Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 46
O Preço do Saber


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Preparem seus corações porque neste capítulo tem novas informações. Espero que gostem ♥



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CHAT:

              Private

(Jake) - Oi. 

      Private está agora online

(Private) - Você?!

(Jake) - Eu não estaria fazendo isso se não fosse necessário.

(Private) - Eu apenas gostaria de compreender porque esperar tanto tempo para tomar a decisão de recuperar a própria liberdade.

(Jake) - Acontece que você não é a garantia de nada.

(Jake) - E sem mais delongas, preciso que você me confirme uma coisa.

(Private) - Pois não…

(Jake) - Naquela época, durante o plano, havia um documento misterioso no computador de Jaden, com o título FIELD TRACKING.

(Jake) - Recentemente, eu encontrei na Dark Web um documento oficial, pertencente ao FBI e com um título parecido, FIELD TRACKING DEVELOPER.

(Jake) - Se trata do passo a passo do desenvolvimento de um software de varredura, exclusivo do FBI, para encontrar os cibercriminosos mais astutos. 

(Jake) - Eu poderia ignorá-lo facilmente, se nunca tivesse visto esse documento no computador de Jaden e soubesse da participação de um dos hackers do FBI, que é você, em todo o plano.

(Private) - E o que você está pensando agora?

(Jake) - Há duas possibilidades.

(Jake) - Algo me faz pensar que você e Jaden sempre trabalharam juntos nesse projeto, sendo esse o motivo pelo qual ele não entregou informações sobre você. 

(Jake) - Mas há a possibilidade dele ter tido a ideia inicial e ter sido contratado pelo FBI, um tempo depois.

(Private) - Hum, suas possibilidades tem um fundamento.

(Private) - Jacob, eu esperei muito por esse momento, da qual você viria atrás da verdade.

(Private) - E, para sua sorte, eu estou com tempo livre e vou te contar como tudo aconteceu.

(Private) - Bem… Embora tivesse muitas ideias ativistas, a intenção de Jaden sempre foi trabalhar para o FBI. 

(Private) - Ele havia tentado isso por três vezes e eu, como melhor amigo, havia intercedido por ele, mas o problema é que ele não cumpria com as exigências. Ele tinha dificuldades de trabalhar em equipe, era impositor e não lidava bem com o fato de ter que começar por baixo, assim como todos nós tivemos que fazer um dia.

(Private) - Depois de um tempo, com os argumentos anti governo, ele me convenceu a entrar nesse plano com vocês, mas pouco tempo depois de minha participação, ele invadiu meu computador e roubou meu projeto, o FIELD TRACKING. 

(Private) - Ele é ardiloso e sabia o que estava fazendo. É exatamente por conta desse projeto que eu não posso acusá-lo de nada, pois, além de ter protegido aquele computador a sete chaves, ele conseguiu ser contratado pelo FBI após denunciar os hackers e, a condição para que ele não me entregasse, foi que eu permitisse que ele fizesse parte do desenvolvimento do FIELD TRACKING.

(Private) - Do contrário, ele usaria um software de varredura e acharia o próprio computador, que contém o documento inicial do projeto, sendo que, naquela época, apenas eu era o desenvolvedor. O que faria a acusação do roubo dos documentos Top Secrets também cair sobre mim, já que naquele computador havia rastros dos nossos feitos.

(Jake) - Eu não entendo…

(Jake) - Então, quem publicou o desenvolvimento do projeto? Já que se trata de algo ultrassecreto e do interesse de ambos.

(Private) -  Quer dizer que você não leu o nome do usuário?

(Private) - Bem, eu sugiro que faça isso e depois volte para falar comigo.

                   Private está agora offline

Ao terminar a leitura das mensagens, Adie olhou para Jake.

(Adie) - Suponho que você tenha procurado pelo usuário que publicou o documento.

Jake suspirou.

(Jake) - Sim.

(Adie) - E quem é essa pessoa?

Ele desviou o olhar por alguns segundos, pensativo, até que voltou a olhá-la.

(Jake) - O nome estava escrito em código binário e minha distração fez com que eu sequer tentasse decifrá-lo. Mas, ao fazer isso, descobri que não se trata de ninguém menos, que Kalih. 

