Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 105
Futuro - O piano


Notas iniciais do capítulo

Uma parte desse capítulo é quase um "musical", mas acredite, você não esperava por isso!

Por favor ouça na voz perfeita dela... Never Enough de Loren Allred ☺️

https://youtu.be/6jZVsr7q-tE?si=XogAJZEZt8Otox1n



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—Não é curioso – Beta disse com indignação, enquanto Shara se agarrava firmemente ao guarda-corpo da escada, que, naquele exato momento, havia começado a se movimentar – que as escadas mudem justamente quando estamos com pressa, nos fazendo perder o dobro do tempo necessário para chegarmos ao lugar que desejamos – ela bufou, provocando risos em Shara.

—Bem, não é como se as escadas soubessem disso – Shara respondeu de maneira descontraída – afinal, hoje é domingo e não estamos exatamente atrasadas para algo... estamos? – ela acrescentou de forma divertida.

—Fale por si mesma - Beta devolveu ríspida, sim estudar era sempre uma prioridade para a amiga, que constantemente se sentia atrasada ou devendo em qualquer que fosse a matéria e isso de fato era algo dela, algo que Shara já deveria ter entendido - Minha irmã certa vez me disse que quando as escadas mudam é por que elas querem nos levar na direção que deveríamos seguir - Beta ironizou - Claro, não há menção alguma sobre isso em Hogwarts, uma história - Shara não havia lido esse livro e, portanto, não podia opinar. - Ou seja, não faz sentido nenhum, está apenas nos atrasando. Só isso - Beta bufou novamente… 

—Os livros... nem sempre são confiáveis, além de não relatarem boa parte da história, você sabe… - Shara tinha cada vez mais certeza disso. Os livros de mitologia, por exemplo, do seu ponto de vista, poderiam ser todos queimados e reescritos, isso literalmente do zero, com algumas boas contribuições da parte dela, ela pensou.

—Não diga bobagens - Beta a repreendeu, sim falar mal dos livros era outro erro fatal, não que Shara estivesse criticando ou coisa assim, mas Beta era uma ávida amante da leitura, e os livros eram quase como divindades imaculadas para ela… Se Shara fosse esperta, evitaria esse assunto e qualquer outra coisa que englobasse estudar… nervosa, Shara riu, tentando amenizar a situação, o que pareceu ter dado certo. - Aliás, deveríamos estar praticando os feitiços da semana, especialmente você, que terá que fazê-los parecerem reais, replicando seus movimentos de forma impecável e isso sem sua magia - Beta a lembrou, e honestamente, lembrar não era o ponto forte de Shara.

—Droga - Shara soltou o palavrão despretensiosamente, sim conviver com Antony dava nisso - esqueci minha varinha... no quarto - ela admitiu, recebendo um olhar de condenação de Beta… Que dia difícil estava sendo aquele... a varinha não era útil no momento, e Shara não estava usando o coldre que Draco havia lhe dado de presente em seu aniversário, então o antigo hábito de não levar a varinha consigo havia retornado com força total.

—Não é porque não pode usar que deve andar por ai sem ela... - Beta retrucou, ela estava agindo de forma incrivelmente parecida com a de seu pai. Shara teve vontade de brincar, perguntando se não era ele ali fazendo uso da poção polissuco, porque a semelhança era de impressionar… mas Beta não estava para brincadeiras essa manhã e sem falar que ela não entenderia.

—Eu sei, ok! - Shara ergueu as mãos em sinal de rendição - vá encontrar Gina, eu vou voltar para buscá-la e nos encontramos na biblioteca - Beta assentiu, e Shara a viu sumir pelo próximo corredor à frente. Shara se virou para fazer o caminho de volta quando as escadas se moveram mais uma vez. Curiosamente, estavam muito mais agitadas naquela manhã do que de costume, talvez irritadas com tanta falação a respeito delas e com essa nova mudança de direção, Shara se viu diante de um corredor que ainda não havia explorado, Hogwarts era enorme, sempre havia um lugar... Shara estava prestes a buscar outro lance de escadas, para retomar o seu caminho quando ouviu alguém se aproximar murmurando...

—”Lustre o piano… lustre o piano, francamente” - ele bufou, expressando sua insatisfação - “agora eu sou o que? um maldito elfo doméstico” - aquele era o zelador Filch, ele rosnou para ela, assim que a viu, mostrando os dentes, Shara se encolheu, saindo do seu caminho, ela não estava fazendo absolutamente nada de errado ali, mas em todo caso, melhor mesmo se esquivar, afinal nem de longe ele era alguém amigável e eles também não haviam começado com o pé direito ali… e assim que ele havia descido, estando longe o bastante, Shara olhou para o corredor de onde ele havia surgido, havia uma sala aberta e ela estava iluminada, Filch havia dito piano, bom o único piano que Shara havia visto em Hogwarts além daquele que ela mesmo havia desejado na sala precisa, era o piano da mãe de Draco, e bem… aquele piano não estava mais na sala de troféus onde ela o havia visto pela primeira vez, ele teria que estar em algum lugar… quem sabe, aquele não fosse de fato… bem, uma espiadinha apenas, não faria mal… e a curiosidade foi muito mais forte do que qualquer compromisso de estudo que ela tivesse com as amigas, sim pela primeira vez em tempos, ela estava completamente em dia com suas matérias, portanto aquilo poderia esperar… e ela só ia dar uma olhadinha, algo rápido, nada mais… então ela correu até sala.

