Plano B escrita por Kuchiki001


Capítulo 1
Doador


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma shortfic curtinha que fui desafiada a escrever. Espero que gostem!



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— Espera! O que você está dizendo?

A minha frente estava Shiba Miyako de boca aberta completamente surpresa. Seu olhar de perplexidade me perfurava e seu queixo estava literalmente no chão.

— Eu não ouvi direito. Rukia você vai ser o quê?

— Eu vou ser mãe. —repeti mais uma vez.

Miyako se ajeitou na cadeira e colocou uma mecha do seu cabelo sedoso atrás da orelha.

— Como você vai ter um bebê se não transa com ninguém a séculos? Ou você tem transado e não me contou?

Suspirei arrependida de ter convidado minha melhor amiga para um café público com estranhos nos observando.

— Fala baixo Miya. Você não ouviu o que eu acabei de te falar? Eu vou ser mãe, não que estou grávida.

Miyako me olhou com as sobrancelhas franzidas uma clara expressão de que não estava entendendo nada.

— Explica essa fic direito. Como você vai ser mãe se não tem namorado e muito menos está grávida? Que eu saiba você tem que transar para ter um bebê! — Miyako gesticulava as mãos para os lados sua voz estridente me fez encolher com vergonha.

Abaixei a cabeça e disfarçadamente olhei ao redor. Vários clientes olhavam para nossa mesa curiosos com aquela conversa embaraçosa.

— Não é precisamente necessário transar para ter um bebê, posso adotar ou... — parei por um segundo para pensar em como explicar meus planos para a desmiolada da minha amiga. — Posso também fazer inseminação.

— QUÊ! — Miyako exclamou de forma escandalosa.

Pisquei atordoada e precisei tomar um longo gole do suco que eu tinha pedido para disfarçar o constrangimento.

— Miya... —inspirei profundamente e me inclinando um pouco sobre a mesa, falei baixinho. — Estou pensando em fazer inseminação artificial, esse é meu plano b.

Miyako segurou em minha mão e me olhou atentamente.

— Kia, você está no auge dos seus vinte e nove anos, por que não espera encontrar alguém legal para ter esse bebê?

Neguei com a cabeça.

Eu não tinha mais esperanças, tempo ou paciência para sair à procura de um amor. Em alguns meses eu faria trinta anos: sem marido, sem filhos, apenas com um emprego e uma casa sem mobília. Não era assim que eu idealizava minha vida aos trinta anos.

— Já me decidi. Eu vou dar inicio aos procedimentos de fertilização.

Miyako soltou a minha mão e cruzou os braços.

— Ok! Eu entendi que você enlouqueceu, mas ao menos já pensou que você terá um filho de um cara desconhecido e se a criança puxar para o lado do pai e se acontecer de ter algum problema de saúde sério e precisar de uma transfusão de medula? Rukia, eu ainda acho que você deve reconsiderar.

Endireite-me na cadeira e suspirei me sentindo exausta, eu sabia que não seria fácil explicar meus planos para a minha melhor amiga.

— Não viaja Miya. Quais as chances disso acontecer? —perguntei com uma nota de impaciência na voz.

— Você não está assistindo a novela das nove? Não viu que Maria Eloisa engravidou do cara rico da cidade e depois de anos ela precisou contar a verdade, por que a criança precisava de transplante? —Miyako descruzou os braços e apressou-se em completar. —Isso por que ela sabia quem era o pai, já imaginou se ela não soubesse? O que aconteceria com a criança?

Esbocei um sorriso, amava ter uma amiga simples e com uns parafusos a menos. Miyako era a minha única e melhor amiga e ela era a primeira pessoa que eu contaria sobre os meus planos e sonhos.

— E o que você acha que eu tenho que fazer? Devo adotar então? —questionei.

— Kia do céu! — ela continuou imperturbável. — Você é uma mulher ma-ra-vi-lho-sa! Tem certeza que não tem um cara gostoso que esteja disposto a te engravidar?

Cuspi o suco que eu estava tomando e Tive vontade de me enfiar em um buraco, mas apenas deslizei um pouco na cadeira para ficar o mais imperceptível dos olhares voltados para a nossa mesa.

— Não quero dar detalhes da minha vida amorosa. —digo constrangida.

— Ué, e aquele banqueiro que você saiu uma vez? Abarai. —lembrou. — Era o nome dele. Não rolou nada? Nadica de nada?

Sacudi a cabeça em negativa, o encontro tinha sido um completo desastre. Suspirando, Miyako deu um longo gole na taça de vinho tinto.

— Me surgiu uma idéia. —ela me olhou pensativa.

Engoli em seco, quando ela fazia aquela cara nada de bom saía daquela cabecinha de vento.

— Miya. —me endireitei na cadeira. — Não se preocupe com isso é só eu escolher no banco de dados da clinica e...

Ela me interrompeu.

— Nada disso. Você precisa de um doador saudável e de boa índole que se for preciso um transplante ou uma transfusão de sangue possa ser possível.

Suspirei, quando aquela garota encucava com algo, ela batia na mesma tecla até cansar.

— Quer ouvir a minha ideia ou não?

Resolvi ouvi-la, era isso ou ter que aturá-la por vários meses ou anos e vai que ela estivesse certa?

— Sabe, eu tenho um sobrinho... Na verdade é sobrinho do meu marido, enfim. Ele chegou recentemente dos Estados Unidos, está começando um negócio próprio e quem sabe bem sucedido. —Miyako olhou para os lados pela primeira vez se certificando de que ninguém estava nos olhando, o que naquela altura era quase impossível. — Se pagarmos bem, podemos ter um doador. — levantando a mão ela começou a abaixar os dedos. — Jovem; cheio de saúde; de bom caráter; bonito e o importante de todos, nós vamos saber quem é.

Arregalei meus olhos, pela primeira vez eu estava cogitando a dar ouvidos a doida da minha amiga.

— Você está dizendo que seu sobrinho pode me ajudar? —pergunto esperançosa.

— Relaxa amiga, eu tenho total certeza que ele não vai se importar de dar um pouquinho da semente se pagarmos bem e outra ele não precisa saber quem é o comprador não é mesmo? —piscou.

Assenti com a cabeça, ela tinha razão e estranhamente senti meu peito explodir em excitação. Eu seria mãe! Se tudo desse certo em pouco menos de um ano eu teria um bebê.

— Não importa quem seja o doador, desde que meu sonho de ser mãe seja realizado.

— Amiga! Você sabe que eu te apoio em todas as suas loucuras se você quer uma daquelas coisas pequenas e gorduchas eu te ajudo.

— Você quer dizer bebê, Miya. sim. Eu quero um bebê.

— Então você terá, apesar de que ainda acho que é muita loucura, mas Kia você nunca foi normal então não estou surpresa.

Dei um sorriso e ergui o copo de suco para brindarmos.

— Conto com sua ajuda com meu plano.

Miyako também sorri e erguendo a taça brinda e diz:

— Ao seu plano B.


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