Adie ficou extremamente surpresa.

(Adie) - O-O que?! 

Jake suspirou, levemente irritado, e desviou o olhar novamente.

(Adie) - Isso não é possível! – Ela bufou e desviou o olhar, balançando a cabeça em negação. - Esse Jaden é um grande filho da puta!

Jake logo a olhou.

(Jake) - Jaden?

Ela logo voltou a olhá-lo .

(Adie) - Ah… Desculpe…– Ela passou as mãos no rosto. - Eu quis dizer, Kalih.

Apesar de tudo ser realmente preocupante, a reação de Adie, deixou Jake intrigado, mas ele foi compreensivo com o estado emocional dela, que era devido aos acontecimentos recentes.

(Jake) - Bom… Depois de ter visto que se tratava de Kalih, eu voltei a falar com Private. – Ele apontou o dedo em direção ao seu celular, que Adie havia deixado sobre a cama.

Ela olhou para o celular e, após um suspiro, o pegou e voltou a ler a conversa.

CHAT:

          Private

(Jake) - Novamente, Kalih.

(Jake) - Sempre fazendo o jogo sujo.

    Private está agora online

(Private) - Não seja precipitado, Jacob. Eu lhe pedi para verificar exatamente para lembrá-lo de que ele ainda é importante para nós.

(Jake) - Importante para que?!

(Jake) - Eu nunca vou entender o porquê de você protegê-lo.

(Private) - Bem, vou me referir a ele de outra maneira.

(Private) - Digamos que, Kalih, é a chave.

(Private) - Sugiro que guarde bem a data desta publicação na Dark Web.

(Private) - Daqui um tempo, você entenderá tudo.

      Private está agora offline

Adie finalizou a leitura e, sem dizer nada, entregou o celular para Jake. Ela ficou pensativa por alguns segundos, com o olhar distante, até que suspirou e o olhou.

(Adie) - Diante dessa descoberta, qual será seu próximo passo?

Jake suspirou.

(Jake) - Preciso de um tempo para pensar. 

(Adie) - Entendo. – Ela ficou cabisbaixa. - Pelo que percebo nas falas de Private, ele sabe muito mais do que você pensa. Principalmente, sobre Kalih.

(Jake) - É exatamente isso o que me impede de acreditar no que ele diz. Ele defende o verdadeiro culpado.

(Adie) - E se tudo for diferente do que você acredita, Jake? – Ela voltou a olhá-lo.

Ele ficou pensativo por alguns segundos, olhando-a.

(Jake) - Não, minha linda. – Ele balançou a cabeça em negação. - Embora Jaden tenha sua responsabilidade, ainda há uma explicação para o seu comportamento de ter entregado os outros hackers. Já Kalih, agiu por conta própria e fez muito além do combinado. Sendo ele um especialista em se esconder, a responsabilidade cairia sobre nós e nunca provaríamos nossa inocência. 

(Adie) - Você está justificando a atitude de Jaden?

(Jake) - Não… Bom, em partes, sim. 

Adie arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Jake) - Entenda, minha linda… Jaden apenas foi ambicioso com o seu objetivo de trabalhar para o FBI e, quanto ao plano dos documentos Top Secrets, a ideia era apenas a coleta dos mesmos e os protestos anônimos, mas graças a Kalih, tudo se tornou público e aconteceu um imenso alvoroço no país. Além do fato de que, dos mocinhos, eu fui o mais prejudicado. Private, apesar de tudo, continua livre e ainda trabalha para o FBI. Jaden, da mesma forma. Já eu, perdi completamente minha liberdade de ir e vir e sequer posso trabalhar, como antes. Enquanto isso, Kalih, provavelmente, vive tranquilamente por aí, talvez utilizando um outro nome, enquanto continua cometendo crimes cibernéticos. 

(Adie) - Você só perdeu sua liberdade porque Jaden entregou o seu nome ao FBI! – Ela se alterou levemente. - Você não prestou atenção na fala de Private? Jaden agiu premeditadamente, roubando um projeto e escondendo o próprio computador a sete chaves, para que assim, fosse usado no momento conveniente e eliminasse a própria culpa. 

Jake a encarou por alguns segundos, em silêncio.