Shara foi genuinamente cativada ao adentrar naquele espaço, aquela era uma autêntica sala de música, equipada com uma variedade de instrumentos antigos. Sim, e havia de fato um piano ali... sem hesitar Shara removeu o tecido que o protegia, quando suas suspeitas foram plenamente confirmadas, aquele era o piano pelo qual ela havia se deslumbrado, o instrumento reluzia ainda mais naquela manhã, graças ao empenho e trabalho de Filch, ela sorriu.

Shara não conseguiu resistir à tentação, ela estava disposta a gastar seu tempo o contemplando, e já que ela estava ali... e sem esperar por um convite, Shara sentou-se no banquinho estofado à sua frente, apreciando cada tecla, se perguntando como algo podia ser tão belo e impecável? Aquele piano era muito diferente dos instrumentos velhos e maltratados que Shara usava em sua antiga escola, ela respirou fundo, como se pudesse absorver o cheiro dele e a essência da música pelo nariz, aquilo a deixava extasiada uma prova do quanto aquilo a fazia se sentiar bem, ela lamentou a distância e o sigilo daquela sala em relação às demais do castelo, infelizmente, Hogwarts não oferecia educação musical, algo que ela considerava uma perda de talentos.

Ao passar os dedos de forma sutil pelas teclas do instrumento, Shara se concentrou no som que cada uma delas produzia, sentindo a vibração em seu corpo, quase como uma onda de energia que percorria suas veias, absorvendo aquela que para ela era simplesmente a melodia mais perfeita, Shara poderia seguir o som com os olhos fechados de qualquer lugar que estivesse, como se a música tivesse o poder e a força de transportá-la para qualquer outra dimensão. Sim, talvez a irmã de Beta estivesse mesmo certa sobre as escadas, já que elas a haviam guiando para onde seu coração pertencia.

Enquanto Shara mergulhava nas notas do piano, uma melodia começava a desabrochar, era envolvente e preenchia cada centímetro do lugar… era como se as teclas do piano ganhassem vida, expressando emoções próprias, emoções que Shara entendia perfeitamente. Era ali que o conceito de tempo se perdia, se tornando algo irrelevante para ela já que o seu anseio era de prolongar aquele instante… ao entregar-se a aquele momento de forma bastante intencional, Shara se deixou guiar pela intensidade das notas, acompanhando mentalmente a letra da canção que ecoava incessantemente em sua mente, aquela canção que ela vinha tagarelando por toda a semana, agora compunha uma expressão vivida e que parecia se encaixar com precisão ali.

A cada acorde, Shara sentia uma crescente liberdade de avançar ainda mais, como se o próprio instrumento lhe concedesse mais espaço e consentimento para fazê-lo. A melodia, de certa forma melancólica, transmitia uma sensação de busca por algo insubstituível, representando para ela um sentido de pertencimento, algo tão pessoal, algo que dificilmente alguém compreenderia. Enquanto seus dedos dançavam pelo piano, se familiarizando cada vez mais com o som, Shara se aprofundava na melodia. Desde sua infância, a música se tornara uma manifestação de seus sentimentos mais profundos, uma linguagem única que ela amava viver e sentir intensamente, capaz de comunicar o que palavras muitas vezes não podiam.

No ápice de sua entrega, Shara abriu os olhos, sendo surpreendida ao perceber que não estava mais sozinha, havia uma mulher desconhecida na sala, quanto tempo ela estava ali? Shara não sabia, ela não havia ouvido ninguém se aproximar… Shara a estudou por um momento, ela era uma bruxa de presença bastante aristocrática e de beleza inegável, suas vestes eram de extrema elegância, e seus cabelos loiros, platinados como fios de prata, que caíam em ondas suaves de maneira impecável, conferindo-lhe uma aura de refinamento. Seus olhos, penetrantes e azuis, observavam Shara de forma curiosa, causando-lhe um certo constrangimento pela intensidade que ela o fazia. Shara parou de tocar o instrumento imediatamente, mergulhando o local novamente em um silêncio intrigante.

