Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 27
Capítulo 27 - O melhor amigo do homem




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Walt avançava pela densa vegetação, chegando à cabana onde Rose era mantida em cativeiro. Nas mãos, carregava uma bandeja com comida, decidido a alimentá-la. Ao se aproximar, retirou a tarja que cobria a boca dela, revelando a expressão amedrontada de Rose.

— Coma! — Ordenou ele, esticando a mão até a boca de Rose, sua voz ecoando na pequena cabana.

Rose encarou Walt intensamente, quase incapaz de acreditar que o homem diante dela era o mesmo garoto que conheceu tantos anos atrás.

— Walt, lembra dos velhos tempos, depois do acidente, quando tivemos que sobreviver aqui na ilha? Você era tão dócil naquela época. Quando você foi sequestrado pelos outros, estávamos todos preocupados com você — disse ela, um sorriso se formando em seus lábios.

— Não tente me comover, Rose. Não tenho tempo para isso. — Respondeu Walt, impassível.

— Walt, resista à vontade dele. O que passa pela sua cabeça quando se lembra do acampamento? — Perguntou Rose, a tristeza marcando sua voz.

— Eu não sinto nada — declarou ele, alimentando Rose com a comida.

Assim que ela terminou de comer, ele tapou a boca dela novamente. Walt saiu apressadamente da cabana para evitar qualquer suspeita. Do lado de fora, esticou os braços para o céu, respirou fundo e dirigiu-se à praia. No caminho, algo se mexeu em um arbusto, capturando sua atenção. O rapaz ficou em alerta, aproximando-se lentamente. De repente, um cachorro branco emergiu da mata, não um cachorro qualquer, mas Vicent, seu antigo cachorro. No entanto, algo estava errado, pois Vicent havia falecido anos atrás.

— Vicent?! — Exclamou Walt, seus olhos se arregalando.

Ele ficou perplexo com a visão à sua frente. Vicent começou a correr, e Walt gritou: — Espera aí!

Enquanto se esforçava para acompanhá-lo. A incredulidade misturada com a emoção envolvia Walt enquanto corria atrás do cachorro que, de alguma forma, estava ali, desafiando todas as lógicas da ilha.

Em 2004, pouco tempo depois da queda do voo 815 na Ilha, Vicent, o cachorro, havia sumido após a queda do avião. Walt, ainda criança, e seu pai, Michael, conversavam em meio à chuva. Enquanto Michael construía sua cabana improvisada na praia, Walt brincava com algumas pedras no escorregador. Michael curioso, resolveu indagar ao seu filho:

— Quem é o homem conversando com você? — Indagou Michael, referindo-se a John Locke. Naquela época, eles não se conheciam bem, sabendo que o voo caíra na ilha há pouco.

— Que homem? — Indagou Walt.

— Aquele careca. — Disse Michael.

— Ah o senhor Locke?!

— Senhor Locke? — Indagou Michael, aproximando-se do seu filho e se sentando ao lado dele. — O senhor Locke tem filhos? — Continuou, após sentar-se.

— Ele não me disse.

— E o que ele disse?

— Sei lá.

— Como assim, sei lá? O que ele disse?

— Me contou um segredo.

— Ele disse pra você não me contar?

— Não.

— Que segredo é esse?

Walt encarou o chão, estava com medo de falar, mas comentou:

— O senhor Locke disse que aconteceu um milagre com ele.

Michael ficou desorientado ao ouvir aquilo, mas não gostou do que ouviu.

— Aconteceu um milagre com todo mundo. Todos nós sobrevivemos. Não quero mais ver você com ele.

— Por que não? Ele é meu amigo.

Michael vendo que Walt ficou meio chateado, aproximou-se dele. — Eu sou seu amigo também, né?

— Se fosse mesmo achava o Vicent.

Michael ficou constrangido. Mas comentou:

— Walt, escuta aqui. Eu não desisti do seu cachorro. Eu vou fazer de tudo para achar ele.

— Não vai nada... Você não tá nem aí para o Vicent.

— Eu vou trazer seu cachorro assim que essa chuva parar.

Walt olhou para o lado, não encarando seu pai.

— Presta atenção, eu vou trazer seu cachorro de volta.

De repente, a chuva parou, quase que instantaneamente. Michael ficou atordoado por ter feito a promessa ao seu filho, mas agora, teria que cumprir.