(Jake) - Hum, obviamente, temos pontos de vista diferentes sobre esse assunto. Em minha concepção, Jaden fez o que nós também teríamos feito, que é desconfiar dos demais e se proteger. E ele só me entregou por acreditar que eu estava junto a Kalih, exatamente por ter invadido o computador dele. Apesar de tudo, ele realmente esteve inativo em boa parte do plano, eu pude ver com meus próprios olhos.

Adie continuou olhando-o, até que bufou e olhou para o lado, parecendo inconformada. Jake permaneceu observando-a e, depois de alguns segundos, ouviram-se batidas na porta e ambos se intrigaram.

(Adie) - Quem pode ser?

(Jake) - Deixe-me ver. – Ele se levantou e foi até a porta.

Ao abrir a porta, ele viu Hannah, que estava vestida com o uniforme de seu trabalho.

(Hannah) - Oi, Jake. A Adie está aí?

(Adie) - Hannah?! – Ela se aproximou da porta, ficando ao lado de Jake. - Você não deveria estar trabalhando?

Hannah estava abatida e suspirou, olhando para baixo por um breve momento.

(Hannah) - Bom, é que… Eu estou no meu horário de almoço e decidi ir até o trabalho do Thomas para vê-lo e tentar conversar, mas ele não quis me receber. Então… Eu decidi vir para casa. – Ela voltou a olhá-los.

(Adie) - Hum… Entendo.

(Jake) - É… Então… Você quer entrar?

(Hannah) - Bom… Só se eu não estiver incomodando vocês.

(Jake) - Claro que não. Entre. 

Jake e Adie abriram espaço para que Hannah passasse e, após ela entrar, Jake fechou a porta. Hannah caminhou até próximo a cama de Jake e parou, ficando cabisbaixa. Adie a olhava com pesar e se aproximou.

(Adie) - Amiga… – Ela a abraçou de lado. - Eu sei que é uma situação difícil, mas você precisa estar atenta à sua saúde mental.

(Hannah) - Eu estou tentando, amiga. Eu juro que estou tentando. – Ela a olhou e seus olhos marejaram.

Adie suspirou e, depois de alguns segundos, se aproximou da cama de Jake e se sentou. 

(Adie) - Vem, sente-se aqui.

Hannah deu alguns passos e se sentou ao lado dela. Enquanto isso, Jake as observava, ainda estando perto da porta.

(Jake) - Bem, eu vou deixá-las conversar em particular.

Hannah logo o olhou.

(Hannah) - Não, Jake. Por favor, fique. Eu também preciso de você aqui comigo. 

Jake ficou um pouco desconcertado, exatamente por não ser muito habilidoso com as emoções, mas, depois de alguns segundos, se aproximou de sua cama e se sentou ao lado de Adie.

(Hannah) - Nossa, eu nem mesmo perguntei como você está, depois de ontem. Me perdoe pelo meu egoísmo, amiga. 

(Adie) - Ah, não diga isso. Você não é egoísta.

(Hannah) - E como você está?

(Adie) - Bom… – Ela suspirou e ficou cabisbaixa por alguns instantes. - Na medida do possível. – Ela voltou a olhá-la, tentando forçar um sorriso.

Hannah suspirou, com pesar.

(Adie) - Agora, me diz… É verdade que o Thomas não quis te receber?

Hannah desviou o olhar.

(Hannah) - É… Estou tentando falar com ele desde ontem. Mandei mensagens, mas fui ignorada. E hoje, antes de ir para o trabalho, eu bati na porta do nosso quarto e o chamei, implorei para que ele abrisse e me escutasse, mas foi em vão. E, agora a pouco, fui procurá-lo no trabalho dele e, como se não bastasse, quando pedi que a recepcionista o informasse sobre minha presença, ele disse à ela pelo telefone que estava muito ocupado e não poderia conversar.

Adie arqueou uma de suas sobrancelhas, demonstrando uma sutil indignação.

(Jake) - Isso me parece exagero da parte dele.

(Hannah) - Não… Não é exagero, Jake. Talvez, ele precise de tempo, afinal, eu escondi uma informação importante e…

(Adie) - E vocês nem se conheciam quando tudo aconteceu.

