu cresci longe deles…

—Você cresceu com o Noah e, no entanto, você continua sendo boa.

—Mas eu tinha você! – Shara quase gritou, as lágrimas da criança estavam ali sobressalentes outra vez, e elas tiveram uma longa troca de olhares que para elas certamente significava muito, Severo estava começando a sentir uma forte dor de cabeça se aproximando, e ele estava mesmo cogitando a ideia de ser oblivitado depois de tudo aquilo, afinal fazer parte disso tinha sido mais que o suficiente, qual era o jogo de Alvo ali? Ele sabia que as garotas poderiam ter aquele tipo de conversa na sua frente, ele a induziu a aquilo, e ele não dava nenhum passo, sem pensar no seguinte, se aquele velho senil estivesse esperando que ele mudasse com a garota depois daquilo, Alvo estava muito enganado, ele não era um homem acessível e muito menos dado a emoções.

—Eu conheci um professor - ela disse mudando de assunto - ele é o chefe da minha casa, da Sonserina, e eu queria que ele estivesse aqui comigo hoje, eu certamente não me sentiria tão apreensiva com o Noah como estou me sentindo, parece besteira, mas de alguma forma eu sei que posso confiar nele e isso me traz segurança, ele é bastante rigoroso e tudo mais, mas as vezes ele simplesmente ouve o que eu tenho a dizer - Severo fechou os olhos depois de ouvir aquelas palavras… a garota mais velha tinha razão sobre Shara ser boa como a mãe, mas ele não era bom, e com o tempo ela iria acabar descobrindo e se decepcionando com ele assim como Maeva se decepcionou.

—Shara... isso é bom, vejo que você finalmente encontrou um adulto em quem possa confiar.

—Acho que sim - ela sorriu discretamente - Catie por acaso você ainda está fazendo meio turno na biblioteca central? - Shara perguntou trazendo outra mudança radical entre elas, mudança bem vinda, ele pensou.

—Sim…  precisa de algum ajuda em alguma tarefa? Algum material especifico?

—Na verdade sim... eu gostaria que você pesquisasse algo pra mim, eu sei que vamos ter um canal de comunicação daqui pra frente acho que o diretor vai fazer questão depois de toda essa bagunça - ela disse sem graça e Severo sabia muito bem o que ela tinha em mente ali, ele havia sido claro o suficiente quando disse para ela esquecer aquele assunto, mas quem ele queria enganar? ele sabia que ela não obedeceria e estar ali pelo menos lhe traria alguma vantagem, já que certamente ele estaria interceptando aquela correspondência.

—Claro Shara, e sobre o que seria?

—Medusa, aquela da mitologia - Shara pediu sem entrar em maiores detalhes.

—Sério, você também? O Que há com esse assunto? - a garota perguntou pensativa, da forma como ela havia dito Severo poderia jurar que havia algo a mais ali.

—É… complicado, mas acredite é importante…

—Shara... escute, eu já pesquisei sobre esse tema, na verdade foi a apenas alguns dias atrás, ninguém nunca havia solicitado esse assunto antes, pelo menos não no meu turno, e eu sinto muito, mas não vou poder ajudar, pois emprestei todo o material que tínhamos – Shara deu um salto de onde ela estava, ela havia entendido que aquilo não se tratava de uma mera coincidência, e Severo também, por Merlin Alvo tinha mesmo razão, sobre o pressentimento, o que havia com aquele velho?

—Não é possível - Shara disse ficando sem cor – pra quem você emprestou?

—Bem, não sei… um desconhecido, é uma biblioteca grande você sabe e bastante movimentada, mas falando assim, algo naquele homem chamou a minha atenção, ele se comportava de forma estranha e usava roupas bastante incomuns, alguém um tanto quanto exótico para o nosso padrão eu diria.

—Catie, ele era um bruxo! - Shara exclamou – mas por que ele iria numa biblioteca trouxa? – Aquilo não soava bem, Severo precisava informar Alvo imediatamente.

—Shara... do que se trata isso? - Catie interveio – você está começando a me deixar alarmada, você não está se metendo em algo perigoso está? – Severo queria dizer que ela sempre estava se metendo em algo perigoso e que isso era bastante exaustivo.

—Vai parecer loucura pra você, mas de alguma forma isso tem a ver comigo, não se trata apenas de mitologia, que aparentemente não é como descrita nos nossos livros, mas sobre uma lenda muito antiga, que pode estar ligada a algo que possuo, então seja quem for, eu penso que ele possa estar tentando chegar até mim - Severo tinha certeza de que ela ainda não sabia nada sobre a marca e sobre a sentença que ela carregava, mas ela era esperta e nesse ritmo ela logo chegaria lá.

—Algo que você possui? O que seria isso... – Shara não respondeu de imediato, ela parecia pensar a respeito - Shara! – a garota chamou sua atenção.

—O colar da minha mãe, aquele que veio com a carta – a garota mais velha colocou as duas mãos sobre a boca parecendo atordoada – eu descobri que o colar é valioso e não me refiro apenas a recursos financeiros, tem algo sobre ele que pode ser de grande interesse, é isso diz respeito a lenda.

