[FLASHBACK ON]

“R: Sério que vamos fazer isso?

E: Claro!

R: Quero dizer um fim de semana de férias e vamos voltar oficialmente casadas como se nada tivesse acontecido?

E: Exceto que aconteceu! – puxou Regina pela cintura para selar seus lábios.

R: Emma espera!

E: O que foi amor?

R: E o vestido? Nós precisamos ao menos disso, certo?

E: Claro... – olhou para o relógio – Você quer um vestido. Ahm... Onde vamos encontrar vestidos há essa hora?

R: Oh a gente pode procurar amanha pela manha, o que você acha?

E: Seria uma ótima ideia se eu não tivesse marcado com a juíza de paz para nos casar... – fez uma careta.

R: Quando? Você está louca?

E: Amanhã cedo meu amor, não vai dar tempo de procurar nada...! Espera me deixa pensar em alguma coisa.

R: Emma talvez não seja o momento...

E: Não termine essa frase! – levantou o dedo indicador – Qual é Regina! Tudo o que importa somos nós duas. E os outros? Bom eles não precisam concordar, aprovar, nem gostar, porque isto não é para eles!

R: Eu concordo meu amor – pegou o rosto de Emma entre suas mãos – Só que lá fora não somos só nós duas!

E: Ok – saiu de perto – Você não quer fazer isso... Eu entendo!

R: Emma!

E: Você é uma mulher rica, sofisticada, deve querer um casamento na igreja, com família, amigos uma grande festa, lua de mel... Eu entendo!

R: Pare com isso! Eu amo você ok? Não preciso de nada disso que você acabou de citar! Eu estou aqui com você, não estou?

E: Sim, mas você veio pra passar um fim de semana comigo não para casar...

R: Bom, já que estamos aqui, vamos fazer isso!

E: Você não precisa... Na verdade foi um erro da minha parte pensar uma loucura dessas. Você não precisa...

R: Não termine essa frase! – sorriu chegando mais perto – Eu quero!

E: Gina! – Emma deu um beijo nos lábios carnudos da morena.

R: Viu o que acabamos de fazer?

E: O que?

R: Nos discordamos. Discutimos e chegamos a um consenso!

E: Vamos ser incríveis nesse negocio de casamento!

R: Vamos! – as duas riram

E: Tem uma lojinha no hotel talvez a gente encontre algum vestido que sirva em você!

R: Pelo amor de Deus me diga que você não vai casar comigo usando aquela jaqueta?

E: O que? O que tem de errado com a minha jaqueta? – as duas saíram do quarto, fechou a porta indo procurar a loja do hotel, Regina apenas lançou um olhar para a loira – Claro que não vou casar de jaqueta! Que absurdo você sequer pensar uma coisa dessas! - Regina riu da forma dramática que Emma falou.

Chegaram à lojinha que ainda estava aberta, uma mocinha apareceu para ajudar. Enquanto Emma procurava sozinha sua roupa a jovem ajudava Regina.

E: Amor?

R: Oi!

E: Achou alguma coisa?

R: Na verdade não... – parou em frente à loira passando os braços ao redor do pescoço da namorada, enquanto Emma abraçava sua cintura – E você?

E: Eu acho que achei – sorriu

— Que tal esse aqui? – a jovem parou atrás de Emma mostrando o vestido

R: Argh!Modelo certo, cor errada...

A moça fez uma careta voltando com o vestido para dentro.

E: Que cor amor?

R: Branco Emma tem que ser branco!

E: Por que tanta superstição agora? – sorriu

R: Você não me julgue!

Não demorou muito para a menina voltar novamente.

— E que tal esse? – a moça voltou com outro vestido.

R: Esse! Ai meu deus! – Emma fez menção de virar para ver, mas Regina pegou seu rosto com ambas as mãos, abraçando-a forte – Não, não olhe! Dá azar! – Voltando sua atenção para a atendente – Sim! Esse é perfeito!

Voltaram para o quarto cada uma com suas comparas para a manha seguinte. Estavam na cama sentadas assistindo TV e comendo batata frita com ketchup.

E: Hey! Não pode roubar as minhas batatas!

R: Claro que posso! O que é meu é seu, o que é seu é meu...

E: Não estamos casadas ainda – Emma gargalhou. Pegando as batatas de um jeito desajeitado jogando um pouco de ketchup na cama.

R: Oh Emm...!

E: Droga, desculpe, droga! – passou o guardanapo no lençol sujando ainda mais, Regina gargalhou com o desastre.