—Desculpe-me, querida - disse ela com tranquilidade ao perceber o desconforto de Shara em sua presença - Não era minha intenção assustá-la dessa maneira — movendo-se elegantemente até o piano, e expressando sua própria admiração por aquele instrumento singular, ela passou a mão em toda a sua extensão, como se o conhece-se a tempos, Shara a observou, com cautela, havia algo notavelmente familiar nela, despertando uma sensação de reconhecimento em Shara, como se já a conhecesse ou tivesse cruzado seu caminho antes… foi então que Shara percebeu... sim, aquela era... sim só podia ser ela, ela era… e Shara congelou diante da presença de ninguém mais e ninguém menos do que a Sra. Malfoy, a mãe de Draco e, portanto, a proprietária e também doadora original do piano em questão a escola, piano esse que ela estava violando.

—Eu não deveria tê-lo tocado - Shara disse nervosa, enquanto pedia desculpas - Peço perdão pela intromissão. Eu já estou de saída - Shara levantou-se rapidamente, a presença da Sra. Malfoy era, de fato, intimidante, embora não se parecesse em nada com a figura do próprio marido, mas ainda assim ela tinha presença.

—Não há necessidade alguma de se desculpar ou de sair - ela interveio com gentileza - Fique, por favor. Sua música trouxe vida a este lugar de uma maneira que eu não experimentava há muitos anos — ela sorriu com delicadeza, e aquele sorriso iluminou seu rosto. A semelhança entre Draco e sua mãe não escapou à percepção de Shara, deixando-a de certa forma um pouco mais confortável em sua presença, especialmente ao notar o olhar carinhoso que a Sra. Malfoy lançava sobre o piano, isso de tempos em tempos. Aquele instrumento deveria ter um significado profundo para ela, pelo menos tudo indicava que sim.

—Este piano tem uma história única - ela disse, como se pudesse ler sua mente, e perdendo-se por um momento em memórias - Sabe, a música tem o poder de nos conectar a lugares e emoções que, por vezes, esquecemos existir - Shara concordou silenciosamente, ela mesmo compartilhava desse sentimento, o entendendo muito bem, e a mãe de Draco era uma surpresa nesse sentido, já que ela demonstrava uma sensibilidade que Shara não imaginava existir e isso era intrigante, pra não dizer duvidoso, ela estava hesitante e a Sra. Malfoy parecia notar seu desconforto, mas ainda assim ela parecia disposta a quebrar qualquer barreira que existisse entre elas ali, ao se aproximar ainda mais dela - Algum problema se eu me sentar ao seu lado? - Ela perguntou e Shara engoliu em seco, ela não esperava por algo assim, mas a ausência de dor em sua cicatriz indicava que a presença dela não representava uma ameaça, pelo menos nada iminente. 

—Acho... que está tudo bem - Shara respondeu, deslocando-se um pouco mais para o lado, oferecendo espaço, embora houvesse lugar suficiente para que ambas pudessem se sentar lado a lado diante do majestoso piano, criando uma atmosfera de aluno e mestre ali.

—Está na família Black há anos - a Sra. Malfoy explicou, tocando suavemente nas teclas com um olhar nostálgico. Minha irmã Andrômeda costumava fazer belas apresentações para a família nos feriados - disse saudosamente, compartilhando memórias ligadas ao instrumento - A propósito, a composição que você estava tocando é uma das minhas preferidas também - ela informou, deixando Shara ainda mais abismada, então... ela conhecia aquela música? Shara não esperava uma afinidade tão aberta com a cultura trouxa vinda de uma família tradicionalmente puro-sangue como os Malfoy, na verdade Shara não esperava nada daquilo que estava presenciando ali.

—É de um compositor trouxa - Shara disse, meio hesitante, consciente das tensões que aquele assunto poderiam gerar.

—Sempre admirei a habilidade dos trouxas de criar beleza através da música - a Sra. Malfoy respondeu, parecendo não se importar com o caráter da canção - A beleza da música transcende as fronteiras mágicas, já que a música é uma língua universal, não acha? - ela perguntou. Shara, percebendo a sabedoria nas palavras dela, concordou prontamente… sim, ela estava certa, e Shara não pode deixar de se perguntar como uma mulher como aquela poderia ser casada com um homen como o Sr. Malfoy. Eles sequer pareciam pertencer à mesma comunidade, quem dirá a mesma família. Enquanto o pai de Draco expressava preconceitos e os desfilava por aí livremente, a mãe dele mostrava uma perspectiva mais aberta e compreensiva.

