Maybe we can try again season 1 escrita por Evil Swan Regal


Capítulo 66
Dark Swan 1


Notas iniciais do capítulo

Cap modificado e melhorado



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809127/chapter/66

Flashback

Emma acordou mais um dia com uma ressaca brava, abriu os olhos e sentiu o efeito que tinha feito toda a bebida da noite anterior, sentou devagar na cama, colocou os pés no chão gelado, jogou os cabelos bagunçados para o lado levantou e foi andando até a cozinha, chegando na cozinha não reparou na bagunça que estava a sua casa, apenas abriu a geladeira, e não tinha nada ali que pudesse ser útil para o seu café da manhã, apenas cerveja, respirou fundo pegando uma garrafinha, abriu e deu um gole generoso.
Logo viu uma caixa de pizza que estava no balcão da cozinha, não lembrava  se era da noite passada, mas mesmo assim ela em um salto sentou no balcão, com a pizza na mão, olhou para fora, estava nublado, deu uma mordida na pizza, não estava tão velha quanto parecia, então sim, provavelmente era da noite passada, ali sentada ela terminou a pizza com sua cerveja. Não era o café da manhã mais recomendado, mas era o café da manhã que ela frequentemente bebia nesses últimos dias.
Sem querer sujou as mãos de molho, desceu do balcão indo até a pia lavá-las. Com o sabão e a água a aliança escorreu pelo seu dedo caindo pelo ralo.

E: Merda!!!

Emma começou a bater na pia de alumínio com muita força até abrir uma brecha para poder enfiar os dedos para pegar a aliança, com a mão lá dentro tentando pegar o seu anel, esbarrou em vários pedaços de vidro que continuavam no encanamento, de uma garrafa que ela tinha sem querer quebrado na noite anterior, e os cacos tinham ido parar ali.
Conseguiu pegar a aliança retirando sua mão com vários cortes toda suja de sangue, mas respirando aliviada por ter conseguido recuperá-la. Voltou a lavar suas mãos com mais cuidado dessa vez, quando batidas na porta chamaram sua atenção.

Abriu a porta dando de cara com a sua amiga Ruby.

RL: Bom dia! – passou com os cafés na mão

E: Dia... – falou sem muita animação.

RL: Então eu vim para te levar na psicóloga

E: Eu não sou uma criança Ruby! Eu posso ir sozinha!

RL: Eu sei! Deus você está uma bagunça! – olhou para a aparência da amiga

E: Eu sou uma bagunça Ruby! Eu sou uma bagunça vivente! Eu sou uma bagunça vivente que anda, sabe por quê? Porque minha filha morreu e minha esposa me deixou! – falou como se estivesse sem força

RL: Emma... – se arrependeu de ter dito tal comentário

E: Vou me arrumar para ir a psicóloga – foi para o quarto arrastando os pés

Ruby levantou indo até a cozinha, vendo que a bagunça era geral, na casa e na dona, abriu a geladeira vendo-a totalmente vazia, fechou os olhos por um segundo. Quando ouviu que Emma estava voltando, ela fechou rápido a geladeira e voltou para o seu lugar de antes.

E: Estou pronta – Ruby olhou para ela, quantos dias será que fazia que Emma não tomava banho ou não lavava aquele cabelo – Vamos! – pegou as chaves abrindo a porta.

No carro era um completo silêncio, até que Ruby parou no sinal e olhou para a amiga.

RL: Emma, porque você não vem ficar comigo por um tempo, como nos velhos tempos...

E: Acho que estou bem onde estou...

Emma estava alugando uma casa decadente depois que saiu da mansão de Regina.

RL: Emma aquela casa está caindo aos pedaços!

E: É algo que temos em comum...

Ruby decidiu não insistir mais, sabia o quanto Emma estava sofrendo, mesmo ela tentando não mostrar. A chegada no consultório foi rápida, Ruby a deixou e partiu para o trabalho, depois veria Emma lá, a Detetive estava trabalhando poucas horas por dia, até ter a sua licença firmada pela psicóloga.

Agora ela estava sentada em silêncio, com a jovem mulher a sua frente olhando para ela.

— Emma estivemos aqui por... Alguns dias e você não fala muito.

E: Eu não quero estar aqui, eu tenho que vir por causa do meu trabalho, mas eu não quero estar aqui.

— Às vezes é bom falar – Emma riu irônica – Você vem aqui e não fala e seu tempo passa e você vai embora e nós não progredimos, então você tem que continuar vindo... Já estou acostumada com este jogo. Não falamos sobre o que possa nos machucar, não é? Eu sei que você está sofrendo... Mas a corregedoria não irá perguntar só para mim se está pronta, então terá que falar.

E: Eu sou um livro aberto – debochou abrindo os braços – Sobre o que você quer falar? – se ajeitou melhor no sofá, encarando a Médica.

— Que tal sobre a sua filha?

Emma engoliu em seco, encarando a psicóloga com um olhar profundo.

E: Próxima pergunta...

— Ok, mas não vai ficar mais fácil!

E: Vamos tentar.

— Sua esposa?

