Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 51
Um Brinde aos Corações Partidos


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Trago mais um capítulo para vocês e espero que gostem ♥

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/51

Enquanto isso, do lado de fora da cozinha, Brandon retornou do banheiro e se sentou ao lado de Lucy. Ao observá-la, ele logo notou lágrimas descendo de seus olhos, copiosamente.

(Brandon) - Está tudo bem, senhorita?

Ela soluçava e apenas balançou a cabeça em negação.

(Brandon) - Me diz o que aconteceu, talvez eu possa ajudá-la.

Lucy o olhou, com os olhos borrados pela maquiagem preta que descia junto com suas lágrimas e molhava seu rosto.

(Lucy) - Me tire daqui… por favor. – Ela suplicou entre soluços.

Brandon a olhou com pesar, mas, antes de fazer qualquer coisa por ela, ele olhou à sua volta, procurando por alguém.

(Brandon) - Bem, eu… eu preciso pagar a conta antes de sair. – Ele voltou a olhá-la. - Onde está o dono do bar? Ou… a namorada dele?     

(Lucy) - Hum… – Ela deu uma leve risada e desviou o olhar. - Depois de me humilharem, tenho certeza que aqueles dois escrotos devem estar transando na cozinha.

Brandon arregalou os olhos, surpreso.

(Brandon) - O que?!

Enquanto isso, na cozinha, Phil estava decidido a conseguir o que tanto queria. Adie o empurrava e tentava se soltar de seus braços, mas ele a segurava com firmeza e ela não conseguiu impedi-lo de se aproximar cada vez mais. 

(Adie) - Qual é o seu problema, Phil?! Você bebe enquanto trabalha? 

(Phil) - Me perdoe por fazer as coisas dessa maneira, meu amor. Eu só… não aguento mais ter que me conter. – Ele disse bem perto dos lábios dela, sentindo sua respiração pesada. - Eu sinto tanta saudade do seu beijo.

Ela se intrigou extremamente e o empurrou.

(Adie) - Como assim sente saudade?!

(Phil) - Me deixe te fazer lembrar daquele dia. – Ele tentou beijá-la, mas Adie virou o rosto e ele beijou sua bochecha.

(Adie) - Phil, pare com isso!

(Phil) - Por favor… só um beijo.

Mesmo com a resistência de Adie, ele tentou beijá-la novamente e conseguiu encostar seus lábios nos dela, mas ela logo virou o rosto para o outro lado.

(Adie) - Não, Phil! Para! Me solta!

(Brandon) - Ei! Solte ela agora!

Phil se assustou e logo olhou para o policial, que estava na entrada da cozinha.

(Brandon) - Eu disse para soltá-la agora! 

 Ele rapidamente tirou as mãos de Adie e se afastou. Ela estava assustada, respirando pesadamente e se aproximou de Brandon.

(Brandon) - Você está bem? – Ele tocou o rosto dela. - Ele te machucou? 

(Adie) - Não. Eu estou bem, mas quero sair daqui.

(Phil) - M-Me perdoe, senhor policial. Eu… Eu não queria machucá-la… Eu só ia…

Brandon o olhou com raiva e se aproximou de um jeito intimidador.

(Brandon) - Você teria cometido o pior erro da sua vida se tivesse feito mal a ela e ia ter que se ver comigo!

Phil ficou claramente assustado e Brandon se afastou, ainda olhando-o de um jeito intimidador.

(Brandon) - Vamos. – Ele disse para Adie.

(Phil) - A-Adie, por favor, me perdoe!

Ela o olhou com raiva e se virou, saindo da cozinha juntamente com o policial. Ao vê-los saindo, Phil suspirou, desapontado consigo mesmo.

(Phil) - Mas que merda eu fiz! – Ele passou as mãos no rosto, deslizando-as pelos cabelos.

Ao chegarem do lado de fora, Adie deu mais alguns passos à frente do policial e parou. Em seguida, ela se virou, olhando-o.

(Adie) - Obrigada por isso.

(Brandon) - Você não precisa me agradecer.

Ela suspirou e se virou, olhando para as mesas e notando a ausência de Lucy.

(Adie) - A Lucy foi embora?

(Brandon) - Bom… é o que parece.

Adie se virou novamente, olhando-o.