—Sim, apenas... é estranho que... - Shara disse, visivelmente constrangida, decidindo não concluir a frase, certamente, a Sra. Malfoy havia entendido a implicação, e Shara evitava mencionar o quão surreal era todo aquele cenário. Ali estava ela, ao lado da mãe de Draco, a esposa de Lucius Malfoy, compartilhando abertamente seu apreço pela música, sem distinção sobre se era composta por bruxos ou trouxas. Ambas compartilhavam uma paixão comum pela música. Shara se questionava quais outras peculiaridades poderiam descobrir sobre aquela mulher… 

—A vida me ensinou lições valiosas sobre aquilo que realmente importa - ela disse profundamente - Às vezes, as tradições das famílias bruxas são moldadas por ideologias que transcendem gerações, e nem sempre essas são boas ideologias. Difícil dizer suas implicações, embora tenha tido o desprivilegio de vivencia-las na prática. Minha irmã, a que mencionei... desafiou essas mesmas tradições, ao fazer uma escolha... ela foi expulsa de nossa família, obviamente como uma traidora de sangue... não pude defendê-la, e também nunca fui tão corajosa como ela, mas sinto sua falta, principalmente nos feriados… a música, o piano me lembra ela – Shara podia sentir a tristeza dela ao dize-lo, tornando aquele momento íntimo e pessoal, o que era igualmente estranho - Eu nunca toquei como ela, na verdade gostávamos mesmo de ser uma dupla – ela disse, olhando para o piano como quem estivesse recordando uma lembrança feliz - Ela costumava tocar enquanto eu, bem eu preferia cantar – ela sorriu - E você querida, você toca como ela... – ela disse, encarando Shara por um momento - Talvez, seja algo do coração – ela sorriu novamente.

—Sinto muito, pela sua irmã... - Shara disse, sem saber muito bem o que dizer.

—Não sinta, Andrômeda sem sombra de dúvidas fez a melhor escolha, ela é de fato feliz – Shara estava confusa, mas não precisava de muito mais do que aquilo para entender que a mãe de Draco, não... ela não era feliz, não com sua própria escolha - Agora por que não toca novamente a mesma melodia? Sinto-me um pouco enferrujada confesso, já que fazem anos... mas adoraria poder acompanhá-la – ela pediu. Shara estava surpresa e de certa forma lisonjeada com o aquele pedido, mas ela podia fazer isso, sim... Shara se voltou para o piano outra vez, posicionando seus dedos nas teclas e iniciando a melodia que havia tocado antes da chegada da Sra. Malfoy e enquanto Shara tocava, ela começou a cantar, e a sua voz era tão perfeita que ecoava na sala de música de maneira surpreendentemente viva e cativante. A voz da mãe de Draco era uma revelação para Shara, uma mistura de graciosidade e emoção, que não pareciam poder existir naquela família, deixando-a perplexa diante daquela inesperada descoberta, e Shara não pode deixar de pensar em que incrível dupla ela teria sido com a sua irmã no passado… e isso fez Shara sorrir.

E ao admirar a voz dela, que se entrelaçava harmoniosamente com a melodia, Shara refletiu sobre aquele momento incomum, elas estavam ambas diante de um piano, onde Shara estava compartilhando uma experiência única com a pessoa menos provável em sua vida, a mãe de Draco, a Sra. Malfoy… uma mulher cuja vida parecia completamente avessa e distante da sua, mas que, por meio da música, Shara encontrou um elo incomum.

Envolvida na música, Shara percebeu que a mãe de Draco subiu ainda mais o tom, surpreendendo-a com o alcance que ela tinha, ela era verdadeiramente boa nisso. Nesse exato momento, uma dor aguda atravessou sua cicatriz, tornando a experiência bastante desconfortável... foi quando Shara notou a presença do pai de Draco, sim… bem a sua frente estava agora o Sr. Malfoy e ele não estava sozinho, ele estava acompanhado pelo seu pai. Ambos pareciam perplexos, encarando aquela cena com expressões de espanto, evidentemente que o nervosismo, e o medo tomou conta dela.... Mas antes que ela pudesse parar e quem sabe correr para longe dali a Sra. Malfoy sinalizou com um gesto delicado para que ela simplesmente continuasse, ela não se importava em cantar em público, e diferente de Shara, ela não se sentia intimidada ali, mas não era como se Shara pudesse simplesmente ignora-los... E num esforço além do normal, Shara desviou o olhar, não que ajudasse, mas ela não queria decepcionar a Sra. Malfoy daquela maneira, então Shara se obrigou a sustentar aquilo, acompanhando a voz poderosa dela, cujo tom imponente ecoava por todo o lugar... Se não fosse pela dor, se não fosse pela plateia indesejada, teria sido perfeito… mas acontece que não era, Shara estava lutando com algo ali…

Ao finalizar a canção, a mãe de Draco sorriu radiante, apreciando o momento musical compartilhado, era merecedor de aplausos, sim... no entanto, a expressão de reprovação do Sr. Malfoy estava estampado em seu rosto e com o seu habitual tom arrogante, ele dirigiu à esposa uma pergunta bastante direta.