R: Quer saber? Chega de batatas pra você! – Regina retirou da cama levando para uma mesinha.

E: Foi um acidente! – choramingou

R: Não, chega! – voltou para a cama se juntando à loira – Hey Emm?

E: O que foi?

R: Onde vamos morar? – Emma olhou para ela confusa – Quero dizer, depois do casamento?

E: Bom eu estava pensando... Que tal no meu apartamento?

R: O que? Não! Não!

E: Porque não?

R: Porque eu não vou morar com a sua colega de apartamento!

E: O que tem de errado morar com a Ruby?

R: Oh eu tenho certeza de que não tem nada de errado morar com a Ruby, mas...

E: Mas o que?

R: Emma eu preciso de espaço! E não quero ser grosseira nem parecer dessas típicas pessoas ricas como você diz, mas eu preciso de espaço pra trabalhar. Então eu estava pensando que talvez você pudesse se mudar para a minha casa.

E: Com certeza... você só não estava pesando no espaço para trabalhar! — sorriu

R: O que?

E: Vocè precisa de um closet enorme, e de uma penteadeira com todas as suas coisas de beleza e maquiagem e seu banheiro de luxo com banheira... E claro o seu lugar para trabalhar!

R: Não fale assim! — olhou para Emma

E: Não estou falando por mal meu amor, apenas eu entendo as sua comodidades e suas necessidades como a pessoa que você é! Então sim é bem melhor, eu me mudar para a sua casa, ate porque eu me adapto fácil a qualquer novo lugar.

R: Obrigado por não me julgar... Nem as minhas necessidades e comodidades de pessoa privilegiada! –sorriu fraco – Mas eu não vou mudar o meu sobrenome — bricou.

E: O que? Swan é um ótimo sobrenome! – fingiu estar ofendida

R: Mills também é! - sorriu torto – Quer mudar o seu?

E: Claro!

R: Sério? – mais uma vez surpresa

E: Não! Claro que não! – sorriu safada fazendo Regina rir – Não vou mudar o meu nome! Eu não esperava que você mudasse! Não é algo importante para mim.

R: Não é?

E: Não claro que não! Ter você ao meu lado e construir uma família com você isso sim é importante para mim.

Regina começou a rir nervosamente, fazendo Emma também rir sem entender porque estavam realmente rindo.

R: Caramba! Nós fizemos isso! Vamos realmente fazer isso!

E: Sim, nós vamos!

Emma puxou o corpo de Regina para perto do seu começando um beijo calmo, mas a loira começou a se empolgar rapidamente naquele jogo.

R: Emma não! – falou quebrando o beijo tentando separar a loira do seu corpo.

E: Não que?

R: Não vamos fazer isso hoje!

E: Como assim não vamos! – tentou beijar a morena que sorrindo desviou – Regina! Sério?

R: Guarde suas energias para amanha meu amor!

E: Você só pode estar brincando! Eu tenho energia que sobra aqui!

Regina sorriu dando um tapa no braço de Emma

R: Não eu não estou, alias eu vou tomar um banho! – saiu da cama procurando roupas limpas.

E: Quer ajuda? – fez uma ultima tentativa antes de a morena entrar no banheiro

R: Não, obrigada... – sorriu maliciosa fechado a porta com chave, assim que Emma ouviu o barulho da chave girar foi correndo até a porta verificar se estava mesmo com chave.

E: Chave? Sério Regina? – apoiou a cabeça na porta.

R: Amanha Emma! – gritou do outro lado, Emma sacudiu a cabeça sorrindo.

Sem ter nenhuma outra opção ela deu meia volta indo em direção a cama, mas antes que chegasse o barulho da chave se fez presente com a porta abrindo uma fresta. Ela olhou para trás e viu a cabeça de Regina ali.

E: Esqueceu alguma coisa? – se aproximou novamente.

No mesmo instante a morena pega a camiseta de Emma puxando-a para um beijo.

R: Sim! Você!

O corpo de Emma foi violentamente puxando para dentro do banheiro com a porta batendo logo atrás...

Depois de uma noite repleta de amor o alarme conseguiu acordar elas, mal tinham dormido, ou quando conseguiram já estava quase amanhecendo.

Fizeram sua higiene matinal, tomaram o café da manha juntas, mas a hora do grande momento estava chegando.

E: Ok acho que está na hora da gente começar a se arrumar!