—Shara, ouça com atenção eu descobri uma sala secreta na biblioteca, em uma ala subterrânea, eu vi o Sr. Christoffer dias atrás saindo de dentro dela, você o conhece ele trabalha lá há anos, e naquele dia havia um livro, um livro bastante antigo, sobre lendas... e ele entregou esse livro para aquele homem, junto com todo o material que eu havia separado, você mencionou uma lenda, talvez você tenha razão... Shara se isso for verdade você pode estar correndo perigo... Shara talvez você devesse avisar aquele professor que você mencionou – Por Merlin, aquele livro... sim era o mesmo livro da sessão restrita, Alvo havia comentado que haviam duas cópias, Maeva estava certa sobre o perigo que aquela criança corria sendo exposta no mundo bruxo e já não bastassem os problemas internos em Hogwarts que ele se via obrigado a intervir, agora havia aquilo, e aquilo era algo grande, por um momento ele desejou que ela viesse até ele com aquele assunto, ele queria poder instrui-la adequadamente, mas ele duvidava que ela o fizesse.

—Eu não sei...  eu prometi que não me envolveria mais com esse assunto e eu sempre quebro minhas promessas – garota tola, no mínimo ela iria agir por conta própria, ela realmente não aprendia com seus próprios erros, mas ele não iria permitir, não dessa vez.

—Shara não seja descuidada, prove que você confia nele! – Shara encarou a amiga por um longo momento, ela se levantou passando os olhos pela estante de vidro a sua frente, era uma vitrine, haviam alguns troféus expostos ali, troféus que aquela escola deveria ter ganho em algum tipo de campeonato trouxa, havia também uma pequena fonte de água feita de pedras, daqueles apetrechos que trouxas gostavam de usar em suas decorações e que diziam ter relação com boas energias, sua mãe havia ganhado uma dessas de presente de uma vizinha trouxa no passado, Severo se lembrou de achar aquilo muito engraçado e sem sentido.

Shara se aproximou, passando a mão na estante e colocando o dedo na água, de onde ele estava sentando ele podia ver com precisão o rosto da criança, foram apenas alguns segundos, e ele notou que havia sido gerado uma certa conectividade naquela ação, a pupila dela havia dilatado completamente, mudando o olhar, e ela tirou o dedo parecendo assustada e se virou para a amiga que aparentemente não havia notado nada.

—Eu... sei o que devo fazer - Shara disse com bastante convicção, deixando tanto ele como a amiga sem entender o que ela queria dizer com aquilo, eles ouviram passos e o som de vozes se aproximando, Shara se aproximou da amiga, enrijecendo outra vez, Maldito trouxa e poder que ele exercia sobre aquela criança.

—Shara querida – o Sr. Hertel foi o primeiro a falar – estou maravilhado e completamente convicto de que você estará estudando na melhor escola que esse país já conheceu - Dumbledore sorriu com aquele comentário, certamente que ele estava se sentindo vitorioso.

—Uma garotinha tão especial como Shara certamente merece o melhor não é mesmo – Severo viu o brilho nos olhos de Shara sumindo com aquele comentário do trouxa que tanto a assustava.  

—Agradeço pelo tempo senhores – Alvo disse, mas precisamos mesmo ir, o dever nos chama, Shara se despeça dos seus amigos e prometa se comunicar com eles em breve.

—Sim senhor… - E foi exatamente o que Shara fez, Severo notou que ela fez de forma rápida evitando qualquer contato com aquele trouxa e minutos depois eles já estavam de volta a Hogwarts, para total satisfação de Severo, já que haveria muito para processar ali.

—Shara obrigada pelo seu tempo - o diretor disse com afeto - tenho certeza que eles ficaram imensamente felizes em poder revê-la – ela assentiu, mas parecia distante.

—Senhor, saberia me informar se o professor Snape estará na escola hoje à tarde? - ela perguntou, o que o fez pensar se ela estaria mesmo disposta em procura-lo para contar o ocorrido.

— Bem acredito até que ele já tenha voltado – o diretor respondeu com um sorriso largo no rosto, fazendo Severo ter vontade de revirar os olhos.  

—Eu posso ir senhor? - ela perguntou e Alvo assentiu, ela fez um gesto gentil se despedindo dos dois e assim que ela virou o primeiro corredor e antes mesmo que Alvo pudesse fazer qualquer comentário Severo se antecipou.

—Apenas não diga seu velho indiscreto, por que eu sei bem o que você pretende dizer - e Alvo riu alto - e pare de rir como um velho senil, pois temos algo muito sério e importante para discutir -  Alvo concordou caminhando com ele em silêncio até a sua sala. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, temos assim mais alguns mistérios no ar. É evidente que mais alguém esta atrás da lenda também, e o oque será que Shara sentiu? ela tem uma ligação muito forte com á água não é mesmo :)

Agora Severo tendo que ouvir umas verdades duras e cruas sobre a criança, foi o auge, vocês não tem ideia do quão difícil foi pra mim escrever esse dialogo, com ele ali sendo o observador. Enfim... por favor me contem o que estão achando, isso tem me motivado tanto.



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