Hannah suspirou e ficou cabisbaixa por alguns segundos.

(Adie) - Hannah, você o conhece muito melhor do que nós. Com base no que você sabe sobre a personalidade dele, o que pode estar causando essa reação exagerada?

(Hannah) - Bem… – Ela levantou o olhar. - Pelo que sei, ser o último a saber de algo, faz com que ele se sinta traído.

Adie desviou o olhar e ficou pensativa.

(Hannah) - Mas eu reconheço o meu erro e estou disposta a buscar pelo perdão dele. O problema é que ele sequer me dá uma chance e isso está me deixando cada instante mais angustiada. Estou cogitando até mesmo voltar a tomar aquele remédio que o Dr. Ulric me receitou.

Adie logo a olhou.

(Hannah) - Talvez, assim, eu possa dormir e esquecer de tudo por algumas horas. – Ela suspirou de exaustão e passou as mãos no rosto.

(Adie) - Não, Hannah! Você se esqueceu que foram esses remédios que lhe fizeram ter alucinações? 

(Hannah) - Ah, Adie, e o que pode ser pior do que essa angústia que estou sentindo? – Ela a olhou e seus olhos marejaram. - Eu amo o Thomas e não quero perdê-lo.

Adie suspirou, com pesar.

(Adie) - Amiga… – Ela tocou o rosto de Hannah, com carinho. - Eu entendo como você se sente, mas, por favor, não perca a cabeça. 

Hannah ficou cabisbaixa novamente.

(Adie) - Olha… Eu… Eu vou tentar falar com ele, ainda hoje.

Hannah logo a olhou.

(Hannah) - É sério? Você faria isso por mim?

(Adie) - Sim. E se ele não quiser abrir a porta para me ouvir, eu juro que vou arrombar.

Hannah, que estava com o rosto aflito e com os olhos cheios de lágrimas, sorriu sutilmente. 

(Hannah) - Ai, amiga… – Ela abraçou Adie. - Obrigada! 

Adie correspondeu ao abraço e acariciou os cabelos de Hannah, enquanto Jake as observava, com um leve sorriso nos lábios.

Mais tarde, Adie estava sozinha, sentada à mesa da varanda e pensativa. Apesar do sofrimento de Hannah, ela pensava sobre a dor de Jake, que vivia a tanto tempo sem ter liberdade e segurança. Agora que estava disposto a recuperar a própria liberdade, ele havia descoberto muitas coisas, mas aquilo não era tudo. E era exatamente isso que inquietava Adie, as informações que Jake não sabia. Informações essas, que eram a verdadeira razão por trás de seu estado emocional abalado. 

Todos os dias e em todos os momentos em que Adie estava sozinha, em sua mente, lembranças constantes, lhe afligiam.

Flashback on 

        Private

(Private) - Renunciar?!

(Private) - Adie, você está se ouvindo?!

(Adie) - Eu estou sendo sincera!

(Private) - Certo, eu já entendi.

(Private) - Você ainda não entendeu que eu estou do seu lado, não é mesmo?

(Adie) - É mais fácil exigir confiança do que compreender meus motivos?

  Private digitou e apagou as mensagens algumas vezes.

(Private) - Certo…

(Private - Tudo bem.

(Private) - Pelo menos me dê uma pista sobre o seu destino.

(Adie) - Não se preocupe, eu estou longe de você e do meu grupo de amigos.

(Private) - Bem, e para a sua tranquilidade, eu também estou a caminho de outra cidade.

(Private) - Duskwood é meu próximo destino, mas ainda vai levar tempo. 

(Adie) - É sério?

(Private) - Sim.

(Adie) - Quanto tempo vai levar?

(Private) - Acredito ser o suficiente para que você entenda as minhas intenções.

(Private) - Mas, é necessário que também entenda que não poderei mais adiar depois disso e, se até lá você não confiar em mim, eu só poderei lamentar.

           Private está agora offline

Paralisada por aquelas palavras, Adie suspirou e travou a tela de seu celular.

 

Tempos depois…

 

CHAT:

                          Private

(Adie) - Ei

(Adie) - Você está aí???

(Adie) - Acho que levaram o Jake e eu espero muito que você não esteja por trás disso!

