Amor com data marcada escrita por Sofia Bellatrix Black, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 1
Capítulo 1




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Naquela manhã de outono, parecia que tinha acordado com o mundo virado do avesso, em vez de acordar na sua cama, sonolento é preguiçoso , tinha a sensação de ter acordado com uma estranha sensação, como se soubesse que algo estava diferente. Era sábado o que queria dizer que se tinha deixado dormir até mais tarde, na noite anterior Hermione tinha atacado Ron e Lavander com os seus pássaros, sem bem que ele ainda não sabia bem se aquilo eram pássaros ou armas mortais, mas a noite, depois daquela infeliz cena, tinha-se prolongado por largas horas. Primeiro Hermione chorou no seu ombro, em completo silêncio, e depois, ao fim de várias tentativas, ela lá confessou que não sabia bem de onde vinha aquele ciúme todo, mas que se sentia de alguma maneira excluída, sozinha… e ele, Harry Potter, pela primeira vez em cinco longos anos, olhos para a amiga de uma maneira diferente, os olhos castanhos estavam inchados e vermelhos, a pele branca do seu rosto, vermelha e inflamada, quer do ataque de fúria quer da tristeza que sentia. Olhou para ela naquela enorme tempestade e confusão e não pode deixar de notar como a amiga era bonita, o sorriso sempre pronto, os olhos sempre brilhantes, os cabelos sempre bagunçados e desalinhados. E a verdade, e que antes de formular qualquer tipo de explicação deu por cima com os lábios colados no dela, a textura fina e delicada da sua pela sobre o contacto de sua mão.

“Não Harry” ela sussurrou “Isto não é uma boa ideia”

“Porque?” Perguntou ela “porque eu não acho que seja bom…” ela disse ainda com a testa encostada na dele “eu quero acabar o ano focada, com os exames e a guerra iminente, eu quero estar focada… tu devias estar focado…”

“Mas isso não…” ele tentou argumentar com Hermione, mas a morena estava certa, aquilo seria um completo desastre… “então aproveitamos este ano” ele disse convicto “aproveitamos até ao último dia de aulas e quando entrarmos naquele comboio em direção a nossas férias, aí sim, terminamos tudo. Tomamos até aquela poção e nunca mais tocamos neste assunto”

A sugestão dele parecia bem louca e desproporcional, mas o que ela teria a perder, ou até ele… “seria como um romance a part-time?” Ele acenou, confirmando a ideia, talvez mais brilhante e mais disparatada que já teria tido.

“Não te vais arrepender” ele disse sorridente. “Confia em mim”

“Eu confio”

 

A noite passada terminou assim, Harry abanou a cabeça ainda a pensar na loucura que estaria a cometer com Hermione, mas ainda assim acho que talvez aquela fosse a melhor loucura de sempre… ele tinha uma namorada, a sua melhor amiga e confidente na mesma pessoa. Inspirou fundo, e olhou para a mesinha de cabeceira, o velho caderno de bolso lá pousado, ele esperava firmemente que as sábias palavras do seu avô fizessem mais sentido agora do que nunca. Ele tinha mesmo de a fazer acreditar nele e no destino deles.

 

A primeira vez num jogo de Quidditch 

Ele namorava a pouco mais de um mês, e ainda assim sempre que passavam por algum lugar, ele não podia evitar olhar para os restantes alunos, sussurrando e comentava em voz baixa, com espanto e incredulidade toda a situação, andavam maioritariamente de mãos dadas e ocasionalmente ele roubava-lhe um beijo ténue. Mas nada de muito escandaloso, senão seriam capa do diário de uma bruxa adolescente, e ele preferia nem pensar nisso ou imaginar a reação de Hermione. Inclusivé, a cena na aula de poções tinha sido inteiramente lamentável, com o professor Slughorn a pedir que se sentassem em mesas separadas porque não era apropriados namoros dentro da sala, e como o decoro e o comportamento eram importantes para a sua geração. Apesar de bem intencionado, os alunos de Slyterin não conseguiram parar de fazer piadas e comentários maliciosos sobre o namoro deles, alguns bem ofensivos que levaram Hermione, a super bem comportada Hermione a reagir, de varinha em punho e olhos ameaçadores.

Mas hoje era um dia diferente, ela estaria nas bancadas a ver o jogo Gryffindor versus Slytherin e que seria o primeiro jogo do ano e a grande batalha entre as duas melhores equipas da escola. E o olhar dele, assim que subiu na vassoura, foi de encontro a ela, na bancada, apoiando fervorosamente a equipa, ela vestia a sua camisola, com o seu nome e aquilo, deixou-o de alguma maneira extremamente orgulhoso e sorridente.