No presente, Walt corria entre as árvores e arbustos, determinado a alcançar Vicent. O labirinto verde da ilha parecia interminável, mas, finalmente, ele chegou a uma caverna familiar. Observando o local, Walt sentiu seu coração, anteriormente vazio, ser preenchido por uma onda intensa de nostalgia.

Adentrando a caverna, o rapaz caminhava pelas lembranças da infância, relembrando momentos que ali viveu. Ao se sentar perto de uma pedra, as recordações inundaram seus pensamentos, e, após tantos anos, lágrimas verdadeiras finalmente escaparam de seus olhos. Nesse momento, uma voz familiar ecoou próximo a ele.

— Olá, garoto — disse a voz, reconhecida como a de Michael.

— Pai?! — Exclamou Walt, um sorriso imenso iluminando seu rosto.

Enquanto isso, na praia, Hugo e Aaron se ocupavam preparando o acampamento para possíveis ameaças, a noite se aproximava. O grupo que buscava por Rose retornava frustrado, sem qualquer sinal da esposa de Bernard. Destroçado, Bernard aproximou-se de Hugo, expressando sua dor.

— Eu disse para não nos envolver nesta loucura, seu desgraçado — comentou Bernard, avançando em direção a Hugo.

— Fique calmo — interveio Aaron, dirigindo-se a Bernard.

— Cale a boca, Aaron — gritou Bernard, chorando descontroladamente.

— Aaron, estamos todos esgotados. O que exatamente estamos fazendo aqui? Vamos ficar por aqui até o pessoal do Wilbert chegar e nos matar? — Questionou Clementine.

— Eles não têm um plano — disse Bernard. — Minha esposa sumiu, e esses dois sequer foram ajudar a procurar.

— Precisamos nos preparar para o que vier, Bernard. Eu entendo que você está passando, mas tudo irá se resolver no tempo certo — comentou Aaron.

— Eu não sei nem se você é o verdadeiro Aaron. E também não me importa. Só quero que isso acabe logo — disse Bernard, afastando-se.

— Gente, onde está Walt? — Indagou Clementine.

— Realmente. Ele não estava com vocês? — Perguntou Yan para Aaron e Hugo.

— Sim, mas ele saiu novamente — comentou Hugo.

— Vocês confiam nele assim facilmente? Ele tentou me matar — disse Clementine.

— Não confiamos nele. Mas é melhor tê-lo por perto — afirmou Aaron.

— Então vamos ficar aqui realmente esperando essa tal batalha final que você disse, Aaron? Você já sabe que, diferente de você, não somos guerreiros — comentou Jessy.

— Não se preocupem com isso — disse Aaron.

— Não se preocupar? As histórias sobre batalhas e deuses são lindas, mas se tudo que você disse é verdade, não temos chances nenhuma — comentou Yan.

— Pessoal, se acalmem, por favor. Nós iremos descobrir brevemente quais os planos da ilha. Mas não adianta ficarmos desesperados — comentou Aaron, já nervoso, virando-se e saindo.

— Entendam, ele sabe o que está fazendo — disse Hugo. Todos ficaram atônitos, mas não havia mais nada a fazer além de aguardar e ver o que se sucederia.

Em 2004, John Locke, havia construído uma espécie de apito que os animais poderiam ouvir e se aproximar. Sentado de costas para a praia, John começou a apitar, esperando que Vicent pudesse ouvir o apito. John estava apitando por um tempo.

De repente, um som vindo dos arbustos chamou a atenção de Locke, então, ele apitou por mais uma vez até ouvir os latidos de Vicent, que vinha em sua direção. Naquela época, Vicent usava uma coleira com um osso azul.

Rapidamente, John levantou-se e foi até o cachorro e o amarrou na floresta. Assim que o fez, foi até Michael e o acordou no susto.

— Achei o cachorro do seu filho. — Disse John.

— O que?! — Indagou Michael, confuso.

— O Vicent. Amarrei ele na árvore bem ali.

Michael ficou assustado com aquilo, afinal, não confiava em John Locke.

— Eu sei que Walt perdeu a mãe. Achei que seria bacana você trazer o cachorro de volta para ele.

— Obrigado. — Michael agradeceu.

— Venha. — Disse Locke.