(Adie) - Vamos, fique logo online

(Adie) - Eu estou aflita!

(Adie) - Oh, céus…

(Adie) - Eu confiava em você!

       Private está agora online

(Private) - Levaram ele?!

(Adie) - Não se faça de desentendido!

(Adie) - Foi você, não foi?

(Private) - É claro que não!

(Private) - Adie, entenda, eu também sou procurado.

(Adie) - Mas ninguém sabe disso!

(Adie) - Ninguém conhece a sua identidade, além de mim.

(Private) - Jaden também conhece minha identidade e, ao contrário de você, ele é capaz de tudo.

(Private) - Porque não desconfia dele, ao invés de mim?

(Adie) - Porque, até então, só você sabia que eu havia encontrado o Jake.

(Adie) - E agora…

(Adie) - Levaram ele.

(Private) - Adie, a irmã da Hannah publicou o número dele!

(Private) - Porque insiste em me culpar?

(Adie) - Porque eu sei que ele se protege contra qualquer tipo de rastreamento, portanto, apenas o número do celular dele não seria o suficiente para achá-lo.

(Private) - Olha… Eu sei que você está muito nervosa e lamento muito por tudo que está acontecendo.

(Private) - Eu prometo que tentarei fazer alguma coisa por ele.

(Private) - Bem… se é que há algo a ser feito.

(Adie) - Por favor

(Adie) - Desvie a atenção dos agentes para outro lugar. Eu tenho certeza que se ele conseguir fugir, irá escolher Duskwood, afinal, Hannah está lá.

(Adie) - Talvez você ainda tenha tempo de mudar isso e manter o FBI longe.

(Private) - Eu sinto muito, Adie. Infelizmente, eu não posso mudar isso. 

(Private) - Depois da denúncia feita pela irmã de Hannah Donfort, apenas me colocaram à frente dessa busca. 

(Private) - Obviamente, eu poderia ter rejeitado e eles encarregariam outra pessoa, mas, por ser logo em Duskwood, eu rapidamente aceitei e por um único motivo… 

(Private) - Por você.

(Private) - Eu sei que nessa cidade você encontrou pessoas que se tornaram importantes, incluindo o Jake, embora não tenhamos certeza de onde ele realmente está. Diante dessa circunstância, é só uma questão de tempo até você decidir se mudar e, sendo assim, eu estarei por perto.

(Adie) - Mas e o Jake?

(Adie) - O que você vai fazer quando tiver certeza de que ele também está lá?

(Private) - Você se esqueceu de qual seria o nosso plano?

(Private) - Fique tranquila, eu já entendi o quanto ele é importante para você.

(Private) - Apenas confie em mim, é tudo que peço.

Adie digitou e apagou algumas mensagens, até que parou a digitação.

(Private) - Eu estou do lado de vocês e prometo que vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para encontrar o Jake, mas você deve seguir firme na busca pela Hannah.

(Private) - Eu sei que você vai conseguir chegar à verdade sobre quem está por trás dessa tal lenda do homem sem rosto.

(Adie) - Eu não tenho tanta certeza.

(Adie) - Tudo está me cansando

(Adie) - A busca pela Hannah, a busca pelos hackers, esse idiota mascarado me ameaçando…

(Cena do capítulo 17 - A Lenda Ressurge)

CHAT:

                                        Private

(Private) - Encare tudo isso como um jogo. Você agora está brincando de pique-pega com uma lenda macabra de Duskwood.

(Adie) - Hum, quem me dera fosse só isso.

(Private) - É exatamente isso, Adie. O ponto importante aqui é: Você deve pegá-lo, e não o contrário.

(Adie) - É muito fácil falar!

(Adie) - Eu já estou cansada dessa brincadeira!

(Private) - Ei, não desanime agora!

(Private) - Você tem uma vantagem maior e sabemos que é impossível que ele te pegue, pois você ainda está longe, estou certo?

(Adie) - Certo.

(Private) - Então suas chances são maiores, e pense que se conseguir pegá-lo, Duskwood poderá se tornar sua nova casa.

(Adie) - Tudo bem, mas chega de mistérios.

(Adie) - Para onde foi sua mudança?