(Brandon) - Ela não estava nada bem. O que aconteceu?

(Adie) - Bem… – Ela desviou o olhar por um breve momento, - É uma longa história. Porque você não vai atrás dela?

(Brandon) - Eu não vou embora antes de você, ainda mais depois do que acabou de acontecer.

Adie arqueou uma de suas sobrancelhas e cruzou os braços.

(Brandon) - E mesmo que você reprove, eu não vou mudar de ideia. 

Ela o encarou por mais alguns segundos, até que bufou e desviou o olhar por um breve momento novamente.

(Adie) - Tá… – Ela voltou a olhá-lo. - Vai atrás da Lucy e, enquanto isso, eu vou ver como o Dan está.

(Brandon) - Certo. Eu não demoro. 

Adie assentiu com a cabeça e ele seguiu até a saída do bar. Em seguida, ela foi em direção a mesa onde Dan estava antes, mas logo notou sua ausência e começou a procurá-lo à sua volta. Enquanto o procurava, foi inevitável notar que o nível musical da banda que tocava havia mudado, ou pelo menos, do vocalista. A atenção de Adie foi interrompida pelo incômodo de ouvir uma voz tão desafinada e ela fez uma expressão de desagrado. 

(Adie) - Minha nossa! Bem que o Richy dizia que algumas bandas que tocavam aqui eram ruins.

Ela seguiu andando pelo bar e procurando por Dan, até que, ao se aproximar da parte onde a banda se apresentava e olhar para o vocalista, ela se surpreendeu. 

(Adie) - Ah, Deus…

Dan, que estava claramente bêbado, havia subido no palco e cantava a música Love Hurts - Nazareth, enquanto o vocalista, que estava ao lado, se divertia com a situação. 

Enquanto isso, Brandon dirigia pelas ruas estreitas de Duskwood, seguindo o caminho da estação de metrô e procurando por Lucy. A mais ou menos 5 minutos de distância, ele avistou a loira caminhando devagar, com os braços cruzados e cabisbaixa. 

(Brandon) - Ei, senhorita. – Ele disse pela janela do carro, ao se aproximar.

Lucy logo o olhou e era notável que ainda chorava. Estando surpresa, ela rapidamente enxugou os olhos e se aproximou do carro de Brandon. 

(Lucy) - O que faz aqui, senhor policial? 

Ele saiu do carro.

(Brandon) - Eu pedi para a senhorita me esperar. Estando nessa situação, não é seguro andar sozinha. 

(Lucy) - Você não deveria ter se incomodado. Eu queria mesmo que algo me acontecesse, qualquer dor não seria tão ruim perto dessa que estou sentindo. – Ela disse com a voz trêmula e lágrimas desceram dos olhos dela.

(Brandon) - Quer conversar sobre o que aconteceu?

(Lucy) - Não… eu… eu só quero sair logo daqui.

(Brandon) - Para onde você vai? 

(Lucy) - Bem, como eu moro na cidade vizinha, decidi passar essa noite em um hotel. No hotel da Sra. Walter, conhece?

(Brandon) - Sim. Entre no carro que eu te levo até lá.

Ele foi até o outro lado e abriu a porta do carona para ela. Lucy, após pensar por alguns segundos, seguiu até o outro lado e entrou no carro.

No Aurora, ao finalizar a música, Dan esperou por aplausos, mas foi vaiado. 

(Dan) - Ah, vocês não sabem o que é uma boa música! – Ele dizia enquanto descia do palco de forma desajeitada, cuidando para não cair.

Adie estava envergonhada e quando ele conseguiu descer os três degraus do pequeno palco, sem cair, ela se aproximou. 

(Adie) - Aí, acho que já foi o bastante por hoje.

Ele a olhou com o cenho franzido.

(Dan) - Não fale como se fosse minha mãe! 

Ela bufou.

(Adie) - Dan, é sério, eu me mantive sóbria até agora para conseguir te levar para casa com segurança. Então, vamos embora! – Ela pegou no braço dele.

Dan arrancou o braço da mão de Adie com rispidez.

(Dan) - QUAL PARTE DE QUE “EU NÃO QUERO PAPO COM VOCÊ” NÃO FICOU CLARO?

Algumas pessoas que estavam próximas, logo olharam para os dois e Adie ficou constrangida.