—O que pensa que está fazendo, Narcisa? - Shara, se levantou junto com ela, ela estava tentando controlar a dor em sua cicatriz, mas observava a interação entre o casal Malfoy com cautela - Você está se misturando com... – ele disse aquilo, voltando sua atenção completamente para ela... E obviamente que aquilo não era apenas sobre ver sua esposa cantar, mas era sobre vê-la cantar ao lado de alguém como Shara... Aquilo havia sido um erro de fato, contudo aquela mulher, que Shara acabará de descobrir que se chamava Narcisa, se manteve firme. Ela não parecia temê-lo, pelo menos não como Shara fazia.

—Apenas apreciando a música Lucius… como pode ver a beleza pode ser encontrada onde menos esperamos - O olhar desconfiado dele, agora dirigido a Shara, intensificou-se ainda mais, Shara levou a mão sobre o peito em busca do colar de sua mãe que não estava ali… e enquanto o pai de Draco expressava sua evidente desaprovação, o seu pai, que não havia dito nada até então, se mantinha observador, o seu olhar estava atento sobre ela, sim Shara podia sentir a pressão dos olhos escuros dele acompanhando cada pequeno movimento ali e adicionando uma camada ainda maior de desconforto à toda aquela situação, eles não haviam se falado mais, não desde o seu pedido de desculpas na noite de sexta, em um pedaço de papel, papel esse que Shara guardou entre os livros, e novamente e mais uma vez, ela estava envolvida em problemas... Não que ela tivesse feito de forma intencional, não dessa vez, mas ainda assim eram problemas… e sem falar que aquela dor a estava matando...

—Apreciando – Lucius exclamou resignado – apenas olhe para ela, Narcisa... não vê que ela é... diferente – Shara achou que ele havia pegado muito leve para os seus padrões, certamente tinha muitos outros predicados em mente sobre quem ela era para ele, e ser diferente era o mais ameno de todos eles.

—A diferença não torna ninguém inferior, Lucius - respondeu ela, mantendo a calma – na verdade, bem pelo contrário... talvez não tenha notado, mas ela está tocando o piano da minha família, tenho certeza que poderá se lembrar das condições, já que o mesmo é encantado – ela parecia querer lembrá-lo de algo, e Shara estava entre manter o controle devido à pressão da dor em sua cicatriz e sobre a tensão no ar, sentindo-se como uma observadora involuntária de uma dinâmica familiar complicada. Algo dito por ela, chamou sua atenção... um encanto. Draco havia mencionado um encanto daquela vez, mas ele não havia esclarecido, e isso parecia ter alguma importância, já que agora o Sr. Malfoy parecia mais surpreso do que qualquer outra coisa ali.

—Como ela pode tocá-lo? - ele perguntou de forma direta - isso não deveria ser possível - aquilo chamou sua atenção. Draco havia fugido logo depois, sem dizer o que aquilo significava. Teoricamente, aquele instrumento deveria ser inacessível para Shara. Ela precisou se conter para não perguntar. Aquela era apenas mais uma das coisas estranhas que aconteciam com ela, simplesmente por ela ser quem é... E Shara não gostava disso.

—Não tenho todas as respostas, Lucius… mas há algo verdadeiramente encantador em compartilhar a música com alguém que a aprecia, independentemente… - ela a encarou - das convenções mágicas - ela sorriu de maneira satisfeita, desafiando as expectativas. O pai de Draco, por sua vez, permanecia intrigado, lutando contra algo ali.

—Essa garota, uma mera desconhecida, uma completa… - ele parou para encará-la - Isso é inaceitável, inconcebível - Shara, sentiu o peso das palavras dele, que mais uma vez a estava menosprezando e diminuindo, mas ela manteve-se firme, apesar da dor persistente em sua cicatriz… a tensão na sala aumentava, e a atmosfera ficava carregada com a hostilidade dele, e mesmo assim, sua esposa permanecia calma, talvez acostumada com seus acessos de fúria doentios, embora era perceptível que ela estava de certa forma intrigada com o inusitado acontecimento também, enquanto o seu pai observava toda a situação com sua habitual impassibilidade, Shara lutou para não correr até ele, ela sabia que não podia… e isso a fazia se sentir sozinha, afinal do que adiantaria te-lo tão perto de si, se ele não poderia intervir... 

—Lucius, há ocasiões em que o inesperado nos presenteia com algo verdadeiramente extraordinário. Esta jovem trouxe vida ao piano mais uma vez, algo que, ao que parece, nenhum encanto conseguiu impedir - ela afirmou, ainda assim era vago demais para Shara… trazer vida ao piano, mais vago ainda - terá que reconsiderar… - ela já havia dito, numa tentativa de amenizar.

