Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 7
O cão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808942/chapter/7

  -Ania Grace-Lion, o que você e ela tem? Mesmo depois que começamos a treinar para a missão, sempre que possível você e ela se encontram, ou tomam café juntos, ou almoçam ou até mesmo ficam conversando pela tela –Luise diz andando por entre aquela água escura e o fétido cheiro de esgoto do local – vamos lá, você que escolheu verdade ao invés de consequência.
  -Eu e a Ania somos apenas amigos Luise.
  -Sério?
  -Sim, quando cheguei em Thunderbird eu era insignificante, quero dizer, ainda sou, mas antes era muito pior. Desde o primeiro dia o pessoal daqui não deixou de pegar no meu pé! Houve um dia que durante o banho roubaram todas as minhas roupas e queimaram. Bom, tive que andar de toalha pela escola... no meio do caminho a Ania viu, ela não me conhecia e eu não a conhecia, ela simplesmente deu um jeito de arranjar uma toalha e andar de toalha por toda a escola comigo.
  -É piada né?
  -Não, não é haha. Teve uma outra vez durante a aula de montaria que eles simplesmente deram laxante para o meu cavalo. Eu fiquei durante horas na floresta de Thunderbird com um cavalo que não conseguia andar porque estava sempre... você sabe. Ania voltou daquela aula para a floresta e ficou comigo até meu cavalo melhorar, passamos a noite toda lá, acampamos lá. Desde aquele dia, eu e Ania nos tornamos muito próximos. Ela sempre me defende de tudo, mas eu queria mudar isso um pouco, poder defender ela às vezes.
  -Hummm, tá na cara, você gosta dela né?
  -Não me sinto no direito de gostar de alguém como ela
  -Que merda você tá dizendo cara? Você gosta dela ou não?
  -Eu gosto.
  -Então pronto, é só dizer pra ela, não é?
  -Eu não mereço alguém como a Ania e eu nem sei se ela gosta de mim
  -Cara, por que você complica tanto as coisas? É só se declarar, se não der certo, bola pra frente!
  -Chega disso, sua vez. Verdade ou consequência?
  -Estamos no esgoto, eu jamais vou escolher consequência.
  -Certo, verdade então. Você odeia sua irmã?
  -Nossa, direto hein?
  -Você perguntou sobre um amor de infância e eu que sou direto?
  -Tem razão haha. Eu não odeio minha irmã, mas ficar na sombra dela me irrita. Pra minha família, nada do que eu faço ou conquisto está bom, nada vai ficar à altura da poderosa “dama de ferro”. Eu só quero ser eu, quero me tornar uma cavaleira, com um emprego, uma casinha no campo e viver minha vida tranquila, eu não quero grandes coisas como minha irmã ou minha família. Não é assim que você quer sua vida?
  -Eu nunca tive um objetivo claro, na verdade eu nem me lembro de muita coisa antes de eu entrar em Thunderbird. Eu sei que independente do caminho, eu quero estar com a... deixa pra lá.
  -Hihi, você ia dizer Ania
  -Não devia ter contado pra você
  -A para com isso, vamos lá é só falar
  -Não, Luise, espera.
  -Tudo bem cara é só dizer “quero estar com a Ania” hihi
  -É sério Luise, espera, tá sentindo esse cheiro?
  -Sim, estamos no mesmo esgoto, estou sentindo o cheiro de merda.
  -Não, o cheiro de sangue.
  -O que o seu rastro, sua linha vermelha mostra?
  -Ela termina bem aqui.
  O rastro terminou no fim de uma galeria com acesso de vários dutos, lugar perfeito para quem quer invadir algum lugar e ter mais de uma opção de rota de fuga. Olhando melhor os corredores, tem corpos de guardas da academia e guardas pessoais dos filhos do rei pendurados em cada uma das 6 entradas dessa galeria, é daí que vem o cheiro de sangue, acima de nós tem o corpo de um guarda pessoal. Lá embaixo estão amarrados os filhos do rei, de frente para eles estava um homem, alto de cabelos negros, roupas militares, mas tinha algo que me deixava saber quem era ele. As suas abotoaduras tinham o símbolo de uma ema sob um monte de ferro, o símbolo da casa Sinivich!
  -Parece que suas suspeitas estavam certas Luise.