(Adie) - Para de gritar e vamos embora, por favor. 

(Dan) - Eu não vou a lugar nenhum com você! Prefiro chamar um táxi e correr o risco de ser roubado, do que ir embora com alguém que oculta verdades, como você. Agora sai daqui e me deixe em paz! Você está estragando minha noite. – Mesmo cambaleando, ele se afastou de Adie.

Ela suspirou entristecida, engoliu seco e, depois de alguns segundos, se afastou dali. Alguns instantes depois, ela se aproximou do balcão e se sentou em um banquinho qualquer, coincidentemente, no mesmo que Lucy estava antes. Ela suspirou de exaustão e escorou os cotovelos no balcão, tapando o rosto com as mãos. O dia e a noite estavam extremamente difíceis e ela ficou perdida em seus pensamentos por alguns segundos, sem notar Phil, que saiu da cozinha e se aproximou. 

(Phil) - Oi… 

Ela destampou o rosto e o olhou com raiva.

(Phil) - Que bom que ainda está aqui.

(Adie) - Por mim, eu já teria ido embora e não colocaria mais os pés nesse bar.

Ele suspirou com pesar.

(Phil) - Eu sei que fui um idiota, Adie, mas não deixe de ser minha amiga. 

Ela franziu o cenho.

(Adie) - Como você ainda quer que eu seja sua amiga depois de ter me desrespeitado daquela forma, Phil?!

(Phil) - Eu sei que foi um grande erro e estou muito arrependido. 

Ela bufou e desviou o olhar.

 (Phil) - Por favor, Adie, me perdoe. Eu prometo que não voltarei a chegar perto de você de forma desrespeitosa e aceito o fato de que você jamais irá me corresponder. 

Adie continuou sem olhá-lo por alguns segundos, até que suspirou e voltou a olhá-lo. 

(Adie) - Tudo bem, aceito suas desculpas.

Phil suspirou, aliviado.

(Phil) - Obrigado.

(Adie) - Mas é melhor que você me traga uma dose de whisky com gelo logo, antes que eu mude de ideia.

Ele sorriu sutilmente.

(Phil) - É pra já! – Ele logo se virou e foi até a prateleira de bebidas, que ficava ao fundo.

(Adie) - Sinceramente, não há outra maneira de finalizar um dia tão difícil, senão, bêbada. – Ela disse em tom baixo, para si mesma.

Alguns segundos depois, Phil se aproximou e colocou o copo com gelo perto dela e lhe serviu uma dose de Black Label.

(Phil) - Pronto… Do jeito que você gosta. 

(Adie) - Obrigada. – Ela pegou o copo e logo virou um gole da bebida.

Enquanto isso, na casa, Jessy estava sozinha na sala sentada em frente a TV, enquanto passava um filme que ela sequer sabia o nome. Assim como seu olhar, seus pensamentos estavam distantes. Só agora ela compreendeu o que realmente sentia a tanto tempo, mas como uma circunstância cruel, logo agora que ela descobriu, provavelmente, tudo havia acabado de vez. Após um suspiro entristecido, ela olhou para o seu celular, que estava ao seu lado no sofá e o pegou. Após desbloquear a tela, ela abriu a lista de seus contatos e desceu os nomes, até chegar no de Dan. 

Ao mesmo tempo, no bar Aurora, ao som de um cover de Cryin - Aerosmith, Dan, que havia voltado para a mesa em que estava antes, olhava uma foto de Jessy em seu celular. Mesmo estando bêbado e enxergando tudo embaçado, ele ainda conseguia reparar cada detalhe daquele rosto perfeitamente desenhado. 

(Dan) - É uma pena… que você sequer… lamente. – Ele disse com a voz arrastada e virou um gole generoso de whisky, fazendo careta ao engolir. 

 Alguns segundos depois, a imagem de Jessy foi substituída por uma chamada de áudio sendo recebida e ele se intrigou, mas, ao ver o nome de quem o ligava, arregalou os olhos. 

(Dan) - Quê?!

Ele deixou o celular sobre a mesa, tirou os óculos e esfregou os dedos nos olhos, incrédulo. Em seguida, ele voltou a colocar os óculos e olhou para o celular e, ao perceber que não estava tendo uma alucinação alcoólica, aproximou seu dedo do botão para atender, mas parou antes de apertá-lo.