—Não! isso é impossível! - ele vociferou – Diga-me, sua garota insolente – ele se dirigiu a ela, e Shara se encolheu – qual é o seu maldito truque? Vamos diga… – Shara baixou o rosto, ela não tinha uma resposta para ele, malditas escadas… a dor em sua cicatriz se intensificou com sua proximidade, e tudo que ela mais queria naquele momento era distância daquele lugar, distante dele, longe de qualquer humilhação... Ela viu quando ele se aproximou ainda mais dela, levantando a bengala em sua direção, e isso a fez segurar a respiração, ele iria agredi-la, sim, ele faria... mas a bengala ficou presa no ar, já que num rompante, seu pai a havia segurado com firmeza, impedindo que ela fosse machucada mais uma vez por ele… então seu pai havia intervido, dessa vez... ele havia intervido, ele sabia o quanto isso significava para ela e ele havia feito.

—Isso não é necessário... – seu pai disse com a voz arrastada, e mesmo que aquilo não fosse exatamente uma defesa calorosa, para ela... era o bastante, sendo ele o professor Snape, um comensal da morte, que deveria manter sua imparcialidade habitual na frente de quem era devido, mas ainda assim ele havia feito, ele havia intervido. Shara sabia que ele estava se arriscando, e que havia uma genuína necessidade de manter as aparências já que não seria nada adequado alguém como ele demonstrar qualquer tipo de preocupação com ela ali, mesmo assim ele havia feito, ela não conseguiu conter as lágrimas, alívio talvez e dor certamente.

Enquanto as lágrimas escapavam pelos seus olhos de maneira natural, Lucius Malfoy sustentava um olhar de pleno ódio em sua direção, ele a odiava e a odiava muito. A tensão na sala era quase palpável, e a atmosfera ficava cada vez mais hostil, Shara preferia ter desmaiado de dor, do que ter que lidar com tudo  aquilo.

—Severo, você a defende? – Lucius perguntou com sarcasmo evidente, ignorando a resistência do professor Snape, que ainda segurava a bengala no ar. 

—Não se trata de defendê-la Lucius, onde está sua razão? Você acha que pode simplesmente atacar um aluno sem motivo algum, principalmente quando se está tentando convencer os governadores... – Seu pai respondeu, trazendo luz sobre algo que Lucius estava fazendo ali e tentando dessa forma despistar quaquer outra interpretação sobre os fatos que poderiam ter surgido, era formidável como ele conseguia contornar a situação, mantendo sua postura impassível, o pai de Draco recuou... Sim, ainda que insatisfeito, mas aquilo fez com que ele baixasse a bengala, e isso servia, embora houvesse lhe lançado um olhar de completo desprezo.

—De qualquer forma - Narcisa se intrometeu - eu a defendo - ela disse ao se posicionar a sua frente, Shara a encarou surpresa, ela não precisava ter feito aquilo – não permitirei que a machuque, Lucius - ela disse com seriedade – até porque, tenho certeza de que existe algo a mais aqui, do que nossos olhos possam ver - A resposta dela o deixou momentaneamente sem palavras, e incapaz de rebater diante da defesa inesperada da esposa, ele bufou... A irritação em seu rosto era mais do que evidente, a tensão na sala persistia enquanto Lucius, furioso, virava-se e saía abruptamente. Shara, aliviada com o conforto momentâneo, olhou para a mãe de Draco com respeito e gratidão.

A Sra. Malfoy, mesmo enfrentando a ira de seu marido, parecia decidida a aceitar sabe se lá o que fosse sobre o piano e sobre o fato dela o estar tocando, algo ainda sem explicação para Shara, já o seu pai, de forma bastante sutil, acompanhou a saída do Sr. Malfoy com um olhar, enquanto Shara tentava processar tudo o que acabara de acontecer ali… sim seu pai a havia defendido e sim a mãe de Draco também a havia feito.

—Vá com ele, Severo - Shara a ouviu dizer, e ela havia usado o primeiro nome dele com uma certa intimidade, o que também não passou despercebido, Shara notou que havia uma certa afinidade entre eles, pela cumplicidade que havia naquela breve troca de olhar.

—Cissa, talvez devesse me acompanhar… - Cissa deveria ser uma espécie de apelido, sim eles eram bastante íntimos, ela se aproximou dele, repousando a mão em seu antebraço, ele não parecia nenhum pouco desconcertado ou incomodado com aquele toque.

—Tudo bem Severo, me dê apenas alguns minutos, está bem? - ela sorriu para ele, que desviou a atenção da Sra. Malfoy, se voltando para ela, para analisá-la mais uma vez… Shara baixou os olhos, ela estava acompanhando tudo aquilo de forma curiosa, embora estivesse com dor, mas ela não queria perder nada ali… ele no entanto sabia da sua condição, ele sabia que certamente ela estava machucada e que aquilo estaria doendo, agora havia um olhar aberto de preocupação… Shara podia ler aquilo, e bem, pela forma como a Sra. Malfoy o estava encarando, certamente ela também poderia, embora curiosamente ele não parecesse se importar… era estranho, era como se ele pudesse ser ele mesmo na frente dela.