R: Ok! Você se arruma aqui e eu no banheiro, quando acabar você vai na frente e me espera lá!

E: Regina não! Você nem sabe onde é!

R: Deixa o endereço em um papel, eu pego um taxi e te encontro lá!

E: Isso é bobagem!

R: Não é!

E: Não está na hora de superstições bobas Regina!

R: Isso não é uma superstição boba! – estava começando a se irritar

E: Vai querer que eu chame o seu pai também pra te levar?

Regina bufou indo para o banheiro e batendo a porta, Emma sentou na cama e passou a mãos nos cabelos, nenhum barulho saia de lá, então ela decidiu começar a se arrumar. Colocou o lindo terninho preto que tinha encontrado na loja, com uma camisa branca e sapatos de salto pretos. Fez um coque baixo e passou uma maquiagem leve no rosto. Pegou uma caneta e papel escrevendo o endereço nele, logo pegou a bolsa com as compras de Regina que estava no sofá e foi até a porta do banheiro.

E: Gina! – bateu

R: O que você quer Emma?

E: Pega aqui o seu vestido! Já me arrumei, deixei o endereço e estou saindo... – a porta se abriu apenas e só o braço de Regina saiu para fora pegando a sacola que antes de Emma colocar em sua mão ela deixou um beijo terno ali – Te espero lá! Por favor, não se atrase!

R: Ok, não irei me atrasar, fique tranquila! – fechou a porta sussurrando – Discordamos, discutimos e chegamos a um consenso...

Emma saiu do hotel pegando um taxi indo para o seu destino. Por mais que ela tivesse discordado daquela ideia de Regina ela agora percebia que tinha sido uma ótima ideia, já que daria tempo de ela pegar as alianças que estariam prontas, ou ela realmente esperava que tivessem. Swan já tinha tudo praticamente planejado desde o primeiro momento, contando para Regina muito depois. Chegando lá à senhora já estava esperando por elas em uma espécie de jardim, bem romântico diria a loira.

— Cadê a outra noiva? – sorriu

E: Ela já deve estar chegando – olhou a hora no celular nervosa, não tinha nenhuma mensagem ou ligação de Regina – Ela já vai chegar...

A loira começava a se impacientar, pois os minutos no relógio não passavam e somente foram 10 singelos minutos, que para ela pareceu ser eterno, mas ao fim ela pode ver a miragem da morena vindo em sua direção.

E: Meu deus! – deixou escapar admirando cada passo que Regina dava. A Juíza olhou para ela e deu um sorriso cumplice.

— Suponho que a noiva chegou.

R: A noiva definitivamente chegou! –sorriu corando admirando Emma também – Você está linda meu amor!

E: Nah – sorriu – Você que está! Olha só pra você!

De mãos dadas olhando uma para outra ouvindo as palavras da senhora, ou alguma delas, já que a emoção e o nervosismo não permitiram ouvir 100% o que ela falava.

— Estamos hoje aqui para celebrar o amor entre duas pessoas, um amor sincero, admirável e genuíno, um amor que ultrapassa qualquer barreira, um amor que muitos deveriam aceitar e ver como ele realmente é. Hoje é um dia especial para estas duas mulheres... — e assim ocorreu os votos — Emma Swan você aceita Regina Mills como sua legitima esposa... – tudo passou a ficar em câmera lenta.

E: Sim eu aceito! – sorriu com lagrimas nos olhos.

— Regina Mills você aceita Emma Swan como sua legitima Esposa... – Tudo o que Regina podia ver era o rosto iluminado de Emma, o verde dos olhos estava mais intenso, e ela sorriu perdendo-se

E: Gina? – chamou sua atenção agora com os olhos arregalados A emoção era tanta que elas nem conseguiam conciliar as palavras da juíza com o presente, e com o momento em que estavam vivendo.

R: O que?

E: Você tem que responder! – olhou para senhora e logo para Regina.

R: Oh! Desculpe! Sim! Sim eu aceito!

E: Affe mulher! Meu coração quase parou! – Regina sorriu pegando o rosto da morena entre suas mãos.

R: Posso? – olhou sorrindo para a juíza de paz

— Eu as declaro em nome do amor verdadeiro Mulher e Mulher. Agora sim — sorriu —Podem se beijar – falou serenamente sorrindo.

Regina então aproximou mais seu rosto beijando os lábios finos da sua agora esposa.

E: Não espera! – separou – Droga!