(Dan) - Hum… Claro. Primeiro você me chuta, parte meu coração em pedaços e agora… vem correndo? Não, não, não… Muito fácil para você, ruivinha. – Ele rejeitou a ligação, deixou o celular sobre a mesa e virou o resto de whisky que havia em seu copo.

Após ter sua ligação rejeitada por Dan, Jessy suspirou entristecida e, sem saber mais como tentar aliviar sua culpa e arrependimento, decidiu recorrer a uma solução temporária. Ela se levantou, foi até a cozinha e, ao chegar lá, abriu a geladeira e pegou o melhor amigo dos corações partidos, o whisky. Ela foi até o armário, pegou um copo, serviu uma boa dose da bebida para si e em seguida, virou um gole generoso, fazendo uma linda careta ao engolir. 

Enquanto isso, em frente ao Hotel da Sra. Walter, Brandon parou o carro.

(Brandon) - Chegamos.

Lucy estava cabisbaixa e suspirou, olhando-o em seguida.

(Lucy) - Não sei como agradecer por ter se preocupado comigo, Brandon.

(Brandon) - Não tem porque agradecer. Eu fiz apenas a minha obrigação, senhorita.

Lucy sorriu sutilmente e seus olhos marejaram.

(Lucy) - Ninguém nunca me tratou assim…

Brandon não disse nada e ela continuou olhando-o com admiração. Depois de alguns segundos, ela começou a se aproximar, na intenção de beijá-lo e tentou tocar o rosto dele. Brandon, porém, se afastou e segurou a mão dela com delicadeza.

(Brandon) - Por favor, senhorita, não confunda as coisas. 

Ela suspirou, desapontada, mas permaneceu olhando-o nos olhos.

(Lucy) - Pelo menos me diz se nos veremos de novo. 

Brandon suspirou.

(Brandon) - Me desculpe, mas isso só acontecerá se for por um acaso. 

Lucy suspirou com pesar e ficou cabisbaixa.

(Brandon) - Se cuida.

Ela o olhou, estando com os olhos marejados e assentiu com a cabeça. Em seguida, ela saiu do carro e caminhou até a entrada do hotel. Brandon fez o contorno para retornar o caminho e ela se virou para olhá-lo e suspirou, quando ele se foi.

Era uma noite difícil, com dores e frustrações diferentes e, ao mesmo tempo, interligadas. Adie sentia a dor da incerteza, ao mesmo tempo que sentia uma imensa tristeza por ter que aceitar o lado obscuro e o desprezo de pessoas que tanto lhe importavam. Já Dan, sentia a dor da rejeição e desilusão, uma péssima combinação. Depois de algum tempo acreditando ser correspondido, ele estava tendo que lidar com o fato de que, aquilo que significava muito para ele, foi definido como um erro. Enquanto isso, Jessy sentia arrependimento por ter definido tão mal algo que significava tanto para ela. Ela estava tomada pelo desespero, percebendo que, provavelmente, havia perdido para sempre seu grande amor. No hotel da Sra. Walter, Lucy, que havia acabado de entrar no quarto, bebia uma garrafa de cerveja, que havia comprado na recepção. Ela se sentou na cama e tentava afogar na bebida sua desilusão e seu arrependimento, por ter entregado seu coração a quem nunca, sequer, mereceu seu olhar. Embora cada um se sentisse sozinho e perdido, todos tinham em comum a maneira de lidar com o sentimento ruim, o que dava a eles a incrível chance de tentarem aliviar a dor juntos, sentados à uma mesa redonda e brindando por seus corações partidos.

No Aurora, Adie continuava sentada em frente ao balcão, porém, virada de frente para as mesas. Ela segurava um copo de marguerita e, mesmo estando alterada por conta das bebidas que havia consumido, encarava Dan com preocupação. Ele, que continuava bebendo whisky, estava com o olhar distante e não tinha mais condições de ficar em pé sozinho. Alguns instantes depois, Brandon entrou no bar e logo avistou Adie e se aproximou.

(Brandon) - Oi.

Ela o olhou.

(Adie) - Ah, oi, Brandon! – Ela disse com a voz arrastada e sorriu. - A quanto tempo!

Brandon logo notou que ela estava bêbada.

(Brandon) - Pelo visto, eu demorei.