 

Após entregar o cachorro a Michael, John sentou-se novamente à praia enquanto Walt acordara procurando por seu pai. Triste, o menino perambulava pela areia, querendo seu cachorro de volta, até que avistou seu pai chegando com o Vicent. Correu para pegar seu cachorro enquanto sorria. Seu pai também sorria intensamente. Os dois estavam muito felizes.

No presente, na caverna, Walt conversava com seu pai.

— Pai, eu não sou mais o mesmo — comentou Walt.

— Eu sei.

— Por que fez isso comigo?

— Sinto muito, Walt. Eu queria me vingar de Ben pelo que ele me fez. Eu não deveria ter mandado você matá-lo. Claro que Taurus se aproveitou disso para te usar.

— Por que me trouxe aqui, pai?

— Sinto que estamos mais próximos de uma guerra que vai unir o mundo espiritual e o mundo físico em breve. Antes disso, queria ter a chance de falar com você mais uma vez e pedir perdão pelo o que fiz com você — comentou Michael. Walt riu. Michael continuou: — Lembra quando chegamos aqui nessa caverna?

— Sim, pai, eu lembro.

— Jack arrumou uma confusão imensa com o povo da praia, mas ele não era um mal líder. Ele só queria o melhor para todos, e aqui parecia o lugar ideal. Tem água potável à vontade e protege da chuva e tudo mais.

— Eu lembro que Jack e o Charlie ficaram presos ali naquele buraco — comentou Walt, apontando para o buraco. — Se não fosse o senhor, eles não teriam saído.

Michael riu. — É verdade. Que situação.

— Lembra quando Vicent sumiu? Eu realmente não acreditei que você seria capaz de encontrá-lo.

— Então, filho, nunca te disse isso, mas não foi eu quem encontrei seu cachorro, foi o Locke. — Comentou Michael.

Walt parou de rir. — Mesmo? No fundo eu já sabia pai.

Walt voltou a rir, arrancando um sorriso sincero de Michael.

— Esperto. — Comentou Michael.

— Esse lugar é muito nostálgico. — Disse Walt, sorrindo francamente.

— Aqui também o local onde nos reuniremos novamente, vivos e mortos, para enfim nos prepararmos para a batalha final. Aaron precisa vir de mente aberta. — comentou Michael.

— Como assim, de mente aberta?

— No momento certo, você saberá do que estou falando. Preciso ir. Foi bom te ver, garoto.

— Espera, pai. Aonde vai?

— Apesar de sermos parte dessa ilha, não podemos ficar muito tempo se comunicando com os vivos. Mas prometo que sempre que eu puder, virei te visitar, até o dia que ficaremos juntos para sempre.

— Eu te amo, pai — comentou Walt, fazendo Michael sorrir.

— Também te amo, filho. Não sabe por quantos anos esperei ouvir isso de você.

Vicent chegou logo em seguida. Walt sorriu.

— Até o dia que nos encontraremos — comentou Michael. Walt sorriu enquanto a alma de seu pai desaparecia juntamente com a de Vicent em meio a sussurros que pairavam pelo ar.

Era o ano de 2018, e Rose e Bernard estavam na sua cabana improvisada à beira da praia. Vicent, o fiel cachorro, encontrava-se visivelmente abatido, seus últimos anos de vida pesando sobre ele. Os dois se aproximaram do cão, que estava deitado diante da cabana, contemplando o mar.

— Querido, o cachorro não parece bem — comentou Rose, preocupada.

— Acredito que ele já viveu o bastante, Rose. Não sabemos a idade dele, mas ele já está velho — respondeu Bernard, olhando para o animal com uma mistura de carinho e tristeza.

Hugo chegou logo em seguida, exibindo um ar de nervosismo evidente. Estava claramente desnorteado.

— O que houve? — Indagou Rose, percebendo a agitação em Hugo.

— Preciso avisar a vocês. Walt foi embora, e Desmond foi atrás de outras pessoas para trazer à ilha — revelou Hugo, sua chegada marcada pela inquietação.

— E o que exatamente isso significa? — Questionou Bernard, perplexo.

— Significa que eu não deveria ter trazido Walt para me substituir. A partir desse momento, eu corro o risco de não ser mais o guardião — confessou Hugo, com a cabeça baixa.