E: Ela... – começou a movimentar um fio solto da sua blusa – Ahm... Ela... Ela precisava de um tempo... Então ela foi embora.

— Você sabe para onde?

E: Não, eu não... – desviou o olhar dos olhos da médica.

— Você tentou achar ela?

E: Sim... – ela viu que Emma mexia as mãos nervosa

— Você ligou para ela? Tentou falar com ela?

E: Algumas vezes...

— O que aconteceu com a sua mão? Deixe-me adivinhar outra briga de bar?

E: Briga com a pia... – olhou para a sua mão – Mas você deveria ver como a pia ficou... – sorriu fraco

— Continue...

E: Aliança caiu, eu a peguei no triturador de lixo... E consegui, então... – mostrou a mão com a aliança

— E se você não tivesse conseguido?

E: Eu teria quebrado aquela cozinha inteira, até conseguir.

— Mas, hipoteticamente falando, se você perdesse, o que aconteceria?

E: Eu estaria infeliz... Muito infeliz.

— Você sabe que é apenas um anel, certo?

E: Eu sei, nada tão grande como para um trauma psicológico.

— Não, não é, mas talvez se perdesse a aliança seria um choque para você... Em um bom sentido.

E: Está sugerindo que eu esqueça Regina? Que siga em frente?

— Não.

E: Ok.

— Esquecer alguém não é o mesmo que seguir em frente, como evoluir, acho que deveria aceitar a possibilidade...

E: Ok – levantou interrompendo a psicóloga – Já está na minha hora. Obrigada Dra!

— Emma!

E: Está tudo bem, eu só tenho que ir...

— Te espero amanhã na mesma hora! 

Emma nem ouviu direito, pois a passos rápidos saiu daquele lugar, assim que pisou a calçada começou a correr, correu o mais rápido que podia, correu muito, quadras e quadras sem parar, até que sentiu suas pernas queimarem o e os pulmões precisarem de ar.

Adentrando o distrito os olhos foram automaticamente para ela, toda suada, cabelo bagunçado ela foi direto até sua mesa. Graham de longe a viu se sentar, deixou umas pastas de lado e foi até ela.

G: Ei loira! – Emma olhou para ele – De onde você vem?

E: Avaliação psicológica

G: E aí como foi?

E: Não estou pronta para voltar ainda completamente, quer dizer ela não vai me liberar ainda... Ela é uma criança! Ela está me deixando louca!

G: Quem é ela?

E: Essa psicóloga! Dra Cardin... Ela me confronta... A maioria deles apenas não ficam sentados ali fazendo perguntas idiotas ou desenhando naquela prancheta?

G: Eu não sei... A única vez que eu fui nem demorou muito, eles me liberaram rápido.

E: Sim, mas essa ela fica tipo... – fez gestos com a mãos – Me confrontando...

G: Dra Cardin é boa, quer dizer, ela é nova, mas...

E: Eu não gosto dela...

G: Mudando de assunto, vamos pedir umas pizzas hoje à noite na casa da Ruby, você não quer passar por lá?

E: Nah... Eu acho que não...

G: OK, mas se mudar de ideia...

E: É, obrigada! – levantou da sua mesa, saindo pelo mesmo caminho que entrou.

Três dias se passaram e Emma estava lá novamente na sala da Dra Cardin.

C: Você perdeu três sessões...

E: É eu não consegui vir

C: Então o que aconteceu com o seu braço? – falou ao ver o braço imobilizado da loira com uma tipoia – Você sabe que até que eu te libere você não pode entrar em nenhum caso, nada, absolutamente nenhum!

E: Eu sei...

C: Então...

E: Eu estava apenas ajudando um amigo...

C: Você não pode, não se for relacionado com o distrito! Eu ouvi que você se meteu em uma perseguição... Você estava sem colete, ouve tiros trocados entre os suspeitos e a polícia, e você de repente decidiu “ajudar um amigo”? – Emma nada falou – Ok Swan, vou parar de te perseguir! Eu não posso te ajudar se você não me deixar! Então eu estou abandonando o...

E: O que quer de mim? – interrompeu

C: Uma verdade, qualquer uma. O que ouve com o seu olho? – viu o roxo ao redor

E: Briga de bar

C: Ganhou? – Emma balançou a cabeça rindo fraco – Dores físicas são melhores que as emocionais em qualquer dia, mas acredite ou não, conversar ajuda. O que mais te machuca?

Emma encarou os olhos escuros da mulher, tudo por um segundo pareceu ficar em câmera lenta, as batidas do seu coração eram capazes de serem ouvidas por ela mesma.

C: Eu li o relatório, tudo indica que as suas ações suas e do detetive Humbert foram justificadas, o dia da perseguição.

E: Apenas mais um dia de trabalho, senhorita.

C: Deve ter se sentido bem ao dar mais uma chance para aquela moça e seu filho... Um futuro. – Emma ficou em silêncio com o olhar perdido – Ok, podemos falar de filmes ou sobre os seus planos para hoje à noite?

E: Nossa Dra, bem que eu já tinha desconfiado das suas intenções...