  -Meu sexto sentido nunca me deixa na mão. Então, é só a gente deitar aquele cara da família Sinivich na mão e salvar os filhos do rei, vamos logo.
  -Espera Luise, tem mais gente vindo.
  De uma das seis passagens, um grupo de pessoas sai, eram cinco no total. Cinco...
  -Palhaços? Que porra está acontecendo, são palhaços ali mesmo? Eu não estou vendo errado não é Sword?
  -Não mesmo, eu também vejo os palhaços.
  -Ok, o plano não muda, vamos deitar o Sinivich na mão e os palhaços também.
  -Entendi, então é isso.
  -Isso o que Sword?
  -Os corpos. Eu estava me perguntando por que deixar a vista provas tão concretas de que eles cometeram os crimes. Acho que agora me dei conta
  -Então fala logo
  -É vodu!
  -Vodu? Se refere a magia ancestral que não utiliza mana?
  -Sim. Vodu foi banido a muito tempo, mas ainda existem pessoas que o praticam. Uma espécie de magia que não utiliza mana, mas todo tipo de magia precisa de sacrifícios e se essa não sacrifica mana, tem que sacrificar outra coisa.
  -Os corpos, os guardas foram sacrificios
  -Exatamente. Seis corpos, seis pessoas lá embaixo, seis passagens.
  -O que isso quer dizer Sword?
  -Pensa um pouco que já vai descobrir
  -Não tem o que pensar... claro, como não percebi, cada guarda foi morto por um deles lá embaixo para que isso desse certo. Seis mortes, seis assassinos, seis passagens para proteger. Magia de proteção ritualística das trevas, 666.
  -Sim. No momento que passarmos por essa passagem, lá embaixo estaremos sob domínio dessa magia, não sei quais serão as consequências disso, mas o mais provável que é que percamos nossas capacidades de utilizar aura lá dentro.
  -São palhaços e um militar, só o militar vai dar trabalho aqui Sword, não tem o que pensar, vamos!
  -Espera, Luise. Droga, ela já foi
  Assim que Luise pula, vou atrás dela e assim como esperado, a barreira 666 se ativa! Uma arena de energia formada ao redor desse ritual se forme em tom vermelho, sinto que minhas capacidades de utilizar aura foram diminuídas, mas o que eu não previ foi que meus 5 sentidos foram quase apagados, minha visão enturvecida, meu tato quase não o sinto, se depender do olfato não conseguiria diferenciar café de terra pura. Minha audição foi o que melhor se manteve, droga, deveríamos ter pensado em um plano melhor antes de pularmos aqui.
   -AI SEUS PALHAÇOS, SOLTEM OS DOIS E TUDO VAI FICAR BEM
  -Luise – digo cochichando – Eles estão em vantagem aqui, estamos bem mais que nerfados nesse lugar.
  -Então é de vocês que eu senti esse poder bom, uma cavaleira e um causador de dano. Vocês são fortes, posso sentir pelo poder.
  -O que ele quer dizer Sword?
  -Parece que é mais um efeito dessa barreira, se eu estiver certo, ela drenou da gente e passou pra eles.
  -Então a gente foge?
  -Se possível, sim!
   “Não, não, fugir? Vocês não vão”, o homem em trajes militares diz, os palhaços começam a tomar formação.
  -A esse ponto vocês já sabem demais
  -Andar por aí com as abotoaduras da sua família não é o sinônimo de oculto sabe – Luise diz em tom provocativo – Mas se realmente quer tentar a sorte, vamos.
  Ela e eu sacamos as espadas.
  -Luise, tenta não ser imprudente, estamos em clara desvantagem, fora que estamos fracos.
  -Qual o plano então?
  -Eu tentei fazer um, mas você não me deu tempo, ainda não sei o que os palhaços fazem. Vai direto para o Sinivich, eu seguro os palhaços.
  -Certo!
   Luise avança em direção ao Sinivich, como esperado, os palhaços tomaram frente para impedi-la.
  -O inimigo de vocês sou eu!
  Tomo a frente desferindo um chute no ar em meia lua de cima para baixo, o primeiro palhaço se esquiva, os outros quatro institivamente avançam também para tentar parar Luise, aparo o avanço deles com um golpe de espada, não os acerta, mas os faz esquivar.