— E o que vai fazer, jovem? — Perguntou Rose, demonstrando preocupação.

— Preciso que me ajude, Rose. Eu sinto algo especial em você. Algo que você recebeu assim que chegou na ilha — disse Hugo, fixando seu olhar em Rose. Bernard olhou para ela, surpreso.

— Do que se trata tudo isso, Hugo? Eu disse que não queria que vocês nos envolvessem em suas coisas. — Comentou Bernard.

— Bernard, deixa ele falar. — Comentou Rose. Bernard se calou.

— Eu sinto muito por envolver vocês nisso. Mas Rose, todos nós sabemos que não viemos nessa ilha atoa. — Comentou Hugo.

— Eu pensei que era apenas um presente, um milagre ou quaisquer coisas similares. Eu consigo sentir fluir dentro de mim algo poderoso. Eu tinha um câncer terminal antes de cair nessa ilha, depois que caí aqui, finalmente fui curada do câncer — revelou Rose, surpreendendo a todos com sua história.

— É muito mais que isso. É o poder de Taweret, a deusa da fertilidade, fluindo em sua alma. O mesmo aconteceu com Richard, John, entre muitos outros — explicou Hugo, revelando conhecimentos surpreendentes.

— Como sabe disso, Hugo? — Indagou Rose, intrigada.

— Apenas sei. Não sei explicar. Eu consigo aparecer em locais apenas pensando neles. Isso tem que ter uma razão específica. Seja qual for a razão, precisamos trabalhar juntos. Principalmente quando os novos candidatos chegarem — afirmou Hugo, lançando um olhar determinado.

Vicent observava a conversa atentamente. O cachorro então se levantou e caminhou até Hugo, começando a alisá-lo.

— Vicent?! — exclamou Hugo, surpreso.

— Ele anda estranho o dia inteiro. Curioso que finalmente ele se levantou ao ver você — observou Bernard, indicando uma conexão inexplicável entre o animal e Hugo.

Não se passaram muitos dias e Vicent veio à óbito. O cachorro era enterrado próximo ao antigo acampamento dos sobreviventes do voo 815. Hugo, Rose e Bernard estavam presentes.

— Vá em paz, nosso companheiro. — Comentou Hugo.

No presente, Walt, sozinho refletia sobre suas ações sentado em uma rocha dentro daquela caverna, quando, surpreendentemente, Aaron e Hugo chegaram, certos que o encontraria ali.

— Walt?! — Gritou Hugo, despertando a curiosidade dele.

— O que vocês fazem aqui? — Indagou Walt.

— Imaginávamos que estaria por aqui. Passamos por momentos difíceis naquela época. — Comentou Hugo.

— Você não precisa mais ficar sozinho, Walt. — Comentou Aaron.

— Vocês não entendem. Não consigo resistir os desejos de Taurus, mesmo que eu queira. — Comentou Walt, cabisbaixo.

— Por que está repetindo isso tantas vezes, Walt? Tem algo que gostaria de nos contar? — Indagou Aaron.

Walt encarou o chão, mas estava na hora de finalmente relevar a verdade.

— Sequestrei Rose e a mantive em cativeiro em uma cabana próximo aqui, próximo aos destroços da estação pérola. — Comentou Walt, sem ao menos olhar para eles.

Aaron e Hugo se entreolharam. No fundo não sabiam se podia ou não confiar mais em Walt, contudo, o fato dele ter confessado o que fez dava um sinal que estava ao menos tentando resistir as trevas.

— O que te fez mudar de ideia? — Indagou Aaron.

— Eu vi o Vicent e ele me trouxe até aqui, onde, encontrei meu pai. Eu ainda não entendo porque essas pessoas que morreram aqui aparecem toda hora para nós aqui na ilha, mas foi um momento muito conveniente. — Comentou Walt.

Aaron e Hugo permaneciam quietos diante da situação, forçando Walt a perguntar: — Vocês pretendem fazer o que comigo agora que sabem da verdade?

— Não tenho autoridade para moldar seu destino, Walt, mesmo que eu queira. Você é um autêntico soldado de Taurus. Porém, se você quiser se livrar disso, aí sim eu terei permissão de tornar você um soldado de Taweret. A escolha é sua. — Comentou Aaron, fazendo sinal para Hugo o seguir e saírem dali, deixando Walt para trás.