C: Quero dizer quando sair daqui... – sorriu – Quando não há mais ninguém por perto. Quando for para casa.

E: Bom, eu não tenho mais uma casa...

C: Swan, eu não consigo te ajudar! – Emma riu triste coçando a cabeça – Não há palavras no mundo que compensem o que você perdeu. Só quero ajudar a tirar um pouco da sua dor.

E: Desculpe Dra – Emma balançou a cabeça – Dor é tudo o que eu tenho...

C: Você tem amigos não é Emma? – ela assentiu – Posso te pedir uma coisa?

E: Sim, claro.

C: Porque você não tenta fazer algo diferente essa noite... Não vá pra casa, não fique sozinha, só essa noite, apenas compre uma pizza e vá passar um tempo com seus amigos, e talvez amanhã você tenha alguma coisa interessante para me contar...

Emma saiu do consultório, andou até uma pizzaria que ficava ali perto, comprou três caixas de pizza, lembrando as favoritas dos seus amigos e a sua, pegou um taxi passando o endereço do apartamento de Ruby.

Sidney o porteiro não interfonou pois já conhecia Emma fazia muito tempo, a loira subiu no elevador, andando pelo corredor parando na porta 302 onde um dia tinha sido sua casa também. Antes de conhecer Regina, depois de conhecer Regina, o começo com Regina, tudo tinha sido ali, naquele apartamento.
Bateu na porta duas vezes, Graham abriu a porta ficando levemente surpreso com um sorriso contido no rosto.

G: Ei Swan! Entra! – ajudou Emma com as pizzas – RUBY! – gritou chamando a namorada que apareceu logo em seguida – Temos visita e pizza!

Ruby abriu um sorriso olhando do namorado para a amiga que passeava o olhar pelo apartamento como se tentasse reviver, trazer alguns momentos de volta, sem dizer nem expressar nada, Ruby e Graham se entre olhavam, talvez não fosse nada, mas só o fato de tê-la ali talvez já quisesse dizer muita coisa.

E assim eles passaram, comeram as pizzas que Emma tinha levado, assistiram a um filme, e por um momento a noite não foi tão pesada.

RL: O que te trouxe aqui? – Ruby estava sentada do lado da loira

E: Na verdade foi um conselho da Dra. Candin. Parece que ela precisa ouvir que eu estou tentando seguir com a vida.

RL: A proposito como está indo isso?

E: É complicado... e eterno.

RL: Bom, espero que você consiga se sentir melhor, mas importante de que sua liberação para o trabalho, é você se sentir bem.

E: Claro...

[...]

Na manhã seguinte, antes que a Dra chegasse, Emma já estava esperando por ela na porta.

C: Bom dia, Detetive – colocou a chave na porta para abrir – Por que tão cedo hoje? A noite resultou?

E: Segui os seus conselhos. E preciso pegar o documento com você de que estou comparecendo as sessões.

C: Certo. Vamos entrar! – a Detetive a seguiu.

A Dra ligou todas as luzes para que o ambiente ficasse mais acolhedor, Emma logo se jogou no sofá.

C: Me conte como foi? – sentou na frente dela.

E: Bom, eu comprei pizzas como você sugeriu, peguei um taxi e fui até o apartamento da Ruby.

C: O apartamento no qual você costumava morar também antes?

E: Sim a gente dividia, de fato, Ruby me ofereceu se eu quero voltar a morar lá com ela.

C: E você vai?

E: Você acha que eu devo?

C: O que você sente sobre voltar a morar lá?

E: Na verdade, não é algo que eu queira o precise agora, então não, eu não vou voltar a morar lá.

C: Está bem, é totalmente válido. E me conte depois, o que aconteceu?

E: Bom, Graham também estava lá, comemos as pizzas e assistimos um filme. Foi bom

C: Sim? Se sentiu bem?

E: Defina bem? – sorriu

C: Não se sentiu sozinha.

E: Estar sozinha não é um problema.

C: Você bebeu ontem?

E: Sim, um pouco.

C: Defina pouco? – Emma apenas sorriu e balançou a cabeça sem responder – Emma, você usa alguma outra coisa, quero dizer, quando não está trabalhando? – foi até o seu escritório para pegar o papel que Emma tinha vindo procurar.

E: Não, quero dizer, eu bebo um pouco, mas...

C: Se automedicar com drogas e álcool, é algo que eu falo muito com pessoas nesta sala, você sabe, o que se fala nesta sala, fica nesta sala.

E: Quer saber – levantou – Porque você não fala com meus amigos e família se quer saber se eu estou mentindo.

C: Eu não disse que você estava mentindo.

Swan parada em frente a psicóloga, apenas pegou o papel das mãos dela e e se dirigiu a porta para sair do consultório.

E: Sabe, ontem enquanto eu estava com os meus amigos comendo pizza e assistindo o filme... Eu sei que é algo que é normal, mas é difícil pra mim.

C: Que coisa?

E: Ver casais juntos sorrindo...

Dito isso ela deu as costas e saiu do consultório.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maybe we can try again season 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.