—Epson, quero que me procure mais tarde – ele orientou antes de sair, Shara assentiu o vendo partir, já a mãe de Draco aproximou-se dela novamente, oferecendo-lhe um olhar solidário.

—Sinto muito por isso querida, espero que esteja bem - ela disse, assim que ambas estavam sozinhas, ela parecia verdadeiramente desconfortável com toda aquela situação causada pelo seu esposo - Não se preocupe, Lucius não irá importuná-la mais, eu conheço o meu marido por tempo suficiente para saber que ele precisará de um pouco de espaço para processar tudo o que ele presenciou aqui - ela disse com gentileza, Shara estava constrangida, ela queria muito perguntar… perguntar o que exatamente ele iria processar, mas havia algo no seu crivo de relevância…

—A Sra. e o professor Snape… - Shara não sabia muito bem como abordar aquilo, mas o que ela estava tentando lhe dizer, era sobre o quanto eles pareciam íntimos, os dois… ela sabia que aquilo não era bem da sua conta… mas sim, ela queria muito saber.

—Severo sempre foi meu melhor amigo - ela sorriu, não se importando com a pergunta - desde Hogwarts, éramos sempre muito próximos, ele fazia todos os meus trabalhos de poções e eu os dele de transfiguração, não conte a ele está bem? – ela piscou - Severo foi padrinho do nosso casamento e também é padrinho de Draco, meu filho… sei que pode soar estranho mas… - ela sussurrou - acredite, ele tem um coração por trás de todas aquelas vestes pretas - Shara sorriu com aquele comentário, ela mais do que ninguém sabia que ele o tinha, um coração incrível por sinal - Tenho uma dívida bastante alta com ele - ela confessou - graças a ele, seus conselhos e seu posicionamento eu nunca… - ela vacilou - fui marcada - ela olhou para o antebraço, e Shara entendeu perfeitamente aquela referência, a mãe de Draco não era e nem nunca havia sido um comensal, e curiosamente o seu pai havia sido o responsável por isso.

—Parece com algo, que um bom amigo faria - Shara disse sem ressalvas.

—Sim - ela admitiu - e serei eternamente grata a ele por isso - ela parecia emocionada até - sabe querida, tenho um bom pressentimento em relação a sua amizade com meu filho - Shara a encarou surpresa, era estranho ela mencionar Draco daquela maneira já que... bem eles não eram exatamente amigos ou coisa do tipo - tenho certeza que você será para Draco, o que Severo foi para mim um dia... - e aquilo se parecia mais com um pedido, do que com um pressentimento, e aquele era um pedido bastante inusitado por sinal - Draco irá precisar de bons amigos, com um bom coração, amigos que o aconselhem e o ajudem a tomar boas decisões - ela sorriu, mas vacilou… ela parecia preocupada com algo, Shara assentiu com a cabeça, no que ela pudesse ajudar, ela faria… ela podia ser uma boa amiga, se Draco assim a permitisse… difícil mesmo era o seu pai permitir aquela proximidade, e isso visto daquele ponto de vista era demasiadamente contraditório - preciso ir querida, nos vemos em breve - ela se virou, prestes a se retirar…

—Ahhh Sra. Malfoy - Shara a chamou - bem… a Sra…. canta muito bem, deveria… - Shara oscilou - fazer isso mais vezes - ela incentivou fazendo a mãe de Draco sorrir abertamente, antes de sumir porta a fora.

Shara suspirou… ao notar estar sozinha, desabando sobre o banquinho outra vez, ela levou a mão por dentro da camisa, para avaliar o estado de sua cicatriz, havia sangue ali… sim aquilo havia sangrado, conforme Shara suspeitou que seria, por Merlin, como ela odiava aquela cicatriz… como ela detestava ser tão vulnerável, Shara encarou o piano a sua frente, por um longo momento, deixando seus pensamentos vagarem através daquela visão, haviam duas prioridades agora… a primeira delas, era se preparar e fazer o maldito ritual, seria por meio dele, que Shara se livraria daquela marca ódionda para sempre e a segunda e não menos importante era sobre descobrir o significado daquele encanto imposto sobre o piano, aquilo que a havia permitido toca-lo, e que faria com que o Sr. Malfoy deixasse de importuná-la… sim Shara daria um jeito, ela descobriria.

—___

Severo encarou Narcisa assim que ela cruzou a porta de sua sala de aula, ele nunca a havia visto se posicionar da forma como ela havia feito mais cedo, diante de Lucius o seu marido… e de certa forma ele estava orgulhoso por ela.

—Onde ele está? - ela perguntou, inspecionando a sala.

