“Even when the night changes, it will never change me and you.”

— Fico feliz por vocês — falei, seguido de um sorriso forçado.

— Então por que o sorriso tão amargo?

Scorpius jogou o corpo sobre a minha cama, deitando-se logo ao meu lado. Em seguida, ele se virou de lado, ficando de frente para mim.

— Eu prometo que nada vai mudar entre nós, se for isso o que está te preocupando. — Ele ergueu o mindinho no ar. — Eu prometo.

Entrelacei o meu dedo no dele, selando a promessa, mas eu sabia que havia dois problemas no que ele havia dito. Primeiro, ele estava mentindo, é claro que as coisas mudariam entre nós. Scorpius ia passar a ter uma vida a dois, e seu tempo para ela ficaria cada vez mais escasso. Em segundo lugar, nada ia mudar entre nós. Esse era o maior problema. Nada ia mudar, porque eu havia sido covarde demais para arriscar durante todos esses últimos anos e agora era tarde.

— Você está feliz? — perguntei de repente, em um impulso.

No fundo, já sabia a resposta.

— Mais do que nunca. — Ele sorriu.

E havia sido um dos sorrisos mais bonitos que eu já havia visto na minha vida.

— Então eu também estou. A felicidade do meu melhor amigo, é a minha — falei, e não era mentira. Não havia a menor possibilidade de eu estar triste, quando ele estava feliz. — Você se lembra da nossa “Lista de sonhos de Rosw Weasley e Scorpius Malfoy”? — ri baixinho, o nome era tão idiota, que não consegui me controlar.

— Lembro. Por quê? — perguntou, de repente.

Levantei-me da cama e caminhei em direção à minha escrivaninha, onde abri a gaveta e, de lá, retirei um papel. Meu coração se aqueceu ao ver as letrinhas trêmulas, característica de crianças, e uma onda intensa de nostalgia me invadiu.

— Sonho número três: Scorpius e Rose sonham em se casar antes dos trinta anos. — Não pude conter uma gargalhada. Nós éramos crianças que realmente pensavam muito no futuro. — Você vai conseguir.

— Ainda dá tempo para você também, Rose — retrucou ele. — Só se quiser, claro.

— Bom, eu não sei... — Suspirei. — Acho que não quero pensar sobre isso. — Dei de ombros.

— Tudo bem, mas, Rose... — Scorpius sentou-se na cama, com os olhos brilhando em empolgação, o que indicava que ele havia tido alguma ideia brilhante. — E se tentarmos realizar os sonhos que colocamos nessa lista?

— Você está brincando? — Ri, quase histericamente. — Sonho sete: morar em uma casa flutuante?

Ele revirou os olhos, mas eu continuei rindo.

— Só os realmente realizáveis — retificou-se.

— Você toparia fazer isso comigo? — Ergui as sobrancelhas, com altas expectativas.

— Eu só toparia fazer isso com você.

— Ótimo, vai ser o meu presente de casamento para você, garotão — falei, com um sorriso ameno nos lábios. — Vou realizar todos os seus sonhos.

— Você faria isso por mim? — perguntou ele.

— Eu só faria isso por você, Scorpius.

Eu podia fazer isso por ele. Podia enterrar meus sentimentos no fundo do meu coração e fingir que nada havia mudado.