Aaron e Hugo caminhavam dentre a floresta, quando de repente, encontraram Minuts, que estava parado em frente a eles olhando fixamente para os dois.

— Olá, meu velho amigo e rival. — Comentou Aaron.

— O homem de preto? — Indagou Hugo, assustado.

— Não precisa ter medo, Hugo. Não irei mais causar problemas, afinal, estou morto. — Comentou Minuts.

— O que você quer? — Indagou Aaron para Minuts.

— Meu desejo sempre foi sair dessa maldita ilha. Mas agora vejo claramente qual era o desejo de Taweret ao transformar Decalia nesta aberração de lugar. O mundo atual não está preparado para o que vem por aí. — Comentou Minuts, olhando para Aaron e Hugo.

— Onde quer chegar? — Indagou Hugo.

— Eu duvido muito que vocês vencerão, estou apenas assistindo vocês se organizaram aqui do outro lado. Pode ser meus últimos momentos por aqui, afinal, se Taurus realmente tomar todo poder da ilha, irei deixar de existir, assim como todos vocês. — Comentou Minuts, sorrindo friamente.

— Não pretendo perder. — Comentou Aaron.

— Como da última vez, Hanbal? Eu vi que seria uma batalha perdida e me uni ao lado que sairia vencedor. Mesmo que Taweret tenha me aprisionado e transformado tudo nessa ilha para evitar que Taurus tomasse esse lugar, ele ainda está vivo em meio aos homens. Ela não o derrotou, apenas adiou a vitória dele. — Comentou Minuts.

— Por que está me atormentado com isso agora, Minuts? — Indagou Aaron e Hugo estava assustado.

— Queria que pelo menos desta vez, você vencesse, meu velho amigo. De coração. — Comentou Minuts, seu corpo começou a se transformar em fumaça e assim, ele se desfez completamente e o barulho característico pode ser ouvido.

Hugo ficou amedrontado. Sua confiança estava se desvaindo.

— E se ele tiver razão? — Indagou Hugo à Aaron.

— Fique calmo. Desta vez será diferente. Confie em mim.

— Você disse, antes de levar você mais jovem contigo, que sempre perdemos essa batalha. É como um looping, não?

— Não iremos agir da mesma forma. Não desta vez.

— Quando esse looping começou, Aaron? Qual foi a primeira vez que você foi ao passado?

— Não se preocupe com isso agora, Hugo. Temos que achar a Rose e entregá-la ao Bernard. — Comentou Aaron, caminhando, Hugo, desconfiado, não questionou mais e o acompanhou.

Walt que estava ainda caverna, observava o chão pois era incapaz de olhar para cima com o peso que sentia na sua consciência. De certa forma, as trevas estavam sendo eliminadas aos poucos de seu coração.

Algumas horas depois, Aaron e Hugo retornavam a praia acompanhados de Rose. Bernard que estava sentado na areia, triste, conseguiu observar os três chegando junto, então, sorridente correu até sua esposa e a abraçou com um sorriso imenso nos lábios.

Os demais do grupo se aglomeravam diante deles sentindo um pingo de esperança para que o futuro reservava para eles. Rose revelou a eles o que Walt havia feito com ela, e não demorou muito para que ele retornasse das cavernas, fazendo assim Bernard se aproximar dele e cuspir em seu rosto.

— Não ouse tocar em minha esposa de novo, seu desgraçado. — Comentou Bernard.

Todos ficaram irritados com a presença de Walt ali na praia.

— Não queremos ele aqui. — Comentou Yan.

— Não acha perigoso ele estar entre nós? — Indagou Jessy.

— Pessoal, se acalmem. Logo iremos resolver o que iremos fazer com ele. — Comentou Aaron.

Todos se afastaram deixando Walt para trás pensativo.

Enquanto isso, na caverna, barulhos de sussurros foram ouvidos vindo dos arbustos, rapidamente, Jack apareceu e junto dele estava Michael e Vicent.

— Parece que tudo vai acabar logo. — Comentou Jack.

— Meu filho pode ser salvo das trevas, não é? — Indagou Michael.

— Foi você mesmo que fez isso com ele. Basta agora confiarmos no Aaron. — Comentou Jack.

Rapidamente eles desapareceram e aquele dia finalmente terminava.


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