(Private) - Porque acha que estou te incentivando tanto a prosseguir nessa investigação do Homem Sem Rosto e vir para Duskwood?

(Adie) - Espera...

(Adie) - "vir"?

(Private) - Haha

(Private) - Em breve nos veremos, Adelynn. ;)

       Private está agora offline

Adie travou a tela de seu celular e suspirou, preocupada. 

Duas horas depois, Adie estava dentro de um trem e seu destino, era Duskwood. 

“O verdadeiro jogo  começou agora, da qual eu me divido entre o ser, o saber e o esconder. Depois de tudo, para confiar em alguém de novo, eu preciso ver com os meus próprios olhos.” – Ela pensava, enquanto olhava pela janela do trem.

Flashback off

Continuando perdida em suas memórias, Adie foi forçada a voltar para o aqui/agora, ao ouvir a porta da casa sendo aberta.

(Jake) - Oi – Ele se aproximou, estando com as mãos no bolso e ficou de frente para ela. - Desculpe interromper o seu sossego.

Ela sorriu sutilmente.

(Adie) - Você nunca interrompe. Afinal, você é o meu sossego. 

Jake sorriu sutilmente e desviou o olhar por alguns segundos, tímido. 

(Jake) - Então… – Ele voltou a olhá-la - Eu posso me sentar aqui com você?

(Adie) - Sim, por favor. 

Jake puxou uma das cadeiras e se sentou de frente para ela. Os dois se olharam por alguns instantes, até que Adie desviou o olhar, ficando cabisbaixa.

(Jake) - Eu posso estar enganado, mas tive a impressão de você ter se entristecido com o que te contei sobre minhas descobertas.

Adie logo o olhou.

(Adie) - Entristecido?

(Jake) - Bom… Eu não sei se é exatamente isso. 

Adie permaneceu observando-o, em silêncio, até que suspirou.

(Adie) - Eu posso estar triste por todo o resto que está acontecendo e, talvez, pela minha impotência diante da sua busca pela sua liberdade.

(Jake) - Minha linda, eu só estou buscando pela minha liberdade novamente, porque você me trouxe esperança e vontade de lutar. Eu percebi que estar longe de você, seria meu verdadeiro e pior castigo e, por isso, vou até o fim para conseguir provar minha inocência. 

(Adie) - Mesmo que sua única alternativa seja confiar naquele tal Private?

Jake desviou o olhar e pensou por alguns segundos.

(Jake) - Eu gostaria muito de dizer que há outro jeito mas, por mais que eu procure, tenho que aceitar que essa é a única alternativa no momento. Mas eu não estou disposto a fazer isso a troco de nada.

Ela se intrigou.

(Adie) - O que quer dizer?

(Jake) - Para confiar em Private, eu irei impor minha condição. Irei exigir que ele pelo menos me diga o verdadeiro nome de Kalih.

Adie se surpreendeu.

(Jake) - É uma troca justa, não?

Adie ficou estática por alguns segundos, até que desviou o olhar.

(Adie) - Bom… Eu… Eu acredito que… – Ela foi interrompida pelo barulho de um carro se aproximando e logo olhou. 

Era o carro de Cleo, e Jessy estava com ela. Enquanto Cleo manobrava o carro para estacionar, Jake e Adie olhavam em direção.

(Adie) - Eu… Eu vou entrar. 

Jake a olhou.

Após um suspiro entristecido, ela se levantou e se dirigiu até a porta da casa, entrando em seguida. Jake a seguiu com os olhos e, depois de alguns segundos, também se levantou e entrou na casa.

Após estacionar o carro, Cleo, juntamente com Jessy, os observavam.

(Cleo) - Pelo visto, eles estão bem chateados com a gente.

Jessy suspirou, entristecida.

(Jessy) - Sim. Espero que um dia possamos nos entender novamente.

Cleo também suspirou.

(Cleo) - É…Eu também.