(Adie) - Eu não sei, mas foi o suficiente para que eu bebesse três… Não, espera – Ela contou nos dedos. - Hum… seis… Ah, eu não sei. Foram algumas doses de whisky e três margueritas. – Ela virou um gole de sua bebida. - Aaaah! Tá servido?

(Brandon) - Não, obrigado. Espero que esteja ciente de que você não tem condição alguma de dirigir até em casa.

Adie ficou indiferente por alguns segundos, olhando em direção a Dan, até que voltou a olhá-lo.

(Adie) - É o que?

Brandon deu uma leve risada.

(Brandon) - Não é nada.

Adie deu de ombros e desviou o olhar, virando mais um gole de sua bebida.

Após servir um pouco mais de whisky em seu copo, Dan virou mais um gole do mesmo e olhou a sua volta, procurando por alguém, até que seu olhar parou em direção a Adie, que ainda o observava. Ao notar que ela o olhava, ele sinalizou com a mão, chamando-a.

Adie ficou levemente surpresa.

(Adie) - Eu já volto. – Ela disse para Brandon.

(Brandon) - Onde vai? 

Ela colocou sua taça sobre o balcão e se levantou.

(Adie) - O Dan… é que… Opa! – Ela se desequilibrou, mas Brandon logo a amparou e ela deu risada. - Ai, que loucura! – Ela recuperou o equilíbrio e ele a soltou. - É que o Dan está me chamando. 

(Brandon) - Tudo bem, mas você tem certeza de que consegue ir até lá?

(Adie) - É claro que eu consigo! 

Apesar de sua convicção, ao dar alguns passos em direção a Dan, Adie se desequilibrou novamente e um dos clientes a segurou pela mão. 

(Adie) - Ai… – Ela o olhou. - Obrigada.

O homem tatuado, com barba e cabelos longos e que usava um colete de couro, apenas assentiu com a cabeça e soltou a mão dela. Brandon a observava preocupado, mas foi distraído com a presença de Phil, que se aproximou.

(Phil) - Deseja beber alguma coisa… senhor policial? – Ele perguntou acanhado.

Brandon o olhou com o cenho franzido.

(Phil) - Eu… eu me desculpei com a Adie e ela aceitou minhas desculpas, mas acho que devo me desculpar com o senhor também. Saiba que não costumo me comportar assim… Eu só… não pensei antes de agir.

(Brandon) - Eu espero que tenha aprendido as lições da noite, senhor Hawkins. Nunca magoe e nem desrespeite as mulheres. E, se tratando da Adie, se voltar a desrespeitá-la, você terá grandes problemas com a lei e, comigo, em particular.

Phil ficou claramente tenso.

(Phil) - S-Sim, senhor. Eu prometo que isso não voltará a acontecer.

(Brandon) - Ótimo. 

Brandon olhou em direção a Adie, que havia acabado de chegar na mesa onde Dan estava.

(Adie) - O que é? – Ela apoiou as mãos na mesa, para se manter de pé.

(Dan) - Apenas informá-la que a Jessy me ligou, mas diferente do que vocês mulheres acreditam, nós homens também temos dignidade e, por isso, eu não quero mais falar nem com ela e nem com você. 

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Adie) - Se não quer falar comigo, então, porque me chamou aqui?

(Dan) - Ora, para dizer que não quero mais falar com você.

(Adie) - Isso você já disse umas 10 vezes, só hoje.

(Dan) - Eu disse? Bem, não importa. Está valendo a partir de agora, então, rala peito.

Adie se irritou e bateu as mãos na mesa.

(Adie) - Você acha mesmo que pode falar assim comigo, seu idiota??? Pois para a sua informação e desagrado, eu vou ficar aqui. – Ela puxou uma das cadeiras e se sentou, de forma desajeitada.

(Dan) - Eu não me importo. Sua criancice não me afeta.

(Adie) - Ah, eu que estou sendo criança aqui? Você… Você é um… um… eu esqueci a palavra, mas você é!

(Dan) - Você que é! 

(Adie) - O que?! Me chame disso de novo e eu quebro essa garrafa na sua cabeça!

(Dan) - Ah, você não tem coragem para isso.