R: O que está acontecendo? – olhou assustada vendo Emma mexer em seus bolsos

E: As alianças amor! – ela tirou do bolso tirando a que deveria colocar em Regina e passou para Regina a que deveria ser sua.

R: Oh eu não sabia que já teríamos alianças — sorriu encantada.

E: Mas é claro que sim! – sorriu pegando a mão esquerda de Regina colocando no dedo anelar, beijando – Agora sim!

“Regina sorriu com o gesto da loira repetindo, para depois sim finalizar com um beijo oficializando realmente aquele momento...”

[FLASHBACK OFF]

“Mommy?”

Regina estava de pé frente ao lago, o dia estava escuro demais para ser em plena tarde.

“Mommy? Onde você está?”

R: Lucy? – olhou ao redor não tinha ninguém por ali apenas ela – Cadê você filha?

“Porque você me deixou ir jogar pedras no lago?”

R: O que?

“Eu só cai porque você não estava cuidado de mim”

R: Eu sei bebê – lagrimas começaram a descer pelo seu rosto – Me desculpe meu amor!

“Você deveria estar cuidado de mim”

R: Lucy onde você está? – o pânico começava a tomar conta dela

“Eu estou bem aqui mamãe”

R: Aqui onde? Eu não consigo te ver!

“Talvez se você prestasse mais atenção em mim! Deixe o telefone de lado mamãe!”

Regina então deu por si e tinha o celular colado no ouvido, com o susto de não perceber isso antes jogou o aparelho longe.

R: Lucy? – olhava para todo lado com desespero – LUCY!!!!

“Você pode me ver agora?”

R: Não!

“Eu estou bem aqui mamãe”

R: Onde?

“Bem aqui! Na sua frente!”

Então de repente Regina se viu embaixo da água, tentando subir para a superfície, lutando para conseguir pegar ar, mas alguma coisa a prendia lá em baixo, ela não conseguiu se mexer.

Desespero, agonia, horror...

Desespero: Usou toda sua força para se livrar daquela misteriosa coisa que a prendia.

Agonia: Não conseguir sair do lugar, lutando em vão, não podendo mudar o fato, não conseguindo mexer até que viu uma luz na superfície.

Horror: Viu a luz, foi encontro a ela, precisava de ar, precisava sair dali, precisava respirar. Precisava tanto...

Foi com toda sua vontade, força e necessidade, chegou, chegou à superfície, violentamente, chegou... Mas viu o que não queria, voltou a ver o que não desejaria ver nunca mais, voltou a viver aquele momento, voltou a ver o corpo de Lucy boiando na água, agora ao seu lado, boiando, pálido, morto sem vida...

Voltou a...

R: NÃO! – sentou bruscamente na cama, assustando Emma que acordou com o grito.

E: Regina? – sentou olhando para ela, passando a mão em suas costas.

R: Não não não... – falava baixinho chorando

E: Hey! O que aconteceu? – puxou ela para os seus braços, acariciou os seus cabelos, sentiu a umidade do suor da morena no seu corpo – Você teve um daqueles pesadelos?

Ela apenas assentiu enquanto fungava.

E: Ok... – suspirou deixando um beijo na cabeça da morena – Foi só um pesadelo!

Ao ouvir aquilo a morena se desvencilhou dos braços da loira saindo da cama.

R: Não, não, não...

E: Regina?

A morena começou a caçar suas roupas que estavam espalhadas pelo chão, vestiu a saia e a camisa, procurando os seus sapatos.

Emma viu o transtorno da mulher, então decidiu vestir suas roupas também, sair da cama e tentar acalmá-la.

E: Regina! Você pode me ouvir?

Regina sentou na cama colocando os sapatos, para logo depois sair em disparada para a sala, pegando seu casaco que estava no sofá.

E: Regina! – Emma pego-a pelo braço – Você pode falar comigo?

R: Não, não foi... – estava tremendo e tinha a voz cortada pelo choro

E: O que não foi? – a loira não entendeu

R: Não foi apenas um sonho... – Emma encarou os olhos castanhos, sentiu o calor da mão da morena sobre a sua, Emma soltou o seu braço entendendo o recado – Foi real... É real... Eu preciso ir!

E: Você não pode sair desse jeito! Eu não vou deixar você sair assim!

R: Emma por favor!

E: Não me peça isso!

R: Não me impeça...

Emma a deixou livre, Regina abriu a porta saindo como uma ventania, deixando Emma ali parada atônita de pijama olhando para a porta que agora tinha se fechado.