 

A noite havia chegado e, como o clima ainda estava tenso entre os integrantes do grupo, cada um evitava contato à sua maneira. Naquele momento, todos pareciam já terem ido para os seus quartos e se preparavam para dormir, mas Adie saiu do quarto de Jake e estava a caminho da cozinha. Porém, ao chegar na sala de jantar, ela ouviu um barulho vindo de lá e logo parou. Após pensar por alguns segundos, ela começou a caminhar devagar, com passos receosos, até que chegou na entrada da cozinha e avistou Thomas, que havia acabado de pegar alguns ingredientes na geladeira que, aparentemente, eram para fazer um sanduíche, e uma lata de refrigerante.

(Adie) - Hum… Olha só quem resolveu aparecer.

Ele a olhou e seu semblante estava sério, abatido e irritado. Sem dizer nada, ele voltou sua atenção para os ingredientes que colocou sobre o balcão e começou o preparo de seu sanduíche.

Adie revirou os olhos e, estando relutante e sem vontade de falar com ele, suspirou, se encorajando e se lembrando de que aquilo era pelo bem de sua amiga.

(Adie) - Será que podemos conversar? 

(Thomas) - Me desculpe, mas eu não estou afim de conversar, Adie.

(Adie) - Eu também não estou nem um pouco afim, mas é importante.

Thomas não disse nada e continuou a montagem de seu sanduíche, dessa vez, mais apressadamente. Adie suspirou, irritada.

(Adie) - Tudo bem. Já que não quer falar, então me escute. Eu entendo como se sente em relação ao que você descobriu, mas seu comportamento me parece um tanto quanto exagerado.

Ele a olhou, irritado.

(Thomas) - Exagerado?! Se coloque no meu lugar, Adie! Como se sentiria se soubesse que foi a última a saber que o seu namorado teve um romance com uma amiga sua? 

(Adie) - Depende do momento em que isso tivesse acontecido. O que o Jake fez antes de me conhecer, simplesmente não me importa.

(Thomas) - Hum, claro. Se nem mesmo os crimes dele importaram, não é mesmo? 

Adie o olhou com raiva e ele pegou o prato com o sanduíche, a lata de refrigerante e caminhou em direção a saída. Porém, antes de passar pela saída, Adie, que ainda estava na porta, apoiou sua mão na parede, cercando-o com o braço.

(Adie) - Essa conversa ainda não acabou! 

Ele bufou.

(Thomas) - Adie, me deixe passar. 

(Adie) - Não antes de você me ouvir.

(Thomas) - Eu não tenho que ouvir você! 

(Adie) - Você tem sim! Eu não me importo com a sua maneira de lidar com informações difíceis e ainda sim, tentei demonstrar empatia. Mas a verdade é que sua reação diante de tudo, é uma idiotice!

(Thomas) - Eu não me impor…

(Adie) - Cale a boca porque eu ainda não terminei! Você está sendo imaturo! As coisas aconteceram antes de você e a Hannah serem apresentados. E, analisando bem os fatos, o Dan não teria lhe apresentado a ela se ainda sentisse alguma coisa. 

(Thomas) - Sinceramente, eu já não posso me assegurar disso! E se depois de já estarmos juntos eles tiveram uma recaída?! No momento em que eu soube que eles já tiveram esse tipo de intimidade, muitos momentos começaram a passar em minha memória. Momentos em que eu confiei cegamente nos dois e que, talvez, eu tenha sido enganado.

(Adie) - Deixa de ser paranoico! Você não confia na sua namorada? 

Thomas desviou o olhar, irritado.

(Adie) - Porque se esse for o caso, é melhor que desista de pedir ela em casamento.

Ele voltou a olhá-la.

(Adie) - Veja bem, a Hannah está desesperada tentando falar com você e esclarecer tudo, mas você está ocupado demais sendo um idiota egoísta! – Ela o encarou de forma intimidadora. - Você pode pensar qualquer coisa e agir da maneira que bem entender quando está sozinho, mas quando se está em uma relação com alguém, você precisa ter responsabilidade com os sentimentos da outra pessoa. Se está disposto a resolver isso, aceite ouvir ela. Mas se acredita que não pode aceitar o que aconteceu, termine essa relação de uma vez por todas. Você está fazendo a Hannah sofrer com a sua incerteza. Lembre-se de que ela enfrentou a depressão e teve que lidar com um grande trauma recentemente. Eu entendo que você está magoado, mas, também, lembre-se: se ela tiver uma recaída da depressão e voltar a tomar aqueles remédios, a responsabilidade será totalmente sua, dessa vez. É isso mesmo que você quer? – Ela continuou encarando-o por alguns segundos, até que tirou a mão da parede, abaixando o braço e abrindo o caminho para Thomas passar. - Responda essa pergunta para si mesmo.