—Foi embora - Severo respondeu enquanto a analisava, fazia anos também que ele não a via cantar daquela maneira, aquela Narcisa a sua frente, embora mais velha, e muito mais experiente, era polida, era contida… e vê-la da forma como ele a viu essa manhã o lembrou da menina que ele conheceu ainda na sua juventude, ele gostava daquela menina - não deveria ter feito aquilo…

—Severo não há motivos para se preocupar com isso - ela sorriu sem graça.

—Não quero que Lucius a machuque - Severo foi direto.

—Ele não fará - ela devolveu - ele sabe que estou certa sobre isso - ela disse mantendo sua posição - agora… - ela passou a encara-lo de forma suspeita e ela estava séria - achei que amigos fossem sinceros uns com os outros - ela o acusou, sustentando o olhar, ele arqueou a sobrancelha, tentando entender o que ela estava tentando dizer com aquilo… - por que nunca me contou que tinha uma filha? - Ele estava inclinado sobre a mesa, e ele enrijeceu naquela posição, ela havia dito filha? Então ela havia percebido… ou talvez Shara tivesse dito? Não ela não faria… Narcisa era esperta, ela o conhecia muito bem, melhor do que qualquer outra pessoa.

—Não sei do que está falando - ele a encarava, tentando com todas as forças soar impessoal.

—Como ousa mentir para mim? - ela ralhou… - acha que não notei, a forma como a protegeu, a troca de olhares… as semelhanças! - ela apontou os fatos - qual… qual… - ela parecia confusa - a necessidade de esconder uma criança assim? - ela perguntou incisiva.

—Não a escondi - ele sabia que não teria como mentir para ela, Narcisa merecia sua honestidade - descobri sua existência no início do ano letivo apenas - ele disse soltando o ar…

—Como isso é possível? - ela perguntou mudando um pouco o tom de voz… - Oh, não me diga que foi canalha com a mãe dela… Severo eu o matarei se souber que tenha… - ele levantou a mão.

—Shara é filha de Maeva Lowell e minha… filha - ele revelou, ele sabia que Narcisa a conhecia e que o nome dela bastaria para que ela entendesse todas as implicações, Cissa perdeu a cor… cambaleando para trás e levando as duas mãos sobre a boca.

—Precisa esconder isso Severo, precisa protegê-la - ela disse agitada - ninguém deve saber… - ela o olhava preocupada.

—Bem, digamos que é o que tenho tentado fazer desde de então… - ele sorriu com o canto da boca, usando um pouco de ironia, o olhar dela se estreitou.

—Pois… está falhando miseravelmente - ela devolveu, e talvez ela tivesse mesmo razão sobre isso.

 


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Notas finais do capítulo

OMG!
Temos um capítulo todinho basicamente em cima de uma única cena, o piano... Falei que dava pano pra manga e deu...
Narcisa cantando, enquanto Shara tocava para ela, sério você não estava preparado para isso, estavam? A interação das duas personagens... Na minha cabeça, foi fantástico, espero ter conseguido retratar aqui, porque queria muito que fosse um momento muito especial, até porque a música tem um tom alto e consigo imaginar a voz de Narcisa o alcançando ali... Meio que surpreendendo a todos, isso igualzinho a música original, cfme vídeo que disponibilizei no início.

As escadas estavam certas Shara

Agora, minha maior dificuldade (sendo sincera) era encontrar uma forma de fazer Lucius Malfoy largar do pé dela... digo, não que ele vá fazer isso em toda a sua plenitude, não... já que não rola uma proximidade entre eles de forma saudável e ele continuara sendo o mesmo FDP até o final da saga, mas ele precisava parar de persegui-la de uma certa forma, deixando de ser um dos vilões (ativos) já que tem o canon todinho pela frente e não dava para simplesmente matar ele (uma pena é claro) e o tirar do caminho, como aconteceu com Elza, então nesse caso... Precisava haver outra coisa, algo que o fizesse repensar, um encanto talvez, sobre um piano antigo de família... Sim!!! Isso será o bastante e terá o potencial que precisávamos para afastá-lo.
Ainda não sabemos o encanto, mas já dá pra desconfiar.

Temos uma mudança de paradigma, quando Snape conseguiu defender a filha na frente de Lucius, já que Snape não havia conseguido faze-lo da vez anterior, e ele acabou quebrando a mão dela com a bengala, sim temos uma vitória aqui, para ambos os personagens.

Agora esse final... Narcisa sabe a verdade e vamos lá que ela ganhou um super up grade nesse capítulo né, um destaque de uma mulher e amiga incrível que ela foi e continua sendo

Vamos lá Shara, vc tem uma aliada na família Malfoy... Olha o tanto de coisa que ela já te contou, em um único dia, tudo de uma vez só... É talvez a música tenha mesmo o poder de unir vidas, sendo elas improváveis ou não.

Espero que tenham gostado. ☺️



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