Aparentemente, e contra várias apostas o jogo decorreu sem grandes incidentes e com a vitória da equipa de Gryffindor, 220-100 contra os rivais de verde e prata. E no final, ainda no campo, e com a snitch na mão, ela o abraçou e sorriu. E ele orgulhoso dela e da vitória, ergueu alto a bolinha dourada na sua mão de frente para a bancada. Aquilo fê-lo  esquecer de todos os seus problemas, e pensar em como aquilo era um típico momento de adolescência feliz… e ele pretendia aproveitar.

 

O jantar de Natal de Slughorn 

Aquele era talvez, o evento que todos queria ir, mas quem tinha sido convidado preferia nem ir, como Harry tinha dito, uma mostra de feira de vaidades, de feito e conquistas que não eram de nenhum deles, da fama dos pais, tios, avós, mas na verdade poucos estariam ali por motivos pessoais, a excepção de Hermione e Ginny que tinham sido convidadas pelos talentos que tinham como alunas, nenhum mais estava ali por motivos nobres, nem mesmo ele, que se sentia uma peça antiga de museu, que Slughorn queria exibir, mas a missão que Dumbledor lhe tinha dado tinha de ser feita e aquela era uma oportunidade para tentar obter mais informações.

Harry estava perdido em pensamentos quando ela desceu sorridente. O vestido de inverno era simples e caia até mais ou menos a altura dos joelhos, o sorriso era doce e terno e ele pensou em como era sortudo por a ter ao seu lado, sorriu e por momentos, quando a mão dela encontrou a sua, ele esqueceu de como formular palavras, mas ela sorriu “Vou tomar essa resposta como estou bem” ela disse sorrindente “estás linda” ele articulou “Então vamos, antes que chegamos atrasados e sejamos ainda mais motivo de fofoca” ambos sorriram. Ele não queria pensar em como seria quando tivessem que seguir caminhos separados…

 

A discussão 

A Primavera já tinha chegado em força, as árvores estavam verdes e viscosas, o campos verdejantes e os alunos já estavam a passar longas tardes a beira do lago negro apanhados banhos de sol, conversando em grupo, namorando, como ele haviam feito no últimos dias, mas naquela sexta-feira Hermione tinha seguido para a biblioteca e ele, não querendo estar encerrado entre quatro paredes tinha rumado a barra do lago, para tentar ler um pouco para o teste de transfiguração que teria na próxima semana, mas o que ele não contava era com o tratamento de silêncio que teria assim que se recontrariam ao final da tarde. 

“Hermione, está tudo bem?” Ele perguntou levemente mas a fúria nos olhos dela não passou despercebida” Harry inspirou, verdadeiramente confusão com o que se passava e com a atitude da namorada. “Senão me disseres o que se passa nunca vou adivinhar”

“O problema é eu ter de dizer” ela disse “porque não me disseste que tens uma missão secreta!” Ela disse e ele olhou confusa para ele “porque não me disseste que tens tido aulas nocturnas com o Snape, eu já sabia que me havia alguma coisa que não me estavas a contar, mas podias tentar confiar mais em mim, sabes?” Os olhos de Hermione deixaram de estar carregados de fúria e passam a ter espelhados um grande sentimento de tristeza “eu não podia… o Dumbledor proibiu-me de contar, era para a proteção de todos” ele baixou a voz “estou a ter aulas de oclumência com o Snape, para tentar novamente que ninguém entre na minha mente…”

“Mas eu podia saber, eu podia ajudar, eu sempre te ajudei” E as lágrimas marcaram o seu rosto “Eu sempre te ajudei.” Ela repetiu com a voz cheia de lágrimas “Mas parece que agora, com o Dumbledor e o Snape, e tudo mais que há e que eu não sirvo mais” ela levantou-se e saiu, subindo em direção ao dormitório feminino. 

 

A despedida 

Ela levaria as poções, e ele andariam de mão dada até ao comboio, a partir daí tudo seria diferente, ou igual… Harry acreditava firmemente nas palavras do seu avó, que havia lido. Amor in saeculum, si verum era um contra-feitiço do livro de bolso que o avó de Harry tinha escrito no caderno de bolso que Dumbledor lhe havia dado.

Se o amor deles fosse verdadeiro, nenhuma poção poderia fazê-los esquecer.

Caminharam lado a lado, em completo silêncio, apertaram as mãos e deixaram os amigos entrarem no comboio. Olharam-se nos olhos, e Harry pode ver alguma hesitação da parte dela, mas abriu a mala e retirou dois frasco. “Um último beijo” pediu Harry e ela confirmou, unidos os lábios de ambos, “amo-te” ela disse antes de beber o conteúdo do frasco, ele fez o mesmo, sempre murmurando na sua cabeça Amor in saeculum, si verum… e quando abriu os olhos pode ter a certeza “Amo-te” ele repetiu “e vamos ficar juntos, agora ou daqui por cem anos, mas ficaremos juntos Amor in saeculum, si verum”

Talvez daqui a uns anos, depois da guerra, depois de tudo, ele poderiam ser felizes. Porque amor com data de fim marcada, nem com poções resulta.


 

 


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