Thomas ficou parado por alguns segundos, pensativo, até que caminhou para fora dali. Após ele sair, Adie também ficou parada por alguns segundos, até que suspirou de exaustão e seguiu para dentro da cozinha. Ela foi até a geladeira e pegou a bebida que fazia parte de sua rotina, o whisky. Segurando a garrafa de Black Label, ela foi até o armário, pegou um copo, serviu um pouco da bebida para si e virou tudo de uma vez, um gole generoso, como se simplesmente quisesse dissipar rapidamente todo o incômodo que a conversa com o Thomas lhe causou. Após engolir a bebida e ainda apreciando seu sabor, ela se aproximou da bancada, deixou a garrafa sobre ela e se sentou em um dos banquinhos. Em seguida, ela serviu mais um pouco de whisky em seu copo e virou de uma vez. Ela deixou o copo vazio sobre a bancada e suspirou novamente, de exaustão. Depois de tantos acontecimentos, tudo que ela precisava, era de tempo para assimilar as informações. Porém, o motivo de sua inquietação interna continuava sendo o mesmo. Ela escorou os braços na bancada e ficou cabisbaixa por alguns instantes, enquanto as palavras de Jake ecoavam em sua memória.

Flashback on

(Jake) - Eu gostaria muito de dizer que há outro jeito mas, por mais que eu procure, tenho que aceitar que essa é a única alternativa no momento. Mas eu não estou disposto a fazer isso a troco de nada.

Ela se intrigou.

(Adie) - O que quer dizer?

(Jake) - Para confiar em Private, eu irei impor minha condição. Irei exigir que ele pelo menos me diga o verdadeiro nome de Kalih.

Adie se surpreendeu.

Flashback off

(Adie) - Hum… – Ela balançou a cabeça em negação e levantou o olhar. - Às vezes a consciência sobre determinadas coisas, pode ser o pior castigo. Exatamente por saber e não poder dizer nada. – Ela pegou a garrafa de whisky e serviu mais em seu copo. - Ah, Jake… Queria eu, poder te dizer o verdadeiro nome de Kalih e explicá-lo que ele é tão inocente quanto você… Mas você jamais me perdoaria por não ter dito nada antes. – Seus olhos marejaram e ela logo virou um gole de whisky.

Com os olhos cheios de lágrimas, ela deixou seu copo sobre a bancada novamente e seu olhar ficou distante.

Enquanto isso, havia um outro alguém que também refletia sobre informações da qual tinha acesso, mas jamais poderia externá-las.

Estando em seu apartamento, Brandon estava com uma calça moletom cinza e sem camisa. Ele estava sentado no sofá e segurava um copo com o melhor amigo daqueles que escondem segredos, o whisky. Enquanto virava alguns goles do mesmo, ele refletia sobre seus próximos passos em busca do hacker que, de certa forma, dependiam da decisão do delegado, Alan. Mas, além disso, uma informação ultrassecreta, também ecoava em sua memória.

Flashback on

Na noite anterior, estando naquela mesma casa onde encontrou o hacker, Brandon estava do lado de fora. Ele olhava fixamente para frente, enquanto aquele hacker, que estava com uma blusa moletom preta e encapuzado, caminhava tranquilamente, se distanciando dali. Enquanto caminhava e tinha consciência de que estava sendo observado, aquele hacker levantou sua mão esquerda, estando com os dedos médio e indicador cruzados, o que indicava um desejo de sorte. Ao ver aquele gesto, Brandon deu uma leve risada e logo começou a caminhar em direção ao seu carro, para ir embora dali.

Flashback off

(Brandon) - Hum… – Ele deu uma leve risada e suspirou.

Depois de alguns segundos, ele virou o último gole de whisky que havia em seu copo. Após engolir a bebida, ele deixou o copo sobre a mesa de centro e se levantou, seguindo para o seu quarto.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui ♥



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