(Adie) - Ah, é?  – Ela pegou a garrafa de whisky, mas ao notar que ainda havia bebida, parou. - Para a sua sorte, ainda tem bebida aqui e seria um grande desperdício, mas vou resolver isso agora. – Ela destampou a garrafa e virou um gole de whisky, fazendo uma sutil careta ao engolir.

(Dan) - O que você pensa que está fazendo???  – Ele tentou pegar a garrafa dela, mas Adie a afastou a tempo.

(Adie) - Aha, Idiota! – Ela mostrou o dedo do meio, enquanto virava outro gole de bebida.

Enquanto os dois se portavam feito crianças, Brandon e Phil continuavam observando-os.

(Brandon) - Acho que está na hora de levá-los para casa. 

(Phil) - Bem, eu tinha em mente fazer isso, mas teria que esperar até todos os clientes irem embora

Brandon o olhou.

(Brandon) - Acha mesmo que, depois do que aconteceu, eu permitiria que você a levasse para algum lugar? 

Phil desviou o olhar, envergonhado.

(Phil) - Senhor policial, eu já me desculpei diversas vezes.

(Brandon) - Sim, eu sei. Apenas achei importante esclarecer. 

Phil o olhou por alguns segundos.

(Phil) - Me desculpe perguntar, mas… porque se importa tanto com ela?

Brandon arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Brandon) - Isso não é da sua conta. Agora, por gentileza, será que você poderia me informar quanto deu a minha conta, da Adie e do Dan? Ah, e da Lucy também.

Phil ficou surpreso.

(Phil) - O senhor vai pagar a conta de todos?

(Brandon) - Claro, porque não?

Phil ficou sem fala por alguns segundos.

(Phil) - Bem… o senhor é quem manda. Já trago a conta.

(Brandon) - Certo.

Enquanto isso, Adie virou mais um gole do whisky, mas se frustrou, pois percebeu que havia acabado.

(Adie) - Acabou… Que droga!

Dan arregalou os olhos.

(Dan) - Você acabou com o meu whisky?!

Ela o olhou com raiva.

(Adie) - Foi você que bebeu tudo sozinho e agora está nesse estado deplorável! 

(Dan) - Ah, como se você fosse a senhora sobriedade aqui.

(Adie) - Ah, vai à merda!

(Brandon) - Ei, ei… – Ele se aproximou sem que os dois o notassem. - Parem de discutir e vamos embora. 

(Dan) - Senhor policial?! O que faz aqui?

(Adie) - Ele veio verificar se você não vai ser idiota o suficiente para tentar dirigir bêbado novamente. Mas fique tranquilo, Brandon, não sobrou nada do carro dele depois da… – Ela começou a rir. - Depois da última vez. 

Dan se irritou.

(Dan) - Está vendo como ela é cruel, senhor policial? Acho que temos uma psicopata aqui! 

Adie continuou gargalhando e Brandon deu uma leve risada da situação dos dois.

(Brandon) - Não se preocupe, senhor Anderson, eu sei que ela é inofensiva. Agora, vamos embora. Vem, Adie, eu ajudo você a se levantar.

(Adie) - Hum… – Ela respirou fundo, parando de gargalhar. - Tudo bem.

Brandon estendeu a mão para ela, que a segurou e se levantou. Em seguida, ele ofereceu apoio para Dan, mas ele se negou a aceitar.

(Dan) - Não se preocupe, senhor policial. Eu tô bem.

(Adie) - Hum, bem idiota. – Ela segurava no braço direito de Brandon.

(Dan) - Acho que eu não falei com você aqui!

(Adie) - Ha, que sorte a minha!

Ele a olhou com raiva, mas ignorou e, com muita dificuldade, se levantou e se apoiou na mesa para se manter em pé.

(Brandon) - Venha, senhor Anderson, se apoie em mim.

Dan resistiu por alguns segundos, até que se segurou no braço esquerdo de Brandon. 

(Adie) - Ei, acabei de me lembrar que eu não terminei minha marguerita. – Ela disse enquanto caminhavam até a saída.

(Brandon) - Acho que você já bebeu o suficiente.

(Adie) - Que nada, eu não estou bêbada, só estou… feliz. – Ela sorriu.

Brandon a olhou de canto e deu uma leve risada.

(Dan) - Tão feliz a ponto de rir da desgraça alheia.

(Adie) - Ah, deixa de ser dramático!