  Sword está segurando os outros cinco, nossas habilidades foram muito enfraquecidas, mas ainda consigo sentir algumas coisas, a intenção assassina vinda daqueles cinco palhaços. Eles não são pessoas comuns, são treinados, são fortes. Preciso ser rápido quanto aos dois se não Sword vai pagar caro o preço de lutar contra aqueles ali.
  -Aí Sinivich, pensa rápido
  Não tenho muito a disposição, então arremesso os dois tênis em um movimento rápido no ar – me desculpa Sword – Enquanto ele desvia por instinto daquilo coloco minha espada no rumo de sua garganta.
  —Atólú, erga-se
  Um homem negro de 2,5m aproximadamente, com um cocar de penas de pavão e um capacete que é um crânio de gorila, seu corpo cheio de pinturas em vermelho vivo que mais parecia sangue, vestia um cinturão apenas com crânios humanos pendurados. Seus olhos eram vermelhos e ardiam em fogo, seus dentes eram dourados e preto. Que figura era essa? No momento que minha espada iria atingir o Sinivich, essa coisa apenas a segurou e a quebrou com uma mão.
  -Mais que merda é isso?!
  -Leonel Sinivich. Quero que lembre-se do nome de quem causou sua morte antes de ir para o outro lado da existência. Adeus, Atólú mate-a.
  Aquela coisa ergueu apenas uma mão, uma lança flamejante apareceu, arremessou em minha direção, foi por muito pouco, mas consegui desviar, quando a lança acertou o chão explodiu em lava e um pouco disso respingou na minha perna. A queimadura foi profunda e chegou ao osso
  -AAAAAAAAAAHHHHHHH
  Droga, que merda de criatura é essa? Dane-se, eu preciso salvar aqueles dois

Eu não tenho completo controle sob minha aura agora, mas dá pra sentir de longe a intensão assassina desses palhaços, são criaturas? Não dá para um ser humano ter uma vontade assassina tão grande assim.
  -Já que vamos dar um espetáculo, vamos nos apresentar, eu sou Bob o palhacinho amigo das crianças - o palhaço com uma cartola diz entre risos e quase no ritmo de uma músca
  -Eu sou Pop o palhacinho do balão, me divertindo distribuo balões pra todo mundo – o palhaço com vários balões verdes amarrados nas costas também diz cantando
  -Eu sou Tobi o palhacinho caramelo , minhas piadinhas fazem qualquer um morrer de rir – cantando diz o palhaço de amarelo com o maior sorriso entre os palhaços, um sorriso bege
  -Eu Robb o palhacinho pipoca, quer comer comigo? – cantando também, diz o palhaço de roxo com um balde de pipoca em mãos
  Que merda, espera ai, eu lembro desse quatro nomes, eu acho que já ouvi algo assim, um música? Sim, uma canção
  -Bob e Pop alegram as crianças, Tobi e Robb engordam as crianças, cantando todos juntos o circo dos palhacinhos, a trupe da buzina faz sua alegria. Eu sabia que conhecia vocês, é uma canção de ninar, usada para deixar quieto crianças malcriadas – falo surpreso com o que acabei de lembrar
  -Ele conhece a gente, que emocionante, mas nós temos um novo membro, o pequeno Risada! Acho que ele tem a sua idade garotinho, Risada, canta para ele o resto da música que ele acabou de se lembrar.
  O último palhaço, ele realmente era mais jovem, e segundo o tal Bob ele era da minha idade. Era o único entre os palhaços que não estava usando uma peruca, aparente seu cabelo era pintado mesmo, médio, quase no pescoço um tipo de Chanel. Seu rosto cheio de pó de arroz o deixando extremamente pálido, apesar de seu olhar triste e depressivo ele usava uma máscara de porcelana que tinha um sorriso pintado por cima. Em suas mãos um baralho que ele começou a movimentar.
  -Eu sou Risada o palhaço ilusionista, sua canção agora vai acabar, pois a trupe da buzina veio te levar, criança malcriada, nós vamos te matar HAHAHA
  -Não era assim que eu me lembrava dessa música.
  O Risada arremessa o baralho para o alto e com uma precisão fora do comum ele acerta carta por carta com as pontas dos dedos as arremessando em minha direção. Cada carta que eu desviava, ela explodia, cada carta que me acertava cortava como navalha. Não tem saída isso?
  -A diversão não é toda do Risada, deixa um pouquinho para o Tobi hoho
  Atrás de mim Tobi cuspiu o que parecia um mar de caramelo saindo de sua boca, aquilo grudou como supercola em mim, e ardia mais que brasa!