(Dan) - Você não tem coração!

Alguns instantes depois e já estando do lado de fora, Brandon entrou no carro, do lado do motorista. Adie estava ao seu lado e Dan, no banco de trás. 

(Dan) - Para onde nós vamos?

(Adie) - Para casa, seu idiota.

(Dan) - Ah, cara, eu não quero voltar para lá.

(Adie) - Tudo bem, deixamos você em uma esquina qualquer, por aí.

Dan a olhou com o cenho franzido e Brandon deu risada. Em seguida, ele ligou o carro e saiu. 

(Dan) - Cara, eu estou completamente bêbado e sendo levado para casa por um policial, que hilário! Um dia, eu contarei isso aos meus filhos. – Ele pensou por alguns segundos. - Não… Eu não vou ter filhos. – Ele deu uma leve risada. - Se nem mesmo uma namorada eu tenho, já que aquela lá, me rejeitou, oooutra vez… – Ele suspirou. - Que merda. Acho que preciso beber mais. Eu ainda estou me sentindo mal por isso. Podemos voltar?

Brandon o olhou pelo retrovisor.

(Brandon) - Acho que vocês dois já beberam o suficiente por hoje, senhor Anderson.

Adie o olhou com o cenho franzido.

(Adie) - Ei, eu estou quieta, me deixe fora disso.

(Brandon) - Achei importante ressaltar novamente. – Ele a olhou, sorrindo sutilmente.

Ela revirou os olhos e bufou, desviando o olhar em seguida.

Alguns minutos se passaram e os três estavam em silêncio. Brandon, concentrado na estrada, com breves olhadas para Adie, que estava distraída olhando pela janela. Já Dan, estava com a cabeça recostada no banco e com os olhos fechados. 

(Dan) - Ai, que silêncio! – Ele abriu os olhos e levantou a cabeça. - Coloque uma música, senhor policial.

(Brandon) - Ah, claro. O que quer ouvir? 

(Dan) - Hum… Me deixe conhecer o gosto musical de um policial. 

Brandon sorriu.

(Brandon) - Tudo bem.

Enquanto Brandon ligava o bluetooth de seu celular e o conectava ao som, Adie continuava indiferente, olhando pela janela, até que começou a tocar a música Hey Jude - The Beatles. Ao ouvir a primeira frase, ela logo olhou para Brandon, que a olhava de volta, com ternura. Ele sorriu sutilmente e voltou sua atenção para a estrada, mas ela continuou olhando-o por mais alguns segundos, até que desviou o olhar e suspirou, esboçando um doce sorriso.

(Dan) - Cara, eu estava esperando algo mais pesado, mas... É uma boa música.  

Brandon o olhou pelo retrovisor e sorriu.

Adie voltou a olhar pela janela, apreciando aquela canção que sempre teve o poder de acalmar seu coração aflito.

Depois de quase uma hora de estrada, eles chegaram na casa e, após abrir a porta, Brandon os amparou até se sentarem, cada um em um sofá. 

(Brandon) - Agora que vocês estão a salvo, eu vou indo. Quero que saibam que eu me diverti muito essa noite com a companhia de vocês. – Ele olhou para Adie, com ternura. - Bem… Boa madrugada. – Ele deu alguns passos em direção a saída.

(Adie) - Brandon…

Ele parou e a olhou.

(Adie) - Obrigada por tudo. – Ela sorriu sutilmente.

Brandon sorriu sutilmente, olhando-a com ternura e, sem dizer nada, se aproximou dela novamente. Em seguida, ele se inclinou e acariciou o rosto dela, enquanto ela o olhava. 

(Brandon) - Se cuida… – Ele deu um beijo carinhoso na testa de Adie.

Ela assentiu com a cabeça, esboçando um doce sorriso. Já Dan, que assistia a cena, se intrigou. 

(Jake) - Quem é você?! 

Jake apareceu na entrada da sala sem que ninguém notasse e, ao ouvir sua pergunta, Brandon logo o olhou.

(Dan) - Ih, ferrou.

(Adie) - Jake! – Ela sorriu.

Ele, porém, não deu atenção e olhava fixamente para Brandon. 

(Jake) - Vamos, me responda… – Ele se aproximou. - Quem é você e porque estava acariciando o rosto dela?

Os dois ficaram frente a frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.