  -Robb também quer brincar
  O outro palhaço com um balde de pipoca começou a cuspir elas, cada uma que me acertava perfurava como a bala de uma arma, consegui desviar da maioria, mas pelo menos seis me acertaram, foi como tomar tiros de verdade.
  Acima de mim o palhaço com balões começou a deixar balões caírem, cheios de água? Não, era um líquido colorido e dependendo da cor tinha efeito diferente, eu tentei desviar de todos, mas a porcaria do caramelo estava restringindo e muito meus movimentos. O de cor verde acertou meu braço e como ácido, começou a corroer. Eu não sabia o quanto de aura eu podia usar, mas se tinha um momento para usar seria agora... usei o que eu podia de aura para dispersar o ácido, em instantes eu fui esgotado. Eu vou morrer, não tenho que fazer, eu perdi.
  -Já desistiu da vida garotinho? Não faça isso, ainda falta o Bob
  Mãos de crianças começam a segurar minhas pernas, elas saiam do chão e puxavam para baixo, inúmeras mãos, inúmeros lamentos. São realmente, mãos de crianças de verdade, eu consigo sentir a angústia delas, a aura nessas mãos. Olhando a frente, Bob corria com uma marreta de borracha em minha direção, e num golpe ele me arremessou longe, na direção oposta que eu estava tentando proteger a Luise.
  -Tio Bob, ele ainda está vivo, posso terminar o trabalho? Diz que sim – pergunta o palhaço Risada
  -Claro minha Risada, entendeu a piada? Minha... Risada AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
  Cartas de baralho começam a brotar do chão ao meu lado, delas sai Risada, aquele olhar. Como uma pessoa da minha idade tem uma intenção assassina tão grande? Como é possível?
  -Por que estão fazendo isso? Me diga – pergunto cheio de dores pelo corpo quase não conseguindo dizer
  -Por quê? Bom, fomos pagos ZIZIZIZIZIZI
  Droga de risada é essa cara... eu realmente vou morrer para um palhaço que rir assim? Eu sou um desgraçado mesmo, espero que a Luise tenha conseguido.
  -Me mata logo desgraçado!
  -Já que insiste ZIZIZIZIZIZI
  Com uma carta de baralho ele corta minha garganta, eu começo a me afogar no meu sangue, estranho, eles dizem que quando estamos para morrer a vida passa bem diante dos olhos. Então por que eu não vi? Será que não existe nada do outro lado? Então, realmente, a vida não tem sentido algum quando se morre. Tudo se escuresse

  Merda, eu não posso perder aqui, tenho certeza de que o Sword está dando o máximo de si com aqueles palhaç... Sword? Quando olho na direção que ele estava, ele não está lá, está mais longe, um palhaço sai de cima dele com uma carta ensanguentada, aquela região, a garganta? Não, não, não, não
  -SWORD SE LEVANTA!
  -Não adianta gritar garota, pelo que estou vendo daqui ele já está morto e a próxima é você! Atólú, termine logo o trabalho.
  Aquela coisa começa a caminhar na minha direção. Eu quero sair, mas não consigo, não consigo mover um músculo se quer, não tenho forças. Minha perna esquerda está toda ferrada por causa da lava, não dá para correr. A criatura me pega pelo pescoço e me ergue no ar, suas mãos estão ardendo em brasa. À medida que perco o ar, também perco a sensibilidade de dor. Droga Sword, por que você não me ouviu? Era para termos ficado no quarto, talvez algo tivesse acontecido entre nós lá, eu não me importaria se tivesse rolado. Mas agora, ambos estamos, apenas.... mortos.
  Não, não pode acabar assim.
  -SWORD SE LEVANTA PORRA, VOCÊ NÃO PODE MORRER ASSIM!

A gaiola vodu fica vermelha novamente, alguém entrou aqui também.
  —Canção do oceano variante C: Impulso Orca!
  Sans pula no meio de tudo e utiliza aquele martelo dele, com às águas ao redor, orcas feitas de água e aura surgem e começam a atacar todos, num movimento rápido Sans consegue acertar também a criatura que estava me sufocando.
  -Luise, tira os filhos do rei daqui, eu me viro com o Sword depois
  -Ok, mas é para levar o Sword mesmo! Não é pra deixá-lo aqui
  -Eu já nem sinto o mana dele mais, ele está mo...
  -Eu sei, mas pelo menos vamos dar um enterro digno a ele
  Corro em direção aos dois filhos do rei, eles estavam amarrados em uma espécie de corrente encantada com o mesmo poder da gaiola, pra quebrar essas correntes, temos que quebrar a própria gaiola. Retiro as amarras que estavam na boca deles.
  -Vocês viram como ele ativou essa droga de gaiola vodu?
  -NÃO, ambos respondem ao mesmo tempo
  -Tira logo a gente desse lugar – Asas o garoto diz em tom arrogante
  -Por favor – completa a garota, Garrias – Meu irmão não quis ser rude.
  -Porra nenhuma, solta logo a gente plebeia, a diretor deve ter mandado vocês aqui pra isso, não é? Então faz seu trabalho
  Eu pouco consigo me controlar e num reflexo eu soco a cara do príncipe.
  -Escuta aqui seu mimado de merda, meu amigo Sword morreu tentando ajudar vocês, ele nem precisava vir aqui, ele simplesmente quis se envolver porque é assim que ele é. Então se não for ajudar, cala a porra da sua boca e aguarde sua hora de ser salvo!
  Eu não sei o que deu em mim, eu não sou assim, mas ouvir esse garoto mimado ser tão insolente enquanto Sword deu a vida por eles.
  -Meu irmão é ingênuo demais para entender a situação, mil perdões por ele. E bom... eu sinto muito pelo seu amigo, ele parecia ser alguém descente, meus pêsames.
  -Obrigado Garrias.
  Garrias Crowngold parece ser alguém direita, melhor que o irmão pelo menos. Mas foco, tenho que tirar eles daqui, mas é impossível tirar eles daqui sem antes tirar a própria gaiola.
  -O que tá esperando Luise? Tira eles daqui – Sans fala enquanto defende ataques dos palhaços e até mesmo daquela coisa que o Sinivich evocou.
  -Não dá, a gaiola não vai deixar.
  -HAHAHAHAHA, acho que finalmente entenderam que não importa o que façam, vocês perderam. As correntes estão sim ligadas a gaiolas e só podem ser retiradas quando eu quiser. Não importa que um de vocês que chegou agora é forte – ele diz olhando para Sans – No fim o resultado é a morte de cada um de vocês aqui!

  Então é assim que vai acabar... droga, desculpa Sword eu queria fazer sua morte valer a penas, perdão mesmo Sword.
 
A frente, um pouco longe do combate, caído no chão degolado. Ali agora se encontrava Sword, em seu leito final, olhos tão vazios quanto o nada, o gritante som do silêncio ao seu redor, ele estava morto? Sim, mas algo dentro dele não estava, um descuido, um simples acidente uma singela respiração a pular de suas narinas para o ambiente. Toda a gaiola ficou vermelha, uma outra presença agora estava ali, o poder que aquele grupo achou que poderia absorver começou a queimá-los de dentro para fora! Sem dor, sem medo, sem arrependimento, sem ódio, sem fome, apenas o vazio toma conta da sua mente enquanto seus olhos se fecham pouco a pouco ignorando completamente a luz da existência... “mente vazia, ofício do mal”, uma voz no escuro disse, retruque; “quem está aí?”. Perdido e assustado garoto perguntava. De nada adiantaria perguntar a resposta era apenas o puro escárnio. “Por que temes tanto a morte e adoraste tanto o sono? O repousar nada mais é que uma breve experiencia do findar eterno. Abraça-te ao fim, abraças a morte e aceitas o poder que lhe entrego. Da morte, do sangue, esqueça-te, nada para o tempo, nada para o anjo que caiu no findar e o traz a todos! Então não resistas e aceitas, aceitas, aceitas! Apague seu fulgor em negras tintas que lhe entrego”
  -Aceito – um pequeno sussurrar do já morto
  E com esse pensamento, com essa felicidade pela morte longa que durou apenas um segundo que a besta, o tentador, o maligno, apenas ele, apenas o escuro, a sombra que escurece a mais pura luz. O cão!
  O que se prossegue são cenas, um transe de cortes e flashes de uma criatura matando e dilacerando, um monstro carniçal, uma besta assassina, apenas um cão e sua caça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminho das Centelhas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.